Em busca de um final feliz

Em busca de um final feliz Katherine Boo




Resenhas - Em Busca de um Final Feliz


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Janaina.Granado 21/05/2013

Em busca de um final feliz

"Quando a existência é definida pelos sonhos de pessoas reais, a esperança surge."

Não comece a leitura achando que irá encontra um belo romance, com histórias lindas que te fazem suspirar, Em Busca de um Final Feliz está muito longe de ser um livro de romance, o título pode nos enganar. O livro trata de histórias reais de famílias que vivem na Índia, pessoas pobres que lutam a cada dia para sobreviver, em meio ao lixo e a miséria das favelas.
O livro é triste e belo ao mesmo tempo, triste por pensar que realmente isso existe, no Brasil também existe, mas o livro nos traz histórias da Índia, um país que a TV só nos mostra a parte bela, onde tudo é lindo, e onde há riqueza.
O livro é belo pois nos mostra que em meio a miséria, a dor, a pobreza, a doença, ainda existe esperança no coração das pessoas, ainda existem pessoas que querem fazer a diferença, mudar nem que seja a sua comunidade, ensinar as crianças a falar uma outra língua, ou a pelo menos escrever, tentar de alguma forma fazer com que a vida de muitas crianças se tornem melhor e possam crescer com o mínimo de dignidade.

No livro iremos encontrar diversas famílias que fazem parte desse universo pobre da Índia, temos Abdul um garoto que com seu trabalho no lixo tenta garantir o sustento de sua família, temos Manju uma garota que sonha em trazer um futuro melhor as crianças da favela, temos Sunil um garoto que sonha em um dia conseguir sair dessa miséria, e temos outros personagens complexos como a mãe de Abdul, a mãe de Manju, personagens que são reais e que já não tem tanta esperança em um futuro melhor, já não pensam iguais aos jovens.

Uma coisa que sei que existe mas que me revoltou muito no livro, foi a corrupção, as propinas de ambos os lados, eram moradores querendo dinheiro para poder ajudar seus vizinhos, era a polícia querendo propina dos mais pobres, isso sem falar nos políticos. Tudo por causa do dinheiro, pessoas morrem como senão fossem ninguém, como a Índia é um país populoso, parece que quanto mais pobres morrendo, melhor é, diminui os gastos com as pessoas, isso é revoltante.

A autora consegue nos trazer uma obra com um documentário sobre famílias reais, o estudo que ela fez foi muito bem feito, ela foi a fundo, passou anos na favela para poder escrever o livro. Foi uma excelente pesquisa, Katherine está de parabéns.
Esse é o quarto livro que leio ambientado na Índia, os outros trouxeram romances, cultura indiana, mas nenhum conseguiu ir a fundo nesse universo pobre que assola a Índia.

A leitura não fluiu com tanta rapidez, mas eu não fiz questão de ler rápido, porque é uma história tensa, cheia de dramas, a medida que lia eu parava para refletir a situação, é um livro que não irá agradar a todos, mas quem gosta de ler sobre fatos reais, e sobre outros países irá gostar, eu recomendo, uma ótima leitura que nos faz refletir em nossa vida, as vezes reclamamos de barriga cheia, com esse livro muita gente vai aprender a dar valor aquilo que tem, mesmo que não seja muito coisa, perante ao povo indiano tenha certeza o que você tem é muita coisa sim.

Mais em http://livrospuradiversao.blogspot.com.br
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Gabi Ruggin 11/08/2020

India
Chega a ser desumano as diferenças que existem na India, ler esse livro me fez ver o quão priveligiado somos. Desigualdade absurda e injusta.
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Simone de Cássia 05/03/2017

Sinceramente não sei se é possível esperar um final feliz nessa busca...Mesmo quando acho que já li todos os horrores do sistema brutal da vida na India, ainda assim me surpreendo. São relatos tão absurdos que até numa ficção seriam considerados abusivos.Uma civilização (?) cheia de contrastes que nos atrai pelo seu exotismo e nos choca pelas suas barbáries. Excelente livro! Nota "A"de absurdo! Abmudo e Abcego!!!
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David 10/10/2019

Que mundo injusto!
Em pleno século XXI, em um país emergente (Índia) com uma economia em ascensão é triste saber que a miséria e o luxo convivem tão perto, isso ocorre em uma das grandes cidades, Mumbai, no interior de uma favela, próximo ao grande e luxuoso aeroporto. Uns poucos com muito e grande parte da população vivendo miseravelmente.
Crianças dormindo com ratos, meninas prometidas em casamentos arranjados, ou seja, sem poder desfrutar um verdadeiro amor, conviver ainda com uma polícia corrupta, um Estado negligente com os pobres, uma justiça falha. É isso que Katherine Boo relato "Em Busca de um Final Feliz".
Em determinados momentos da minha leitura me senti revoltado, em outros, impotente diante de tanta injustiça que traz a Desigualdade Social. O que esperar de um país que ainda é dividido por castas, nossa, isso é odioso!
A autora relata que diante de tantas injustiças e sem perspectivas de uma vida melhor, meninos e meninas preferem dar cabo da vida ingerindo veneno de rato, assim, acabam com suas vidas miseráveis.
Meu Deus! Quanta ganância do ser humano (os poderosos, os políticos, os que podem mais) que não enxergam os seus semelhantes...
História forte, triste, mas é o mundo real, e pior, também ocorre em muitos outros lugares, talvez bem próximo de nós...
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Resumo 21/07/2013

Resenha do http://resumodeletras.blogspot.com.br/
Por Luciana M.

Como sou apaixonada pela Ásia, e ultimamente estava interessada na Índia, resolvi ler este livro, mas foi um soco no estômago. Este livro retrata um período da vida de pessoas reais que moram na favela de Annawadi, tudo que está no livro realmente aconteceu com essas pessoas que tem uma vida cheia de miséria, injustiça, que vivem num lugar onde a corrupção fala mais alto.
Eu fiquei indignada com a capacidade de pessoas pobres culparem umas as outras pela sua pobreza, e de não se ajudarem, principalmente se forem de religiões diferentes. Fiquei com muita pena das crianças que não tem oportunidade de estudar e terem que catar lixo para conseguirem alguma grana para comerem.


Para conseguir terminar de ler este livro tive que parar várias vezes para respirar, dei pausas de dias e até semanas para conseguir ir em frente na leitura, que não era fácil, apesar da escrita da autora. O livro tem um clima pesado, e bem real. Não pude deixar de comparar Annawadi com as favelas do Rio de Janeiro, e de outros países também. E de ficar deprimida com a humanidade (ou a falta dela) nas pessoas.


É um livro bom, mas que tem que ter muita força para ler, por causa das histórias relatadas. Não falarei mais que isso para não escapar nenhum spoiler.
Boa leitura.

site: http://resumodeletras.blogspot.com.br/
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Fun's Hunter 11/07/2013

Em Busca de um Final Feliz
Qualquer obra que tenha como proposta mostrar a realidade de alguma pessoa ou de um grupo de pessoas tem uma difícil missão pela frente. Não se pode exagerar no melodramático para a obra não parecer forçada, também não se pode apenas contar os fatos de uma forma crua, sem demonstrar nada; isso sem contar que é necessário escolher muito bem o que vai entrar ou não na obra, escolhendo o que realmente importa na história central. É levando esses quesitos (entre muitos outros) em consideração que podemos ver a maestria de Katherine Boo para escrever sobre a difícil realidade de favelados na Índia em Em Busca de um Final Feliz.

Todos em Annawadi queriam ser um daqueles milagres, cujas vidas eram transformadas nesta nova Índia. Eles queriam passar de um zé-ninguém para um herói, como diz o ditado, e queriam isso muito rápido.
Pág. 55

Katherine Boo mostra nesse livro a realidade dos diversos habitantes de Annawadi, uma pequena (e miserável) favela em Mumbai, Índia, sob os olhares de diversos moradores, cada um deles com seus medos, peculiaridades, esperanças e sonhos. Há Sunil, um jovem catador de lixo com medo de não crescer mais e que sonha em ter um futuro melhor e assim não acabar como muitos de seus amigos: mortos ou vivendo miseravelmente na favela. Também há Asha, uma mulher determinada a enriquecer e tirar sua família da miséria, mesmo que para isso ela tenha que entrar na corrupção da política indiana. Manju, sua filha, não concorda com os meios de sua mãe ganhar dinheiro, e, pensando num futuro mais digno para si mesma, ela sonha em se tornar professora.
Mas ainda assim a história gira em torno de Abdul Husain e sua família. Abdul é um jovem revendedor de lixo em Annawadi. Com esse simples negócio ele e o restante de sua família, que inclui sua mãe, seu pai e seus muitos irmãos, conseguiram sair da zona de extrema pobreza, e até ter algumas regalias, como uma televisão comprada a prestações. Fátima mora num barraco ao lado do deles, e volta e meia arranja confusão. A Perna Só, como comumente é chamada devido a ter apenas uma perna, vive traindo seu marido, e para muitos essa é apenas mais uma forma dela querer chamar atenção. Um dia, durante a reforma da casa de Abdul, da qual Zehruniza (sua mãe) ficou enormemente feliz, uma parede que também fazia parte da casa de Fátima caiu, começando assim uma discussão. Fátima nunca se deu bem com a família de Zehrunisa, e com isso ela arranjou um bom motivo para começar a discussão, discussão essa que foi parar na delegacia. Voltando da delegacia Fátima discute mais uma vez, agora com Karam (pai de Abdul), e essa discussão foi ainda mais longe, com Karam ameaçando bater nela. Num ato de egoísmo, Fátima ateia fogo em si mesma durante a noite, sabendo que assim ela poderia abrir um processo contra os Husain por imolação, levando-a a cometer o suicídio. O processo, para desespero dos Husain, segue em frente, e ao fim Abdul, Karam e Kehkashan (irmã de Abdul) são processados. E é através deles que descobrimos o Estado corrupto e repugnante da Índia, onde tribunais julgam seus casos rapidamente sem prestar a devida atenção a eles e onde subornos policiais são mais importantes que a verdade eminente. A triste realidade de um país que poucos realmente conhecem...

Embora Abdul tivesse medo de fantasmas, [...] essas histórias não o assustavam mais. Ser aterrorizado por seres vivos parecia ter diminuído seu pavor pelos mortos.
Pág. 154

O jeito com que Katherine Boo nos conta a história dessas pessoas é de uma incredibilidade ímpar. Ela consegue misturar tudo o que é necessário para que o livro fique bom, emocionante, mas ainda assim imparcial. Ela nunca pende para o lado de ninguém, e essa era a grande meta dela. Ela queria mostrar o porquê das pessoas fazerem o que fazem, mostrar que o contexto em que moravam era o que causava tudo aquilo; ou alguém iria beber veneno de rato apenas por diversão? Até mesmo a tresloucada Fátima não é acusada de nada nas suaves e ao mesmo tempo cruéis palavras de Katherine.
Mesmo não incriminando ninguém é facilmente perceptível a repugnância com que Katherine Boo se refere ao Estado indiano. Essa sua repugnância não é escancarada, mas ela mostra os “bastidores” do governo indiano com seus detalhes mais instigantes que é impossível não pensar que ela não concorda muito com isso. Entre todos esses fatos políticos dos quais ela nos mostra o que mais nos comove é a remoção dos favelados de Annawadi por causa da expansão do luxuoso aeroporto que fica ao lado, sendo que utilizando desse fato a Katherine nos mostra uma das passagens mais emocionantes do livro, que mesmo sendo curtíssima (e dizendo respeito a uma personagem não antes mencionada) nos comove profundamente devido ao detalhismo certeiro de Boo e ao grandíssimo senso humano presente em suas palavras.

Você já pensou quando olha alguém, quando ouve alguém, se essa pessoa realmente tem uma vida?
Pág. 229

Esse luxuoso aeroporto é comumente descrito no livro, e com isso é feito um contraponto com a pobreza da favela que está ao lado, esquecida pelos mais “altos”. É nesse aeroporto que muitos annawadianos ganham a vida, sendo em empregos miseráveis ou catando o lixo que todos jogam e depois o vendendo.
A emoção que sentimos durante as breves 288 páginas é sem igual. Isso não quer dizer que caímos aos prantos em todas as páginas, mas sim que essa emoção é diferente, verdadeira e sem exageros. A comoção pelo modo de vida dos annawadianos só aparece em momentos cruciais da história, no restante tudo o que fazemos é reparar nos mínimos detalhes da vida particular de cada um e ficar pensativo sobre o estado do mundo atual. Ainda que tenha toda essa comoção o livro também nos causa estranhas risadas: uma risada leve, simples, melancólica e nem um pouco exagerada. É impossível se esquecer do icônico e idiota outdoor do aeroporto que dizia que aquele azulejo era “lindo para sempre, lindo para sempre, lindo para sempre”.

A capa desse livro é de uma simbologia única. Essa simples foto de uma menina no meio do esgoto (que corre bem no meio de Annawadi) olhando para cima e com os olhos fechados mostra poeticamente a esperança que ainda resta no coração de todos os annawadianos. Adentrando ao livro, a primeira coisa que vemos é um prefácio do Zeca Camargo, que, na minha opinião, mostrou de uma forma bem “Rede Globo de televisão” a crueza do livro, sendo um tanto sensacionalista demais. Não faria falta se não existisse! Os capítulos do livro são um pouquinho grandes, nada exagerado ou que canse a leitura. A fonte é diferente e ainda assim agradável, igualmente ao seu tamanho. O espaçamento é bom e as margens também. Ou seja, tudo conspira para uma leitura prazerosa e única.

Abdul conseguia controlar muitos de seus desejos, mas não esse. Queria ser identificado como algo melhor que a água suja onde morava.
Pág. 252

Para a grande maioria dos leitores assíduos de hoje em dia, acostumados à ficções emocionantes, a realidade de Em Busca de um Final Feliz pode soar simples e para outros até sem graça. Mas apenas o fato de conhecermos mais sobre a realidade da Índia faz com que a leitura seja essencial à todos.
Esqueça as belezas infindáveis de Caminhos das Índias ou a verdade um tanto amenizada de Quem Quer Ser um Milionário? e se aprofunde nesse livro, pois assim você vai conhecer tudo o que se passa no submundo indiano. Depois dessa leitura eu posso te assegurar que você verá o mundo com outros olhos.

site: http://www.funshunter.com/2013/07/ResenhaEmBuscaDeUmFinalFeliz.html
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MárciaDesirée 21/07/2013

“Foi um período tão cheio de esperanças como qualquer outro, desde que uma pequena favela surgiu na maior cidade do país que abrigava um terço da poplação mais pobre do planeta. Um país atordoado com o desenvolvimento e a quantidade de dinheiro circulando no momento.” (Pág. 29).

Este é não é um livro que nos conta uma história de ficção e que tem um final maravilhoso. Pelo menos, não para nós meros expectadores, e protagonistas de nossas próprias histórias. Este é um livro que deve ser lido com uma visão diferente. Este livro não pode ser avaliado pela história narrada. Nunca! Pois a história narrada foge da nossa realidade. Como você pode avaliar dois mundos? Comparar dois mundos, onde um é real, o nosso e o outro existe somente em livros para nós, mas que se trata de uma realidade forjada com muitas dores e sofrimento.
Abdul é um rapaz que sequer sabe a idade que tem. Ele é o filho homem mais velho e vive com sua numerosa família na maior favela da Índia, onde a corrupção é a ordem predominante. Seu pai é vitima de uma tuberculose e não pode trabalhar, sua mãe é uma mulher valente que tenta fazer pela família, o que o marido não pode fazer. A astúcia de Abdul o ajuda nas tarefas diárias de seleção do lixo que ele recolhe para comercializar, e revender, por isso ele acaba sendo o arrimo desta família que é considerada bem sucedida nesta imensidão de miséria e alvo para os invejosos. A vida desta família progredia dentro do possível diante de tantas dificuldades até o dia que, por uma infeliz discursão, Abdul, seu pai Karam, e sua irmã Kehkashan foram acusados injustamente por um crime. A vida desta família vira do avesso e eles se tornam alvos fáceis para extorsão de todos os espertos imagináveis. Fica claro o quanto é difícil de provar a inocência quando não tem dinheiro para se pagar pela verdade.

Quando eu recebi o livro, inadvertidamente eu achei que era um romance. Mas quando comecei a ler o livro, percebi que se tratava de uma “não ficção” e que os fatos narrados se tratavam do cotidiano em uma imensa favela na Índia. Eu que já li muitos fatos de pobreza extrema, mas que evita o assunto, me deparei com a realidade cruel, nua e crua de uma pobreza sem limites. Imaginar a cena das pessoas utilizando banheiros públicos, não tomando banho, bebendo água suja, caçando sapos e ratos para se alimentarem, é um soco na cara. Logo no primeiro capítulo e deixei o livro para ler outro, mais “agradável” e voltei nele com o psicológico mais “preparado”. A cada capítulo eu pensava, “nossa que maçante.” Mas ia de encontro ao meu objetivo que era concluir o livro. Mas, um pouco antes do final do livro, me peguei refletindo em como, mesmo diante de todas as minhas dificuldades, a minha vida é rica. Acho que o livro tem este papel, de nos mostrar o que não enxergamos por nós mesmos. Não posso avaliar o livro pelas histórias narradas, pelas vidas ali expostas, pelos finais que não são felizes. Mas avalio pelo papel jornalístico de contar a história de seres humanos que lutam contra uma série de abusos de uma minoria mais privilegiada.

site: http://www.tesouroliterario.com/2013/06/em-busca-de-um-final-feliz-katherine-boo.html
Kizzy 28/08/2013minha estante
Eu terminei de ler e fiquei pensando: será que eu gostei do livro? Eu estava tão confusa que sinceramente não conseguia responder. Você respondeu para mim, realmente "este livro não pode ser avaliado pela história narrada", você está repleta de razão. O livro é bom, tenebrosa é a realidade dessas pessoas.




Barbara Andrade de Oliveira 19/12/2019

Melhor livro da vida
Esse livro nos transporta para uma realidade diferente, uma favela na Índia, em que muitos personagens demostram não só uma pobreza de finanças, mas também pobreza de alma e de caráter. Porém, quando paramos para analisar seu comportamento se assemelha ao que encontramos em nossa realidade. Livro brilhante! A autora passou 2 anos numa favela para poder escrever tal obra!
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Evy 30/06/2016

A Índia nua e crua
Um relato impressionante sobre a vida dos moradores de Annawadi, suas lutas diárias pela sobrevivência em meio à pobreza. Os descasos das autoridades, a corrupção, a ganância, a fome e a miséria que move essas pessoas em busca de um final feliz.
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Lelê 30/05/2013

Resenha:
Não é por acaso que este livro foi o vencedor do prêmio Pulitzer.
Eu classifiquei "Em Busca de um Final Feliz" como um ficção-não-ficção e vou explicar porque.



Os personagens são fictícios, porém, Annawadi e sua miséria é verdadeira.

Aqui vamos conhecer Abdul e sua imensa família; sua mãe, uma mulher forte e guerreira, seu pai, um homem doente e um pouco acomodado, seus irmãos e sua terrível vizinha Fátima, mas conhecida como Perna Só.


"Abdul entendia que, numa cidade poliglota,
as pessoas se separariam e se juntariam do
mesmo modo como ele separava o
lixo, iguais com iguais."
Pag. 39


Tanto Abdul, quanto sua família e vizinhos vivem do lixo dos outros, eles são catadores.
Só que Abdul desenvolve uma maneira de ganhar um pouco mais que os outros com o lixo, e com isso ele e sua família sofrem demais com a inveja dos outros. E isso leva à corrupção. É uma tremenda boa de neve.


" - É fácil quebrar uma única vareta de
bambu, mas, quando você junta as
varetas, não consegue nem mesmo dobrá-las."
Pag. 107


Fátima nasceu com uma deformidade na perna esquerda, por isso o apelido Perna Só, porém ela usa suas muletas como uma arma, ela é agressiva e violenta. Perna Só realmente me tirou o sono.
Por ela ter nascido com essa deficiência, seu valor era menos que zero para sua família, e por isso ela cresceu trancada dentro de casa. Um dia apareceu um velho miserável disposto a desposá-la por um valor mínimo. Sua mãe prontamente a entrega ao velho pelo simples motivo que nunca ninguém iria querê-la, então qualquer valor é válido.
Ela se casa com o velho, e quando eu achei que ela se tornaria boa, ela se transformou em um monstro, coloca todo ódio pra fora e não poupa ninguém. Chega ao ponto de quase destruir completamente a família de Abdul, por pura inveja.

A narrativa de Katherine é incrível, super real mesmo. Ela consegue transportar o leitor para dentro de todo aquele lixo. As questões descritas da política local faz com que tenhamos ódio, um absurdo o quanto são corruptos, desde o simples soldado, passando pelo juiz, até chegar ao próprio governo.
Faz pensar muito nesse mundo que vivemos. Pessoas que vivem reclamando da vida, deveriam ler este livro.
Não conseguia para de pensar em como uma família que vive com menos de cinquenta centavos de dólar por dia consegue ainda ter esperança e buscar a felicidade.
Este livro é sim um tapa na cara de uma sociedade hipócrita e uma lição de vida.

A capa é perfeita, remete vem à realidade da história. A diagramação é simples, sem nada de diferente. A fonte usada é pequena, mas está bem espaçada.

Uma ótima leitura! Recomendo!!

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Núbia Esther 29/05/2013

“- Tudo ao nosso redor são rosas. – Era como o irmão caçula de Abdul, Mirchi, colocava as coisas. –E nós somos a bosta no meio disso.”

Do alto dos aviões, os tapumes que beiram o high-tech com seu brilho prateado não conseguem servir ao seu propósito. Annawadi e outros trinta assentamentos irregulares estão destinados a serem a primeira imagem na retina dos que chegam e a lembrança indesejada dos que deixam Mumbai pelo Aeroporto Internacional. A imagem que estava destinada a ser apenas isso, um retrato estático do encontro entre a opulência dos hotéis cinco estrelas e a miséria daqueles que vivem à sombra dos neons e do lixo gerado pelo consumo de luxo, ganha cor e escancara a vida borbulhante daqueles que lutam diariamente e buscam soluções as mais criativas o possível para se reinventar e criar um futuro que extrapole as fronteiras excludentes de Annawadi, que lhes permita vencer a barreira entre a pobreza e a vida levada pelos ricos.

Traduzir toda essa agitação em palavras para fazer um dos relatos mais detalhistas e reais da vida das castas mais baixas da Índia na era da globalização foi a tarefa que Katherine Boo, uma jornalista americana que passou mais de 20 anos fazendo reportagens dentro de comunidades pobres, tomou para si. Mas, mais do que narradora ela permitiu que os moradores de Annawadi contassem sua história e para isso de novembro de 2007 à março de 2011 ela vivenciou o dia-a-dia da comunidade e documentou a experiência dos moradores da favela, além de registros públicos conseguidos após várias petições. Foi assim que surgiu o livro Behind the Beautiful Forevers publicado em 2012 e traduzido e publicado pela Editora Novo Conceito este ano sob o título de Em Busca de um Final Feliz.

“É fácil quando se está a uma distância segura, deixar de lado o fato de que as áreas pobres dentro da cidade são governadas pela corrupção, onde pessoas exaustas rivalizam em um terreno limitado e onde é dolorosamente difícil ser bom. O grande espanto é que, na verdade, algumas pessoas são boas e que muitas tentam ser.”

Quando a Novo Conceito disponibilizou a lista de lançamentos para a solicitação de exemplares, de início não havia pedido Em Busca de um Final Feliz para resenhar. Tinha receios de que a história descambasse para a “glamorização” da pobreza como bem citado pelo Zeca Camargo no prefácio, mas, ao mesmo tempo me vi curiosa para conhecer mais profundamente a Índia pouco mostrada e citada de forma superficial nos romances que li que se passavam naquele país. Pedi o livro e comecei a leitura sem esperar muito da obra, mas de repente me peguei cativada pelo relato de Katherine e pelos moradores de Annawadi. Abdul e seu negócio rentável de reciclagem de lixo que mantém a família Husain acima da linha da miséria, mas que de uma hora para outra, vê sua vida explodir depois das ações desesperadoras de Fátima Perna-Só; Kamble e a impossibilidade de arranjar emprego por não ter como fazer uma cirurgia, paga pelo governo, mas cobrada por baixo dos panos pelos médicos; Asha e sua busca incessante pelo poder, ainda que para isso tenha que mergulhar na mais sórdida corrupção; Sunil e a esperança ingênua de conseguir ‘ser alguém’ catando lixo; Manju e a esperança de se tornar a primeira mulher de Annawadi a se formar na faculdade e a vontade de se dedicar à educação em um país no qual 60% dos professores da rede pública não tem formação superior.

Pegando como ponto de partida, a ação desmedida de Fátima Perna-Só de atear fogo ao próprio corpo e acusar o pai, a irmã e o próprio Abdul de levarem-na a tal ato. Trabalho esse facilitado pelo sistema jurídico altamente corrupto, que não perde tempo em tentar extorquir todo dinheiro que puder dos que caem em suas teias. Boo vai contando uma história que poderia se passar por um romance de ficção e dos bons, mas, infelizmente é a história nua e crua retratada aqui e o quadro não é nada bonito, ainda que a esperança sempre esteja presente como uma boia salva-vidas solitária na qual todos se agarram como podem.

[Blablabla Aleatório] - http://blablablaaleatorio.com/2013/05/28/em-busca-de-um-final-feliz-katherine-boo/
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JEAN CARLOS 18/05/2017

Esperava mais desse livro.
Me decepcionei com o modo como a autora narra os acontecimentos...cansativo demais.
Carla.Cerqueira 02/06/2018minha estante
Nossa... Tô custando a ler. Que livro superficial....


JEAN CARLOS 12/04/2019minha estante
Não consegui...parei de ler na metade do livro.


Carla.Cerqueira 13/04/2019minha estante
Também. Tá lá encostado


Ticiane 24/07/2019minha estante
Estou tentando terminar pq não gosto de abandonar, mas está difícil, e olha que adoro esses temas!




Iana 05/01/2014

Ganhei esse livro de uma amiga, no começo pensei que fosse mais um livro de não ficção que havia me chamado atenção, mas quebrei totalmente a cara. Em busca de um final feliz entrou para a minha pequena lista de livros que nunca vou esquecer, em cada linha da história Katherine Boo me levou para um ambiente totalmente real- vê o Brasil em tantas páginas, na minha opinião-. Eu, sinceramente não sei descrever com exatidão oque esse livro fez em min, esses personagens, Abdul,a Manju- que imagino( minha Mana) sempre nela-. Enfim, esse livro vai estar sempre comigo, e o Abdul e o meu capítulo preferido- Gelo-. eu recomendo esse livro para quem gosta de uma boa história de não ficção e viajar nas linhas de tanto trabalho que foi esse primeiro trabalho da Katherine Boo, eu já sou fã dessa escritora!
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Lugmara 24/03/2014

Em busca de um final feliz
O livro de estreia de Katherine Boo, descreve o dia a dia de alguns moradores de uma favela em Mumbai, na Índia.
Apesar da narrativa não prender o leitor, a autora consegue fazer com que ele pare para pensar sobre o papel que desenvolvemos na sociedade.
O que diferencia o bem do mal, o certo do errado quando a sobrevivência está em jogo? Até onde você iria para conseguir o que quer?
Por outro ângulo, a autora deixa claro a corrupção, as fraudes e as falhas de um sistema que privilegia o dinheiro.
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