A Peculiar Tristeza Guardada Num Bolo de Limão

A Peculiar Tristeza Guardada Num Bolo de Limão Aimee Bender




Resenhas - A Peculiar Tristeza Guardada Num Bolo de Limão


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leituras5 17/11/2013

Mais uma Rose em meu mundo.
Não sei ao certo por onde começar, posso resumir tudo em uma palavra: Verdadeiro. Talvez a intenção de Aimee Bender não seja exatamente em contar a história de uma família comum, porém com membros peculiares e com "talentos" peculiares, em especial Rose Edelstein, já que ela é narradora, mas prefiro interpretar como o livro sendo seu pequeno diário, onde suas palavras deixam claro, um clamor de atenção, a suplica em ser o oceano, mesmo que seu comportamento e fala sejam de aceitação para com as características de sua família, e nesse aspecto fui além e permiti me identificar e o livro permite que você viaje além da história.
Seu pai presente em físico, distante em espírito. Sua mãe, de certa forma, também, porém cumprindo o papel de mãe, no sentindo de responsabilidades da casa, mesmo com seu jeitinho independente. Seu irmão, oceano de interrogações e nevoas, se torna tão peculiar quanto Rose e quanto a ele, não me permiti ir além, por achar vazio e escuro demais ao qual o drama maior, porém não central, parte de suas peculiaridades.
Rose, ainda criança, descobre que através da comida que consome é capaz de sentir o paladar de sentimentos bons e ruins de quem as prepara (no futuro, aprimorando seu talento ao poder dizer local de fabricação, humor de quem participou da colheita de ingredientes.. etc) Sua primeira experiencia se dá ao comer o bolo de limão de sua mãe, e nele pôde sentir suas tristezas e angustias. Tendo que conviver com essa condição, Rose acaba se tornando dependente demais disso e passa grande parte de seu tempo procurando uma maneira de lidar com ele o suficiente para não sucumbir, e nesse sentido, George, melhor e talvez único amigo de Joe, seu irmão, cumpre um papel louvável, por acalenta-la em horas tão delicadas. Me espanta a forma como Rose lida com seus problemas, por ela se fazer tão aceitativa e compreensiva, mesmo quando a situação é de drama e merecesse uma reação exacerbada. Tive de deixar o livro de lado em certos momentos, por sua tamanha delicadeza, por ser tão difícil para mim, ler as palavras de Rose e não sentir vontade de sua amiga, por achar palavras tão confidenciais e doloridas. No mais, creio que seja um a livro a ser relido várias vezes afim de extrair mais conteúdos e ser interpretado melhor e com a delicadeza que merece.

"- Que filha eu tenho- disse ela, dirigindo. Olhe só pra você. Que filha incrível e linda. Mantive meus olhos na estrada. Mãos na tigela. Era conveniente que minha sobrevivência se destacasse como algo majestoso."
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Priscilla 20/10/2013

O que chama a atenção de imediato nesse livro é o fato da protagonista poder sentir os sentimentos das pessoas ao comer a comida que elas prepararam. Ela descobre esse dom com nove anos de idade quando come um bolo de limão preparado pela mãe e o bolo parece oco, refletindo como sua mãe se sentia: vazia e solitária.

O que decepcionou muitas pessoas com relação a esse livro é que o tema central não é a habilidade de Rose, ela fica em segundo plano. O livro narra o cotidiano da garota que vira adolescente e sua vida com a família. Porém, isso não me decepcionou. Considero um bom escritor aquele que consegue deixar interessante a narrativa de algo ordinário e isso acontece nesse livro. A autora narra de uma forma gostosa e muitas vezes humorada sobre a vida comum de uma menina crescendo.

“Deveríamos escrever alguma coisa que valorizássemos na sociedade moderna, e que não existia no tempo dos nossos avós, e depois ler um ou dois parágrafos em voz alta. (…)

— Meu trabalho é sobre o salgadinho Doritos – eu disse.” – Pg. 139

O tema central é a família de Rose. E é assustador o quanto ela é real e triste. A mãe deprimida, o irmão mais velho nerd e solitário e o pai distraído que parece seguir um manual para lidar com a família. E uma avó que eles nunca viram.

— Com quantos anos ela está? – perguntei, entrando na cozinha.

— Já tem oitenta e um – disse mamãe, acenando com uma colher de pau.

— E o que ela faz?

Mamãe deu de ombros.

— Não tenho a mínima ideia.” – Pg. 142

Mas infelizmente me decepcionei com o final. Aconteceu algo tão “mas, oi?” que até agora não entendi o que realmente ocorreu. Por isso, o livro leva quatro selos cabulosos.

site: http://leitorcabuloso.com.br/2013/10/peculiar-tristeza-guardada-num-bolo-limao-aimee-bender/
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Rafa Précoma 08/12/2013minha estante
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A minha maior dúvida foi: o irmão dela se transforma em objeto - é isso mesmo?
Seria ele a árvore na ilha?


Naty 08/12/2013minha estante
Concordo Rafa, eu também fico pensando que foi isso que aconteceu.


Dygo 18/04/2014minha estante
Eu concordo com você Naty. O final do livro meio que desceu raspando pela minha garganta, mas desceu. O problema do livro foi que ele vende uma proposta e do meio para frente ele vira outro livro, a autora parece esquecer de explorar a habilidade da menina.




Suiany 19/09/2013

Eis que um belo dia, Rose – nossa personagem principal – vai comer o fabuloso bolo de limão com cobertura de chocolate feito por sua mãe, quando… descobre um talento incomum. A menina percebe que pode reconhecer os sentimentos da pessoa que preparou determinado prato através de sua degustação.

O título e a sinopse peculiares me fizeram devorar este livro. Já citei inúmeras vezes e citarei novamente: Sou apaixonada por títulos longos e diferentes. Que contenham comida. Acho simplesmente sensacional quando o autor deixa de lado nomes clichês e faz uso de algo mais impactante e em geral, difícil até de pronunciar ou decorar.

Deixando de lado minhas preferências, vamos ao enredo. Este, é narrado pela própria Rose, de uma maneira simplória – visto que no início do livro ela é apenas uma menina. Entretanto, a narrativa permanece um tanto quanto infantil até o fim – quando ela já é adulta – o que é meio incômodo, mas não atrapalha a compreensão.

A maneira como a menina descreve suas sensações com a comida é muito interessante, mas é deixada um pouco de lado no decorrer da trama, quando a vida de outros personagens passa a ser abordada mais profundamente. Os relacionamentos de Rose com sua família, amigos e paixões viram o grande foco a partir do meio do livro, o que eu aprovei. Porém, pode ser decepcionante para aqueles que, através da sinopse, esperavam uma história totalmente voltada para a dita tristeza contida no bolo de limão.

Um dos pontos fortes dessa aproximação da personagem com a família é sua relação com o pai, que vai gradativamente evoluindo ao longo do enredo. É lindo ver a cumplicidade entre ambos surgindo e a convivência os aproximando. Confesso que fiquei bem emocionada com algumas passagens, mas não espere nada profundo. A grande característica da autora é lançar questionamentos e declarações para depois deixá-las no ar e iniciar um novo capítulo, sem retomá-las. Para alguns – como eu – isso funciona como uma oportunidade de reflexão, de ir além do que se lê. Com o final não é diferente, não o considero ruim, apenas não muito esclarecedor, como o restante do livro.

Quem leu O oceano no fim do caminho, do Neil Gaiman, provavelmente aprovará esta leitura também.

Obs: Foi ocasionalmente que emendei duas obras semelhantes em termos de escrita, o que me provocou um sentimento de ligação muito grande entre estas histórias. Compreendo que é algo pessoal, mas sugiro aos meu leitores que procurem compará-las e aproveitá-las ao máximo.

site: http://divinaleitura.wordpress.com/
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Cadu 08/09/2013

"A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão" tem uma sinopse um tanto inquietante: Rose Eldestein é uma garota com um super poder incomum: Quando ela come, sente o que o cozinheiro sentiu ao preparar a comida. Então você deve pensar: "Ah, que legal! Queria ter esse talento!". Acredite em mim: Você não gostaria. Consegue imaginar a sensação de estar extremamente feliz e, de repente, ser tomado por uma onda de angústias incontroláveis? Bem vindo ao mundo de Rose!
O incomum talento da garota faz com que ela descubra vários problemas internos da família que ela, tendo apenas nove anos, não entendia completamente. Mas, conforme o livro avança, a menina alcança os 20 anos.
Com um título muito inquietante e uma ideia muito interessante e orginial, Aimee Bender narra o livro. No entanto, eu não gostei tanto do livro quanto eu esperava ter gostado.
A narrativa, feita na 1ª pessoa pela Rose, é um pouco infantil. Claro, o livro é narrado por uma criança inicialmente, mas mesmo depois da menina ter crescido, é difícil de captar os traços de amadurecimento nos seus pensamentos... isso me incomodou um pouco.
Bender tenta, durante muito tempo, tornar seus personagens fortes e bem marcados. Porém, essa tentativa falhou (pelo menos comigo). Por conta dessa tentativa, é normal durante o livro ver os personagens fazendo ações repetidas, reforçando um diálogo ou uma ideia previamente já apresentados.
Um lado importante da obra, é que ela traz o assunto familiar, que sempre é um assunto complicado, de maneira leve ao romance. Como ele é narrado por uma criança, é mais fácil para o livro tocar nesse assunto. E sim, nisso a escritora acertou!
Infelizmente, entretanto, nem o enredo, nem o final da obra me satisfizeram. Eu imagino que a autora tenha tentando terminar o livro com um final aberto, mas pra mim mais pareceu preguiça de pensar num final melhor.
Então é isso! Devo dizer que, apesar de alguns defeitos, recomendo o livro por ele tocar no assunto da convivência familiar. Além do mais, quem sabe você aí não lê o livro e discorda de mim? Deixe nos comentários!

site: http://fetichelitteratus.blogspot.com.br/
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CooltureNews 15/08/2013

Coolture News
Vou começar a falar desse livro de uma forma que nunca antes foi dita nas resenhas deste site, sim me decepcionei com essa leitura. A capa não me chamou a atenção, porém ao ler a sinopse criei uma grande expectativa para a leitura, afinal uma garota que consegue sentir emoções e outras coisas ao se provar o alimento preparado por outra pessoa me deu a impressão que seria algo único, mas aparentemente só serviu para que a autora conseguisse contar uma história, narrada em primeira pessoa, onde temos acesso ao que está acontecendo no âmago dos demais personagens.

Esse é um livro dramático que nos conta a história de uma família comum com dois filhos e ambos com suas peculiaridades, ou seja, comum mesmo. Somos apresentados a esse cenário por Rose, a filha caçula que possui essa habilidade de provar as emoções de quem preparou o alimento, assim como outros aspectos dos ingredientes, como onde foi plantado, por quem, como é essa pessoa. Para Rose esses sabores fazem parte do alimento, os deixando saborosos ou intragáveis.

Rose, antes de descobrir essa estranha habilidade era uma garota de nove anos e feliz, mas desde que provou o bolo de limão que sua mãe preparou para o seu aniversário e sentiu em extremo vazio sua vida nunca mais foi a mesma. Rose teve acesso aos sentimentos de sua mãe, passou a enxergar seu pai e seu afastamento da família e não consegue entender o que se passa na cabeça de seu irmão. Rose, após provar muitas comidas recheadas de sentimentos negativos passou a ser uma garota mais amarga e distante, caminho esse que muitas pessoas tomam ao envelhecer.

O que me desagradou na história é que em determinando ponto a habilidade de Rose é deixada de lado, e passamos a conhecer a rotina desta família e nada mais. E quando estamos nos acostumando com sua rotina, a autora deixa a entender que algo pode acontecer, porém nunca acontece. Assim como uma explicação para o dom de Rose, em nenhum momento isso é retratado e apesar de claramente ser algo herdado geneticamente, isso é abordado de forma muito superficial.

É um livro melancólico com uma história que teria tudo para encantar, infelizmente não foi o que houve, ou não tenho a habilidade de conhecer sua gama de emoções. Em todo caso é uma leitura que pode agradar alguns.

site: www.coolturenews.com.br
Anne 19/05/2015minha estante
Ainda estou lendo. Frustrada é apalavra que me define com relação ao livro. Fiquei muito empolgada com o título e só. Narrativa chata, o livro não envolve e não explica nada. Horrível!




/QMD/ 17/06/2013

Henrique tem sentimentos peculiares.
O livro conta a história de Rose Edelstein, que está prestes a completar nove anos. Para a festinha de aniversário, a mãe da garota prepara um delicioso bolo de limão, mas o gosto que Rose sente é de solidão e tristeza, junto do bom chocolate e dos limões frescos. Logo que mastiga o seu pedaço e sente o sabor dos sentimentos, ela percebe que tudo isso estava ligado à sua mãe.

A partir daí, as refeições são encaradas de uma forma diferente pela protagonista. Ela descobre ser capaz de sentir o que cada pessoa sentia quando cozinhava a entrada, o prato principal, a sobremesa... Raiva? Desdém? Realização? Esse "super poder" pode ajudá-la a conviver melhor com as pessoas, já que ela sabe um pouco sobre o que se passa na mente dos outros, mas pode transformar todo almoço em família em algo doloroso para a garota.

Na casa de Rose moram ainda seus pais e Joseph, seu irmão mais velho. Um garoto prodígio que é deixado um pouco de lado pelos pais, apesar de também ser considerado o grande orgulho da família. Joseph se mantém sozinho na maior parte do tempo, devido ao caráter introvertido, e seus pais preferem realizar suas vontades, em vez de incentivar o garoto a "conhecer o mundo".

Aimee conseguiu me conquistar desde as primeiras páginas. A narrativa é cativante por si só, mas a autora conseguiu transformá-lo em algo ainda mais mágico do que imaginei. O drama se mostrava cada vez mais complexo à medida que lia, mas a visão de Rose (o livro é narrado em primeira pessoa) era tão doce que tudo se tornava bastante simples, mesmo sendo um pouco difícil discernir os problemas dos personagens.

Cada um dos personagens tem um problema pessoal bem forte. Não vou expor cada um deles aqui, mas a dificuldade de socialização de Joseph faz parte da lista. Aimee conseguiu atingir vários assuntos (apesar do foco principal serem os dramas familiares, tratados de uma forma muito interessante) e, assim, públicos, então, presumo ser impossível não reconhecer a você mesmo ou a alguém que você conheça entre a gama de personalidades. Isso facilita ainda mais uma leitura agradável.

As páginas avançam e, quando nos damos conta, Rose já está com 22 anos. Sim, as 300 páginas de A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão mostram 13 anos da vida da protagonista. Ela se mostra madura desde o início da narrativa, mas o crescimento da garota é visível no modo como ela resolve os problemas, enxerga as pessoas e tenta usar seu talento a seu favor. Foi uma experiência diferente acompanhar uma personagem por tanto tempo assim.

A história é difícil de ser acompanhada. Como disse, problemas complexos ganham simples explicações em várias partes do livro. Em outras, porém, Rose divaga por temáticas estranhas, de uma forma bem arrastada, onde me sentia angustiado e acabava pulando algumas páginas.

E eis que, ops, alguma informação importante passava. Sim, é necessária extrema atenção para ler A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão pois enquanto alguns parágrafos parecem estar escritos somente para enrolar a história, outros continham uma passagem importante inserida sem que pudéssemos diferenciar uma coisa da outra. O ideal é persistir nas divagações exageradas e confusas.

RESENHA COMPLETA: http://www.quermedar.com/2013/06/bolo.html
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Zilda Peixoto 31/05/2013

A Peculiar Tristeza Guardada Num Bolo de Limão
Desde seu lançamento, “A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão” atraíra minha atenção. A peculiaridade não está somente presente no título, mas em toda a sua composição. Com uma narrativa gostosa e envolvente Aimee nos presenteia com um dos livros mais bem escritos dos últimos tempos.

Narrado em 1ª pessoa, o livro conta a história de Rose Edelstein, uma garota que aos nove anos sente pela primeira vez o gosto das emoções em suas refeições. Para comemorar seu nono aniversário sua mãe prepara uma de suas receitas prediletas: bolo de limão com cobertura de chocolate. O que Rose não esperava era sentir um gosto acentuado de tristeza e solidão entre os ingredientes do bolo.

“[...] enquanto eu saboreava aquele primeiro pedaço, quando aquela primeira impressão desapareceu, senti uma mudança sutil por dentro, uma reação inesperada. Foi como se um sensor, instalado bem no fundo, dentro de mim, erguesse sua antena para vasculhar ao redor, chamando a atenção da minha boca para alguma coisa nova. Porque a qualidade dos ingredientes _ o bom chocolate e os limões frescos_ parecia cobrir algo maior e mais sombrio, e o sabor do que estava escondido estava começando a sobressair naquele pedaço. Eu podia sentir claramente o sabor do chocolate, mas nos recantos da boca , e, como se estivesse se expandindo e abrindo, parecia que ela também se enchia com o sabor da pequenez, da sensação de encolhimento, de irritação, um sabor de distanciamento que eu de algum modo sabia que estava ligado à minha mãe.”

Entre fatias de ausência, desejo, solidão, raiva e tantos outros sentimentos reprimidos, Rose vai descobrindo o quão dolorosa pode ser uma simples refeição.

A premissa do livro baseia-se na construção afetiva estabelecida entre pais e filhos. Rose é uma menina muito inteligente, mas é seu irmão Joseph a criança prodígio da família. Cinco anos mais velho que Rose, Joseph é um menino extremamente introvertido. Completamente absorto Joseph vive recluso no seu mundinho particular. Seus pais o consideram apenas um menino reservado, mas Rose é a única que percebe o quanto seu irmão precisa de ajuda.

Em alguns momentos a narrativa torna-se densa, pois o tema abordado pela autora é extremamente delicado. Mas é preciso cautela para não condenar o enredo como um todo.
O livro aborda diferentes temas relacionados à constituição familiar e a socialização do indivíduo.

O livro é dividido em quatro partes tendo Rose como personagem central estabelecendo conexões com o drama vivenciado pelos demais personagens. Vamos acompanhando a trajetória de Rose desde os nove anos, período onde seu dom fora descoberto até seus 22 anos de idade. Cada período é detalhadamente explorado. Vamos estabelecendo uma relação de intimidade com a personagem através de pequenos relatos de sua infância.

O talento de Rose vai além de sentir o sabor das emoções. Com seu jeito dócil e inocente vamos acompanhando uma evolução paulatina de seu crescimento. Quando iniciei a leitura imaginei algo completamente diferente. Fui surpreendida por uma história onde a personagem principal destaca-se pela sua maturidade, apesar de sua pouca idade e aparente fragilidade. A capa nos dá uma impressão um pouco equivocada. E não pensem que o drama toma conta das páginas com descrições lamuriosas. Não. É exatamente o contrário.

Aimee constrói uma narrativa fascinante capaz de enfeitiçar o leitor desde o primeiro momento. Porém, é importante frisar a sua complexidade. O leitor deve atentar-se as minúcias presentes na narrativa que conectam os personagens. Rose é o grande elo entre eles, porém cada personagem se destaca por sua particularidade. Cada um enfrenta um problema específico e cabe o leitor discernir a transição dos acontecimentos.

Descrever sensações e emoções sem recorrer à banalidade usual é tarefa difícil, mas Aimee conseguiu estabelecer essa tarefa com afinco até a última página.
A linguagem utilizada pela autora é de fácil entendimento. É praticamente impossível não se conectar com os personagens. Em alguns momentos sentimos-nos inebriados com as divagações de Rose, em outros, a confusão entre seus pensamentos e atitudes tomam conta da narrativa. Mas, nada que comprometa o seu bom desenvolvimento.

A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão é uma leitura que nos fará refletir sobre a relação que estabelecemos com aqueles que consideramos mais importantes em nossas vidas. O drama que envolve cada um dos personagens nos fará enxergar a família de um modo especial, como ela realmente deve ser enxergada. A relação de autoconfiança é outro ponto memorável a ser destacado.

Recomendo a leitura a todos os leitores. Mas atenção! Saboreie o livro como se estivesse diante de uma fatia de bolo, sinta o aroma dos sentimentos e se deixe envolver por cada uma das emoções adicionadas nesta mágica receita literária.
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Emanuelle Najjar 25/05/2013

Um livro sensível
O livro, narrado em 1º pessoa pela protagonista traz consigo imagens muito delicadas a respeito dos atos que se desenrolam nas tramas. Seja uma simples cena na qual haja uma combinação de temperos na cozinha, ou uma descrição banal, a impressão que se tem é tudo milimetricamente planejado. É uma narrativa gostosa e confortável e que permanece dessa forma ao acompanhar a vida de Rose, desde a descoberta de seu dom – aos nove anos ao comer um pedaço de bolo de limão – até a vida adulta e não traz peso nenhum ao leitor no desenrolar de seus dramas causado por sua habilidade incomum. As coisas fluem de forma invejável, com um ritmo sereno e interessante.

Embora a narrativa seja gostosa é preciso prestar atenção em outros personagens, que à menor distração ou pular de páginas pode trazer alguma informação importante. Embora as tramas relacionadas a sua mãe aconteçam de forma explícita e bastante compreensível ao leitor desde o primeiro olhar (quem não repararia já que foi com a comida da mãe que Rose teve sua primeira vivência de seu dom?), o mesmo não acontece quando se trata de de seu irmão mais velho, um garoto prodígio com sérias dificuldades de socialização, ou da postura de seu pai frente à família, que diversas vezes soa displicente.

No decorrer das páginas, Rose cresce e amadurece altamente condicionada por seu dom e pela vivência dos acontecimentos de sua família, com uma aura conformada, até infeliz, como para quem cada dia é um fardo, e de certa forma é, embora ela se acostume. Mas tudo isso acontece em etapas que, embora por vezes se arrastem até infinito nas divagações de Rose, merecem ser lidas embora por fim as coisas soem… abruptas demais. Talvez pelo local do ponto final, pelas divagações que isso envolve.

Minha avaliação dele no Skobb se deram justamente pela narrativa gostosa, em contraponto com a história que por vezes soa arrastada. De qualquer modo, vale a pena ler.

Resenha publicada em http://garotadabiblioteca.blogspot.com.br/2013/05/resenha-peculiar-tristeza-guardada-num.html
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