maria :) 06/02/2024
Convergente
Se ter detestado esse livro for um crime, bem vindos ao meu julgamento. Me declaro culpada, podem me prender!
Vamos do começo, até porque dessa vez vai ser rápido, não tem muito o que debater e pontuar se tudo é igualmente ruim.
Um adendo: pra fazer as resenhas da série Divergente eu tenho lido o livro e logo em seguida eu assisto o filme, pra fazer uma comparação entre as obras, porque eu me interesso em analisar a fidelidade e/ou qualidade das adaptações feitas. Com Convergente nem isso eu consegui. Nos primeiros 30 minutos de filme eu fui bombardeada com naves futuristas, vegetação extraterrestre e gente esquisita, o que, pra quem não sabe, é totalmente diferente do que é descrito no livro! Foi aí que eu entendi o porque de terem cancelado o próximo filme da franquia, e ainda dei razão!!
Geralmente eu faço resenhas divididas em pontos positivos e negativos sobre a história, não vai ser o caso aqui porque não tem nenhum ponto positivo!
Pontos negativos:
(Vai conter spoilers que podem estragar completamente a sua leitura, então não passe daqui se ainda quiser ler)
Pra mim foi impossível criar conexão com qualquer que fosse o personagem! Não consegui me apegar de verdade a nenhum deles, todos poderiam morrer e eu nem ficaria triste (e morreram mesmo) e minha reação foi ?tá e aí?!?.
A autora claramente se deu o trabalho de escrever 3/4 dos personagens só pra mata-los depois! Aí você pensa ?Nossa mas tem um motivo, vai impactar a história?, não, não vai! E só pra deixar claro, ela fez isso em todos os livros, não só nesse.
O casal principal é terrível! Eles estão sempre brigando, mentindo e fazendo coisas idiotas um com o outro! No começo eu achei que a autora queria mostrar uma relação real, com problemas e dificuldades, mas esses momentos tensos nunca acabavam, na verdade eles aumentavam com o passar dos livros! Sem química e sem coração quentinho, só decepção, e no último livro não foi diferente. A maior parte da história eles estavam escondendo seus sentimentos um do outro, discutindo por motivos bestas e omitindo informações importantes, nada novo sob o sol.
(Até a despedida deles foi ridícula! Parecia que a autora tava com preguiça de escrever o que seria a última interação que eles teriam!)
A autora deveria agradecer todo dia porque alguém resolveu adaptar os livros dela pro cinema e escalou atores com uma química absurda e fez mudanças cruciais na dinâmica de relacionamento deles. Na verdade ela deveria agradecer por terem adaptado a série de livros sabendo o final que teria e ponto. Começa por aí.
Foi a pior finalização de distopia que eu já li. Não vou dissertar muito, mas a autora criou uma narrativa toda, escreveu três livros pra no último meter o louco e vir me falar que tudo isso não passava de um experimento e ainda por cima resolver tudo da maneira ridiculamente fácil e rápida que ela resolveu? Tudo se resolveu com um soro da memória e uma conversa familiar que poderia ter acontecido a anos? Tenha dó né.
Esse ponto não foi nenhuma surpresa pra mim porque já tinha levado spoiler uns anos antes, mas é o pior erro de todos: o ano era 2011 e a Veronica Roth achou que seria revolucionário matar sua protagonista nos 45 do segundo tempo! A morte da Tris foi uma das coisas mais burras e ilógicas que eu já li! Já tava tudo praticamente pronto, o fim tosco ja estava perfeito, eles iam conseguir espalhar o soro da memória e salvar Chicago e terem uma vida tranquila, não me levem a mal, eu chamo de tosco porque realmente é uma péssima conclusão, mas era o que eu queria! Você nunca espera que o autor tenha a capacidade idiota de matar uma personagem do jeito mais patético possível! A Tris não morria nem com a p* do soro da morte, mas ai um tiro matou ela!
Super apoio que os livros tenham reviravoltas, que sejam surpreendentes e que pra isso muitas vezes o autor tem que matar seus personagens mais queridos, mas nesse caso a Veronica só tava com preguiça mesmo. Traumatizou uma geração de leitores e ainda vendeu os direitos pra fazerem filmes e traumatizarem os cinéfilos! A única surpresa que eu tive com a morte da Tris foi a falta de necessidade daquilo acontecer, se ela tivesse viva no fim do livro tudo aconteceria exatamente como aconteceu!
O fim do livro é patético, e eu nem falo da conclusão distópica. Tudo foi meio patético. Faltando 50 páginas pro livro acabar a protagonista morre, o namorado dela vira o maior coitado depressivo, ele acaba virando melhor amigo da amiga dela e depois de toda a explicação de como o mundo deles está a salvo, a história acaba com uma conversa meia boca sobre viver com a dor e cuidar uns dos outros! Ah por Deus!
Quando a Tris morreu eu pensei que estava claro o que aconteceria a seguir: o Tobias ia ficar devastado óbvio; o livro seguiria pelo ponto de vista dele, assim ele narraria o que aconteceu com o mundo depois de tudo, nós veríamos um mundo se curando aos poucos; ele teria seus breves momentos felizes depois de algum tempo de luto e teríamos um corte pro momento em que ele, já morto reencontra a Tris e eles vivem felizes pra sempre. Não precisava nem me falar que ele viveu feliz durante muitos anos, eu queria que ele morresse o quanto antes mesmo, uns dois anos no máximo e depois uma morte acidental pra encontrar a chatinha no céu, mas não!!! Nada disso aconteceu!
O pior final de todos. Eu nem chorei e eu sou chorona então isso é medida de qualidade pra mim!
Enfim, não tenho mais nada a dizer, me arrependo profundamente das horas que gastei com esse livro e dei 2,5 estrelas pra ele por pena!
Boa sorte aos que se aventurarem nesses caminhos tortuosos.