Sou apaixonada por esse livro desde muito antes de ele ser lançado no Brasil. Sabe aquela coisa de olhar para um livro e saber que você vai amar? Não só pela beleza da capa, mas pela sinopse? Incarceron é um desses casos raros onde a paixão à primeira vista é correspondida em todos os sentidos. Você é conquistado pela capa, depois pelo título e pela sinopse. Para depois descobrir que a história em si está acima da expectativa que ele causa. Catherine Fisher acertou no ponto. Universo riquíssimo, instigante, curioso e belíssimo.
A história começa nos apresentando Finn vive em Incarceron. A prisão que é um mundo. Imenso, repleto de lugares desconhecidos. Feita de ferro, aço e metal, mas que abriga pessoas, animais, grandes florestas de cobre. Cheia de alas e passagens secretas. Finn acredita que nasceu no exterior, sua memória é falha e toda vez que ela ameaça a voltar, com fleches do que parecia uma festa de aniversário ele sente náuseas e dores terríveis. Finn sobreviveu graças a Keiro, seu irmão juramentado. Gildas, o velho Sapiente acredita em Finn e acredita que as visões o levarão para fora de Incarceron, mas ninguém jamais fugiu. Exceto Sapphique, que as pessoas consideram mais lenda do que verdade. Foi durante uma emboscada que Finn conhece a Mestra, uma mulher que reconheceu a estranha tatuagem no pulso de Finn e graças ao cristal, a chave encontrada com a Mestra, Finn, Keiro e Gildas terão a chance de escapar. Fugindo e lutando pelos corredores negros de Incarceron. O que eles não imaginam é que a prisão é muito mais do que um mundo, é um ser, com sentimentos terríveis e vis, surgido inesperadamente e agora incontrolável.
Do outro lado conhecemos Claudia, a filha do Guardião de Incarceron. Claudia luta para descobrir os segredos que o pai tanto esconde e sonha em fugir para Incarceron, o "paraíso" criado há tantos anos pelos Sapientes, para abrigar e reeducar os criminosos e bandidos do reino. Em sua busca Claudia descobrirá muito mais do que sonhou, algo que pode mudar não só o seu futuro, como o Reino inteiro.
A premissa é essa e a narrativa de Catherine Fisher nos envolve desde o primeiro momento, com suas descrições precisas e uma ambientação sombria, charmosa e incrivelmente nítida. O universo criado pela autora é fascinante. Um lugar onde baniram a tecnologia e obrigaram as pessoas a viverem como no século XVIII. A história flui tão bem que quase li o livro de uma vez só. A autora desenvolveu e entrelaçou as duas partes da trama com muita habilidade. Os capítulos alternando o ponto de vista de Finn com Claudia ficou perfeito e deu ritmo a trama, mantendo a história sempre em movimento.
Os elementos criados pela autora são todos interessantíssimos. Meu sonho viver em um mundo daquele. Os cenários são todos belos e fiquei curiosíssima com o restante do mundo. Afinal apenas aquele país tinha decidido viver assim ou todo o mundo? Os personagens são outro ponto forte da história. Claudia é ótima, inteligente, perspicaz e com seu raciocínio rápido a trama estava sempre se desenvolvendo. Finn é bastante curioso. O garoto ora aparenta vontade de lembrar ora não. Suas dúvidas são muitas, mas gostei dele. Mal posso esperar para ver ele e Claudia juntos no próximo volume. O final foi surpreendente e complexo, com reviravoltas impossíveis e um desfecho tenso, que deixou uma promessa no ar.
Leitura rápida, instigante, tensa e emocionante. Seja pela triste história de Finn, seja pela fascinante Incarceron. Tantas perguntas e tantas possibilidades. O futuro de Finn não será fácil. Catherine Fisher criou uma história única e extremamente criativa, inovadora. Incarceron sem dúvidas é um cenário que renderia um filme ou uma série perfeita, não só pelo visual, mas pela história poderosa. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/02/resenha-incarceron.html