Tudo o que Mãe diz é Sagrado

Tudo o que Mãe diz é Sagrado Paula Corrêa




Resenhas - Tudo o que Mãe diz é Sagrado


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Gicelìo Besérra 16/04/2022

Grito preso na garganta ou dado submergido nágua!
Diante do denso véu enegrecido que tomou sua existência pela ausência do materno Paula Corrêa tenta e consegue exprimir nas linhas e páginas o grito e sussurro do luto em seu âmago. A persistência lenta da expressão desesperada pela significância do passar dos dias nos traz uma obra triste e como tal, visceral a ponto de nos tocar em momentos e refletir sobre a impermanência da existência de nossos amados. Um grito preso na garganta ou um grito dado com a cabeça submergida nágua. Obrigado Paula!
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Val 08/04/2013

Um soco no estômago
Este livro foi uma indicação da Eliane Brum em seu artigo publicado no site da Revista Época. Merecem ser lidos o artigo e o livro, nessa ordem. (http://revistaepoca.globo.com//Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/03/dentro-da-mae-um-pedaco-arrancado-de-mim.html).

"O que você faz depois de ser enterrada viva? Como compreender que um pedaço arrancado de você em vez de salvar, morre com a sua mãe? Como estar fora e dentro de um túmulo, ao mesmo tempo? Como estar viva e morta simultaneamente? Como se carregar pelas ruas, tão menos?
Para Paula, só havia uma regeneração possível. Pela palavra. Escrita."
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PorEssasPáginas 07/09/2013

Resenha Tudo o que Mãe diz é Sagrado - Por Essas Páginas
Esse livro foi bem especial para mim. Uma grande amiga me emprestou o mesmo e tanto eu, quanto ela, assim como a autora, compartilhamos os mesmos sentimentos. Ler esse livro foi como conversar com uma boa amiga: alguém que não te julga, apenas entende. Foi ouvir seu desabafo e desabafar também.

Tudo o que Mãe diz é Sagrado é um livro de crônicas. A cada página, encontramos um pensamento, um sentimento, um desabafo de Paula Corrêa. Quanto tinha apenas vinte e poucos anos, Paula perdeu sua mãe. Metaforicamente dizemos que, quando uma pessoa amada vai embora, um pedaço nosso vai junto com ela; para Paula, isso foi também físico. Ela doou um pedaço do seu fígado para tentar salvar a mãe, sem sucesso. Nós encontramos a autora após todos esses acontecimentos, tentando juntar os cacos de si mesma. Pedaço por pedaço, palavra por palavra, crônica por crônica, nós acompanhamos o recomeço de Paula, as suas lembranças, o seu amor e toda a sua dor.

"Só tenho um coração. Deveras confuso. Melhor deixá-lo de lado, batendo baixinho, como quando estamos dormindo." Página 156.

O sofrimento não é belo, mas Paula consegue fazer poesia de seus sentimentos. Após a morte da mãe, ela passa por um período de isolamento e luto, tendo como maior companheiro seu cachorro Astor. O bom de um bichinho, seja um cachorro, um gato, o que quer que seja, é que ele não questiona, não julga. Ele não se cansa da nossa tristeza. Ele só consegue ser amigo, incondicionalmente. Nós é que somos egoístas, o bichinho não consegue, ele é todo fidelidade e amizade. Astor é um bom companheiro para Paula e a ajuda a levantar todos os dias, quando tudo o que ela quer fazer é se entregar.

"Agora não posso nem dizer que ontem o seu corpo ainda existia, que ontem o seu coração ainda batia, (…) agora eu não posso dizer mais nada disso porque nem o tempo me ajuda, e diante disso nem posso afirmar que ele tenha aplacado minha dor." Página 168.

As suas crônicas são intensas, viscerais, sensíveis, melódicas. Para mim, crônicas são um meio de desabafo. É quando um escritor coloca no papel todo seu sentimento, seja ele de tristeza, seja de raiva, indignação, angústia. Crônica é um texto que sempre é baseado na realidade, na realidade que o autor enxerga. Todo o livro é um desabafo de Paula. Para quem já passou pela situação vivida por ela, os textos são ainda mais intensos. Eu me identifiquei em cada linha, em cada palavra. No amor, na dor, na despedida. Se você já passou por essa situação tão dolorosa, leia esse livro, sinta-o. Se você não passou, leia também: e depois abrace sua mãe. Nós queremos acreditar que ela é eterna, mas um dia ela vai embora. Sem aviso, sem adeus. Nós nunca estamos preparados, não importa se você tem vinte anos ou sessenta. E o que resta é um vazio sem fim.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-tudo-o-que-mae-diz-e-sagrado
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