Joshua 20/04/2012
Daria em um belo Best - Seller...
Logo de cara, o livro me conquistou, não pela capa, mas até pelo título e sinopse. Até então para mim a obra era desconhecida, nunca tinha ouvido falar, mas quando comecei a ler, vi o quão ela era boa e poderia até se tornar um best-seller.
A história é bem simples no seu começo, mas a partir das primeiras páginas em diante, a tensão começa a crescer. O personagem principal é Leonardo da Vinci ainda pequeno, aprendiz de pintor e que nem imagina na aventura que iria se meter. É claro que a história é fictícia, obra da imaginação do autor, mas Robert soube moldar o livro ao seu favor, juntando acontecimento verídicos a simples imagens de sua imaginação, criando o belo livro Leonardo e a Invenção Mortal.
Tudo começa quando Leo é ordenado pelo seu mestre - Andrea del Verrocchio - levar uma carta para outro pintor, outrora famoso, mas agora anda em decadência, Silvestro. Leo cruza o rio Arno e chega a parte mais "pobre' de Florença, Oltrarno, e vai em direção ao ateliê do tal pintor, mas quando chega lá ouve uma conversa meio estranha, e um homem misterioso sai do escritório particular do mestre e cruza com Leonardo. Até ai tudo bem, mas quando ele vai entregar a carta a Silvestro, em sua escrivaninha ele vê um diagrama de alguma máquina. Leo não entende a tal invenção, quando Silvestro percebe sua presença e vira o desenho rapidamente. Depois de entregar a tal carta, Leo sai as pressas daquele lugar e uma sucessão de fatos acontece em sua volta, incluindo perseguições, ameaças de morte, até que o pequeno da Vinci vê a grandiosidade do problema em que se meteu: uma conspiração contra os Médici, família que governa toda Florença.
A história se desenrola rápida e frenética, e quando percebemos, os problemas só acumulam. A conspiração contra os Médici é tão grande, que uma guerra se aproxima entre dois partidos: a Montanha e a Planície, nomes que se referem a duas famílias que querem o poder de Florença. Montanha, para os conspiradores Pitti, e Planície para os Médici.
Mas não para por ai. Quando Leonardo sem querer presencia o assassinato de um homem na casa da família Donati e a intenção de matar uma simples escrava, Leonardo salva a tal garota indefesa, e juntos fogem. Mas quando se dão por si estão sendo caçados por serem acusados de assassinato. Leo foge juntamente com Fresina, a escrava, e nesta perseguição entra Rodrigo, um assassino profissional a mando dos Pitti e do sagaz Neroni, a mente por trás de toda a conspiração.
O livro é muito longo em termos de conteúdo, e com poucas palavras o autor transmite o que quer passar. Mesmo sendo tudo fictício, a trama é envolvente, e tudo isso coopera para que a história funcione e dê certo. Os personagens não são tão bem construídos, e nem tem tanto destaque, mas isso nem chega a ser um ponto ruim. Leonardo por exemplo, não me identifiquei muito com ele, e nem com seu amigo Sandro. A única coisa que há destaque em Leo é sua imaginação, sua inteligência, seu intelectual. Quase em todo o livro foram esses elementos que salvaram o nosso protagonista: a inteligência. O autor soube criar cenas de pura ação, e fez tudo se encaixar perfeitamente, como quando Leo em uma de suas fugas tinha que pular de uma janela até uma carroça cheia de mato, que de alguma forma amorteceria a queda. Mesmo assim a queda seria nada bom, quando ele então pensou em usar cortinas que faria com que a queda se tornasse menos veloz. Apenas lendo dá pra entender - rs - mas muitas vezes eu pensei: Leo é o cara!
Fresina, desculpe o termo, mas é uma chata! Não há algo que nos faça interessar por ela. Ela simplesmente é meio que selvagem, e adora falar de sua antiga vida na Circássia, pais de origem antes de ser levada como escrava para Florença. Mas mesmo assim ela não me agradou nenhum um pouco, mesmo em alguns momentos ser a salvadora de Leonardo e seu amigo Sandro, que sonha em ser um pintor de destaque futuramente.
A conclusão do livro não foi uma das melhores, mas o livro compensa quase todos os erros. Apenas não gostei da falta de habilidade do escritor de criar diálogos inteligentes. As palavras parecem serem jogadas no ar, e só poucas vezes percebi que o autor conseguia desenvolver as falas. Fora isso, o livro é 10!
Não recomendo, mesmo tendo gostado tanto do livro, mas até porque a obra é voltada para o público mais infanto-juvenil. Eu gostaria que o autor tivesse escrito o livro voltado para o público mais jovem, mas não foi esse o caso... Enfim, se puder leia, pois sei que não vai se arrepender!