Livre

Livre Cheryl Strayed




Resenhas - Livre


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Marcela Pires 02/05/2013

Vale cada página!
"Para mim era como deviam se sentir as pessoas que se cortam de propósito. Não é bonito, mas eficiente. Não é bom, mas não há arrependimento. Eu estava tentando me curar. Tentando tirar o mal de dentro de mim para que pudesse ser boa novamente. Queria me curar de mim mesma". p50

"Livre" conta a estória verídica de Cheryl Strayed, que com apenas 22 anos perdeu a mãe para o câncer, e essa perda foi algo tão devastador em sua vida que ela começou a fazer coisas que jamais imaginaria: sair com vários homens, usar drogas, acabar com o casamento.

Cheryl chegou num ponto limite, já não via mais como retornar a ser a mulher/pessoa que era antes da morte de sua mãe; até que numa loja de produtos esportivos ela vê um livro sobre a PCT - Pacif Crest Trail - (uma trilha de 1770km na costa oeste dos EUA), e decidiu fazê-la em 3 meses para poder na solidão se reerguer e repensar em sua vida.

O primeiro capítulo de "LIVRE" é extremamente emocionante. Eu, como leitora, senti a dor dela, a dor e a revolta pela perda da mãe, uma mulher boa, otimista, vegetariana, não fumante, que em 1 mês teve sua vida acabada por um câncer de pulmão. A tristeza e a perda são latentes! É emocionante, é dolorido e Cheryl consegue nos transmitir esses sentimentos. Chorei com ela.



Após esse período, ela começa uma fase de "auto punição": desvalorização da vida, se droga constantemente, conhece heroína, faz loucuras, sai com diversos homens, engravida de um homem que não é seu marido, aborta, e então decide por fim no casamento, pois já não sabia quem era, quem amava, o que precisava. Sentia falta da mãe, sentia que o mundo tinha perdido o sentindo.



Sozinha, se família, perdida, ela decide fazer a trilha PCT e nessa longa caminhada, ela conhece pessoas que a fazer refletir, pensar, amadurecer, conhecer a humildade e a generosidade.

Ela nos conta com detalhes sobre a trilha, sobre sua experiência, a aventura, e como conseguiu sentir despertada nela a cura, o perdão, e a liberdade da vida novamente.

"Ela (mãe) me forçou a amadurecer instantaneamente e a perdoar todas as suas falhas maternais ao mesmo tempo que me manteve criança para sempre, minha vida tanto acabou como começou nesse lugar prematuro onde fomos abandonadas. Ela era minha mãe, mas eu não tinha mãe. Estava presa, mas completamente sozinha". p. 318

É uma leitura muito gostosa, a escritora consegue alternar os momentos que narra a aventura, com os que ela fala sobre si mesma, não perdendo o foco e nem o ritmo.

É um livro longo, mas delicioso, cheio de lições, de passagens lindas e comoventes. Vale cada página!
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Voorhees 18/04/2013

Trajetórias de autodescoberta e redenção geralmente são bem aceitas no mercado editorial. Quando se coloca uma mulher lutando contra seu passado, suas más decisões, e em busca de um novo rumo na vida, é Best-seller na certa. As livrarias e editoras já tinham feito a festa alguns anos atrás quando Comer, Rezar e Amar chegou e voou das prateleiras, e até chegou às telonas com Julia Roberts no elenco e Ryan Murphy na direção.

Em Livre, de Cheryl Strayed, mais uma jornada em busca de si mesmo se desenrola na frente do leitor, de uma forma menos pomposa do que Comer, Rezar e Amar. Nada de viagens para Itália, Índia ou Bali. O que Strayed se propôs a fazer foi percorrer o Pacific Crest Trail, uma trilha que corta os EUA de ponta a ponta. Sozinha, sem dinheiro, e sem experiência, Strayed se aventura pelas florestas e descampados americanos enquanto flashes de sua vida são expostos num expurgo necessário para que ela siga em frente.

Com uma narrativa envolvente, Strayed relata sua viagem em detalhes necessários, não se perdendo em descrições extensas da trilha, por exemplo. Enquanto o caminho pelo PCT se revela a sua frente, Strayed testa seus limites, seja suportando o peso absurdo e desnecessário de sua mochila de iniciante, seja a dor de perder as unhas dos pés por conta da bota apertada ou a solidão de passar três meses praticamente sozinha, tendo encontros esporádicos com outros caminhantes.

Strayed também acerta na mosca ao relembrar os fatos que quer deixar para trás: as vezes em que traiu seu marido, a morte da mãe, o início do uso de heroína e, num dos momentos mais tocantes, o momento em que teve que sacrificar o cavalo da família. Tudo é mostrado ora com emoção genuína ora com humor esperto, sem nunca cair no lugar-comum ou no sem-graça.

Mais do que uma jornada de auto-conhecimento, Livre relata uma prova de coragem e superação. Quando eu coloco desse jeito pode parecer clichê, mas não é. É de alguma forma inspirador. Como diz uma das pessoas que cruzam o caminho de Strayed durante sua jornada: “Eu sou um espírito livre que nunca teve coragem de ser livre”. Cheryl Strayed mostra em Livre que não é dessas.

Leia mais em www.coolt.blog.br
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Raffafust 03/04/2013

Até onde a dor nos leva? Até onde podemos suportar? E o mais importante é saber o que nos faz voltar a vida novamente. Acho que foram essas perguntas que me fiz após ler esse livro. " Livre" não é um livro bobo de auto-ajuda, é a história de uma jovem de 22 anos que após perder a mãe que tanto amava resolve fazer tudo que lhe dava vontade naquela busca constante que temos atrás do que chamamos de felicidade.
Cheryl começa contando que sua mãe sempre foi seu alicerce, a vida com os 2 irmãos e ela após a separação de seus pais foi uma experiência que lhe marcou para sempre, como ela mesma cita, descobriu que por mais que doesse a separação ela viu que estavam melhor sem aquele homem que espancava constantemente sua mãe.
Com isso, ela morou em vários lugares, sua mãe sempre protegendos os filhos até eles terem idade suficiente para se virarem sozinhos. Seu padastro que ela chamava de pai, era um carpinteiro que amava sua mãe. Casada e fazendo faculdade, Cheryl achava ser feliz, até que seu mundo desaba quando aos 45 anos sua mãe descobre estar com câncer. Da descoberta da doença até a morte dela acompanhamos e sofremos junto com ela sua mãe ir embora e o pior, em muito pouco tempo. A doença presente em tantos livros e na vida de maioria de qualquer ser humano, narrada por Cheryl tem exatamente o que é: uma luta pela vida com vitória e derrotas. Infelizmente sabemos que a história é verídica e que Cheryl perdeu sua mãe.
Com raiva do irmão Leif que nunca procurou a mãe quando doente , de sua irmã que fugia de ver o estado da mãe, ela tem somente o marido da mãe e seu marido Paul como apoio; mesmo que nada faça passar a dor que sente .
Após a morte de sua mãe, Cheryl pode-se dizer assim, surta! Ela começa a trair o marido, se separa, vira viciada em heroina, dorme com vários homens...até resolver fazer a caminhada Pacific Crest Trail que leu em um livro e achou que seria sua salvação ver seus limites percorrendo exatos 1.770 km!
Cheryl conta com detalhes os dias que passou entre ursos, cobras e formigas. Suas bolhas, cortes e meios de defecar e urinar. Como não sou muito fã de passeios ecológicos me assustou a coragem dela em enfrenta tudo com pouco dinheiro e sozinha, dependendo da ajuda de pessoas que lhe deram carona, comida e amizade.
O que ela vive, aprende ou sente é compartilhado com a gente, de uma maneira que pelo menos para mim foi interessante ver como ela lidou com a dor, como ela precisou de uma caminhada, de um desafio para afastar os pensamentos ruins, a dor da solidão sem a presença da mãe e descobrir que não amava seu marido por mais maravilhoso que ele fosse.
" Livre" é um livro para ser lido sem expectativas de finais mirabolantes, ou de lições de moral, me identifiquei com a relação dela com a mãe e estranhei o como ela se acabou por causa da dor que a morte lhe causou.
Só esperava que ela contasse mais do dia a dia dela atual já que faz agradecimentos ao marido e dois filhos !
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