Resenhas - Notas de um Velho Safado

Sofia 19/04/2022

Muito bom
Alguns "contos" você não entende já outros são bem interessantes e até engraçados, alguns não fazem sentido nenhum mesmo se você ler várias vezes, mas isso é Bukowski.

srlucast 13/11/2022

Não podemos lê-lo e seguir sendo os mesmos.
Em Notas de um velho safado, a América tem uma cara de 50 anos, corpo de 18 e desfila de calcinha rosa-claro e salto alto na madrugada corrosiva de Los Angeles. A América é um sapatão furioso com uma garra metálica no lugar da mão esquerda e não quer saber de transar com o Velho Safado. A América é uma deusa milionária com a qual ele se casa e da qual amargamente se separa. A América é uma prostituta, 150 quilos, um metro e meio de altura, que peida, uiva e destroça a cama quando goza. A América também são estudantes e revolucionários proferindo discursos inflamados em parques ensolarados de São Francisco no final da década de 60. A América- é Neal Cassady dirigindo alucinadamente pelas ruas de Los Angeles, pouco tempo antes de morrer de overdose sobre os trilhos de uma ferrovia mexicana. A América é Jack Kerouac e Bukowski poetando na Veneza californiana.

Alguns leitores, e sobretudo a critica, captam por vezes somente o aspecto sensacional e "obsceno" de Bukowski, porém, debaixo de suas máscaras, segue desnudando-se sua mais desconcertante intimidade-na desolação e no medo, no horror e no pânico e num cinismo autodefensivo, recupera sua humanidade, seu egoísmo, seu senso do ridículo e sua irreverente compaixão.

Notas de um velho safado forma um conjunto de histórias excepcionais saídas de uma vida violenta e depravada, horrível e santa Não podemos lê-lo e seguir sendo os mesmos.

Lais666 21/02/2024

Críticas, espaços vazios e o "homem gelado"
Já critiquei muita coisa desse livro e parece não acabar nunca. O contexto histórico da vida de bukowiski deve ser visto e levado na conta? Sim. Mas nada impede de sentir repúdio total a este homem.
Já tendo lido misto quente e mulheres antes desse ajuda a clarear e a juntar muitos pontos da história e compreender melhor o que era viver em um EUA em seus piores momentos, a grande depressão, desemprego e quase visão nenhuma de um futuro próspero.
Há críticas muito boas sobre os mais diversos assuntos. Ao comportamento das pessoas, hipocrisia, política, a outra artistas (principalmente escritores) e daí pra frente, incluindo ele próprio.
Rola umas lenga-lenga infinita as vezes. Dá pra ver que ele não gosta de si, não se respeita mas faz o máximo para se compreender em seus atos e defeitos. O que ele se tornou, o "homem de gelo". Indiferente, não emotivo, vazio e deprimido.
O que não me pega em bukowiski é o caráter, imundice e insalubridade desse cara. Quando vc tá lendo até dá pra dar uma esquecida, ele é engraçado as vezes, tem lá seus momentos de quase lucidez mas logo em seguida lança umas ideia f***** criança, de fazer com pessoas desacordadas, de bater em mulher e etc. Não dá pra só ignorar essa parte. É perturbador estar "dentro" da cabeça de pessoas como ele.
Não vou dizer que ele era só erros pq não era, ninguém é.
Só que tbm n vô ficar defendendo, não gosto dele e acabo.

É um compilado de crônicas dele e soa bastante sincero, para o bem ou para o mal.
É isso. Não recomendo a leitura não, sendo sincera.

Israel145 28/12/2016

Os textos do livro NOTAS DE UM VELHO SAFADO talvez seja um dos textos mais puros da literatura contemporânea. Livre de academicismos chatos e enfadonhos, a literatura de Charles Bukowski é de uma simplicidade desalentadora, porém, hipnótica.
Aparentemente sem esforços mentais ou algo do gênero, a compilação dos textos outrora publicados no jornal alternativo OPEN CITY é uma mistura do que se pode imaginar que seja o cotidiano de uma mente anormal: bebedeiras, mulheres, escatologia, ressacas, prisões, suicídios, sangue e uma singela dose de violência doméstica.
Mas quem é Bukowiski? Um ícone da contra-cultura? Um escritor maldito cult? Um charlatão literário posando de revolucionário? No próprio livro, quando certa vez questionado por uma editora de uma revista literária ele responde sem firulas: sinceramente, nem eu mesmo sei.
E o que faz do NOTAS um livro especial? A resposta é simples: os escritos do Bukowiski fascinam pelo excesso de maluquices e desajuste social que compõe a trajetória e formação do escritor.
Sua literatura, mesmo desleixada, escrita sem o mínimo de preocupação com estilo ou com a escrita formal tradicional, é de uma natureza suja e vulgar, porém, sincera e honesta.
O livro traz textos pequenos, sem títulos. Alguns com apenas uma linha e mostra o cotidiano do autor nas suas desventuras do início dos anos 60. Sua convivência com grandes nomes como Allen Ginsberg e Jack Kerouac, sua falta de grana, suas fodas mal sucedidas e bem sucedidas, suas opiniões literárias acerca dos medalhões e sua sensibilidade poética.
É bom saber que ainda é possível se encontrar perdido por aí textos podrões escritos de maneira relapsa, porém que cause horror, espanto, risos e reflexão.
A literatura de Bukowski é um sol nascente despontando de um pântano. Algo belo surgindo em meio à imundície e fedor. Assim é Bukowski: sujo e sincero, podre e belo. Pode ser tudo, menos chato e previsível.

Marcus Reis 23/02/2021

Um Suco de Bukowski
Talvez esse tenha sido, de longe, o livro do velho Buk no qual eu depositava menos expectativas, porém me surpreendi bastante.

O livro não apresenta nenhum tipo de organização cronológica ou narrativa. Como o próprio título sugere, se trata de um livro de notas (de caráter altamente autobibliográfico, como de costume), porém que carregado todos os elementos que se espera das narrativas 'Bukowskianas' : melancolia, sarcasmo, decadência, irreverência, humor ácido, sexo, álcool, depravação... Uma leitura extremamente agradável e volúvel , que consegue te levar, por exemplo, de um profundo momento de instrospecção a respeito da instrumentação da sexualidade na sociedade, para a icônica narrativa de uma cena de sexo com uma prostituta de 130 kg (chorei de tanto rir).

Uma agradável surpresa que, sem dúvidas, já figura na minha lista dos melhores livros do velho Buk.

Cristiana 03/04/2020

O livro tem suas partes marcantes, mas já li outros livros melhores do mesmo autor.

Lay 07/12/2022

Não sei um título.
Apenas mais um livro de Bukowski que eu amei, adoro seus contos sujos e seus pensamentos insanos mas comuns. Bukowski representa uma parte da sociedade que existe e poucos comentam sobre, adoro sua forma suja de ditar isso tudo.

Ellen Rayane 06/10/2022

Eu gostei da leitura
Mas... não me tocou, não me deixou entusiasmada... Pra mim foi mais um livro e um novo autor!
Talvez não foi uma boa escolha pra ser a primeira do Bukowski.

Millena Fortunato 07/08/2022

eu gosto da imperfeição
eu gosto de como ele despeja o que sente, como se datilografasse na mesma velocidade com que pensa. gosto da coragem de ser nojento, sem temor de ser mal interpretado até pq o que ele fala de pior é na melhor interpretação. gosto da tristeza autobiográfica. mas odeio os horrores e amo os horrores que ele diz. gosto da confusão. gosto de não ter começo, meio e fim pq é o dia a dia despejado ali. gosto da incompreensão, do não compromisso com o sentido. gosto de pensar que ele não fez nada daquilo que ele diz que fez e que é crime. também gosto de pensar que ele não ver nós mulheres daquela forma.

belly 22/09/2019

Um dos melhores
É uma coletânea de notas que ele fez para o Open City, jornal de um conhecido seu.
Por ter uma idade avançada nessa época, tudo fica incrível. A escrita dele melhora muito nesse livro. Um dos meus preferidos.

Tati Tavares 09/05/2017

Adoradora das poesias, romances e frases de Bukowski, mas este livro, ele não me desceu a garganta!
Quando você acha que gosta do autor, quer ler tudo que ele escreveu, não é? Comigo não é diferente...

Adoradora das poesias, romances e frases de Bukowski, mas este livro, ele não me desceu a garganta!

"contudo, velho como sou, estou particularmente satisfeito nesta época determinada. O HOMEM PEQUENO SIMPLESMENTE FICOU CANSADO DE ACEITAR TANTA MERDA."

Convenhamos que a vida do velho safado - como ele se autodenominava - não era lá das mais calmas e santas. Um poeta nato e com talento inigualável, sem dúvidas. Mas o que acontece quando seus dias refletem diretamente em um livro? Frustram ou decepcionam o leitor - para os mais inquietos à escrita agressiva - , o que foi o meu caso.

Para esse livro de notas, já somos alertados na contracapa:

"Alguns leitores, e sobretudo a crítica, captam por vezes somente o aspecto sensacional e 'obsceno' de Bukowski, porém, debaixo de suas máscaras, segue desnudando-se sua mais desconcertante intimidade - na desolação e no medo, no horror e no pânico e num cinismo autodefensivo, recupera sua humanidade, seu egoísmo, seu senso de ridículo e sua irreverente compaixão. Notas de um velho safado forma um conjunto de histórias excepcionais saídas de uma vida violenta e depravada, horrível e santa. Não podemos lê-lo e seguir sendo os mesmos."

Com textos fictícios ou não, de fato não consegui gostar, por mais que tentasse compreender algo além da obscenidade dessa coletânea, era em vão.

Bukowski retrata sua vida de escritor e amantes do álcool como realmente foi: muitos jogos, apostas, brigas e confusões, é claro, com muitas mulheres!

Este último ponto é relatado como um mero pedaço de carne, fria e grotescamente, descreve-as apenas como objetos de satisfações na cama, chegando a compará-las como "cachorrinhos de estimação".

Não preciso dizer mais nada, não é?!

O leitor ao se deparar com trechos como este, passa a se arrastar na leitura, pois não há fatos relevantes para o leitor - claro que tem aquela de "contexto histórico", mas nada além disso -. Demorei mais tempo do que deveria, simplesmente por não conseguir ler essas páginas tão repugnantes. Finalizei-o por pura obrigação. Lamentável.

Ah, outra coisa incrivelmente irritante é a diagramação do livro: diálogos entre aspas, a falta de maiúsculas e o excesso de pontos finais.

Não queria, mas desse emaranhando de notas a maioria não tem catarse alguma. Servirão somente para confirmar a boa e velha fama do nosso ídolo - também tive conflitos internos por admirar alguém que desprezou tanto uma classe a que pertenço, mas aí é que entra o discernimento literário, saber separar os frutos bons e ruins de tudo que lê-se.

"nove décimos de mim já morreram, mas eu guardo o décimo restante como uma arma, posso andar na rua e eles não têm como diferenciar-me de um vendedor de jornais, apesar dos vendedores de jornais possuírem caras mais bonitas que qualquer presidente dos estados unidos, mas também isso não é nenhum problema."

Bukowski meu amor, sabia da sua fama, legado e maestria ao poetizar uma obra, mas este livro não passa de um rascunho da sua vida suja.

*Para os mal interpretadores fica a dica: amo o Bukowski como poeta, como pessoa já não sei.

""cara, cara, esse mundo é muito engraçado", disse ele. "nós temos de tudo mas não temos nada.""

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Larissa.Dias 08/07/2021

Antagonista
Em notas de um velho safado, Bukowski narra vários momentos da sua vida e nenhum se liga ao outro, ou seja, é totalmente antagonista. Mas, o que me chamou atenção é que a sua escrita é simples e fluída, não se importando com a opinião dos outros. Por falar nisso, um fragmento evidencia a sua autenticidade.

" Pouco me importando se eles entenderam, do contrário não existiriam mais criadores, todos estaríamos dentro do mesmo vaso de merda. "

Ele se considera sujo, assim como os outros o vêem. É inevitável que o incômodo atinja o leitor, pela moral que habita em todos nós. Se torna necessário ver além das frases/situações que incomodam e entender as entrelinhas.

Bukowski se tornou um gênio, amante das artes, mesmo rejeitando esses adjetivos.
Vale a pena a leitura, desde que não dê tanta importância para a sua moral. Coragem para seguir até o final da leitura é essencial.

Quotes:

" Todo homem tem medo de ser viado, fiquei um pouco cansado disso. Talvez devêssemos todos nos tornar viados e relaxar. "

" O conhecimento que não se realiza é pior do que a ausência total de conhecimento"

" O que faz do governador, ele mesmo, tão certo e o resto de nós tão errados? Redatores de discurso, e não muito bons."

Da Hora 09/07/2022

Notas de um velho safado
Se duvidar não devo ter entendido a maior parte do livro kkkkk, esse cara é muito louco. Mas tem muitos momentos que me chamaram a atenção, como o "homem gélido", ou seu ódio pelos charlatões que se dizem artistas, ou até mesmo seu desgosto pela maioria da humanidade e mesmo assim se "preocupar" com ela.

Rafael 24/03/2011

Gostei!
Não é um livro pra qualquer um.
A linguagem é fácil de entender, mas chula e pesada. Suja pra ser mais claro.
Um livro que vai te prendendo até o fim com histórias engraçadas e visões sobre a política e o comportamento humano, tudo isso com um tipo de humor bem peculiar.

valeria 17/09/2009

Muito bom
È sujo e real....contato direto com o que é mais under ...com o que não se quer ver....mas está aí ...o tempo todo....ADORO