Libertação Animal

Libertação Animal Peter Singer




Resenhas - Libertação Animal


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Ludmilla Silva 03/12/2022

"É impossível ser coerente em nossa preocupação com os animais não humanos e continuar comendo-os ao jantar."
Que soco no estômago foi ler esse livro. Para mim, que já sou vegetariana há quase dois anos e já conheço as brutalidades aos animais, foi extremamente pesado e importante. Imagino o quão significativo ele pode ser para uma pessoa que não conhece os horrores por trás da indústria da carne e derivados. Esse livro me ajudou a entender que a única solução (para os animais e para o meio-ambiente) é de fato o veganismo, e fico feliz que essa é uma decisão que irei tomar. Porém, o livro é muito mais que isso, ele não é um manual que pretende te ajudar a se tornar veg, ele pretende te mostrar o quão desumano, brutal e grotesco é o tratamento que os animais recebem. Logo, a decisão e a escolha de abandonar esses alimentos advindos do sofrimento dependerá de cada um e virá conscientemente ou não.

Esse livro é um ponto de entrada perfeito para quem saber mais sobre a ideia de libertação animal. Tanto por ser pioneiro no campo, como também por ser um livro bastante amplo que consegue resumir as ideias do movimento perfeitamente. Ele se divide em um primeiro capítulo que aborda os animais em um cenário geral; em um segundo que ressalta as experiências e testes científicos; o terceiro que frisa como funciona um criador industrial para diversas espécies (como frangos, galinhas poedeiras, porcos, bezerros, vacas, etc.); um quarto que aborda o vegetarianismo e sua relação com os animais; um quinto capítulo histórico e conceitual que traz as raízes do domínio do homem sobre outras espécies e um último capítulo que aborda o especismo em si.

Cada capítulo é especial e importante e nos marca de alguma forma. O capítulo dois, por exemplo, dos testes em animais, me tocou profundamente pela quantidade de “pesquisas” realizadas e pelo nível de sofrimento e desumanidade que os animais foram submetidos. É um capítulo frustrante, no sentido de que já há comprovações de que essas pesquisas não servem/serviram para nenhum propósito prático, significando que milhares e milhares de animais sofreram e morreram simplesmente por nada. Outro capítulo interessantíssimo foi o quinto, seu teor histórico e retrospectivo é algo diferente de tudo que já li. Ele mostra como o especismo, o domínio do homem e o ódio aos animais foi instaurado na humanidade há centenas de anos, usando como base para o argumento a religião, sociedades antigas e práticas e culturas milenares.

Não citarei a importância de cada capítulo para não me alongar mais do que o necessário, mas em síntese o que estou querendo reafirmar é o quão importante esse livro é. Ele abre nossos olhos e nossos corações para a realidade que a sociedade tenta tanto maquiar. O modo como os animais vivem (ou melhor sobrevivem) hoje é insustentável, essa superioridade da raça humana para com outras espécies não causa nada além de sofrimento desnecessário a vidas inocentes. Parar de explorar os animais não é difícil, o difícil é a vida que eles têm, uma vida violenta voltada apenas para o consumo e satisfação do ego e prazer humano.

Eu gostaria de recomendar esse livro a todo mundo. Não dá mais para fingir que essas atrocidades não existem e é impossível continuar compactuando com isso. Ler esse livro e querer tomar uma atitude concreta após sua finalização é um claro sinal de compaixão e empatia para com os animais. Eu infelizmente acho que o ser humano destrói o mundo, ou a si mesmo, antes que possamos conseguir de fato a libertação total dos animais, mas garantir dignidade, conforto, felicidade e vida livre a esses eles enquanto estamos aqui já vale a pena todo e qualquer sacrifício que possamos fazer.

"Seres humanos não se satisfazem apenas em matar. Ao longo da história, mostraram a tendência de atormentar e torturar seus semelhantes e os não humanos antes de matá-los. Nenhum outro animal faz isso (p.323)."
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JPHoppe 20/05/2011

Animal Liberation
"Animal Liberation" é considerado a pedra fundamental do movimento de libertação animal desde que foi publicado originalmente em 1970.

Ainda hoje, a questão de uso de animais em experimentos, alimentação, entretenimento e afins ainda é carregada de controvérsias. De um lado, os que são contra esses usos possuem argumentos desde a fisiologia até a filosofia, enquanto o outro, segundo os primeiros, sustenta-se principalmente na tradição e na comodidade.

Ao invés de começar o argumento diretamente nos animais, Singer faz um paralelo com os direitos da mulher no século XVIII e como as propostas de mudanças eram encaradas com ridículo, e também com o racismo, de modo a introduzir o conceito de "especismo" para a condição atual dos animais.

Estender uma questão de equivalência para animais é algo facilmente levado ao ridículo por seus oponentes. Não raro, alguém falará algo como "direito de votos para cachorros" e outros absurdos. Não é essa a posição de Singer. Segundo ele, o que temos em comum com os animais é a nossa capacidade de sofrer, e em como procuramos evitar essa sensação. Se não fazemos algum semelhante sofrer é, portanto, incoerente fazer com que animais sofram.

Várias vitórias foram conquistadas desde a publicação original, incluindo revisões de leis de condicionamento de animais em fazendas, penas por maus tratos, os usos na medicina e farmacologia e diversas formas de entretenimento, como touradas, circos e alguns zoológicos.

Algumas controvérsias: há quem o condene por tentar estabelecer o valor de uma vida humana (em condições ótimas e sub-ótimas) e de uma vida animal (em condições semelhantes).
Também há os que acham que ele é por demais radical, e outros que o acham insuficiente. Por exemplo, ele é antiviviseccionista até o momento em que a prática sobrepuja, de alguma forma, o tratamento e a morte do animal utilizado.

Concluindo, é um livro excelente para quem quer ter uma visão atual sobre o tema.
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Diego Rodrigues 08/08/2020

Mostrando aquilo que não queremos enxergar
Publicado pela primeira vez em 1975, "Libertação Animal" se tornou um dos principais pilares do movimento pelos direitos dos animais. O livro é um verdadeiro dossiê contra o especismo e uma peça fundamental na luta contra a exploração e o sofrimento aos quais submetemos os animais. Desde sua primeira publicação a obra vem conscientizando inúmeras pessoas, propondo debates e promovendo importantes mudanças de hábitos em seus leitores. Essa edição, de 2009, abre com um prefácio que apresenta um resumo dos avanços conquistados em prol dos animais até então, mas deixa claro que ainda temos muito a evoluir. O livro é dividido em seis partes, abaixo trago um breve resumo e minhas impressões sobre cada uma delas.
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1. TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS
O que você entende por direitos dos animais? Quando se fala nesse termo muita gente não entende realmente o que ele quer dizer. Entendemos, e somos incentivados a pensar assim, que somente seres humanos podem exercer direitos. Dessa forma, quando ouvimos falar em direitos dos animais pela primeira vez, cometemos um grave equívoco ao tentar encaixar outras espécies dentro de leis e direitos humanos. Isso faz com que o termo se torne alvo fácil de ataques e piadas, e não seja levado a sério. Devemos tratar os animais como iguais, porém isso não deve ser levado ao pé la letra. O princípio básico de igualdade não requer tratamento idêntico, mas igual consideração. Logo, diferentes espécies exigem diferentes direitos. E a igualdade é mais moral do que prática. Ou seja, quando falamos em direitos dos animais não quer dizer que um porco deva ter o direito de voto, obviamente, mas, assim como crianças têm direitos específicos para sua proteção, outras espécies devem ter leis e direitos específicos para si. Esse é o princípio fundamental para entendermos a causa pela qual esse livro luta. Entendido isso e levando em conta que a questão aqui não é se os animais pensam ou falam, mas se têm a capacidade de sofrer, vamos ver nos próximos capítulos o porquê desses direitos serem necessários.
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2. INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Nesse capítulo somos apresentados a experimentação animal, algo que sabemos acontecer mas que na maioria das vezes preferimos fingir não saber ou pelo menos não pensar muito. E a coisa vai muito além dos produtos de higiene e maquiagem... Começamos com experimentos realizados pelas Forças Armadas dos EUA, nos quais macacos são amarrados a plataformas de equilíbrio e expostos a radiação simulando um piloto da força aérea em uma situação de guerra, enquanto vomitam e sofrem de violentos ataques. E os beagles que têm as cordas vocais operadas para não latir e são jogados em câmaras para testes com gás. Esses são apenas alguns exemplos dos testes realizados em animais descritos nesse capítulo, saindo do campo militar temos ainda os experimentos usados no campo da psicologia, da medicina e da produção dos mais variados produtos.
Mas o mais bizarro foi saber da existência de toda uma indústria que fornece cobaias, ferramentas e drogas para esse tipo de experimentação. Laboratórios possuem até catálogos onde você pode escolher se quer coelhinhos vivos ou mortos, pelados, castrados, com alguma modificação genética, etc... E os equipamentos vendidos vão desde ferramentes de estupro até decapitadores Também é assustador saber que a grande maioria dos testes em animais se mostram ineficazes depois de anos de sofrimento com experimentações. E isso levanta outra questão, um paradoxo na verdade: se os animais são tão diferentes dos humanos, então os testes realizados neles não têm grande ou quase nenhum benefício para nós. Por outro lado, se os animais são tão parecidos conosco e capazes de sentir dor, não é errado impor sofrimento a eles? Isso sem contar as vezes em que os testes podem nos levar a perigosos equívocos, expondo humanos ao perigo e ocultando coisas valiosas (por exemplo: a insulina, a morfina e a penicilina foram descobertas sem esse tipo de experimentação). Outro ponto a ser debatido é que o teste em animais muitas vezes é feito buscando a solução de um problema que poderia ser resolvido de outra forma. Por exemplo: o câncer de pulmão gera até hoje uma série de testes ineficazes nos quais animais inalam fumaça de tabaco, sendo que o pouco avanço feito nessa área se deve a conscientização pela combate ao tabagismo e não ao tratamento. Se enfatizássemos a saúde, não precisaríamos buscar a cura matando milhares de animais.
O problema é que os animais são tratados como matéria-prima para testagem e os resultados, ao contrário do que pensamos, em sua maioria são duvidosos. Logo, o sofrimento imposto é muito maior do que os benefícios alcançados. A indústria da experimentação é forte e os programas de proteção animal contra esses tipos de testes, em sua maioria, são puramente burocráticos e ineficientes. Após forte pressão, empresas de cosméticos foram algumas das primeiras a abolir a experimentação em animais e buscar outras alternativas para testar seus produtos, e adivinhe só? Como resultado os testes se tornaram mais eficientes e mais baratos, e de quebra a empresa conquistou uma melhor relação pública. Isso mostra que o poder está nas mãos do público, ao boicotar uma empresa que faz testes em animais ela rapidamente encontra outra alternativa para permanecer no mercado. Além do boicote, outras formas de combater a experimentação em animais são: promovendo pequenas reformas (uma vez que esperar uma mudança radical pode ser otimista demais), tornar conhecido do grande público o que acontece nos laboratórios, estudantes devem se recusar a realizar testes que consideram antiéticos, e o mais importante, politizar a questão para fazer frente a todas as instituições envolvidas nessa cadeia de exploração.
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3. VISITA A UM CRIADOR INDUSTRIAL
O setor de produção de alimentos configura a maior exploração de animais do planeta. Disfarces linguísticos são usados para evitar qualquer associação: boi é filé/picanha, porco é lombo/pernil, e até a fazenda não é mais o que era antes, nada parecido com aquele desenho que vemos nas caixas de leite, por exemplo. A agropecuária virou agronegócio e pequenos produtores sucumbiram as grandes empresas. Fazenda é só mais um disfarce linguístico para fábrica de animais, e essas fábricas têm como principal objetivo alcançar a mais alta produção com o menor custo possível.
Nesse capítulo, vamos conhecer primeiramente os horrores que habitam os criadouros de aves, onde os animais podem ser submetidos a confinamento, crescimento acelerado, debicagem, estresse, canibalismo, sufocamento, proliferação de doenças e maus tratos. Para as grandes empresas, criar animais de forma saudável custa mais caro. Manter os animais em condições precárias eleva seus lucros, mesmo abatendo as baixas causadas pela superpopulação e os diversos problemas que ela pode causar. Nos criadouros de porcos a situação não é muito diferente, os animais têm a cauda amputada, podem contrair a chamada síndrome do stress suíno, sofrem privação materna, reprodução intensiva e são impedidos de exercer seus instintos básicos. A produção de vitela configura o método de criação mais cruel entre todos os animais, a ideia se resume em produzir um bezerro com anemia, com o menor custo e o maior peso possível. Lembrando que o fato de deixar o animal anêmico é apenas uma questão de estética para que a carne permaneça branca e seja vendida como carne nobre no mercado, gerando um maior lucro ao produtor. A produção de vitela é um subproduto do mercado laticínio, no qual as vacas engravidam intensamente e recebem altas doses de hormônios para manter a alta produção de leite. Quando nasce um filhote, se for fêmea: será criada para se tornar uma vaca leiteira; se for macho: é vendido para a produção de carne de vitela. Chegamos, por fim, ao processo de produção de carne bovina, a maior indústria da produção de animais. Além da privação dos instintos básicos, os bovinos também sofrem com a castração, amputação de chifres, marcação a ferro quente e diversos outros problemas. Os matadouros concorrem para matar mais animais por hora, com isso os processos de transporte e abate são feitos nas piores condições possíveis, gerando maior sofrimento ao animal.
Os defensores dessa indústria alegam que animais criados em fazendas industriais não sofrem pois nunca conheceram a vida fora do cativeiro. Esse argumento não é válido, pois os animais demonstram claramente a necessidade de exercer seus instintos básicos que são intrínsecos as suas espécies. As aves precisam tomar o seu banho de areia e fazer ninhos, os porcos precisam chafurdar na lama, os bovinos precisam ruminar, e todos eles precisam se relacionar socialmente e exercer seu instinto de maternidade. Privar os animais disso é cruel, ainda mais quando dispomos de outras fontes de alimentação.
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4. TORNANDO-SE VEGETARIANO
Tornar-se vegetariano é um ato não só de empatia, mas também social, é ir contra o sistema. Lutar contra a gigantesca indústria da carne é uma tarefa difícil, principalmente do ponto de vista político, e a melhor estratégia para combatê-lo, mais uma vez, é através do boicote. Ao compreender como a indústria da carne funciona, rapidamente chegamos a conclusão que enquanto uma parte da população mundial passa fome, a outra se alimenta mal. Gasta-se mais recursos para produzir animais do que seria necessário para acabar com a fome no mundo. Por exemplo: um hectare de terra onde é cultivado um vegetal comestível fornece mais energia por metro quadrado do que um criadouro, é mais fácil de cuidar, mais fácil de distribuir, exige menos recursos e ainda preserva a natureza. Caso esse hectare se transforme num criadouro, seria necessário outro hectare para plantar o alimento que seria dado ao animal, do qual ele aproveitaria somente em torno de 5% da energia fornecida pelo alimento. Não precisa ser nenhum gênio para chegar a conclusão de que, no fim, a carne é somente um produto superfaturado que contribui para que não haja alimentos para todos. Isso para falar somente dos animais terrestres. O consumo de peixes e crustáceos, apesar desses animais não serem exatamente "produzidos", também gera diversos problemas, principalmente ambientais.
Tornar-se vegetariano exige uma nova relação e conexão com a natureza. Mas como disse acima, a coisa vai muito além da empatia com os animais e se estende para a empatia também com os outros humanos, uma vez que a carne consumida poderia sustentar muito mais pessoas se substituída por um alimento vegetal. Além disso, comida vinda da terra é mais saudável. E o mito do que certas proteínas só podem ser encontradas na carne caiu faz tempo.
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5. O DOMÍNIO DO HOMEM
Aqui vamos conhecer as raízes do especismo e como ele sempre esteve presente na história e na religião. Para isso o autor vai nos levar até o período pré-cristão, quando acreditava-se que o homem foi feito a imagem de Deus e os animais estavam aqui para nos servir. No período cristão vamos dar uma rápida passada pelo Império Romano, quando foi propagada a ideia da alma humana eterna e nossa espécia passou a ser vista como sagrada. Depois passamos pelo Iluminismo e seguimos até os dias atuais, vamos acompanhar a aproximação dos homens e dos animais vislumbrada por Darwin e o surgimento das primeiras leis de proteção aos animais. Os princípios religiosos e morais estão tão enraizados na nossa cultura e sociedade que, ainda hoje, o pretexto divino e da superioridade como espécie é usado, apesar de todas as refutações científicas, para justificar a exploração dos animais. Por isso, romper essa linha de exploração não é tão fácil quanto parece. Mas, conforme vimos nos capítulos anteriores, não é impossível.
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6. O ESPECISMO HOJE
O capítulo final apresenta um breve resumo do que foi tratado até aqui e nos atualiza da situação com relação aos direitos dos animais. O especismo é passado de geração em geração durante séculos e cultivado em nós desde criança. Se olharmos para trás na história, vamos ver que fizemos alguns avanços mas o caminho a percorrer ainda é longo. Os debates têm acontecido e isso já é algum sinal de avanço, pelo menos a ignorância, aos poucos, vem sendo combatida. Os animais já deram inúmeras demonstrações de que podem ser mais civilizados que os seres humanos, esses que sua vez matam, torturam e destroem sem motivo algum. Não precisamos sacrificar nada que nos seja essencial para adotar um estilo de vida que não prejudique os animais. Livrar os animais de todo e qualquer tipo de exploração é um processo lento e árduo, e que deve ser alcançado progressivamente, tendo como ponto de partida a mudança de hábitos individual.
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A leitura de "Libertação Animal" moveu algumas engrenagens aqui dentro. Se eu me tornei vegetariano? Ainda não. Como o próprio autor diz ao contar como foi a sua experiência, essa não é uma mudança tão fácil para uma pessoa acostumada a comer carne. Mas confesso que troquei a carne por outras alternativas em alguns momentos da leitura e agora me pego pensando constantemente nesse assunto. Se o livro irá desencadear alguma mudança profunda em mim, ainda é cedo pra falar. Mas acredito que uma semente foi plantada.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Pri 17/06/2021

Li esse livro pra reforçar em minha mente tudo que já venho pesquisando sobre o veganismo, e me deixar cada vez mais consciente da decisão que tomei pra minha vida. Apesar da época em que foi escrito, o livro trás muito conhecimento, e infelizmente, a situação hoje não é tão diferente do que era.
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Julia 02/08/2021

completamente sem palavras.
todo mundo devia ser obrigado a ler esse livro pelo menos uma vez na vida e começar a questionar suas ações. minha maior paixão é esse movimento mas na maioria das vezes nao sou capaz de explicar racionalmente todas as minhas críticas a indústria pq é algo que eu julgo obvio e vem naturalmente pra mim. os argumentos e relatos q o livro traz sao tudo que eu sempre quis comunicar e nunca consegui.
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Daniel432 06/02/2012

Vegetarianos ou assassinos, o que somos?
No geral o livro defende que o tratamento dado aos animais seja o mais próximo da vida natural de modo que os animais não sintam medo nem sofram desnecessariamente.

Alguns dos exemplos apresentados são realmente amendrotadores e, muitas vezes, desnecessários. As comparações realizadas entre as capacidades de um animal adulto com um bebê humano são bastante interessantes e o autor consegue defender seu ponto de vista com estas comparações.

Entretanto, considerando alguns dos pontos defendidos pelo autor, inclusive, a teoria da evolução de Darwin, temos que o homem é um animal e se no reino animal é comum um animal comer outro, qual o problema do homem (um animal) comer outros?? Não vejo nenhum problema nisso, porém concordo com o autor que deveríamos evitar ao máximo o sofrimento imposto aos animais.

Sabendo que chegamos onde chegamos na escala evolutiva porque comemos carne, que nosso cerébro cresceu por causa do consumo de carne. Qual seria o impacto no futuro do homem se todos virarmos vegetarianos??

Outro detalhe interessante é que o autor não diz, com todas as letras, que muito do que é cometido com os animais deve-se exclusivamente ao sistema capitalista.

Gostei do livro, apesar de algumas falhas na forma que a revisão de 1990 foi realizada.

Gostei do livro, apesar dele me definir como especista e eu não poder contestá-lo, pois não me vejo como vegetariano, apesar de também não ser um carnívoro contumaz.

Enfim, leiam este livro e tirem suas conclusões! Devemos mesmo nos tornarmos vegetarianos?? Ou nosso bem-estar justifica o sofrimento dos outros animais??
Breno 09/07/2013minha estante
A resposta a sua pergunta sobre evolução e esclarecimento de um equívoco comum:

"Walter afirma que, num passado longínquo, nos alimentávamos como chimpanzés. Mas há 2,5 milhões de anos nossa dieta mudou. Começamos a fabricar instrumentos de pedra e as novas armas permitiram que incluíssemos no cardápio a carne de grandes mamíferos. Assim, nossa ingestão de proteína animal aumentou demais. Sem isso, não teríamos desenvolvido um cérebro grande, diz Walter. O aumento súbito de proteína na dieta permitiu que nosso corpo investisse mais recursos no sistema nervoso. Hoje, de 30% a 40% de tudo o que comemos vira combustível para fazer o cérebro funcionar. Sem o aumento na ingestão de carne, isso jamais seria possível.

Mas, na mesma época, surgiu um gênero de humanídeos estritamente vegetarianos. Conhecidos como Paranthropus, eles tinham grandes molares, eram barrigudos e não comiam animais de nenhuma espécie, nem insetos. Esses humanos vegetarianos conviviam com os humanos caçadores há um lago no Quênia onde foram encontradas ossadas das duas espécies, com aproximadamente a mesma idade, a poucos quilômetros de distância.

O Paranthropus se extinguiu há 1,2 milhão de anos, provavelmente porque sua dieta mais restritiva o atrapalhou na competição com nossos ancestrais generalistas. Nossos primos vegetarianos deviam ser muito menos espertos que seus contemporâneos Homo, como atesta o tamanho de seu cérebro. Eles investiram os recursos do organismo em dentes, os Homo investiram no cérebro, diz Walter.

Quer dizer que precisamos comer carne para raciocinar? Não. Há 2,5 milhões de anos era assim porque não sabíamos plantar e nossa dieta quase não incluía plantas proteicas. Os únicos vegetais que comíamos eram frutas, folhas e raízes. Hoje, é possível ter uma dieta rica em proteínas sem carne." Fonte: Revista Superinteressante - Deveríamos Parar de comer Carne?": http://super.abril.com.br/mundo-animal/deveriamos-parar-comer-carne-442851.shtml

É verdade que carne foi importantíssima num dado momento da evolução, quando por sinal nem se imaginavam atrocidades como as dos métodos industriais de produção e não havia preocupações com questões ambientais, mas hoje é dispensável.


Daniel432 12/07/2013minha estante
Caro Breno,

Hoje não precisamos mais da carne mas ela foi de fundamental importância no nosso desenvolvimento e como esse tal de Walter mesmo diz, o onívoro mostrou-se mais eficiente do que o herbívoro!!

Quem é Walter que você cita no seu comentário? Gostaria de ler algum livro dele.


Breno 17/07/2013minha estante
Mostrou-se mais eficiente naqueles milhões de anos atrás, quando o grupo "vegetariano" praticava uma dieta extremamente limitada por centenas de motivos, como desconhecer as mínimas técnicas de agricultura, ou ainda, por não ter acesso à uma grande diversidade de alimentos. O "Walter" é Walter Neves, da USP, está tudo no link da matéria.




Maiara 16/12/2020

"...o movimento pela libertação animal vai exigir mais altruísmo, da parte dos seres humanos, do que qualquer outro movimento. Os animais são incapazes de exigir a própria libertação, ou de protestar contra as condições que lhes são impostas... Os humanos têm o poder de continuar a oprimir outras espécies para sempre, ou até tornar este planeta inadequado aos seres vivos. Nossa tirania continuará a provar que a moralidade de nada vale quando se choca com o interesse pessoal... Ou nos ergueremos ante o desafio e provaremos nossa capacidade de altruísmo, pondo fim à CRUEL EXPLORAÇÃO DAS ESPÉCIES sob nosso poder não porque sejamos forçados a isso, mas porque RECONHECEMOS que nossa posição é moralmente INDEFENSÁVEL? A maneira como responderemos a essa pergunta depende da maneira como cada um de nós, individualmente, a responde."
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Felipe.Camargo 10/05/2021

Libertação Animal, Peter Singer
47º Livro do ano ? Libertação animal, Peter Singer

Um verdadeiro marco no reconhecimento dos direitos animais, o livro do filósofo australiano tem uma linguagem direta e sem floreios, cujo objetivo central é denunciar o especismo - ponto de vista de que uma espécie, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies de animais por considerá-las inferiores ? praticado pela humanidade por milênios e intensificado diante de uma sociedade de consumo, embasada em uma lógica capitalista.
Como linha de pensamento, percebemos a tese utilitarista fundamentando o discurso de Singer, a qual devemos guiar as nossas ações pelas consequências que elas podem propagar, ou seja, maximizar o prazer e diminuir a dor, visto que, os animais, desde os organismos mais simples até os mais complexos, possuem um sistema nervoso semelhante ao nosso, devemos evitar a propagação do sofrimento.
O livro faz diversas denúncias da crueldade humana com os mais diversos animais: desde pesquisas científicas totalmente dispensáveis até o terrível confinamento para o abate, tudo de uma forma bem detalhada e com embasamento. Além das denúncias, o autor demonstra como o pensamento especista se desenvolveu, desde Aristóteles, passando pela teologia cristã e culminando no antropocentrismo moderno, sempre buscando justificar o homem como um ser superior aos demais. Porém, com maestria, Singer contrapõe os argumentos e no mínimo nos faz repensar nossas ações diante dos demais seres.
A edição lida, ainda traz diversas notas as quais ele retoma, diversos pontos e avanços na questão dos direitos dos animais.
Um livro que incomoda e nos enche de questionamentos, sobre o nosso lugar no universo, assim como se o nosso prazer (comer carne) vale tanto sangue derramado.
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HiagoHeerdt 06/08/2021

Por que devemos tratar animais humanos e não humanos como iguais?
O livro traz relatos muitos relatos de como tratávamos e fazíamos experimentos sem o mínimo de ética possível com animais não humanos. Ele é essencial para o debate moral do não consumo de animais.

Mas porque devemos tratar animais humanos e não humanos como iguais?

Primeiramente, o fato de animais humanos e não humanos possuírem diferenças cognitivas e físicas, não é a bússola que norteia nosso comportamento moral frente ao tratamento uns com os outros. Seria uma negação da realidade dizer que animais humanos e não humanos são iguais, assim como é uma negação você dizer que todos os animais humanos são iguais – não somos iguais! Alguns de nós possuem um QI extraordinariamente elevado, enquanto outros não sabem ler, tem aqueles com força suficiente para puxar uma carreta, e outros que não fazem 3 flexões, alguns de nós passam dos 2 m de altura, enquanto outros não chegam a 90 cm, ainda existem aqueles que correm 42km, e outros que não podem levantar da cama, e as diferenças só vão se multiplicando se você levar em conta questões de gênero, orientação sexual, cor de pele, sentimentos, experiencias pessoais e etc... mas, sendo ricos ou pobres, negros ou brancos, homens ou mulheres, devemos sempre nos tratar como iguais, pois a igualdade é um princípio moral, uma prescrição do modo de como devemos nos tratar, e não a afirmação de um fato objetivo, que se baseia em características físicas ou intelectuais.

As diferenças físicas e intelectuais dos animais humanos e não humanos, podem ser mais acentuadas, mas porque essa diferença deveria mudar nosso modo de tratamento?
Porcos, golfinhos e outros primatas são tão inteligentes quanto crianças de até 3 anos. Obviamente seria absurdo propor explorar e tratar crianças ou pessoas com problemas mentais da mesma forma que tratamos porcos, somente baseado nas diferenças físicas e intelectuais que possuímos.

Você concorda que Albert Einstein é muito mais inteligente que eu, mas isso não lhe da qualquer direito a mais sobre mim, ou qualquer outra pessoa (por mais deficitária que seja sua capacidade cognitiva). Mas porque o fato de Einstein possuir um elevado grau de inteligência não o autoriza a utilizar ou explorar um outro ser humano como um meio para atingir um fim particular, mas o autorizaria a utilizar um ser não humano?

E, como se fossemos os únicos seres no mundo com a capacidade de pensar intencionalmente, sofrer e desenvolver laços afetivos, normalmente esta discussão é reduzida ao seguinte: “é porque somos da mesma espécie”, mas qual os requisitos para fechar esse círculo de tratamento na espécie? Em um passado não muito distante, nosso sistema de tratamento era reduzido a “raça”, tratávamos negros pior que porcos, e só travamos como iguais aqueles que eram brancos (diferença de tratamento também esteve empregado nas questões de gênero). Agora, ao invés de usar a espécie, porque não tratamos apenas pessoas da mesma raça como iguais, ou porque não usamos outras classificações biológicas como: família, ordem, filo e reino? Qual atributos um Ser deve possuir para ter o direito de não ser explorado, ou ser usado como um meio para que você possa atingir um fim particular?

Claramente porcos, golfinhos e outros primatas não devem ser incluídos no Estatuto da criança e do adolescente – ECA, só porque possuem o mesmo grau intelectual em determinada fase da vida que as crianças. Possuímos semelhanças, e por isso devemos possuir direitos semelhantes. Você acha totalmente ilógico discutir sobre o direito do homem cis de fazer um aborto ao ser estuprado, isso porque homens não engravidam. Esse direito é apenas das mulheres brasileiras, e leva em consideração, entre outras coisas, o bem estar psicológico delas. Porcos não querem fazer parte do ECA, golfinhos não querem votar na próxima eleição para presidente. O princípio de igualdade não requer tratamento de direitos iguais ou idêntico, mas sim, uma igual consideração de direitos. A igual consideração por seres diferentes pode levar a direitos e tratamentos diferentes, levando em conta suas caracterizas físicas (é por isso que deficientes físicos tem direitos a vagas especiais no mercado e você não) , intelectuais, sociais (é por isso que pessoas de baixa renda tem direitos a cotas em universidades e você não) e tão importante quanto, SEUS INTERESSES PARTICULARES PARA O BEM ESTAR. Não é do interesse da galinha matricular seus pintinhos na creche, assim como elas também não tem interesse ficar presas em gaiolas de metal, sendo usadas como um meio por animais não humanos. O interesse das galinhas está em ciscar e tomar banho de areia, e porcos em se lambuzar na lama quando o dia está quente. Por conta disso, precisamos ponderar precisamente as caracterizas e interesses de cada ser para seu bem estar pessoal. (O debate para a redução ou eliminação do consumo de carne pode se estender também a questões ambientais).
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Ursa 02/04/2021

Excepcional
Acredito que esse é um dos livros essenciais para qualquer pessoa que procura entender qual as consequências de uma cultura que usa os animais como máquinas e com único objetivo de servir aos humanos. É realmente impressionante, para não dizer horrível, como tratamos os animais não humanos. É isso que significa ter humanidade?
Fica a dica para você que gostaria de ver o lado cruel e humano para com o resto dos animais.
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Stephany 30/06/2021

Estudos
Leitura feita exclusivamente para a confecção do meu artigo sobre a Inconstitucionalidade dos Zoológicos, mas me levou a refletir sobre diversas decisões que tomo todos os dias, principalmente no âmbito da minha alimentação.
Recomendo para todos aqueles que querem aderir a causa. O seres não humanos, a esmagadora maioria existente no planeta, precisa de nós.
Phe 05/10/2021minha estante
O artigo já foi feito? Gostaria muito de ler


Stephany 05/10/2021minha estante
Será finalizado até dezembro e publicado em um livro no próximo ano! ?




Tete 20/07/2023

Um livro importante
O livro faz diversas descrições muito ilustrativas de maus tratos aos animais, principalmente em testes científicos, em primatas, roedores e coelhos, principalmente do governo americano. Inclusive possui imagens capazes de atormentar os mais sensíveis.
Também discorre sobre a indústria da carne e produtos animais com imagens de aves, suínos e bovinos. São registros documentados de informações muito importantes para quem se interessa pelos direitos dos animais e seu bem- estar.
O autor é referência em pioneirismo da causa dos animais e discorre muitas opiniões e sugere uma série de atitudes para combater o que ele chama de ?especismo? - que seria a superioridade de uma espécie em relação a outra. Compara isto ao racismo e ao machismo, o que é uma falsa simetria, na minha opinião.
Sugere uma atitude individual perante a causa animal, que seria parar de consumir os produtos provindos de animais.
O autor, que é filósofo, em nenhum momento associa os problemas desta indústria ao capitalismo e a concentrações de terra e renda. É superficial em falar de agricultura, agronegócio, agrotóxicos e não tem nenhuma base para abordar nutrição e saúde humana, fazendo parecer que é saudável simplesmente parar de consumir estes produtos, o que é muito perigoso pois pode causar anemias e outras deficiências nutricionais muito sérias.
Não sugere maneiras éticas de produzir e consumir produtos animais, apenas sua abolição. Sugerindo vegetarianismo e veganismo de uma forma muito irresponsável e sem nenhum cuidado em relação à saúde humana e nutrição.
Muitas de suas referências são fracas e muito antigas, ultrapassadas. O que é compreensível visto que a primeira edição é da década de 70.
Ainda sim creio que este livro tem valor documental. Mas dispenso as opiniões e as sugestões incoerentes e superficiais.
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Angra 14/06/2014

Libertando-se da Ignorância
Esse livro é Incrível! Muito esclarecedor e um ótimo guia e livro didático para iniciantes vegetarianos/veganos. Recomendo para todas as idades e para amantes dos animais, para instrução e suporte na revolução pessoal.
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Pedro 23/11/2017

Pesado em
muita inconsciência ainda por parte dos humanos. a nauteza não tem hierarquia galera
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