Juliana3385 28/05/2024
Mais atual, impossível?
? e vou até fugir do óbvio em relação à crítica que a fábula esconde (?) acerca do regime socialista soviético. Resenhas, explicações e contextualizações têm aos montes por aí (e todas muito pertinentes, claro!).
Porém resolvi finalmente ler este clássico sem me apegar ao que motivou G.O. a escrever. Isso porque, quanto mais eu lia, mais eu percebia como a crítica e os fatos se encaixam em vários outros regimes. Em vários outros governos. É possível dizer que Napoleão não representa somente Lênin. Que a Revolução dos Bichos não fala somente sobre a revolução soviética. É possível traçar paralelos muito atuais: governantes (de VÁRIAS correntes ideológicas, diga-se de passagem) que foram eleitos sob a ilusão do Salvador da Pátria mas que, ao chegar e sentir o gostinho do poder, se corromperam (ou deixaram suas máscaras de porco caírem, como queiram) e todas as promessas de uma sociedade mais justa, menos corrupta e próspera foram por água abaixo, com todas as justificativas possíveis, auxiliadas pela propaganda governamental ou pela velha e boa fake news. Sim, velha. Pois o termo é recente, mas a tática já é bem antiga.
A única coisa que nos sobra é saber se queremos ser ovelhas, cavalos, corvos, porcos, humanos, cachorros, galinhas, burros?
No fim, não importa. Não precisamos ser apenas 1 só. Podemos buscar ser o melhor de todos e evitar o pior de cada.
O que importa realmente é desenvolver, ter e não ter medo de mudar o pensamento crítico. É ler, estudar, debater, sair da granja (bolha), ser humilde, não ser teimoso para que cada vez menos evitemos ser manipulados. Essas são as únicas armas que temos (as quais são abominadas pelos porcos): a educação, a leitura, o bom senso e a honestidade.
E não basta ser um burro que percebe, mas se cala. É necessário ajudar os outros irmãos, camaradas, bichos, o que quer que sejam, a perceber que não importa quem está no poder: se porcos ou humanos. A força real está longe deles e por isso eles temem tanto que o povo se perceba.