Melhores Poemas de Cecília Meireles

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Resenhas - Os Melhores Poemas de Cecília Meireles


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Arsenio Meira 30/07/2014

A eterna Poesia do que é efêmero

É lugar comum que a perda traz uma dor inquestionável. E mais: resgata a efemeridade do ser e sua incapacidade de dominar o tempo que escoa pela memória, a qual não deixa de ser criação ficcional os domínios da poesia e aqui já não há mais lugar comum algum, pois refiro-me ao temperamento melancólico e diáfano de umas das maiores poetas da língua portuguesa, Cecilia Meireles, presença garantida na "Coleção Melhores poemas" da editora Global, volumes que resgatam um quinhão valiosíssimo da poesia brasileira, por meio de antologias bem cuidadas e devidamente organizadas por quem de direito. Aqui, a antologia foi organizada e apresentada pela filha caçula da Poeta, a atriz Maria Fernanda.

Talvez nenhum outro poeta brasileiro, no tocante especificamente ao aqui exposto, tenha manejado as palavras de maneira dissonante para captar esse tempo que se esvai por ele mesmo, essa memória e paisagem que se confundem entre lembrança e criação, entre presença e esquecimento. E Cecilia jamais duvidou: "Quando as águas escurecem-te juro/ todos os barcos se perdem/ entre o passado e o futuro/ São dois rios os meus olhos/ noite e dia correm, correm." Os olhos, vistos pela cultura ocidental como portais da alma, trazem o pranto que é a água da dor e da tristeza, enquanto o barco é a solidão concretizada em objeto. Os olhos, o pranto e o barco compõem uma cena que eterniza o presente e manifesta o absoluto; que é o título, diga-se, de um dos seus livros mais festejados: "Mar Absoluto". Já os rios representam com suas correntezas a própria passagem do tempo. Para a poeta, entre o biológico e a tristeza como sintoma de um mal físico e psíquico, e o simbólico em relação à melancolia como busca de captura do efêmero, existe a catarse que o texto literário suscita.

Muito já se escreveu e foi cantado que a beleza é sempre triste e que o efêmero, provocador eminente da beleza, reflete o não domínio do ser diante do tempo. A efemeridade é na verdade a morte que se sofre a todo instante enquanto se vive. A perda é uma morte, o tempo é uma morte porque faz escorrer as coisas e o outro que se vão para sempre. Ler Cecilia é apreender lições neste sentido: O tempo era ríspido e amargo/ Vinha um negro vento do mar./ Tudo gritava, noite e dia/ e nunca ninguém ouviria/ aquele coração a chorar. Para Cecília, não existe nada que permanece mais do que uma lembrança no vento, a memória liga-se diretamente à sensação e a consciência de que toda experiência é efêmera, de que todas as coisas são efêmeras, e embora busque o eterno, ele é impossível. Nasce a angústia primeiramente, mas a melancolia derivada desta parece resolvê-la quando ela assume sua postura trágica diante do mundo porque diz sim à vida. O dizer sim à vida não elimina a compaixão e o pavor, mas vai além desses afetos e faz o ser: ser em si mesmo o eterno prazer do vir a ser esse prazer que traz em si também o prazer no destruir (NIETZSCHE in Ecco Hommo, como alguém se torna o que é. São Paulo: trad. Paulo César Souza, Companhia das Letras, 2004.)

Por isso, há uma corporização na poesia da dor e da tristeza; por isso Cecilia faz a noite e o dia ganharem bocas e gritar, porque o corpo e principalmente o rosto são o relógio mais vivo da efemeridade do tempo, os marcadores do íntima agonia que cada um de nós carrega ou carregará um dia, inevitavelmente.
Renata CCS 01/08/2014minha estante
Cecília Meireles, uma voz única, se fez eterna com a sua poesia. Leitura que deixa saudades, ainda mais depois de ler a sua resenha!


Arsenio Meira 01/08/2014minha estante
Oi Renata, Cecilia é inesquecível sempre.
Obrigado, minha amiga.Abraços




Wendy 28/04/2023

"Alheias e nossas as palavras voam."
Os poemas da Cecília são simplesmente reflexivos, intensos, misteriosos, melancólicos.

Encontrei-me num vertice de versos, na singularidade de suas rimas e no tocante de seu puro sentimentalismo.

"De que são feitos os dias?
? De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias,
? do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças..."
Francy Pyller 28/04/2023minha estante
Que lindo poema! Cecília é maravilhosa mesmo!???




lililu 07/10/2023

Gostei muito
Foi uma leitura gostosa de se fazer. Já esperava esse baque nos poemas da Cecilia.
Textos profundos e sentimentais. Gostei muito, apesar de bem rápida e simples, querendo ou não.
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roses in winter 31/12/2023

Melhores poemas de cecília meireles - 2023
Li esse livro para concluir minha meta de leitura de 2023. estou neutra em relação a obra.
recomendo, quatro estrelas.
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Maria 09/01/2023

Esse foi o ?primeiro? livro que li,ele me marcou,e tenho um carinho enorme por ele.
Acho que as pessoas deveriam falar mais sobre.
A escrita é maravilhosa,cada detalhe dele o torna cada vez mais único.
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Joyce Beatriz 06/05/2023

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
? não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
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bibioslivrosecia 05/04/2023

"Cecília, és, como o ar, diáfana, diáfana..."
Poemas absolutamente deslumbrantes do começo ao fim do livro. Eu sou, particularmente, uma grande fã da poesia simbolista, e acredito que tenha sido justamente por isso que gostei da Cecília, pelo fato de ela seguir a corrente neossimbolista, de uma carga lírica tal que eu não podia fazer outra coisa senão olhar com a mais profunda admiração cada um daqueles versos, tão lindos e intimistas. A leitura foi muito fluida, gostosa mesmo. Não escolhi apenas um poema favorito, mas vários, e essa coletânea me fez ter vontade de ler cada um dos livros da autora. Por falar nisso, os poemas de "Romanceiro da Inconfidência" catalogados nessa obra me surpreenderam muito, pois, por não seguirem a mesma linha neossimbolista dos demais, eu pensei que não fosse gostar tanto. Não poderia estar mais enganada! Eu amei esses poemas, em especial por suas referências ao Arcadismo, outro movimento literário que genuinamente aprecio.
Lista dos poemas que mais me chamaram a atenção durante a leitura: "Motivo", "Retrato", "Canção (Pus o meu sonho num navio)", "Canção (Nunca eu tivera querido)", "Despedida", "Museu", "O Tempo no Jardim", "[Há um nome que nos estremece]", "Discurso ao Ignoto Romano" e "Desenho". Definitivamente recomendo esse livro, e em especial os poemas listados, a quem, assim como eu, gosta de ler um bom livro de poesia, que te encante do começo ao final. Por fim, deixo aqui minhas citações favoritas:
"É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano e assistir, lá no fundo, ao nascimento mudo das formas, que desejar que apareças, criando com teu simples gesto o sinal de uma eterna esperança."
"No rio dos teus encantos, banhei minhas amarguras."
"A maior pena que eu tenho, punhal de prata, não é de me ver morrendo, mas de saber quem me mata."
"? saudosa do que não faço,
? do que faço, arrependida."
"Porque o poeta, indiferente, anda por andar ? somente. Não necessita de nada."
"Murmuro para mim mesma: 'É tudo imaginação!'
Mas sei que tudo é memória..."
"Desejo uma fotografia como esta ? o senhor vê? ? como esta: em que para sempre me ria com um vestido de eterna festa."
"O pensamento é triste; o amor, insuficiente; e eu quero sempre mais do que vem nos milagres."
"A vida só é possível reinventada."
"Não te encontro, não te alcanço... Só ? no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva. Só ? na treva, fico: recebida e dada."
"Queremos a sua solidão robusta, uma solidão para todos os lados, uma ausência humana que se opõe ao mesquinho formigar do mundo."
"E entre água e estrela estudo a solidão."
"Porque há doçura e beleza na amargura atravessada, e eu quero a memória acesa depois da angústia apagada."
"Se algum de nós avistasse o que seríamos com o tempo, todos nós choraríamos, de mútua pena e susto imenso."
"(Teu rosto, por toda parte, mas, amor, só no meu peito!)"
"Há um nome que alguém pronuncia sem qualquer alegria ou dor, e que em nós, é dor e alegria. [...] é o nome total do amor em forma obscura e dolorida."
"De que são feitos os dias? ? De pequenos desejos, vagarosos saudades, silenciosas lembranças."
"Somos sempre um pouco menos do que pensávamos. Raramente, um pouco mais."
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Ivanildo16 06/04/2023

Uma voz singular
Este foi meu primeiro contato com a obra de Cecília Meireles. Uma poesia muito cativante e bem estruturada. Seus versos são uma sinfonia aos olhos de quem lê. As rimas e musicalidade dão o tom de sua leitura. Uma voz singular da nossa poesia.
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rayumix 02/11/2020

Sentimentos que viram versos e versos que viram sentimentos
Provavelmente esse foi o primeiro livro assumido de poesia que li, e MEU DEUS.
Acho que os poemas têm um quê diferente; tão intensos e encantadores!
Foi uma experiência incrível. Que venham outros livros de poesia, pois estou apaixonadíssima e muito ansiosa para mais!!!
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KKbarros82 23/04/2021

"Ah, mas que palavras podem os vivos dizer aos mortos?"
O que os mortos ainda tem para nos passar? Cecília é a poeta que canta a vida, sua existência, a morte. Ela é trindade. O passado, presente e futuro estão impregnados em sua poesia.

Seus versos simples e de rimas quase infantis contrasta com a profundidade que a poeta canta o perecer. Ler Cecília é constatar a finitude da vida, é contemplar o mar, é brincar com a morte.

Sua coletânea de poemas é uma brisa soava em dias apáticos. É olhar o espelho e duvidar o reflexo que vê. É ler versos e contemplar a vida que finda.
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Eduarda.Silva. 12/11/2022

Cecília Meireles
O livro é nem envolvente e os poemas são bem reflexivos, li em uns dois dias, ele é bem rapidinho de ler e é uma ótima experiência, recomendo a qualquer um que procura poemas "antigos".
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igsuehtam 07/11/2022

Poemas
A cada poema Cecília Meireles nos cativa mais ainda. Boa seleção de poemas. Fiz um plano de ler cada um por dia, e nisso passei quase três meses. Vale muito a pena!
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Clara 17/03/2023

?Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta?
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