Hemy Gomes 29/06/2019
O coração é livre, ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono.
A Escrava Isaura é uma história que tem como protagonista a jovem Isaura, uma menina mestiça, filha de mãe escrava e de pai feitor, muito bela e prendada, cheia de habilidades e que foi criada como uma filha pela antiga sinhá da fazenda de onde morava. Após falecimento do pai de Leôncio, senhor da fazenda em Campos dos Goytacazes, Isaura fica sob os cuidados do jovem herdeiro da fazenda. Leôncio nutre uma paixão e desejos libidinosos e violentos por Isaura e faz de tudo para mantê-la como escrava, ignorando o pedido da mãe pela alforria de Isaura, o dinheiro da alforria conseguido pelo pai de Isaura e o chilique da esposa, Malvina, que ameaçou ir embora ao descobrir o que o marido sentia por Isaura.
Tentando resolver os problemas, Leôncio manda Isaura para a senzala, mas ela consegue fugir para o Recife com seu pai, Miguel. Vivendo fugida com o nome de Elvira, ela busca se inserir na sociedade e vai a um sarau acompanhada de Álvaro, um nobre rico que acaba se apaixonando por ela. Depois de surpreender a todos com sua beleza e talento, Martinho acaba descobrindo o segredo de Isaura e quer entregá-la para a polícia. A partir daí, Isaura passa por altos e baixos, desejando a morte (que seria a única coisa capaz de livrá-la de sua sina) e com seu destino oscilando entre voltar para as mãos do nojento Leôncio ou de ser salva por Álvaro, a quem ela ama e que é capaz de sacrificar tudo pelo amor que tem por Isaura.
Cheguei sem expectativa nenhuma (ok, talvez só um pouco, obrigada professora!) pra esse livro, pois estava lendo pra escola e acabei me surpreendo! A história flui muito rapidamente (tanto que no capítulo 10 já tem uma reviravolta enorme) e tudo que acontece é bem explicado e coerente. Adorei as intervenções do narrador que sempre para a história em algum trecho marcante para explicar algo necessário pra compreender a história, descreve bem os personagens psicologicamente e fisicamente e tem ótimos comentários que interagem com o leitor.
Queria deixar um destaque para o capítulo 13 que foi onde o autor mais demonstrou o bom humor que sempre esteve presente na história através dos estudantes que ficam zombando uns dos outros. No fim, o que houve com Leôncio foi totalmente merecido, assim com o de Isaura e Álvaro. A única coisa que eu não gostei muito foi o final porque apesar de ter sido chocante, tudo o que pode ter acontecido depois fica para a imaginação do leitor. Fora isso, a história foi maravilhosa e é um clássico muito simples de ler, apesar de algumas palavras mais rebuscadas que não atrapalham o entedimento.
Nota 4,5 de 5