John 01/09/2013
O Diário de Litat
Bem, essa será uma resenha difícil de fazer. Por alguns simples motivos, o livro é bem filosófico, faz você pensar sobre a vida, sobre o amor. Ele é bem pequeno (270 páginas), mas a história dele é tão grande que começa aproximadamente em 1800 a.C. e acaba em 2011 d.C. A história se passa muito rápido, as coisas acontecem no vulto, olhando a sinopse eu não sei o que é spoiler e o que não é. Então se eu revelar coisas que não deveria e essa resenha ficar muito grande, me processem, não fique cansado de ler e vá até o fim.
O bem e o mal sempre existiram, seja por meio dos atos dos homens, ideologias, fanatismos, seja na imaginação fértil: anjos, demônios, vampiros e bruxos... O livro já começa assim, bem filosófico como eu disse, explicativo, detalhado. No prefácio temos uma “carta” de Litat Dmefinos, explicando como será o livro: “O Diário de Litat descreverá a força do mal nos atos mais odiosos praticados pelas mãos dos homens, e também o quanto o bem é protetor e forte para enfrentar até mesmo os piores atos praticados.” “Serão descritas nessa obra, as várias formas de manifestações do amor”.
Quando o livro começa, ele vai explicando como é aquela época, como as pessoas vivem, os costumes, isso faz o leitor entrar no universo do livro logo de cara. “De séculos em séculos os deuses da chamada harmonia natural da terra, o Deus do Bem e o Deus do Mal, escolhiam seus representantes perpetuando dessa forma o eterno duelo entre o bem e o mal”. Essa “guerra” entre o bem e o mal é muito importante na história. Aí entre uma das características da Literatura Barroca, o culto do contraste: Esse duelo entre opostos como carne/espírito, pecado/perdão, céu/terra, bem/mal... E eu achei isso legal, existem vários livros atuais com características da literatura clássica, e é uma coisa que não costumamos perceber.
Conhecemos Bnus e Qeb, a principio eu pensei que eram crianças, por causa do amor puro e inocente que um tem pelo outro. Mas depois descobrimos que eles tem aproximadamente 20/21 anos. Em um campo aberto, forrado por um pasto verde, eles faziam juras de amor um para o outro. “Dividirei você com o sol, pois de ambos vocês meu corpo necessitará.” – Bnus para Qeb. “Não precisarei do sol, pois sei que encontrarei calor em seus braços.” – Qeb e Bnus. É muita troca de amor. Um amor lindo e puro.
Mas nem tudo é flores. O Deus supremo manda Rum, Deus do Bem, tomar conta do vilarejo em que Bnus e Qeb moram. E o deus do bem tem que escolher um representante, pra que? E adivinha quem ele escolhe? – Qeb – Ele (Rum) chega perto do casal apaixonado e manda logo o papo. “Eu sou Rum, escolhido pelo Deus Supremo para proteger esse vilarejo e a vida de todos que o habitam, procuro um ser repleto de amor e esperança [...] Já sabem que não poderão recusar o meu pedido”. Se no caso eles recusarem a ir com o “Deus do Bem” eles seriam exterminados da face da terra e suas famílias também.
Depois de uma rebeldia de Bnus para defender Qeb, a ingrata manda essa “Meu amor, você sabe o quanto eu te amo e o quando desejei estar eternamente ao seu lado, que minha vida não teria sentido, pois não suportaria um segundo longe de você”. “Porém nós sabemos que nem eu, nem você podemos recusar”. E ela – Qeb – se oferece ao Deus Rum como oferenda pelo amor que sentia por Bnus (Seria melhor morrer, só acho).
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Enquanto Qeb foi levada para uma gruta onde deveria ficar em repouso por sete Luas, para depois receber os dons e ser batizada com a luz divina. Bnus é só choro. Andava para lá e para cá sem rumo, acabou achando um lugar para descansar – um lugar tomado pelas forças do mal. Nessa parte do livro ele acha outra garota que se apaixona por ele, mas o coração dele ainda é de Qeb. Como ele está cheio de ódio pelo Deus do Bem, toma uma decisão um pouco idiota, se oferece para Irdasofeu, o Deus do Mal – antes disso acontece um monte de coisas, mas não vou contar – ele acaba sendo escolhido. E uma hora ele terá que lutar com Qeb.
A sacerdote do Bem, quanto mais bem fazer, mais viverá. O sacerdote do Mal – que tem o seu nome mudado e as memórias boas apagadas – quanto mais mal praticar, mais viverá. E se recusar-se a fazer algo é envelhecido vários anos. Na hora da luta entre Qeb e Nusva – Bnus o apaixonado, não existe mais, ou quase não existe mais – bem eu não contarei o que acontece com os dois, mas se você ler a sinopse com atenção, consegue perceber o que acontece com os dois.
Litat, neto de Bnus e Qeb, é o descendente dessa história. O autor também conta a história dos pais de Litat – que é um menino – mas acho melhor deixar uma capa da invisibilidade em cima deles, para deixar um clima de suspense. Bem depois que os pais de Litat morrem de causas naturais – ou não. Litat fica sozinho no mundo, já sabendo o poder que possui – que foi herdado dos avós – viaja para um lugar muito estranho, com costumes muito diferentes dos dele. Acontece muitas coisas neste lugar também, mas não direi porque estamos quase no final do livro.
É um livro muito emocionante, passa a essência do amor para todas as pessoas. Como diz J.K.Rowling: O amor é a arma mais poderosa de todas. Essa foi a ideia do autor, passar todos os tipos de amor para os leitores. O amor dos pais para com os filhos, do homem para com a mulher, amor de todos os jeitos e formas. Amor, amor, amor!!! Nesse livro você irá aprender que o amor é maior do que o bem e o mal. Não se engane com a capa desse livro, o livro não é infantil, eu pensei que era e acabei quebrando a cara. Mas de qualquer forma eu amei esse livro e recomendo para todos.
A edição da Novo Século como sempre está muito boa, só me incomodou um pouco que algumas folhas estão bem tortas. Só achei dois erros: Bnus escrito Buns e você sem o acento. Folhas amarelas, a capa passa a impressão de livro infantil, mas é melhor não se enganar. É um livro que tem pouco dialogo e mais ação. Diagramação está média. Os capítulos são numerados. Pontos Negativos: É um livro pequeno em que acontece muitas coisas. E isso algumas vezes deixa o livro um pouco lento.
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