Caroline Gurgel 03/05/2013Goddammit! Bom, acabei de terminar o livro, então ainda estou com as emoções a flor da pele. Simplesmente devorei esse livro, que nem em plena madrugada me deu sono (e só com isso já merece algumas estrelinhas)
Acho que gostar ou não desse livro depende muito de como você vai vê-lo, de como vai encara-lo. Ele tanto pode ser superficial como pode ser profundo.
O livro começa meio lento, parece que toda aquela introdução sobre a personagem principal poderia se resumir a poucas páginas, mas depois você aceita que aquilo era necessário.
É narrado em sua maior parte por Camryn, em seus 20 anos de idade e cheio de traumas recentes profundos. Ela está perdida, não sabe o que quer da vida, está cansada de ter que fazer o que a sociedade espera que ela faça, e quando até sua melhor amiga lhe vira as costas por um motivo banal, Cam se joga no primeiro ônibus que vê, escolhe um destino aleatório e bem distante para que tenha longa estrada pela frente para pensar.
É aí que a história realmente começa. Uma "road trip" em busca de uma liberdade, em busca de se deixar ser feliz, sem saber nada sobre onde estará amanhã ou o que fará. Nessa busca, ela conhece Andrew (Ahh!), que também tem seus segredos e motivos para estar naquele ônibus. E o que muitos podem achar superficial, outros podem achar intenso, livre, real e avassalador. Escolhi esses quatro últimos adjetivos.
É como se todos nós, algum dia, já pensamos sobre isso ou vamos pensar. Você embarca nessa de "porque tenho que fazer o que todos querem que eu faça" ou "como seria se eu me deixasse levar?".
De maneira divertida, meio louca, mas bem criada e desenvolvida, a autora introduz Andrew na vida de Cam. Surge algo que talvez possa se chamar amizade, que cresce desenfreadamente, fazendo com que a atração entre eles não consiga mais ser disfarçada. Mas o medo (e algum segredo), muitas vezes, os impede de seguir.
Apesar de a maior parte da história ser narrada por Cam, temos o prazer de, aqui e acolá, continua-la pelos olhos de Andrew e, assim, se apaixonar ainda mais por esse personagem encantador e paciente. Ele faz Cam sentir-se à vontade para gritar, em alto de bom som, o que ela quer, mostra que ela não deve ter medo de seus desejos, de suas vontades. Eles se redescobrem juntos, e isso, pra mim, é maduro.
Em algumas críticas li sobre superficialidade, que a história se resumia a sexo, em outras que Andrew era briguento, mas que bom a maioria compartilha do mesmo amor que tive por essa história. Como um amor tão paciente, generoso e desprendido pode ser superficial ou se resumir a sexo?
O livro é bem lento, de certa forma, mas gostoso. Você se pega sorrindo com eles, vivendo com eles, querendo estar naquele carro sem rumo. A autora faz tudo soar real, totalmente possível. Minha única ressalva é que apenas no final descobrimos algo sobre Andrew e parece que não sobram páginas e a história assume um ritmo acelerado e nao nos dá o tempo suficiente para senti-la como deveríamos.
Leitura super rápida, deliciosa e avassaladora que, com certeza, vai deixar um gostinho de quero mais.
Espero que se deixem embarcar nessa aventura como eu me deixei!