Camille 29/04/2013http://beletristas.com/resenha-o-que-voce-quiserJeremiah podia ter sido atirador do exército se não tivesse sido manipulado de forma a ter que largar o meio no qual amava viver (mesmo que com todos os perigos) e cuidar da empresa do pai. Bilionário, acostumado a ter tudo do seu jeito, sequer pensa duas vezes antes de parar o elevador para ter uma “conversa” com aquela mulher que aparecia todos os dias, no mesmo horário e que tentava tanto ser discreta.
Lucy podia ter sido uma advogada exemplar se sua vida não tivesse virado 180º de uma hora para a outra. Trabalhando temporariamente numa empresa que ela não tem ideia do que faz, ela segue seu dia-a-dia a risca, pensando no dinheiro no final do mês. Ela precisava de algumas distrações, e a melhor delas era aquele homem maravilhoso que subia no elevador junto com ela. Claro, tudo previamente estipulado, para estar no mesmo lugar que ele sempre no mesmo tempo. Ela não conhecia o perigo de ficar sozinha com ele ali.
A partir da situação inicial, Sara nos leva a conhecer um pouco mais sobre Jeremiah e Lucy, o envolvimento de ambos tendo início naquele quase inocente e rotineiro encontro. Quando Lucy nota, já está embarcando em um avião com o dono da empresa onde trabalha – e que sequer imaginava que fosse ele – para a romântica Paris para ser sua acompanhante, algo completamente normal para quem passa a ser assistente pessoal tendo ainda assinado um contrato no qual faria tudo que ele quisesse.
Sara não tem uma escrita brilhante e nem sempre as cenas mais quentes são tão envolventes, todavia, e é impossível negar, depois de começar a ler o livro parar não é mais uma opção. Ainda que com seus defeitos, a leitura nos prende a todo momento, mantendo-nos interessados no que virá depois, e depois, e depois. A última parte de “O que você quiser” ainda nos deixa com as mãos coçando para arrumar um jeito de ler os outros dois livros, e descobrir se mais coisas não são como aparentam.
Lucy é uma personagem que fica no meio termo: não é a pura que está sendo iniciada em absolutamente tudo e por isso fica com mais receios, arrumando discussões por questões que a princípio já estariam esclarecidas, mas também não se encaixa no perfil ‘libertino’ no qual aceita tudo sem sequer questionar uma vez. Por sua vez, Jeremiah não é um homem completamente sem emoções (os olhos o denunciam, assim como muitas das suas atitudes), e apesar de ser controlador, não chega a um exagero que cansaria qualquer mulher.
Ainda que as personagens não tenham sido muito desenvolvidas, faltando um pouco mais do que as situações e conversas mostraram, faltando, talvez, aquela emoção que nos toca no fundo e nos faz cair de amores por quem sequer existe, elas são coerentes em suas atitudes e no que se espera das situações. Mesmo Lucas, irmão de Jeremiah, um bad boy charmoso que podia ter criado mais sensações inesquecíveis, deixou seus momentos passarem e se fincou nos fatos.
Fawkes tem todo o potencial para que o próximo livro deixe sua marca. O ponto final deste cria um link que promete muita coisa, inclusive um possível triângulo amoroso, que particularmente detesto, mas arrisco que ela conseguirá se virar bem e nos envolver novamente em uma leitura que não cansará os olhos. Fico, então, ansiosa esperando por “Envolvida por um Bilionário 2″.