Narciso e Goldmund

Narciso e Goldmund Hermann Hesse




Resenhas - Narciso e Goldmund


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otxjunior 10/08/2012

Narciso e Goldmund, Hermann Hesse
Fascinante como Hesse aborda a dualidade humana e provoca uma série de questionamentos no leitor: A vida deve ser restrita ao campo espiritual e nossas ações devem ser sábias e serenas ou devemos obedecer nossos instintos e sentidos para assim conhecermos o melhor (e pior) que a vida tem a oferecer?
Acompanhamos a trajetória de Goldmund, que parece estar sempre receoso em relação às escolhas que deve tomar. Insatisfeito no estado em que se encontra, ora vivendo como um burguês, ora como um andarilho. Gozando das paixões das mulheres ou queixando-se da transitoriedade dos romances. Todas essas experiências moldam o ser tridimensional que é Goldmund e é prazerosa a leitura das passagens de autoconhecimento e amadurecimento da personagem.
Porém, alguns trechos do livro são carregados de afirmações machistas. O que incomodou bastante. As mulheres são apresentadas como pessoas incapazes de estabelecer uma conversa intelectual e de tomar decisões por si mesmas. Muitas vezes surgindo rasas e desinteressantes, com a função de (apenas) expor alguma nova faceta do protagonista. Portanto, apesar da relevância do tema principal, a obra parece um pouco datada quando foca demasiadamente na personagem-título, enquanto as demais soam pouco naturais.
Cris 04/12/2012minha estante
Não acho que seja machismo, apenas a retratação da realidade da época, uma vez que os fatos relatados aconteceram na Idade Média.


Kiki 08/03/2013minha estante
Concordo com você. Alguns trechos também considerei bastante machista; mas é um ótimo livro.


Sara 16/04/2015minha estante
Essa visão das mulheres de fato incomoda. Mas é uma visão de uma época, e nesse aspecto Hesse não foi além. Ecoou a visão de sua época. Entretanto, em muitos outros aspectos o autor vai muito além de sua época, é realmente brilhante. O livro é incrivelmente atual, e aborda as mesmas angústias por que se passa hoje em dia.




Tiago 28/07/2012

Essência
Como todo livro de aventura, cada página virada é um lugar novo que conhecemos ou pessoas que vão aparecendo dos vilarejos, florestas e bosques por onde o jovem Goldmund vai passando. Também como toda história de peregrinação, uma busca pelo auto conhecimento.
Hesse nos mostra que por mais lugares estranhos e comuns que o jovem conheça, por mais variadas as suas experiências e por mais maduro que ele fique ao longo de sua caminhada, a sua essência permanece quase,ou totalmente intacta.
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Rafael 20/06/2012

Um dos livros mais sensacionais que eu já li até então.

Primeiro lugar, acho se mais pessoas lessem esse livro, certamente não haveria tanto fanatismo religioso como existe. Não que ele seja um livro ateísta, pelo contrário, ele até fala bastante de deus e religião. Mas ele preza a idéia de que se "deus" criou o ser humano da forma como ele criou, com sentimentos, com prazeres e liberdade de fazer o que bem entender, porque a religião em geral prega a necessidade de ser casto e viver enclausurado numa cadeia de regras e dogmas?

Outra coisa que o livro faz pensar muito, é em como a vida é inconstante, de como tudo muda a todo tempo, de como tudo faz parte de um ciclo. Não existe nada que seja inalterável, livre de mudanças. E que se deve duvidar sempre, inclusive do que é "certo". Sempre é bem vindo questionar, pensar por si próprio, não seguir a cabeça dos outros por mero comodismo.

Pra quem gosta de ler obras que te façam crescer (espiritualmente, ou como pessoa mesmo), recomendo de olhos fechados essa puta obra. Me fez ver muita coisa com outros olhos. Valeu, mestre Hesse!
Ricardo 15/11/2012minha estante
Narciso e Goldmund constituem arquétipos de opostos que se atraem com um pseudo-magnetismo. O dilema que se instala entre os dois temperamentos é imagem de marca do autor. Contudo, ele possui a fantástica capacidade de fundi-los numa sinopse que assenta, em grande medida, na filosofia taoista. Nesta obra é notória a presença ideológica de Carl Gustav Jung. Tendo como cenário um convento da Europa Central, são os sonhos das personagens que conduzem o fio da meada de uma história que evoca as noções de inconsciente colectivo, individualização e outras concepções de Jung.



José Frota 17/05/2018minha estante
A religião não prega viver enclausurado numa cadeia. Cada um escolhe como quer viver uma vocação. Se um prefere constituir família, então segue a vocação matrimonial. Se um é chamado a missão e pregação, então poder um leigo ou religioso de vida ativa. Se um é chamado a uma vida de comunidade e oração, então procura uma ordem monástica. Mas cada um deve ser feliz e realizado naquilo que escolhou. E cada um escolhe livremente. Tanto que no código de direito canônico diz claramente que não é válido um matrimônio, ordenação ou profissão dos votos em que a pessoa seja forçada. Sobre a castidade ela não se resume apenas na falta de sexo. Por exemplo: os casais são chamados a castidade, no caso deles sendo fiéis um ao outro. Todos são chamados a santidade, cada um no seu estado de vida. Livre.




Katja 26/07/2010

Parescencias
O Livro segue a mesma linha dos demais. A eterna dualidade em cada ser humano, porém nesse livro o foco central são as relações de amor e luxúria. Senti um pouco que a relação entre os dois personagens fica muito distante em boa parte do livro focando somente no Goldmund. O foco mais interessante do livro são os diálogos entre os dois, como a marca do autor, extremamente filosoficos.
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Têco 14/08/2009

Grande obra, dentre as melhores do autor e de que já li, fantástico
Mais uma excelente obra de Hesse: Escrita depois de “O Lobo da Estepe” e antes do seu último livro “O Jogo das Contas de Vidro”, também é uma estória encantadora e que dá um gostinho de querer conhecer-la e aprofunda-la principalmente aos amantes da literatura do autor, ou seja, deslumbrante é o conhecer deste livro. Envolve questões de autoconhecimento, liberdade (auto-encontro com o seu verdadeiro ser e destino, “missão”, utilizando-se conceitos da psicologia Jungiana para descobrir-se, em busca da “felicidade”, existindo também aliado aos ensinamentos cristãos ocidentais, budistas e taoístas orientais, envolvendo superações pessoais, físicas e espirituais; inquietações e dúvidas dos personagens principais, mas sempre no sentido de “rompimento”, superação, sempre em busca de si próprio e com o respeito ao outro, que no caso, mesmo sendo oposto pode também ser amado e admirado, e Goldmund de frente ao mundo, este era seu caminho de descobertas e “realização”, ser quem é, mostrar o lado, potencial divino, para se e o encontrar, diferentemente de Narciso que era com a vida nonacal), amizade, amor, sexo, morte, família, sociedade, degradação dela, pestes e holocausto, ministério das religiões mais propriamente o cristianismo e a vida monacal, com pitadas de filosofias e sabedorias taoísta e budista e a descoberta de suas sabedorias intuitivamente pelos personagens, Goldmund através do empirismo (pra levar pro caminho da arte) e Narciso pelos seus estudos, formação e aptidão (pra levar ao caminho de liderança, organização).



E a saída do prazer, horror e desespero, era a transcendência, o “espírito”, ser quem é, realizar a si, no caso de Goldmund a arte.







É uma prévia de seu último livro (o fim deste livro revela isso), em que João Servo vive uma vida serena, de desprendimento e crescimento, auto-aceitação, “resignação”, contentamento e sabedoria, que o autor teve nos últimos anos de sua vida.







Amizade entre opostos, mas que tem algo em comum e elevado, a vida, o espírito, maior, de Deus, plenos em suas vidas e caminhos, sendo quem eram de verdade e nas “realizações”.
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