A Escrava Isaura

A Escrava Isaura Bernardo Guimarães




Resenhas - A escrava Isaura


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Taíla 12/06/2018

Para a gente pensar
Talvez você já tenha ouvido falar sobre Isaura, a escrava branca em alguma aula de literatura ou até mesmo viu a novela da Globo (1976), com Lucélia Santos, ou na Record (2004) com a atriz Bianca Rinaldi como Isaura.

Então, filha de uma escrava mulata e do capataz Miguel, um homem branco, que trabalha na fazenda do comendador Almeida, Isaura ficou órfã logo cedo pois sua mãe sofreu muito com o assédio do comendador, negando suas investidas e tendo sido punida com trabalhos e castigos até a sua morte. Sue pai tentou defender a criança e comprá-la do seu senhor, sem sucesso e ainda foi demitido de sua função.

Isaura foi criada pela esposa do comendador com todo o mimo de uma verdadeira filha. Recebeu educação e de uma verdadeira senhora. Já adulta e com a sua senhora falecida Isaura é companhia da sua nora Malvina, casada com Leôncio. Este e outros personagens da história ficam encantados com a beleza da moça e a querem para si.

A história se passa com Isaura tentando fugir do assédio cada vez mais forte de Leôncio e passando por muitas dificuldades por isso e, como em todo romance, aparece um mocinho nessa história para salvar a nossa donzela, mesmo não sendo tão fácil como parece. Já que se trata de um período de escravidão onde os senhores podiam fazer o que bem entendessem com seus escravos que não eram considerados pessoas, mas uma propriedade.

Ao ler esse livro, você deve ter em mente que ele foi escrito em 1875, onde a escravidão era algo ainda real no Brasil. Então Isaura ser uma escrava branca e, talvez por isso causar tanta comoção nas pessoas, foi a forma que o autor encontrou para chamar a atenção do público da época a perceber os horrores da escravidão.

Muitas das obras antigas, se lidas no contexto social de hoje não se aplicam mais, mas lermos os clássicos nos ajuda a entender o nosso passado e o contexto social de diferentes épocas. Como um romance e por ser de época fiquei surpresa por me ver tão interessada no que ia acontecer com a moça, porque nem na literatura a lei ajuda os oprimidos, minha gente. Interessante para a gente refletir e curioso pelo plot twist do final, digno de clássicos do cinema.

site: https://www.prateleirasemfim.com.br/posts/livros/a-escrava-isaura-resenha
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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Libelo Antiescravagista
A Escrava Isaura", romance de Bernardo Guimarães, foi publicado pela primeira vez em 1875 em plena campanha abolicionista. Narra as desventuras de Isaura, uma escrava mestiça, vítima de seu senhor, Leôncio, a personificação do mal. Numa linguagem simples, digna de um bom contador de casos, o autor faz um belo retrato da época cujo maior mérito é transmitir o ideal abolicionista.

Porém, o sofrimento dos escravos é apresentado de forma bastante idealizada, logo, a comparação com o livro "A Cabana do Pai Tomás" de Harriet Stowe, frequente na época, hoje em dia, é considerada um exagero. O assunto fica restrito a poucos comentários e Guimarães foi muito cuidadoso, não pretendia polemizar com o público mais conservador, conquistando o apoio à causa através das perseguições do vilão à protagonista.

Aliás, tendo como pano de fundo o poder oligárquico, sua trama rocambolesca, bem ao gosto romântico, apresenta uma descrição de Isaura bastante curiosa: uma beleza branca e pura, sem nenhum traço africano, e que, educada, não denuncia sua condição de escrava. Sem dúvida, polêmico e preconceituoso, esse é o recurso escolhido pelo escritor, para torná-la empática à sociedade da época.

Entre as inúmeras adaptações que a história recebeu, vale destacar a telenovela realizada pela Rede Globo em 1976. Tendo como protagonista Lucélia Santos, conquistou um enorme sucesso em muitos países onde foi apresentada.

Boa leitura!
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Caderno de botas 20/10/2018

Pele branca
Mostrar uma escrava com pele branca deve ter sido um choque lá pelos idos de 1875. Uma ousadia que, certamente, inspirou a empatia dos mais insensíveis, abrindo muitos questionamentos sobre o direito de possuir um outro ser humano como objeto.

site: http://cadernodebotas.blogspot.com/2018/10/a-escrava-isaura-bernardo-guimaraes.html
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Gramatura Alta 21/10/2018

http://gettub.com.br/2018/10/21/a-escrava-isaura/
O romance mais famoso de Bernardo Guimarães, que poderia ser classificado como uma novela, escrito em 1876, doze anos antes da Lei Áurea, divide opiniões quanto à mensagem que desejava transmitir. Alguns defendem que era abolicionista; outros, que era racista; outros ainda, que foi uma forma de o autor chamar a atenção das leitoras da época para a injustiça da escravidão. Não há como ter certeza, é algo interpretativo. Eu, pessoalmente, prefiro acreditar na terceira opção, uma vez que, realmente, muitas mulheres, que era o público que consumia livros, deram-se conta de como os negros eram tratados. Mas também não há como negar que existem vários trechos onde Guimarães compara os maus tratos a Isaura como algo pior do que se fosse feito com um negro. E o fato da vilã ser uma negra, contra uma branca, também é complicado. Pode ser um problema do racismo velado? Pode. Ou não.

Acho que poucos não conhecem a história de A ESCRAVA ISAURA, principalmente por causa da novela da Rede Globo, exibida quatro vezes na televisão, exportada para mais de 150 países, e que pode ser vista em formato compacto no Youtube. Após a leitura do livro, confesso que precisei conferir a adaptação. Não vi todos os capítulos (trinta no total), mas vi as partes mais importantes, inclusive o final. Posso dizer que é bastante fiel ao texto de Guimarães, e tanto Lucélia Santos, quanto Rubens de Falco, estão perfeitos como Isaura e Leôncio.

Mas para quem não conhece, a história, de forma bem resumida, é sobre uma escrava branca, Isaura, cujo dono, Leôncio, proprietário de uma grande fazendo em campos, Rio de Janeiro, se apaixona por ela, mas não consome seus desejos, porque é casado com Malvina. Após várias investidas às escondidas, Leôncio ameaça prender Isaura no tronco, caso ela não ceda às suas vontades. Então, Miguel, o pai de Isaura, decide fugir com ela
Para Recife, Pernambuco, até que consiga uma forma de sair do Brasil. Nesse interim, Isaura conhece Álvaro, um órfão e herdeiro de uma imensa fortuna, se apaixona por ele, mas sabe que pode ser encontrada por Leôncio a qualquer momento.

Toda a trama é bastante novelesca, o que corrobora a tese de que Guimarães escreveu com o objetivo de chamar a atenção das mulheres da época, ávidas por esse tipo de literatura. A narrativa é ágil, pouco descritiva, muita coisa acontece em poucas páginas, praticamente não existe desenvolvimento com nenhum personagem. Aliás, a forma de escrita de Guimarães, parece uma conversa informal, onde alguém conta, de forma descompromissada, um caso qualquer que conhece. Em alguns trechos, mais nos diálogos, ela chega a ser ingênua, o que não quer dizer que não seja dramática, principalmente na sua conclusão, cuja última frase é bastante cruel. E, por isso mesmo, se você tem costume de ler a última página, e não conhece a história de Isaura, não faça isso neste livro. Irá receber o maior spoiler possível.

Quando disse que quase nenhum personagem é desenvolvido, realmente não é. O livro é curto, daí chamá-lo de uma novela, e o histórico de cada personagem é contado de forma resumida pelo narrador, com informações suficientes apenas para o leitor se situar em quem é quem. Os diálogos também são usados de forma comedida, até mesmo pela personagem principal. Isaura tem pouquíssimas falas, e quase todas elas, são de lamúria. Leôncio é aquele que mais conversa e que tem um desenvolvimento maior. Mas quase tudo o que diz, é perverso, o que justifica sua fama de ser um dos piores vilões da literatura nacional. Além dele, Isaura também precisa lidar com Rosa, uma escrava negra que sente ciúmes por não ser tratada igual. Mas sua participação é mínima, embora importante.

Eu achava que a leitura seria mais demorada, mas me enganei. A forma da escrita não atrapalha, é bem mais amigável do que muitos outros clássicos, e as poucas páginas contribuem para que se chegue ao final do livro em duas ou três horas apenas. Recomendo que assistam algumas partes da adaptação no Youtube, é um bom complemento para tentar encaixar várias situações que são mencionadas brevemente no livro, e na televisão foram desenvolvidas e expandidas. Ah, e sentirão mais raiva ainda de Leôncio, com certeza.

Voltando ao que escrevi no início da resenha, sobre o tom do livro, reforço meu pensamento de que o autor desejava dar uma sacudida na sociedade através das leitoras mulheres. Sem dar spoiler, em uma determinada parte do livro, lá para o final, existe uma situação, quando é feita uma revelação bem novelesca, onde fica claro a intensão do autor de mostrar como as pessoas são preconceituosas e racistas. Quem ler a obra, vai saber exatamente que parte é essa.

Fica meio repetitivo escrever isto em toda a resenha de clássicos, mas é necessário avaliar a época em que o livro foi escrito para conseguir compreendê-lo. A ESCRAVA ISAURA é um romance leve, descompromissado, com uma pequena carga dramática, que entusiasma por suas partes onde os personagens bons são confrontados pelos personagens maus, sempre cheios de subterfúgios e planos para conseguirem seus intentos escusos. Não é complexo, mesmo porque não tem esse objetivo, mas encanta como um exemplar de uma literatura populista, que pode muito bem ser equivalente à maioria dos romances que lemos hoje em dia.

A edição que ganhei da editora é bem simples, capa clássica, páginas amarelas, letras confortáveis, com uma atualização ortográfica competente, que auxília muito na leitura. Existem alguns desenhos no início e no fim dos capítulos, além de um desenho de Isaura logo nas primeiras páginas. Aproveite o preço, está bem em conta.

site: http://gettub.com.br/2018/10/21/a-escrava-isaura/
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Raffafust 31/12/2018

ocê certamente conhece a novela, seja a que tinha Lucélia Santos como protagonista, seja a que tinha Bianca Rinaldi anos mais tarde. A história que na dramaturgia foi assistida por milhões de pessoas, até mesmo vendida ao redor do mundo, é baseada no livro de Bernardo Guimarães, e eu era mais uma que ainda não tinha lido o livro.
Isaura sempre teve a pele clara, mas por ser filha de escravos assim também a foi vendida para uma senhora que tinha uma imensa fazenda, local esse que ela foi criada e como ela gostava muito da menina e a criou praticamente como filha. Mesmo com toda educação e cuidado com ela a senhora nunca lhe deu a carta de alforria, que era o que libertava os escravos de seus donos - parece tão surreal citar isso em pleno 2018, mas como viver sabendo que pessoas se sentiam donas das outras pelo tom de pele? - , para seu azar a senhora faleceu sem assinar o documento e com isso ela automaticamente passou a pertencer ao único herdeiro, o filho dessa senhora que era extremamente malvado, sem se parecer nada com a mãe.

Isaura é filha de um português, Miguel, um homem branco que a teve com sua mãe que era escrava. O pai dela a visitava esporadicamente e juntava o dinheiro para que a filha pudesse ser libertadas, mas Leôncio, agora seu dono, não aceita alegando que está de luto pela morte da mãe. O que na verdade é uma desculpa porque ele queria Isaura, mesmo casado com Malvina que ao perceber que ele tem segundas intenções com a escrava volta para casa dos pais.
A protagonista é assediada não somente por seu dono, mas por outros homens na fazenda incluindo o irmão de Malvina, todos se encantavam com sua beleza. Leôncio irritado que ela não cedeu às suas investidas a tira de dentro de casa e manda- a para a senzala junto com os demais escravos.
Isaura fugirá com o pai onde encontrará um homem disposto a amá-la sabendo de sua condição e a respeitando, Álvaro.
Acho que todos sabemos o final dessa história, sem romantizar a escravidão, Bernardo nos deu um clássico para ser lido a vida inteira.
Se ainda não leram, aproveitem essa edição linda a Gutenberg. Já virou um queridinho da estante.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2018/10/resenha-escrava-isaura-grupoautentica.html
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Kay 01/03/2019

Por ser um livro escrito em décadas passadas....ele tem em si palavras difíceis de indentificar um siginicado mas ainda sim eh facil e gostoso de ler....eh uma leitura rápida e fácil .... demorei um pouco mais para ler mas ainda sim levaria no maximo dois dias se o começo nao fosse um pouco intediante....tem uma história de um senhor com um amor possessivo por sua "escrava" branca.....e nao quer vendela por nada ....quer que ela satisfaça seus desejos mais sem vergonhosos possíveis....depois de uma possivel e boa fuga ela encontra um rapaz com uma fortuna digna e que tem por ela um amor e respeito incrivel msm ela sendo uma escrava....ele n desiste ....o livro começa a evoluir a partir da pagina 80 a 90 ....ate lá o livro vai devagar e lento indo e voltando no passado...em conversas...nos lugares....tanto no RJ quanto em Pernambuco ....mais eu ainda esperava mais do final...mas tbm n culpo por ser um livro de época está ótimo.
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Marcelly 08/04/2019

O vício do poder
A obra “A escrava Isaura” foi publicada pelo autor mineiro Bernardo Guimarães, em 1875, e está inserida no Romantismo brasileiro do século XIX. Nela, podemos conferir elementos sociais específicos do campo, em contraposição à Corte. Assim como uma clara dicotomia entre os personagens Leôncio e Álvaro, que disputam o amor de Isaura.
Isaura é uma escrava nascida e criada na fazenda do Comendador Almeida, pai de Leôncio. Jovem, no auge de seus dezessete anos, Isaura é descrita como uma mulher única. Capaz de deixar qualquer rapaz aos seus pés por sua graciosidade e beleza, assim como despertar inveja de muitas mulheres. Ela é também educada como uma sinhazinha: sabe bordar e tocar piano, pois é criada por Ester, esposa de Almeida.
Uma característica importante para a trama é a de Isaura ser filha de uma escrava mulata e de um português, conferindo a esta um tom mais claro de pele que lhe permite acesso, sem alarde, a reuniões sociais atípicas de sua condição social. Tanto na fazenda de Leôncio, onde fica dentro da casa grande, quanto no Recife, ao ter uma rápida passagem por bailes nesta região.
O que mais me chamou a atenção na obra foi a rede de poder conferida tanto a Leôncio, quanto a Álvaro. Os dois são ricos e de famílias prestigiadas, tornando-os donos do destino de inúmeras pessoas, mesmo que a forma como isso se dá seja distinta.
Álvaro é o homem modelo de futuro do país: gabaritado, alegre, corajoso, leal, republicano e abolicionista. Já Leôncio, mantém as velhas características que vão de encontro as ideias borbulhantes inseridas e disputadas na política e na cultura social da segunda metade do século XIX. O personagem é boêmio, perdulário, covarde e cruel, usando de sua posição para galgar vontades inescrupulosas. Não é preciso muito esforço para saber quem ganha o coração e o destino de Isaura.
É uma grandiosa obra que discute abertamente o pró abolicionismo e a aferrolhada cultura que ainda conduzia a prática da escravidão. O ano de publicação é pertinente. As últimas três décadas do século XIX, foram marcadas pela defesa abolicionista em todas as camadas da população, em especial, pelo cosmopolitismo das grandes províncias e da Corte.
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Francislaine Costa e Silva 09/04/2019

Aprendi a gostar dessa historia desde pequena, sempre ao lado da minha mãe assistia a novela a escrava Isaura, sempre achei a historia muito triste e ao mesmo tempo linda, passa uma lição para levar para a vida inteira. Lendo o livro me encantei mais ainda pela historia, recomendo sem pensar duas vezes!
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Stefânea 21/04/2019

"És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano."
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A Escrava Isaura se tornou, sem dúvida, um dos livros no meu top 5 do ódio. Para mim, a leitura foi chata e maçante, difícil de terminar, livro que realmente eu não indicaria para nenhum amigo próximo. Publicado em 1876, a obra de Bernardo Guimarães visa ser um grito abolicionista em meio a uma literatura que nunca tocou nesse assunto. Contudo, na minha humilde opinião, de leitora e estudante de literatura nacional, o tiro saiu pela culatra.
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O enredo é bem simples, em uma fazenda vive Isaura, uma escrava branca e belíssima, de cabelos lisos e pele perfeita. Desde pequena, Isaura foi adotada pela dona da casa, que não tendo filha, educou a jovem escrava como tal. Lia, escrevia, cantava, tocava piano. Perfeita. Após a morte da senhora que a criou, a fazenda passa para o filho, que agora, senhor de suas vontades, mesmo casado, decide tomar Isaura para si.
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Sendo lançado no romantismo, a obra é uma história de amor. E toda trama se desenrola até que Isaura e seu amado tenham o devido final feliz, que não posso negar, é bem surpreendente. Isaura é a heroína perfeita. A princesa salva da torre, mostrando que a escravidão é ruim, e que o amor vence tudo, até a condição de sangue... SERÁ?
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Sei muito bem que a obra faz jus a sua época, e tinha um público alvo bem específico, mulheres brancas ricas, que liam e adoravam histórias de amor. Olhando por esse lado, a obra é OK. Uma história legal, com final feliz. Contudo, não consigo aceitar que considerem esse livro mais do que isso. Como chamar de "luta pela abolição", se a todo momento é dito e repetido pelo autor que Isaura só era inteligente, bonita e educada, POIS TINHA PELE BRANCA? Não dá. Entendo o período histórico, mas ao meu ver, a obra não deixa de ser racista, visto que Álvaro jamais iria olhar e respeitar Isaura da mesma forma se ela fosse negra, não importando sua beleza. Simplesmente não consigo respeitar.

site: https://www.instagram.com/resenhadora/
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Dandara 17/05/2019

"A Escrava Isaura" foi escrito em 1875, ainda durante a escravidão, mas na época em que os movimentos abolicionistas estavam cada vez mais ganhando espaço. O próprio autor, Bernardo Guimarães era um abolicionista. É uma literatura do período do Romantismo, que fica bem evidente nas características que marcaram o movimento, como por exemplo, a idealização da mulher e a descrição dos costumes da sociedade na época. O livro conta a história de Isaura, uma escrava branca - mestiça, filha de pai branco e mãe negra - e sua luta para se livrar de seu algoz, Leôncio. A narrativa do livro é lenta e cansativa, pelo menos nas primeiras 40 páginas, o vocabulário é denso e rebuscado, por se tratar de um clássico escrito no século 19.
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Keith 08/06/2019

Um pouco decepcionada
O livro retrata a história de Isaura,uma escrava filha de um homem branco com uma escrava e que teve o privilégio de ter recebido educação que era na época exclusiva para pessoas brancas.
Isaura foi criada pela senhora da casa depois que teve sua mãe morta pelo senhor da casa que ficou revoltado quando soube da gravidez da mulher. Para essa senhora, Isaura foi a filha que ela nunca teve e recebeu educação, aulas de piano e a capacidade de entender que merecia ter mais e que essa condição de escrava não era certa.

"Desd'o berço respirando
Os ares da escravidão
Como semente lançada
Em terra de maldição
A vida passo chorando
Minha triste condição."
(Pág. 8)

Eu até compreendo que esse livro pode ter sido um escândalo pelo o assunto em questão. Mas atribuo esse choque ao atraso que o Brasil sempre teve com respeito a cultura escravocata que se perdurou muito.
Me incomodou que o livro de um autor entitulado abolucionista tem como protagonista uma escrava BRANCA que consegue enganar a sociedade por ser branca e que todos os elogios que recebe é:
'um anjo desses foi colocado num corpo errado'
'um pessoa preciosa assim(referindo-se aos seus dotes de cantar e tocar piano) não merece a condição de escravidão'

Até mesmo o personagem Álvaro que apesar de ser apresentado como uma pessoa completamente contra a escravidão e que os escravos que possuía ele alforriou e deu um lugar para morar pois sabia que seria difícil para eles terem condição de se desenvolverem, no fim dava os mesmos elogios à Isaura.

Não houve protagonismo de pessoas negras, não houve pautas que mostravam a dor de um negro. Mostrou uma escrava branca (porque herdou a cor do pai) que apesar de sofrer com sua condição de escrava, se lamentava em não entender o porquê de ter nascido assim. 'O que adianta nascer branca e continuar escrava?'

Dou 3 estrelas porque de uma forma ou de outra escandalizou, expôs a violência de ficar nas correntes, de sofrer por não ter escolhas e mostrou como os senhores poderiam ser pessoas sem escrúpulos que consideravam uma vida uma simples propriedade. Porém o livro poderia ter sido muito mais.


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Hemy Gomes 29/06/2019

O coração é livre, ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono.
A Escrava Isaura é uma história que tem como protagonista a jovem Isaura, uma menina mestiça, filha de mãe escrava e de pai feitor, muito bela e prendada, cheia de habilidades e que foi criada como uma filha pela antiga sinhá da fazenda de onde morava. Após falecimento do pai de Leôncio, senhor da fazenda em Campos dos Goytacazes, Isaura fica sob os cuidados do jovem herdeiro da fazenda. Leôncio nutre uma paixão e desejos libidinosos e violentos por Isaura e faz de tudo para mantê-la como escrava, ignorando o pedido da mãe pela alforria de Isaura, o dinheiro da alforria conseguido pelo pai de Isaura e o chilique da esposa, Malvina, que ameaçou ir embora ao descobrir o que o marido sentia por Isaura.
Tentando resolver os problemas, Leôncio manda Isaura para a senzala, mas ela consegue fugir para o Recife com seu pai, Miguel. Vivendo fugida com o nome de Elvira, ela busca se inserir na sociedade e vai a um sarau acompanhada de Álvaro, um nobre rico que acaba se apaixonando por ela. Depois de surpreender a todos com sua beleza e talento, Martinho acaba descobrindo o segredo de Isaura e quer entregá-la para a polícia. A partir daí, Isaura passa por altos e baixos, desejando a morte (que seria a única coisa capaz de livrá-la de sua sina) e com seu destino oscilando entre voltar para as mãos do nojento Leôncio ou de ser salva por Álvaro, a quem ela ama e que é capaz de sacrificar tudo pelo amor que tem por Isaura.

Cheguei sem expectativa nenhuma (ok, talvez só um pouco, obrigada professora!) pra esse livro, pois estava lendo pra escola e acabei me surpreendo! A história flui muito rapidamente (tanto que no capítulo 10 já tem uma reviravolta enorme) e tudo que acontece é bem explicado e coerente. Adorei as intervenções do narrador que sempre para a história em algum trecho marcante para explicar algo necessário pra compreender a história, descreve bem os personagens psicologicamente e fisicamente e tem ótimos comentários que interagem com o leitor.
Queria deixar um destaque para o capítulo 13 que foi onde o autor mais demonstrou o bom humor que sempre esteve presente na história através dos estudantes que ficam zombando uns dos outros. No fim, o que houve com Leôncio foi totalmente merecido, assim com o de Isaura e Álvaro. A única coisa que eu não gostei muito foi o final porque apesar de ter sido chocante, tudo o que pode ter acontecido depois fica para a imaginação do leitor. Fora isso, a história foi maravilhosa e é um clássico muito simples de ler, apesar de algumas palavras mais rebuscadas que não atrapalham o entedimento.

Nota 4,5 de 5
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