Mariana 23/11/2013Encantador e cansativo ao mesmo tempoQuando conhecemos a maioria das obras de um autor e ele lança mais um livro, é inegável que esperamos as mesmas sensações boas que sentimos com os livros anteriores.
Li os livros do Khaled - O caçador de pipas e A cidade do Sol - por acaso, e me apaixonei. Sempre o achei um escritor incrível e com um dom de nos emocionar excepcional.
Infelizmente, não consegui enxergar o mesmo autor incrível em "O silêncio das montanhas".
É uma história maravilhosa, que tinha tudo para dar certo, mas não deu. Seu começo é começo fabuloso, entretanto, acredito que Khaled poderia ter explorado mais a história principal. São muitas histórias paralelas, o que torna a leitura do livro cansativa. Perdi a conta de quantas vezes "esquecia" que livro eu estava lendo. Essas histórias paralelas seriam boas se não tivessem ofuscado o brilho da história CENTRAL do livro.
Isso tudo sem contar o fim da história. Achei muito fraca para Khaled Hosseini - como falei antes, acredito que todos que leram o livro entraram com uma certa expectativa; e eu, particularmente, estou decepcionada.
Em suma, achei o início maravilhoso e com a emoção digna de Khaled Hosseini, mas o resto, mais parecia uma junção de histórias chatas e cansativas, no qual o autor tentou conectar com a história central, sem êxito.
OBS.: É importante salientar que a leitura ficou cansativa por conta de fatos desnecessários, mas o livro tem muitas citações incríveis, tais como:
"Em comparação, minha vida em Tinos parecia ordinária e opressiva. Previa que minha vida se desenrolaria num interminável trecho de nada, por isso passei a maior parte de minha infância em Tinos debatendo-me, sentindo-me um substituto de mim mesmo, um procurador, como se minha vida real estivesse em outro lugar, esperando para me unir, algum dia, com esse eu menor e mais oco. Eu me sentia um náufrago. Um exilado em minha própria terra." - Página 252; história paralela de Markos
"As cidades, as estradas, os campos, as pessoas que encontro, tudo começa a se confundir. Digo a mim mesmo que estou em busca de alguma coisa. Mas, cada vez mais, a sensação é de que estou vagando, esperando que alguma coisa aconteça comigo, alguma coisa que vai mudar tudo, alguma coisa para qual toda minha vida vem sendo encaminhada." Página 270; também história paralela de Markos