Gabriela1809 31/01/2024
Demorei pra terminar porque o começo era muito maçante, mas do meio pro final eu nem conseguia dormir direito, tamanha a ansiedade pra ler o próximo capítulo.
Eva (mãe de Kevin) é uma mulher elegante, séria, um pouco arrogante e lógica. Franklin (pai do Kevin) era o estereótipo de homem patriota estúpido que tentou ser um bom pai, mas falhou miseravelmente. E o Kevin era o Kevin, inteligente demais, afiado demais, porém, ainda existia uma criança solitária e vulnerável dentro de si, e do qual ele não soube como trabalhar.
Eu me identifiquei muito com a Eva, e ela, até certo ponto, se identificava com o Kevin. Os dois eram orgulhosos e tinham opiniões muito fortes sobre como viam o mundo. Eva tentou provar, por meio de cartas que escrevia para seu marido, que Kevin era patologicamente mau. Kevin tentava provar, por meio do seu corpo, que a Eva também tinha maldade dentro de si, então ele sempre achava um jeito de fazer a Eva externalizar a raiva dela, até que ambos ultrapassassem um limite só deles.
A história é, sem dúvidas, complexa e sensível. Além disso, autora nos lembra que, para a maioria, uma notícia no jornal é apenas uma notícia, distante da realidade destes seres antipáticos e indiferentes; mas para quem viveu o ocorrido, a memória, a dor e a solidão do luto estão profundamente arraigados na carne, pele e ossos. Como diria a minha professora, "os dados sangram".