A morte do pai

A morte do pai Karl Ove Knausgaard
Karl Ove Knausgård




Resenhas - A Morte do Pai


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Rafael Mussolini 06/09/2021

A morte do pai
"Minha Luta 1: a morte do pai" de Karl Ove Knausgård (Companhia das Letras, 2015) é um romance grandioso, nos moldes do que o próprio autor sempre sonhara em escrever. Exatamente aí que mora a grande surpresa do livro, pois Karl parte da sua própria história de vida para escrever uma grande saga. O que poderia ser apenas presunção se tornou uma autobiografia sensível, corajosa, reflexiva e sincera que transporta os leitores para pensamentos sobre vida e morte, família, carreira, amores, decepções, vícios, música, amizade, literatura e outras inúmeras questões que cabem dentro de uma vida. Nesse primeiro volume Karl Ove explora minuciosamente sua relação com o pai. Somos colocados diante das vivências problemáticas de um filho que sempre quis entender um pai completamente fechado, por vezes agressivo e insensível. Em "A morte do pai" somos [*****]mplices do autor. Por vezes parece que estamos escondidos ouvindo todas as suas sessões de terapia e tentando entender junto com ele as cicatrizes que essa relação provocara.

A morte do pai inicia dizendo que: "Para o coração a vida é simples: ele bate enquanto puder. E então para." É uma ótima introdução de livro que se conecta de forma inteligente com a última frase do livro. Na sequência, Karl faz um relato sobre um corpo que morre e como esse processo se dá conforme a natureza dita. Ele o narra com paciência, detalhismo e por mais que a gente não queira entendê-lo assim, com muita calma. Quando chega a hora de um corpo se desligar o processo é o que é. Assim como a vida obedece a sua própria regra. A introdução da obra, assim como seu título, nos prepara para uma morte que virá. Enquanto o autor nos entrega a vida, a morte fica como um pássaro empoleirado no nosso pescoço.

O autor faz também uma discussão interessante sobre como lidamos com a morte. Ele chega a exemplificar que talvez existam duas concepções de morte que nos rodeia. Estamos acostumados com notícias sobre mortes, sobre tragédias e muitas vezes este assunto, quando visto de longe, é quase um entretenimento. Mas quando a morte encosta a questão muda. Karl dá um ótimo exemplo dizendo da nossa aversão, medo ou susto diante de um cadáver que nada mais que a consequência da morte.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2021/09/minha-luta-1-morte-do-pai-de-karl-ove.html
Ana Sá 06/09/2021minha estante
Ahhh, fiquei mais motivada ainda!! Em breve, vou ler!




Danielle Gonzales 28/08/2021

Reflexões de vida e morte
Um livro pra se refletir sobre a vida, sobre a morte, sobre a brevidade da vida, sobre a simplicidade da morte, sobre a paternidade, as relações, o amor, a indiferença, a raiva, a empatia, a competição, a adolescência, a infância, os sonhos, as realizações, os erros, acertos, as pessoas que nos cercam, enfim, um livro que fala basicamente da humanidade presente em em todos nós e em tudo que fazemos.
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Vitor Carvalho 10/08/2021

Demorei um pouco para me habituar com o estilo de escrita do Karl Ove, mas depois li tranquilamente. Gostei das questões presente no livro, a forma de pensar do autor e em muitas partes me identifiquei com o que ele escreveu. Pretendo ler o restante da série Minha Luta (quando tiver dinheiro para comprar, haha)
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none 16/06/2021

Vale a pena ler um livro que trata entre outras coisas da vida real e íntima do autor, da família dele e de amigos? Vale se é bem contada, vale se o autor sabe se abrir, confessar seus erros, suas mágoas, suas aflições. Faz a gente se identificar com certas situações ou se afeiçoar e se chocar com outras. Este é o livro.
Não sei se eu viria à reler como a tetralogia napolitana da Elena Ferrante, até porque Minha Luta tem seis volumes. Mas a sinceridade do autor é tocante.
A editora informa que a tradução foi feita do norueguês. É louvável a divulgação de culturas diversas. Cultura é repetição, mas repetir algo de forma aprimorada não é banal.
A vida simples narrada no livro e ficcionalizada porque convertida no formato de um livro conta sobre a própria vida - sem cair na autoajuda. Esse livro deveria ser lido também por jovens, mas não sob a ótica moralista apenas. Aliás seria triste indicar um livro por motivos pedagógicos. A vida - e a morte também - é bem mais do que isso.
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André 20/04/2021

Fiquei pensando que se eu excluísse todo o restante do texto, e deixasse somente os diálogos do livro, poderia ver, de forma absolutamente crua, a banalidade das falas que constituem nosso cotidiano. Para mim, o grande diferencial desta obra foi exatamente a reflexão anterior, o segundo antes da fala, a lembrança antes da manifestação verbal. Fui impactado logo no começo, quando o autor descreve, por exemplo, o horror sisifiano das tarefes diárias. Depois, as idas e vindas entre passado e presente são descritos de uma forma que acabei me identificando por inteiro. A sensação é que Knausgard descrevia meu próprio modo de raciocinar. Fico me perguntando: por que não havia lido antes? Mas essa é uma pergunta retórica. A intenção agora é simplesmente seguir com os próximos volumes desta série, esperando que se mantenha no mesmo nível de ?A Morte do Pai?.
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PaMeirelles 27/03/2021

Um jeito surpreendente de contar histórias
A Morte do Pai possui um grande e inegável mérito: a capacidade de conduzir o leitor de maneira envolvente ao longo do livro, captando sua atenção no fluxo contínuo que é o livro, mesmo diante da ausência de eventos espetaculares. Essa ausência, no entanto, constitui a maior fraqueza do livro, pois o enredo é tão mundano que mesmo através do brilhante storytelling desenvolvido, torna-se um pouco cansativo ou desinteressante. No geral, um bom livro e uma leitura certamente fora do padrão para quase todos os leitores.
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Rayssa 11/02/2021

Sobre a morte.
Primeiro livro que inicia a série autobiográfica Minha Luta, fenômeno literário norueguês. Nessa obra temos contato com a juventude do narrador, entre paixões, rejeições, sentimentos diversos, entre eles a profunda solidão, somos colocados dentro de uma análise minuciosa dos relacionamentos de um núcleo familiar curioso, além de acompanharmos a busca pela identidade do próprio autor/personagem.

Esse primeiro volume aborda aspectos significativos e reflexivos sobre a morte. Como lidamos com ela, a forma que damos para o fim, e o que significa a morte de um ente querido, afinal? O impacto da inexistência repentina de uma pessoa tão próxima pode acontecer de formas diversas. A morte permeia a nossa vida, nos guia, e, de certa forma, dá um significado para o ato de viver. 

O livro é dividido em duas partes. A primeira trata de algumas passagens da vida jovem do autor. A segunda, aborda o acontecimento que dá nome ao título, isto é, a morte do pai. Essa parte foi a mais chocante para mim. A narrativa é tão crua que pode ser nauseante. Ver de perto as tristes condições em que o pai, acompanhado da avó do autor, viviam no final da vida são de cortar o coração. Mas é essa sinceridade toda que nos aproxima desse autor personagem. E a medida que os acontecimentos são narrados, tudo fica cada vez mais e mais cruel e real.

Ademais, no livro, os atos do cotidiano são narrados de forma sensível e muito fáceis de se identificar. É impressionante como o autor consegue transformar acontecimentos mundanos em ações cheias de significados. Várias vezes fiquei me perguntando para que gastar meu precioso tempo lendo um livro sobre a vida de um cara cuja existência me é desconhecida? Eu adoro histórias simples, que tratam simplesmente sobre...a vida em si. Adoro poder ver os pensamentos humanos sob outros pontos de vista distintos do meu.  Acho que poder ler sobre a vida de outra pessoa traz uma quebra na sensação de isolamento que estamos vivendo agora. Poder ver que não estamos sozinhos em tantos sentimentos e pensamentos.

Nesse sentido, acho que o grande segredo que faz essa leitura ser tão imersiva e envolvente e valer a pena é o fato de Karl Ove mostrar com simplicidade e honestidade, sem deixar para trás inúmeros detalhes, o despertar do sentimento da empatia. Além disso, ele mostra como algumas coisas podem ser completamente insignificantes para algumas pessoas e extremamente relevantes para outras e tá tudo bem. As experiências da vida individual constroem as percepções de cada um sobre o mundo. As coisas têm o sentido e a relevância que a gente dá. Afinal, o que te leva a escolher um caminho e não outro? Uma faculdade, uma casa, um emprego, um relacionamento? Todas essas questões só podem ser respondidas pelo próprio indivíduo dentro de seu mundo interior.

A riqueza de detalhes e percepções tão genéricas me prenderam a narrativa e me fizeram querer continuar os demais livros. Assim como eu me apaixonei pela série Napolitana, de Elena Ferrante, a chance de eu amar essa nova série é muito grande. Porém, o curioso é que a diferença de escrita e perspectiva feminina X masculina entre os dois autores é gritante. E talvez esse seja mais um motivo que me desperta curiosidade pra seguir essa série.

site: https://www.instagram.com/abibliotecaoculta/
Craotchky 11/02/2021minha estante
"Eu adoro histórias simples, que tratam simplesmente sobre...a vida em si. Adoro poder ver os pensamentos humanos sob outros pontos de vista distintos do meu."
Adorei e me identifiquei com esse trecho da sua resenha. Também adoro esse aspecto nos livros. Esta obra já estava no meu radar e agora ela pisca mais forte nele.




Flávio 05/02/2021

O cotidiano em detalhes
Como uma memória pessoal, o livro viaja de fatos corriqueiros com descrições precisas à sentimentos e percepções de eventos focados numa necessidade de aceitação perante a família, principalmente o pai.
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djoni moraes 29/01/2021

Quão fundo o ser humano pode chegar no poço alegórico da vida?
Karl Ove Knausgård é talvez o autor norueguês mais conhecido da cena literária mundial dos últimos anos, e se posiciona em quase todas as conversas sobre autoficção e estilos narrativos célebres (informação nada consensual). Sua obra mais conhecida é, indubitavelmente, os seis volumes da série Min Kamp que compõem a narrativa de sua vida, marcada no seu início por este livro: A Morte do Pai.

Uma das características mais marcantes do estilo narrativo de Knausgård é a capacidade de ir e voltar no tempo de sua narrativa, nos localizando em uma atmosfera que mostra uma mesma pessoa (no caso, ele mesmo), mas em momentos tão diversos de sua formação que fazem com que pareçam personagens totalmente diferentes: o Karl Ove criança; o Karl Ove adolescente/jovem; o Karl Ove pai; o Karl Ove neto; o Karl Ove escritor. De qualquer forma, a faceta mais marcante, pelo menos neste volume da série, é a do Karl Ove filho. A relação dele com seu pai, um homem de humor bastante instável, fechado e com quem teve um relacionamento baseado na desconfiança e no medo, é tão imbricada quanto fascinante. Em alguns momentos Knausgård nos faz sentir um pouco "xeretas" demais, como se estivéssemos vendo algo que não devíamos ver. Pausa para a catarse número um: não é assim grande parte dos relacionamentos entre pais e filhos é? O constante desconcerto com a presença do outro?

Não é um livro com muita ação. Aliás, se você quer uma biografia movimentada e cheia de ação e superação, não é aqui. Aqui vemos um homem de meia idade rememorando partes de sua vida e de sua relação com seu pai, através da visão do cotidiano. Acho que nesta característica repousa uma das coisas mais fascinantes do estilo narrativo de Knausgård: a forma de narrar o cotidiano. Pois é no cotidiano, no pentear do cabelo do outro, no sorriso taciturno que esconde alguma coisa, no "você quer que eu faça um chá", no olho roxo de uma mãe, na angústia do primeiro beijo, na visão da primavera ao se apaixonar: é só através do olhar banal que podemos conhecer o mais íntimo de uma pessoa.

A história do pai de Knausgård é bastante emocionante e bastante triste. Inclusive, vale dizer que o livro pode ter vários gatilhos, principalmente para quem sofreu em lares disfuncionais por pais alcoólatras. Não entro em detalhes sobre isso porque, né, acho que se você leu até aqui, você se interessa em saber porque a história da vida de uma pessoa deve iniciar com quatrocentas páginas que versam sobre a morte de um pai.

E não só a morte do pai, em si, mas sobre a morte no geral. E é nesse ponto que o autor guarda a sua joia mais preciosa: nas reflexões sobre a morte. Em alguns momentos, alguns pensamentos ecoaram na minha cabeça desde o momento em que fechava o livro e pegava-o novamente no colo para continuar a leitura. Com certeza esta foi uma leitura que criou uma curiosidade genuína (quase infantil, porém não necessariamente imatura) sobre a morte - e não no sentido voyeurista/sádico, mas num sentido quase sagrado e, ao mesmo tempo, cotidiano. Por que temos tanto medo da morte? Não necessariamente de morrer, em si, mas da própria morte. Por que queremos nos desfazer do corpo o mais rapidamente possível, tirá-lo de nossa frente, a diferença de outras culturas não-ocidentais que optam por conviver mais tempo com o cadáver por perto?

Vivendo no mundo atual (e escrevo estas linhas no meio de uma das maiores epidemias virais, com o número de mortos acima dos dois milhões de pessoas), com certeza falar sobre morte e mortos é um assunto bastante delicado e incômodo. No entanto, a maior reflexão que fica deste livro permeado de dor, luto, dúvida, raiva e morte, é sobre vida.

[...] Agora eu via somente a ausência de vida. E já não havia diferença entre aquilo que um dia fora meu pai e a mesa onde ele jazia, ou o chão onde estava a mesa, ou a tomada na parede embaixo da janela, ou o fio que ia até a luminária ao lado dele. Pois os seres humanos são apenas formas em meio a outras formas, as quais o mundo não cessa de reproduzir, não só naquilo que tem vida, mas também naquilo que não tem, desenhado na areia, na pedra e na água. E a morte, que eu sempre considerara a maior dimensão da vida, escura, imperiosa, não era mais que um cano que vaza, um galho que se quebra ao vento, um casaco que escorrega do cabide e cai no chão" [...]
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Adriana 20/01/2021

Pode ser cansativo no início com tantos detalhes que muitos consideram desnecessários. Demorou um pouco para eu e o livro nos entendermos... Mas depois que me habituei ao estilo do autor, a leitura fluiu rápido e de forma prazerosa!
O melhor do autor na minha opinião são as entrelinhas, pois acho que é através delas que percebemos as verdadeiras intenções, sentimentos e a verdade das relações existentes entre os personagens do livro. Entramos na cabeça do autor e pela descrição excessiva de tudo o que acontece, somos capazes de ir e ver além... E as divagações e insights dele são sensacionais. Entrei para a turma dos encantados!
Ansiosa pelo próximo passo: o livro 2.
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Frankcimarks 05/12/2020

Nossa vida banal
Por que me identifico tanto com os livros deste autor? Não somente por sua escrita fácil do cotidiano, mas por ele falar de coisas comuns, que acontecem com todos nós, seres humanos opacos.

Sempre que estou preso numa ressaca literária, corro para o Karl Ove, e até agora ele tem me ajudado a voltar ao meu ritmo normal de leitura.

Gosto principalmente quando ele expõe suas intimidades, fico chocado com sua franqueza e falta de pudor. Admiro o jeito simples de sua escrita, não dá vontade de parar a leitura. Quando você percebe, já leu quase cem páginas.Fazer isso falando de banalidades é genial.

Quote:

Meu pai era um idiota, eu não queria nada com ele, e não me custava nada ficar distante. A questão não era ficar distante dele, a questão era que ele não existia, nada que dizia respeito a ele me afetava. Era assim que tinha sido, mas então me pus a escrever e as lágrimas jorraram.
Hildo Frota 05/12/2020minha estante
????????????


Frankcimarks 06/12/2020minha estante
?




Julia.Francesco 12/08/2020

Nesse primeiro livro da coletânea Karl Ove descreve sentimentos e sensações vividas com ele de tal forma que conseguimos sentir junto ou mesmo relembrar as vezes que sentimos aquele mesmo sentimento.
Livro cheio de detalhes e muita descrição.
A sensação e que nos tornamos a cada página mais íntimos do autor e de sua vida.
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Ariana Pereira 21/05/2020

Um livro sobre a vida
Quando criança eu imaginava o filme da minha vida. É o que o autor faz. A partir da morte do pai, ele relembra a vida, a presença, as lembranças sem importância de viver. O ordinário do cotidiano tem cores, amores, tem cheiros e memórias que fazem da gte a gte.
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Cláudio Dantas 21/04/2020

Hipnotizante
Esse livro sempre me atraiu, se não pela capa, então pelo título ou pela sinopse. Mas uma coisa me preocupou, assim que pesquisei mais sobre ele: ser o primeiro volume de uma série de 6 livros sobre a vida de um cara que eu nunca tinha ouvido falar. Mas dane-se. Além do mais, se a vida desse cara teve material para 6 livros gordos, então deve ter sido uma vida bem interessante, né? Bom, não foi exatamente isso que eu descobri. E o que eu descobri foi muito melhor.

É uma vida interessante, mas ao mesmo tempo muito ordinária, e é aí que está, para mim, a grande proeza desse autor.

Não são 400 páginas de grandes acontecimentos, muito pelo contrário. O deleite dessa história está na banalidade da maioria dos acontecimentos narrados. São detalhes e mais detalhes, com cenas longas, de pessoas vivendo seus dias, corriqueiramente.

Mas a grande pergunta que me ficou foi: como ele conseguiu me prender tanto, a ponto de eu não querer largar esse negócio? Foi hipnotizante. Fiquei surpreso como eu consegui me envolver tanto com todos os acontecimentos. Talvez conhecer o banal das pessoas tenha me ajudado a ter essa conexão. Claro que isso não seria possível se não tivesse sido muito bem conduzida por uma escrita tão fluida.

O único paralelo que me vem à cabeça, a alguma outra obra parecida que eu já tenha lido, é Misto Quente de Bukowski. Não pelo estilo de escrita. Karl Ove é muito mais descritivo, e mais romântico, enquanto Bukowski é mais seco e direto. Mas sim pelo sentimento de honestidade presente no texto, e o constrangimento de algumas cenas bem reais. Enquanto Bukowski prefere te mostrar as cenas, sem grandes explicações, Karl Ove oscila entre o show, don’t tell e momentos de exposição, mas que são bem-vindos na narrativa dele.

Acabei a leitura com muita sede para ler os próximos, olhando com entusiasmo e alívio os calhamaços que me aguardam.
San 28/04/2020minha estante
Quando trabalha na livraria, me chamava bastante atenção. O design da capa é belíssima, foi o que mais me chamou a atenção, posteriormente o título e depois a sinopse.


Fabi 31/07/2020minha estante
Ele me conquistou na primeira página com uma abordagem incrível sobre a morte.




Kalci 20/04/2020

Quem e' a persona?
Karl Ove e' um escritor que foge um tanto dos padrões de literatura atuais, onde a maioria do que se e' publicado são obras mastigadas e sem muito aprocho com o pensar ou com uma analise mais minusciosa. A morte do pai traz uma investigação que não existe, e' o leitor que, se tiver interesse, pode vir a se tornar o investigador dessa trama toda.
Knausgard se debruça no "crime perfeito" ao vender seu romance como sua biografia, apesar de ter uma ficção por trás, uma biografia ficcional. A trama tem seu mote principal, como qualquer livro, entretando existe uma sub-trama que e' mutualistica e percorre o livro todo junto com a trama inicial. O mistério, que e' uma trama bonus e um a mais e que faz toda a diferença ao ler e' tentar descobrir quem e' o Karl Ove Knausgard que passeia pelo livro e se ele e' o mesmo autor que diz vender suas memórias. Um Proust moderno e que vive fora do dito "berço cultural".
Dizer que o livro e' ruim e' de uma tremenda falta de tato, não se pode culpar quem não viu isso, pois fica subentendido e só pode vir a tona depois de ver alguma entrevista da pessoa autor. A faísca nasce aí, o/a leitor/ra detetive pode nascer nesse momento.
Assim como falar que não acontece nada no livro, há um certo fundo de verdade (para não causar atrito com quem diz isso) e assim como a vida, não acontece nada demais quando você e' quem vive aquilo, mas pode ser uma série de eventos mais que incriveis para os que não viveram. Pra quem leu vai saber quantos eventos que acontece na vida do personagem que aconteceu ou não com a sua e quantas delas pode trazer uma vontade e um arrependimento de terem sido feitas ou não. Essa e' uma das questoes principais que a obra traz.
Ao meu ver a experiencia se torna outra quando você conhece o autor-pessoa-real em entrevistas. Ali você começa a pinçar o que e' "real" ou "não" no livro e aí que mora a graça e a beleza de Minha luta, ir atrás do além, do algo a mais, assim como tudo na vida normal, continua e real que ela e'. Sem floreios e sempre buscando uma outra fonte ou até mesmo "Um outro amor".
Baita obra e formação de "investigadores de personas", para aqueles que foram tocados pela necessidade disso para enriquecer ainda mais o caldo.
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