Mil e Quinhentos

Mil e Quinhentos Alan Oliveira




Resenhas - Mil e Quinhentos


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Joshua 16/01/2013

A Ideia certa executada de Forma errada.
Este livro foi gentilmente cedido como cortesia pela Editora Gaivota - selo da Editora Biruta, e que possui um catálogo voltado para o público infanto-juvenil. Eu estava com grandes expectativas para o livro, mas após terminar a leitura, minhas expectativas não foram alcançadas, e talvez minha opinião final do livro não seja tão animadora.


O livro possui um começo espetacular. Os portugueses estão no litoral brasileiro, um grupo na verdade, esperando que navios retornassem e os levassem de volta para Portugal. No entanto, um ataque indígena da tribo dos tupinambá cai sobre o grupo de portugueses, e quase nenhum consegue se salvar... e entre os indígenas há um... europeu. - é uma espécie de prólogo que te prende já no início da leitura.

Então a narrativa dá uns passos para trás no tempo e conhecemos os dois irmãos Scalfi, órfãos, Bruno e Rafael, que viajam a esmo por toda a Europa, após um passado trágico ter caído sobre a família. Como rapazes ainda jovens e ingênuos, ao saberem que Pedro Álvares Cabral está indo em direção às Índias com uma grande frota para firmar comércio entre as duas nações, os irmãos Scalfi não perdem tempo e tentam arranjar um jeito de fazer parte da tripulação de uma das naus. Então eles conhecem o jovem francês Jean Marc, um rapaz um tanto estranho e malandro, que guia eles pelo caminho fácil até á tripulação. Logo os três se tornam grumetes, ajudantes do que for preciso nos navios em alto-mar.

Só que no percurso a frota de Pedro acaba se perdendo - "se perdendo" - e eles acabam em uma terra estranha, onde nativos, selvagens, índios surgem para saudá-los. Bruno não pôde sair do navio por estar ferido após uma briga com homens violentos da tripulação, mas Rafael e Jean - agora um ajudante de um astrólogo - pisam no que viria a ser Brasil e comemoram juntos com o resto dos homens que viajaram pelo mar revolto e furioso. Então Pedro decide retornar com sua frota para continuar sua viajem até as Índias, com uma mensagem enviada até Portugal sobre as novas descobertas... só que Rafael desapareceu, e seu irmão Bruno chora por perder a única pessoa que o mantinha ligado á família.

Alan Oliveira tinha uma grande história em mãos e a deixou escapulir de forma muito rápida, perdendo o controle de todo o enredo da obra. O autor estava consolidando uma ótima história no começo, e na metade ele começou a acelerar a narrativa, se esquecendo de alguns personagens, e caindo em pequenos clichês, que sinceramente, chegam a impedir a leitura e fazendo com que perca ainda mais o ritmo. Não quero dizer que a obra é ruim, mas a ideia era muito boa - juntar ficção com fatos históricos - e o autor não soube tirar proveito de tudo o que tinha.

Foi o que aconteceu no livro A Ilha Perdida de Maria José Dupré, um ótimo livro, mas que peca ao contar sobre a história de dois irmãos que se perdem e se separam em uma estranha ilha, e frisar em apenas um deles, esquecendo o outro. Mil e Quinhentos cometeu o mesmo. Rafael simplesmente desaparece da metade do livro pro final, e apenas no último capítulo surge de forma muito mal explicada, sobre suas escolhas e decisões.


Talvez a explicação para toda essa decadência da história seja o pequeno número de páginas que o livro possui - cerca de 100 no mínimo. Alan poderia ter explorado ainda mais seu enredo criativo, criando mais personagens e se aprofundando em toda a história. Mas infelizmente, foi o contrário.

A leitura foi divertida, leve e simples, apesar de eu ter esperado muito mais. O trabalho gráfico da editora, como sempre, está impecável, e a diagramação muito bem feita. Algumas páginas dos livros são embelezadas com ilustrações feitas por Jean-Baptiste Debret e Hans Staden, e tornam o livro um pouco mais aventureiro. Ao final da obra você poderá encontrar um glossário e uma linha do tempo dos acontecimentos mais importantes que ocorreram em 1500 e nos anos posteriores.

Por último digo que a obra poderia ser reescrita, é claro. O autor, Alan Oliveira, tem talento e eu acredito que ele ainda vai longe, e espero ler mais outros livros dele.

OBS - O livro deveria se chamar Mil e Quinhentos - O Ano do DESCOBRIMENTO ao invés de Mil e Quinhentos - O Ano do DESAPARECIMENTO... Mas acho que isso foi um trocadilho intencional do autor, e que de uma ótica, caiu bem.
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Samantha 21/07/2013

Bruno e Rafael Scalfi são irmãos que viajaram para Lisboa em busca de aventuras, queriam conhecer o mar. Chegando lá, os dois fizeram amizade com Jean Marc, um garoto francês e juntos conseguiram um lugar na tripulação de Cabral que viajaria para as Índias. Os irmãos se meteram em confusão, e Bruno ficou machucado depois de uma briga com homens da embarcação.

Os navegantes souberam de boatos que haveriam terras a sudoeste, então decidiram mudar um pouco o curso da viagem e verificar se isso era mesmo verdade. Assim chegaram ao Brasil, fizeram contatos com os índios e começaram a investigar esse povo.

Bruno estava muito bravo, pois, devido ao seu machucado não pode sair no barco, apenas Rafael explorou as terras brasileiras. O navio partiu e então perceberam que Rafael não estava a bordo, teria desaparecido?

Onde poderia estar?

Mil e Quinhentos é uma leitura rápida, que mostra a vida da tripulação a bordo de um navio, os trabalhos e como são tratados. Ficamos por dentro de todas as etapas do descobrimento do Brasil, os desafios, os pensamentos dos Portugueses sobre os indígenas, entre outras coisas. A história do desaparecimento é revelada bem no final, que é muito surpreendente e emocionante.

A narrativa de Alan está de parabéns, é envolvente e leve, nos permite refletir sobre o que está acontecendo em cada cena. Passamos a conhecer os personagens bem no comecinho, o jeito de cada um é bem diferente e real, não é fantasioso como em alguns livros, personagens que não tem defeitos não rola.

Durante a trama vi que os irmãos sofreram algumas mudanças, eles não acabaram o livro como pensei que acabariam, principalmente Bruno. Também, com tantas reviravoltas em um ano e meio de viagem nas caravelas, eles mudaram sua forma de pensar.

A história trata de um assunto mais profundo do que apenas o descobrimento, fala de sentimentos, de desafios, de perdas e de como os irmãos Scalfi lidaram com isso, cada um de seu jeitinho. É emocionante!

site: http://sopramenores.blogspot.com.br/
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Helana O'hara 16/10/2016

Mil e Quinhentos , Alan Oliveira
Mil e Quinhentos, é livro bem fino. Tem cerca de 100 páginas, ele não tem capítulos, porém é um livro bem dividido. O livro ainda conta com ilustrações maravilhosas, adaptadas de Jean-Baptiste Debret e Hans Staden.
Outra coisa que me chamou muita atenção são as cores do livro em verde e vermelho.

Mil e Quinhentos, conta a história dos irmãos Rafael e Bruno Scalfi, que depois de perder os pais, precisam se apoiar um ao outro e viver a vida como podem. A procura de trabalho os meninos decidem virar ~marinheiros de primeira viagem~e embarcam na frota de Pedro Álvares de Cabral, inicialmente rumo a África. Eles fazem amizade com outro rapaz Jean Marca que também embarca na aventura.
Aventura começa cedo, mar aberto, muitas novidades. Bruno se machuca feio em uma briga o impedido de administrar sem afazeres.
Já rumo as novas terras, misteriosamente, Cabral se dá conta que estão num novo local, onde índios habitam, uma nova descoberta para os Portugueses.
Foram dias de aventura e descobrimento de fato, os índios e portugueses trocaram lembranças, exploraram o local. Inclusive Rafael.
Na ida de volta, Bruno se dá conta que seu irmão não está na embarcação.
O que aconteceu com Rafael? Morreu? Desapareceu?
Foram anos para Jean Marc e Bruno descobrirem a verdade.

Mil e Quinhentos é uma leitura divertida e muito leve.
Mostra os trabalhos em uma embarcação, como a tripulação era tratada, como eles sabiam onde estavam e o que poderia vir.
Um livro com um pouco de ficção que enche nossos olhos com uma boa leitura.
Apesar de ser ficção, acho que alguns pontos reais na história deixam o livro muito interessante.

Apesar do livro ser fino, a passagem de tempo que autor colocou na obra foi feita de maneira natural, o leitor acompanha rapidamente o crescimento dos personagens sem levar susto algum.
Com toda certeza, Mil e Quinhentos é um livro que vale a pena ler,uma ótima leitura para qualquer idade.

site: http://intheskyblog.blogspot.com.br/2016/10/opiniao-mil-e-quinhentos-alan-oliveira.html
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Driely Meira 15/11/2017

Interessante... Mas eu esperava mais.
Pouco depois de chegarem a Lisboa, os irmãos Bruno e Rafael Scalfi acabam embarcando numa das várias naus de Pedro Álvares Cabral em direção às Índias. Órfãos desde que os pais foram assassinados, os meninos só tinham um ao outro, e perdidos como estavam, precisavam de um propósito. Ou de uma espécie de emprego. Tornar-se marinheiro numa expedição como a de Cabral era como alcançar ambos os objetivos numa vez só.

Eles estão por perto quando as embarcações de Cabral “descobrem” uma terra a qual eles denominam Novo Mundo, e estão por perto quando os portugueses fingem amizade com os índios. Mas quando as naus estão retornando para Portugal, após poucos dias ancoradas no litoral brasileiro, Bruno percebe que o irmão ficou para trás, e sem ter como voltar para busca-lo (até parece que os navios dariam a volta para buscar um simples ajudante dos barcos), o mantém em sua memória por quase trinta anos, na esperança de vê-lo outra vez. O que será que acontecera com Rafael?

Estavam felizes. Eram jovens, destemidos, e giravam no centro de um mundo curioso e febril. E, o mais importante: embarcariam em breve para as distantes e exóticas terras das Índias. – página 18

Quando li a sinopse de Mil e quinhentos, a tinha achado muito interessante, principalmente porque o subtítulo do livro é O ano do desaparecimento. Desaparecimento de quem? O que será que iria acontecer neste livro, onde Álvares Cabral e Vaz de Caminha não eram protagonistas, e sim os dois irmãos? Irmãos estes que possuíam personalidades diferentes, o que me fez gostar imediatamente de um e não gostar tanto do outro.

Bruno é do tipo briguento, mente fechada e mais crente na teoria de que todo mundo que não era cristão na época ou vivia à lá europeu era selvagem. Quando o livro pula para quando ele já está em seus quarenta e poucos anos, podemos ver que ele não passa de mais um crente de que os índios não eram nada mais do que animais selvagens que poderiam ser usados pelo benefício de Portugal e das outras potências europeias. Já Rafael era do tipo mais sensível, curioso e aberto para novas aventuras. Quando ele desapareceu, tive uma teoria a respeito de seu sumiço, contudo, só descobrimos o que realmente aconteceu com ele no final do livro.

Um personagem que merece muito destaque é o jovem Jean Marc, amigo dos irmãos. Fora ele quem os ajudara a fazer parte da expedição, e é ele quem ajuda Bruno a procurar pelo irmão desaparecido. Ele também é o personagem mais inteligente e interessante da história, um dos poucos que conseguem ver o que Portugal realmente está fazendo com as terras que, aparentemente “descobriu”, e que consegue se colocar no lugar dos índios. Por esse e outros motivos, ele foi o meu personagem favorito.

Pago um preço por enxergar além da mediocridade na qual se esconde a maior parte dos homens. Enxergo, por exemplo, que nós somos os invasores; eles, os donos das terras invadidas. – página 95

Eu gostei deste livro, a história é bem bacana e os personagens foram bem construídos. Mas é muito curta, de maneira que as coisas acontecem rápido demais e com pouco desenvolvimento. O livro tem menos de 100 páginas (contando com ilustrações muito bonitas ao longo das páginas), e as folhas são bem grossas, então aparenta ter muito mais. Então, apesar de eu ter gostado do livro num geral, não foi uma leitura totalmente envolvente ou instigante. Acho que se o livro fosse maior, o autor teria explorado melhor os acontecimentos acerca do desaparecimento de Rafael e de como Bruno acabou se tornando quem é, e, como consequência, Mil e quinhentos seria mais rico e envolvente.

Não o descarto como leitura, porém. É interessante e inteligente na maioria dos pontos, só faltou um pouco mais de atenção da parte do autor aos detalhes e desenvolvimento da trama.

site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br
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