Ana Bernhard 05/01/2023
Inspirado na leitura em grupo do @leitoresdocerrado , acabei de ler "O Corvo" e "O Gato Preto" de Edgar Allan Poe.
Os dois livros me fizeram refletir muito sobre como o ser humano consegue se afogar na própria tristeza e no próprio mau, a ponto de se perder de todas as referências de bondade e misericórdia.
E ao mesmo tempo, me fez pensar como é dura a vida sem a esperança que existe em Jesus.
Desde muito nova as palavras do evangelho me fazem ter conforto e consolo de que "vale a pena fazer o bem", de que "existe um mau em mim, mas não preciso ser escrava dele", e de que "existe perdão e consolo em Deus para quando eu precisar retornar aos eixos".
Semelhante a sensação que tive lendo 1984 (George Orwell), ler uma história onde o personagem está tão absorto na sua dor e corrupção que não se lembra da correção e do amor de Deus, é literalmente uma leitura de terror.
E isso não me gera repulsa pelo personagem, mas compadecimento.
E se houvesse alguém ali que pode ver a sua dor? Ver a sua doença? Ver a sua corrupção e buscar ajudar ao invés do simples julgamento? Isso mudaria a história?
Mais do que uma reflexão sobre a ficção, isso nos faz pensar sobre os que estão ao nosso lado e também passam pelo luto, pela dor e por sentimentos que aprisionam.
Ninguém conseguiu chegar a salvar o gato, mas na vida real nós podemos fazer alguma diferença.
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Os livros são de 1845 e 1843, com uma linguagem formal mas compreensível, e que simplesmente seguram a gente na história, querendo saber até onde aquilo tudo se extende.
Eu tenho pouquíssima experiência com leituras de terror kkk Ja li umas 4 de Terror e Ficção Absurdista, mas o Edgar Allan Poe com certeza se sobressaiu. Fiquei com vergonha e nojo de estar lendo, como se os crimes feitos contra o gato fossem feitos na minha frente.
Leitura que tira a gente da zona de conforto, e isso é sempre muito bom!