Histórias de Paris

Histórias de Paris Mario Benedetti




Resenhas - Histórias de Paris


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Caroline Gurgel 18/09/2014

Histórias do Exílio
Mais um livro que leio por recomendação da Tatiana Feltrin, ou seja, mais um comprado "às cegas". Quando o recebi fiquei surpresa, uai! Cadê o livro? Histórias de Paris tem apenas 63 páginas e nos traz 4 contos de Mario Benedetti já publicados anteriormente em livros distintos.

Geografias, Cinco anos de vida, O hotelzinho da rue Blomet e Só por distração são pequenos contos escritos com uma concisão impressionante. Uma prosa tão fluida, que mesmo breve, prende o leitor e transmite o forte sentimento, a dor e as mudanças de vida acarretadas pela ditadura e pelo exílio.

É incrível como, em tão poucas palavras, o autor conseguiu demonstrar de maneira tão leve - e ao mesmo tempo profunda - as consequências do exílio, as mudanças nos relacionamentos amorosos e as expectativas e desilusões de um exilado.

Preciso ainda comentar sobre a edição primorosa da Biblioteca Azul (Editora Globo). Que capricho!! Impresso em um papel de alta gramatura, margens largas, fonte em um tom de cinza escuro, folhas de cor bordô separando os contos e, por último, mas não menos importante, recheado de belíssimas ilustrações. A arte de Antonio Seguí foi um deleite à parte com seus desenhos em cores fortes e traço "grosseiro", e certamente vai me fazer reabrir esse livro outras tantas vezes.

O único defeito é que acaba rápido, como uma "amostra grátis", deixando um gostinho de quero-mais. Fora isso, recomendadíssimo!




comentários(0)comente



jota 28/04/2022

BOM: um belo livro, talvez mais por conta de suas ilustrações do que propriamente pelas histórias que conta...
Lido entre 26 e 28/04/2022. Avaliação da leitura: 3,5/5,0

Histórias de Paris é o quinto livro de Mario Benedetti (1920-2009) que tenho em mãos. Para três deles dei cinco estrelas, lidos que foram nessa ordem: A Trégua (Alfaguara, 2007), Correio do Tempo (Alfaguara, 2008) e A Borra do Café (Alfagura, 2012). Para Primavera Num Espelho Partido (Objetiva, 2009) foram quatro estrelas: essa obra me bateu com menos intensidade do que os outros livros dele, mas foi uma leitura muito interessante também.

Então, de um modo geral, apreciei bastante os romances e contos desse uruguaio que passou vários anos no exílio, principalmente na Argentina, Peru, Cuba e Espanha, nunca em Paris, curiosamente, já que o presente volume traz quatro histórias passadas na capital francesa. Não são narrativas especialmente escritas sob o título de Histórias de Paris, pois já haviam sido editadas antes, em outros livros de Benedetti. Todas elas tratam de relacionamentos entre homens e mulheres exilados vivendo situações diversas em Paris.

Geografias (primeiro conto) e Só Por Distração (último) fazem parte do volume Geografias (1984); Cinco Anos de Vida (segundo conto) e O Hotelzinho da Rue Blomet (terceiro) saíram no livro Com e Sem Nostalgia (1977). Justamente Cinco Anos de Vida, por tratar de uma situação inusitada, dois passageiros do metrô, Raúl e Mirta, que se atrasam e ficam retidos nos subterrâneos de uma estação, onde têm de passar a noite ali sozinhos, me pareceu o melhor conto dos quatro.

Histórias de Paris é um volume bastante fino (64 páginas apenas) muito bonito fisicamente, impresso que foi em papel especial, cartonado, contendo belas ilustrações coloridas (a começar pela própria capa) de Antonio Seguí, artista argentino que viveu e trabalhou em Paris. As orelhas trazem um texto de Eric Nepomuceno que não é exatamente uma apresentação do livro, mas sim, o elogio de Benedetti, de quem ele foi amigo e grande admirador.
comentários(0)comente



Ramon 02/06/2013

Contos com ótimas imagens, ritmo ágil e impacto. Em comum, o exílio latino-americano da segunda metade do século XX, marcado pela angústia do esquecimento e da perda da inocência, e o ambiente parisiense. A edição em português traz belas ilustrações coloridas em papel de alta gramatura.
comentários(0)comente



Keylla 05/06/2015

Minha primeira leitura do escritor uruguaio Mário Benedetti. Peguei por indicação no canal literário da Tati Feltrin e, quando chegou pensei: “ Cadê o livro?”. Pequeno e despretensioso, mas de uma sensibilidade sem tamanho. Que livro é esse!

O livro contém 64 páginas que são lidas, com muito gosto, rapidamente. A edição do livro é um presente ao leitor. As ilustrações são um luxo com papel de alta gramatura, margens largas, qualidades da impressão e das cores impecáveis.

Embora o livro chame-se “ Histórias de Paris”, Mario Benedetti se exilou na Argentina, Peru, Cuba e Espanha ( mas não viveu em Paris, apesar de ter escrito os contos) porém ao ler temos a sensação que ele esteve lá. Sentimos a história fluir com detalhes franceses e conhecimento de quem morou naquele país.

O tema do livro é o exílio e o cenário é Paris. Engana-se se quem pensa que o livro retrata violência e brigas. Benedetti consegue com uma sensibilidade invejável colocar os temas e nos tocar sobre a saudade de casa, reencontros, traumas, pequenas alegrias e as dificuldades de estar num país estrangeiro.

A narrativa é objetiva, dura. Talvez reflexo do medo, da opressão, da solidão. Mas ao mesmo tempo nos leva a sentir a mesma nostalgia que os personagens, todos fictícios. Os contos mostram que muitas vezes a saudade dos planos, que nunca aconteceram, pode ser ainda maior do que o que foi vivido.

Com leveza Benedetti passa isso ao leitor e no final, fica um gosto de quero-mais.
Marcelo 05/06/2015minha estante
Fantástica a sua resenha!


Keylla 07/06/2015minha estante
Obrigada! Leitura mais que indicada.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Aguinaldo 25/06/2013

histórias de paris
Os quatro contos reunidos em "Histórias de Paris" foram produzidos há tempos: "Cinco anos de vida" foi publicado no livro "A morte e outras surpresas", de 1960; "O hotelzinho da rua Blomet" no livro "Com e sem nostalgia", de 1977 e "Só por distração" e "Geografias" no livro "Geografias", de 1984. Todavia, enfeixados nesta edição, que é ilustrada por Antonio Seguí, eles ganham uma unidade temática, pois falam da experiência do exílio, da vida na Europa de personagens que fugiam das ditaduras militares da América Latina. Numa das histórias um casal de exilados uruguaios se reencontra num café, todavia, como quase sempre acontece em ocasiões deste tipo, apesar do desejo são as almas que se reencontram, enquanto os corpos não. Numa outra um casal fica preso por acaso em uma estação do metro e, cinco anos depois, um deles avalia se aquele foi um acaso feliz ou um erro, que poderia ter sido evitado, tivesse ele feito outra cousa naquele dia. Noutra história um casal se reencontra, mas ao contrário da primeira destas quatro, seus corpos se encontram, mas ambos já se metamorfosearam demais para que sobrevivesse neles o antigo amor. A última história é uma alegoria. Benedetti fala da falsa liberdade no exílio, através de um sujeito que vaga pelo mundo sem nunca sentir-se realmente bem, até que distraído, volta inadvertidamente para casa (e para a prisão). As dores do deslocamento forçado dos exilados sempre é enorme. Benedetti alcança em suas pequenas histórias oferecer ao leitor, com leveza, um tanto desta dor. Não é pouco. O livro inclui uma generosa apresentação de Eric Nepomuceno.
[início: 11/06/2013 - fim: 12/06/2013]
"Histórias de Paris", Mário Benedetti, tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman, ilustrações de Antonio Seguí, São Paulo: editora Globo (coleção Biblioteca Azul), 1a. edição (2013), brochura 14x21 cm., 65 págs., ISBN: 978-85- 250-5373-2 [edição original: Histórias de París (Barcelona-Madrid, Libros del Zorro Rojo) 2007]
comentários(0)comente



Luciana Lís 27/02/2015

Histórias de Paris é uma pequena e valiosa reunião de quatro contos do uruguaio Mario Benedetti. Os personagens retratam com muita sensibilidade o momento por que passavam, exilados latinos na linda cidade de Paris. É inevitável observar a sutileza com que Benedetti conduz o leitor à percepção da transitoriedade, do tempo inconsistente e da falta de perspectivas para aquela comunidade que fora expulsa de seu país. Em “Geografias”, é possível perceber a gravidade da melancolia – Bernardo e Roberto são amigos uruguaios que se encontram semanalmente no Café Clunny para um jogo nostálgico: recordar as geografias da Montevidéo, de onde foram obrigados a ir embora dez anos antes. Cada um, por sua vez, sugere lembranças da cidade e o outro deve descrevê-la – são miudezas arquitetônicas, atrizes, políticos e outras peculiaridades... Fatalmente, as dúvidas surgem e as falhas da memória só serão dirimidas “com uma fotografia ou com um dos tantos eruditos que povoam (e assolam) o Quartier”. Todas as histórias retratam as minúcias do cotidiano: dois artistas que negam seu fracasso, mas se veem obrigados a largar a tinta e a caneta por um trabalho formal; o latino que sonha em escrever um livro em francês; o exilado que prova dos sabores da liberdade na Europa, mas acaba caindo numa armadilha, retorna a seu país e é sufocado pela ditadura. Além das histórias contadas, com grandeza, esta edição é ilustrada pelo belíssimo trabalho do argentino Antonio Segui. Os quatro contos que compõem o volume de histórias de Benedetti são extraídos de outras obras do autor: “A morte e outras surpresas” (1968); “Com e sem nostalgia” (1977); e “Geografias” (1984). Histórias de Paris foi editado no Brasil pela Biblioteca Azul.
Por: @lucianalis

site: Para mais resenhas: instagram.com/coletivoleituras
comentários(0)comente



Léia Viana 28/12/2022

12 Livros para 2022 - Livro de Dezembro.
Meu primeiro contato com o escritor Uruguaiano, Mario Benedetti, foi a leitura deste livro; com ilustrações lindas de Antonio Segui, a obra reúne quatro contos em uma diagramação e fonte de letras excelentes, assim como as cores e qualidade do papel e impressão impecáveis e muito bem feitas, são pouquíssimas páginas, li em quarenta e cinco minutos, mas os contos selecionados são de uma sensibilidade que aquele famoso ditado: "são nos pequenos frascos que encontramos os melhores perfumes", cabe muito bem para esta obra.

Aqui não temos aquele tradicional cenário de Paris que costuma ser regado a muito café e croissant, mas temos a cidade como ela é para quem vive por lá, fora dos grandes pontos turísticos e de seus clichês tão conhecidos por todos. Apesar de Benedetti não ter vivido em Paris, a descrição e a presença da cidade nos contos parece que o exílio, ao invés de ter sido vivido na Espanha, Cuba e Argentina foi vivido em terras parisienses de tamanhos detalhes e conhecimentos de Paris.

Quanto aos contos, tive um favorito que assim que terminei o livro resolvi reler: "Cinco anos de vida", e um que gostei muito, especialmente do final: "Só por distração".

Gostei bastante da leitura e das belíssimas ilustrações que o acompanha, desde a capa as folhas que intercalam com os contos.

Tendo a oportunidade leia!
comentários(0)comente



Victor543 14/12/2023

Os quatro contos de Mário Benedetti
O livro é composto por quatro contos escritos pelo mesmo autor, porém em datas diferentes, e que foram publicados em revistas ou livros distintos.

Apesar das histórias não se conectarem umas as outras, elas têm em comum a experiência de exilados políticos que vivem na Europa durante a ditadura uruguaia e argentina.

De modo geral os personagens apresentam uma certa saudade de sua pátria, mas também mostram o contraste com o sofrimento passado.

Histórias de amor, encontros inesperados, amizades antigas e até um viajante distraído, apesar de pequeno, o livro tem de quase tudo. Uma boa pedida para quem quer estudar o idioma e estudar um pouco da história latina.

Recomendo.
comentários(0)comente



10 encontrados | exibindo 1 a 10


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR