Rosana 09/09/2013Juliette Society - Sasha GreyOlá!
Eu sou bem curiosa e não resisti, quis ler Sacha Grey. Vejam bem, não sou preconceituosa, o fato dela ter sido atriz pornô não interfere em nada, pelo contrário, eu realmente achava que isso ajudaria nas cenas mais quentes do livro.
Na capa do livro fazem uma comparação com E.L. James de 50 tons de cinza, como se Sacha Grey fosse se tornar a nova queridinha das leitoras. Quem leu minhas resenhas sabem que eu acho a E.L. James uma escritora bem fraca, apesar de ter tido uma excelente idéia de trama. Mas Sacha Grey, a musa do diretor Steven Soderbergh, quer mostrar que conhece muito de cinema, sua personagem exagera com citações e força um pouco, parece até que quer mostrar que conhece alguma coisa.
Eu sou uma amante do cinema, conheço todos os filmes que ela citou, quase que de trás para frente e achei forçado demais, ela poderia ser mais sutil, apesar de entender o que ela queria demonstrar com isso. Um ponto importante que ela frisa e esse sim é legal entender é:
A primeira lição que aprendemos na escola de cinema é: O enredo sempre se desenvolve em função do personagem. Sempre , sempre , sempre, sem exceção.
A trama é até interessante, uma estudante de cinema, que fantasia com seu professor, que faz amizade com uma garota que gosta de sexo não muito convencional, e um namorado que anda meio distante por trabalhar muito , na campanha de um político. Há garotas que aparentemente se suicidaram e uma sociedade secreta onde o povo se encontra para o sexo.
Realmente me pareceu muito “De olhos bem fechados” do Kubrick e sim, ela tece toda uma história falando sobre esse filme também, da morte do diretor antes do filme estrear e etc. Ela vai de Hitchcok a Luis Buñuel, se identificando com as personagens e suas ações. Tem até um Kubrick no livro.
Mas o que me deixou cansada foram as elocubrações da personagem, ela fica páginas e páginas discorrendo sobre um assunto. Sobre um filme, sobre o que ela pensa do professor dela, sobre gozar, sobre o pênis, sobre uma fantasia e as cenas de sexo, apesar dela fazer até graça dizendo os clichês que mulher é menos visual que o homem e, que em filme pornô tudo parece maior do que é, são cenas de sexo de filme pornô. Sim, eu já assisti e sei que muitos que estão lendo a resenha também, e as cenas que ela descreve são de pornô puro. Entendo que a trama, como ela se desenvolve necessita de coisas mais cruas, afinal Catherine está se comportando estranhamente, obcecada . Se você gosta desse tipo de descrição de cena de sexo, vai adorar, senão achará desnecessário.
O livro será adaptado para o cinema, quem sabe com um roteiro bem escrito fique melhor que o livro, pois a trama se perde em alguns pontos. A idéia, depois que se desenvolve a história, fica até interessante, mas a autora se perde um pouco e muitos pontos ficam meio jogados, o que mais me impressionou, foi o tom de mistério que quase no fim da trama me convenceu de ser uma boa história, mas não me convenceu.
Achei fraco e veja bem, li sem expectativas de ser um livro bom. Eu sou fã do gênero erótico de livros e não apreciei. Mesmo assim, recomendo que leia se tem curiosidade e, se leu 50 tons,verá que não tem nada a ver com ele, ou com os outros que surgiram no mercado, na onda .
A autora disse:
“Não estou interessada em revolucionar o gênero do romance erótico, mas quero levá-lo de volta à origem, com um tratamento lascivo do sexo, particularmente da sexualidade feminina, como algo misterioso e sensual”, afirma.
Li que a crítica gostou, mas eu avalio como uma história pornô policial no fim das contas, que se tivesse menos exageros, teria sido muito boa. Mas não sensual, só sexual. A autora é uma boa atriz pornô, só.
site:
http://livrologos.com.br/2013/09/sasha-grey-julliette-society/