As aventuras de Huckleberry Finn

As aventuras de Huckleberry Finn Mark Twain




Resenhas - As Aventuras de Huckleberry Finn


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Renata_ Pandora 20/02/2024

Leitura mais densa que Tom Sawyer, Huck é mais inteligente e bem mais sofrido. Gostei mais da leitura do Sawyer, por ele ser mais engraçado e travesso. É um livro triste, que traz verdades terríveis disfarçadas pela leveza das aventuras de um menino. Huck passa por todo tipo de perrengue e com sua astúcia consegue se safar enganando a todos. Como um verdadeiro sobrevivente, ele tem total ignorância das leis. É muito bem construído, mas prefiro Sawyer ???
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Cristiano Mützenberg 14/02/2024

Humor com crítica social
Quem leu apenas o livro ?As aventuras de Tom Sawyer?, espécie de prévia deste livro, pode esperar encontrar também aqui uma uma história meramente infantojuvenil.

De fato, encontramos novamente um pouco da leveza e bom humor neste que se tornou a obra-prima de Mark Twein: As aventuras de Huckleberry Finn. No entanto, o livro se tornou clássico, ou mesmo um divisor de águas da literatura norte-americana, porque o autor conseguiu unir de forma magistral o bom humor e a sátira com que criticava o racismo nos Estados Unidos.

Na história - que se passa em meados de 1840 - encontramos Huckleberry Finn, um jovem pária e maltrapilho que havia sido ?criado? apenas pelo pai (que, além disso, era o maior bêbado da cidade). Mesmo tendo recebido em dado momento uma oportunidade de mudar de vida e ser ?bem criado? (foi adotado por uma bondosa viúva), não se encontrava naquele novo estilo de vida e, por isso, resolve fugir de casa e seguir a vida ao acaso, navegando pelo Rio Mississipi.

A partir daí poderíamos ter uma história de aventuras que, mesmo em um bom livro, seria apenas um agradável porém simples passatempo. No entanto, logo no começo da sua fuga o personagem principal encontra um escravo fugitivo.

Os dois - um fugindo do conforto e outro da escravidão - unem-se e seguem viagem pelo rio. Em meio às diversas aventuras que se revelam, a grande descoberta que vai acontecendo pouco a pouco no livro é que Huck Finn começa a ver que naquele escravo fugitivo há um ser humano, que inclusive pode ser uma pessoa melhor que ele.

Em meio à sequência de fatos narrados, Mark Twein vai apresentando algo que aconteceu com a sua própria vida: Huck Finn, assim como o autor, cresceu em um mundo onde todos encaravam com normalidade a escravidão e aos poucos foi percebendo que havia um mal naquela situação.

Um ponto que pode fazer refletir é que Huck Finn encontra pessoas na história que tem bons valores, são cordiais, ?não fazem mal a ninguém?, se dizem cristãos, mas, mesmo assim, vêem com normalidade alguém ser escravizado.

Podemos refletir também até que ponto nós não somos capazes de, senão defender, ao menos tolerar ou encarar com normalidade que um ser humano ?não seja tão humano assim?, como acontece hoje, quando aceitamos que dificuldades de ordem material justifiquem o aborto, por exemplo.

Será mesmo que, vivendo naquela época, ouvindo desde pequenos que escravizar alguém era ?normal?, que um negro era um ser inferior, etc, ainda assim seríamos contra esse absurdo de modo tão veemente como somos hoje?

O desenvolvimento do personagem Huck Finn vai nos conduzindo de forma natural pela sua aceitação da escravidão sem questionamentos até uma percepção - ainda frágil - do mal que havia ali. Tudo isso com um tom leve, satírico e bem humorado, que, por isso, não faz do livro um panfleto moralista, mas uma leitura agradável e que, de brinde, conduz a boas reflexões.
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Mari Palma | @a_maripalma 03/02/2024

Uma baita surpresa!
Eu nem ia falar nada sobre esse livro.
Foi divertidinho durante a leitura, foi rápido de ler, tem algumas sacadas muito boas. Mas o final foi bem bleh.

Aí eu assisti as aulas do Raul Martins.

Eu antes das aulas: final bem meia boca 😴
Eu depois das aulas: o miserável é um gênio! 🤯

Eu simplesmente preciso registrar aqui como foi que eu mudei minha percepção sobre o livro, da água pro vinho. E o pior é que não posso nem contar o motivo porque isso seria um baita spoiler do final dessa "aventura". As aulas do Raul enriqueceram demais essa leitura, credo!
É uma história que se passa no sul dos EUA antes da guerra civil. O menino Huck acaba viajando pelo longo rio Mississipi junto com Jim, um negro que está fugindo pro norte pra se ver livre da escravidão. Só aí a gente já sente o peso da história, mas Twain consegue levar de maneira relativamente leve quando a faz ser descrita pelo ponto de visto do Huck. Inclusive uma característica bem marcante e relevante dessa obra pra literatura é que Twain optou por se manter o mais fiel possível aos dialetos da época, tanto o das pessoas sem instrução quanto o dos negros, o que torna a leitura super fluida.
Eu sempre pensei "poxa, são clássicos por algum motivo né", mas gente, que rasteira que eu tomei com esse livro. Sabe aquelas imagens que tem um animal escondido na vegetação e ninguém consegue ver, mas quando te falam onde está tu não consegue mais desver o bicho? É exatamente essa a sensação com a qual fui dormir depois das aulas. Eu estava embasbacada.
Quero deixar aqui meus agradecimentos ao sarcástico Mark Twain e ao Raul por essa experiência maravilhosa!

"Eu estava aqui o tempo todo só você não viu." Filósofa Pitty

Insta: @a_maripalma
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Emille Dias 28/01/2024

Que ótima surpresa foi ler As aventuras de Huckleberry Finn!

O que faz o livro se configurar como uma obra prima, na minha opinião, é a forma como o autor consegue pegar toda a desgraça, toda a tristeza vivida pelos personagens, e transformar aquilo em humor.

Ao ler, nós sentimos o incômodo, sentimos que algo não está certo, mas o autor deixa aquilo ?leve? e engraçado.

O livro é uma sátira, e faz crítica ao contexto escravocrata da época em que viveu o autor. Nele acompanhamos as aventuras de Huck e Jim, os protagonistas.

Cada capítulo do livro conta alguma aventura. Os capítulos da herança e das mocinhas foram os melhores, na minha opinião. Os capítulos finais só servem pra fazer raiva (em todo mundo que lê hahahah).

Só senti o final um pouco apressado, como se o autor não quisesse desenvolver aquelas temáticas afim de dar maiores explicações. Gostaria de saber mais sobre a vida e aventuras do Huck, o livro deixou um gostinho de quero mais.

Recomendo a leitura!
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Reccanello 23/01/2024

O grande épico americano
Considerado como o grande épico norte-americano (muitos comparam a obra à própria Odisseia de Homero, sendo Huck Finn, como Odisseu, um arquétipo do herói que busca compreender seu lugar no mundo e desafia convenções sociais), "As Aventuras de Huckleberry Finn", de Mark Twain, nos leva por uma narrativa que, conquanto à primeira vista pareça uma típica e simples aventura infanto-juvenil às margens do rio Mississippi, em realidade transcende todas e quaisquer expectativas ao explorar temas muito profundos e adultos como o racismo, os valores da liberdade e da amizade e o desafio de romper com valores sociais pré-estabelecidos e sem sentido.
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Desde seu início, o livro destaca e evidencia a genialidade de seu autor, Mark Twain, na forma como ele tece a jornada de Huck Finn, um protagonista que, mesmo sendo um típico menino branco do sul escravagista dos EUA na metade do séc. XIX, cativa os leitores com sua inteligência e compaixão. Com sua narrativa em primeira pessoa - praticamente uma "auto-biografia" do protagonista - o livro proporciona uma visão única das experiências de Huck, destacando - porém, e é importante que se diga isso, sem qualquer legitimação! - o arraigado racismo da sociedade sulista da época, que se denota e destaca pelo uso constante da famigerada palavra "nigger". Pedra angular na polêmica que sempre envolveu a obra desde sua publicação original, é crucial compreender a contextualização histórica do uso daquela palavra, sem deixar de lado a importantíssima e fundamental evolução do personagem Jim ao longo da trama. Além disso, é impossível não analisar a obra pelo viés do desenvolvimento moral de Huck, que consegue ultrapassar e vencer os preconceitos iniciais típicos de sua sociedade e forma um vínculo profundo de amor e afeto com Jim, destacando uma mensagem positiva subjacente. É, enfim e por qualquer ângulo que se perceba, um romance de formação marcado pela superação de valores pré-estabelecidos, refletindo a forte e característica crença de Mark Twain de que "um coração sadio é um guia mais seguro do que uma consciência mal treinada".
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Não posso deixar de mencionar a controvérsia existente em torno dos capítulos finais. A chegada de Tom Sawyer e as situações subsequentes podem parecer uma mudança brusca de tom, mas, como Ernest Hemingway apontou, são um aspecto que desafia as expectativas e adiciona complexidade à narrativa, ainda que a divergência de opiniões sobre esses capítulos finais ressalte a subjetividade na interpretação da obra.
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A riqueza desta edição específica, especialmente com a tradução e os textos de José Roberto O’Shea, é essencial para preservar a autenticidade linguística, embora alguns críticos possam questionar a vulgaridade que permeia a obra. As ilustrações de E.W. Kemble e os elementos adicionais enriquecem a experiência de leitura, oferecendo insights sobre o contexto da época e a vida do autor.
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"As Aventuras de Huckleberry Finn" permanece, enfim, como uma obra fundamental na literatura norte-americana, desafiando leitores a confrontar a dura realidade da sociedade da época, sendo a controvérsia em torno do livro, em si mesma, um reflexo do desafio que o livro apresenta: mergulhar nas águas turbulentas da história e da moralidade, questionando e evoluindo, assim como seu intrépido protagonista nas correntezas do Mississippi.

site: https://www.instagram.com/p/C2c5iUwgGg1/
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Gabrielli 15/01/2024

Já com saudades de Tom e Huck
Uma narrativa maravilhosa de aventura, mas cheia de significado por trás. Um livro adolescente com muitas outras camadas e muitas emoções envolvidas ? amei!
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Mariana Rodrigues 13/01/2024

As aventuras de Hucleberry Finn
Huckleberry Finn ? o parceiro de Tom Sawyer ? escapa de casa para embarcar em uma série de aventuras junto com o escravo fugitivo Jim. A bordo de uma jangada, os dois sobem o Mississippi e vivem situações extraordinárias com personagens inesquecíveis ? como o ?Rei? e o ?Duque?, uma das maiores duplas de vigaristas da história da literatura.

Narrado em primeira pessoa pelo próprio Huck, a viagem de formação que une o menino rebelde ao escravo negro perseguido atravessa questões sérias e profundas que continuam a nos desafiar: o racismo e a escravidão, a brutalidade das relações humanas no ?mundo adulto? e o puritanismo religioso e cultural. Em conflito com os valores corruptos e hipócritas da sociedade, Huck enfrenta o dilema de salvar o amigo ou entregá-lo às autoridades.
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Eliane406 12/01/2024

Problemas sociais
? O livro foi lançado em 1884 e conta a história de um garoto Huckelberry Finn que vive aventuras depois que foge das mãos do pai bêbado e abusivo, fingindo a própria morte. Ele foi lançado no pré guerra civil, no sul dos Estados Unidos, em uma época que a escravidão ainda existia no Sul. A literatura moderna americana se origina a partir desta obra. Mark Twain explora neste livro questões sérias sobre problemas sociais, políticos e morais com que precisou lidar durante a guerra civil dos Estados Unidos,muitos dos quais ainda estão presentes nos dias de hoje.
Recomendado para todas as idades, inclusive para quem trabalha com o ensino fundamental ele vai muito bem. A tradução fez um trabalho muito bom de manter os dialetos dos negros do Sul, com modulações com muita orientação.
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Renato375 04/01/2024

Desafio - Cujo autor já faleceu

?????????

Ter coragem para ir contra o senso comum e criticar de forma criativa algo, a ponto de que as pessoas não se sintam ofendidas, tamanha a sutileza, é uma qualidade dos grandes escritores. Dessa maneira, As Aventuras de Huckleberry Finn é elogiado por sua narrativa envolvente, humor e crítica social. No entanto, também tem sido objeto de debates devido ao seu uso de linguagem e representações que refletem a mentalidade da época em relação à escravidão e aos afro-americanos.

P.S. Tom Sawyer é um chato de galocha, e quando ele está presente, a leitura fica cansativa e sem graça.

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Essa edição conta com comentários que são muito bons.
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Suzana.Kawai 26/12/2023

Descendo o Mississipi com Mark Twain
Há uma longa lista de clássicos literários que ainda não tive a oportunidade de ler e, até ontem, "Huckleberry Finn" era parte dessa categoria. Iniciei a experiência sem acessar a crítica especializada, pois queria ter minhas próprias impressões antes de qualquer coisa. E então?
Tal como o menino Finn desce o rio Mississipi a bordo de uma jangada, provando das irregularidades das águas, das estações, das cidades, paisagens e tipos humanos, fui mobilizando memórias e emoções variadas ao longo da narrativa. Primeiro, achei que se trataria de uma história de aventura típica, tal como "A ilha perdida, da Vaga-Lume, que marcou minha infância. Depois, conforme Finn se questiona sobre o certo e o errado na sua relação com o Jim, homem negro e escravizado que viaja lado a lado com ele, fui lembrando de "O sol é para todos", de "Tia Nastácia", do Lobato, e apostei que se tratava de um drama sobre as tensões raciais nos EUA. Então vieram o "Rei" e o Duque", me fazendo pensar em aventuras picarescas, tais como as de D.Quixote. O aparecimento de Tom Sawyer no final, trouxe cores de fantasia.
Eu gostei da experiência de leitura, simpatizei profundamente com a inocência e a esperteza do Finn e concluo com a sensação de que há muito mais para ver e apreciar nessa obra, especialmente se você conhece a alma de um americano.
Me deu o que pensar, assim como se espera de um clássico.
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Caroline Vital 23/10/2023

Lido em 2018
Livro polêmico. Racista ou anti-racista? Me senti mal algumas vezes, principalmente em cenas com Tom Sawyer. Porém, no fim descobrimos que estava tudo sob controle, o tempo todo. Uma espécie de Dom Quixote, mas com crianças que só querem aventuras.
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Kaled 20/08/2023

Considerações
Eu realmente apreciei a obra. Embora não seja fã da temática de aventura, ela traz reflexões importantes sobre racismo, moralidade e hipocrisia. Uma crítica à sociedade daquela época, levando a uma ponderação sobre a natureza humana. Mesmo tendo ressalvas em relação a certos pontos das ideias do autor, foi enriquecedor conhecer um pouco mais sobre a vida dele. Entendo algumas perspectivas, mas discordo de algumas de suas afirmações.
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Dumalis 03/08/2023

PERFEITO
Cara, tudo nesse livro foi uma novidade pra mim, e uma novidade MUITO GOSTOSA.
Toda a história é muito boa, polêmica, apocalíptica! Aaaah vou reler essa obra com toda certeza! Aliás, amei a forma de escrita meio ?caipira?, parece que estamos ouvindo o Huck em pessoa narrar a história.
Leiam! É realmente muito bom ??
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gab 28/07/2023

Simplesmente não é pra mim, me diverti em algumas partes, o racismo, comum pra época em que foi escrito, me incomodou, mas apesar de tudo foi uma leitura até que boa. Eu REALMENTE não sou da de clássicos americanos.
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Fabio.Nunes 15/07/2023

Engraçado e emocionante
As aventuras de Huckleberry Finn - Mark Twain
Editora: Zahar, 2019.

Mais uma edição primorosa do selo "clássicos Zahar". Peguei esse livro para ter algo mais leve para ler e acabei sendo surpreendido.
Não por que não seja uma leitura leve e prazerosa, o é; mas por que eu não fazia noção da comoção e da profundidade que ia encontrar aqui. Houve momentos em que literalmente gargalhei e outros em que fiquei emocionado.
Basicamente é a estória do menino Huck Finn e de Jim, um escravizado foragido em busca de liberdade. A narrativa se dá no sul dos EUA do século XIX, uma sociedade teocrata e escravocrata.
Ao longo do texto nós vemos Huck narrando em primeira pessoa os acontecimentos, utilizando uma linguagem preconceituosa própria da sua época e da sua cultura, motivo pelo qual a palavra "preto" (nigger) aparece em diversos momentos e nos deixa uma sensação estranha.
Mas é exatamente aí onde Twain mostra a que veio.
Ele nos apresenta uma personagem que é obviamente fruto do seu meio social, mas que possui uma humanidade que não é vista nos outros brancos, tão obedientes às normas religiosas e legais.
Huckleberry Finn é uma personagem assolada pela culpa ao longo de todo o texto. Mas o erro do qual ele se culpa é exatamente sua virtude de olhar para o escravizado Jim como um ser humano, reconhecer nele sua dignidade humana. A sociedade da qual Huck emerge é que estava permeada pelo preconceito e pela ignorância de uma sociedade escravocrata, e por esse motivo o pecado se transfigura na mente de Huck em virtude e vice-versa.
A parca educação formal de Huck o manteve sensível e humano. Virou fora da lei por agir em prol de um direito humano, em detrimento ao direito de propriedade.
Huck Finn é uma pessoa sofrida e sozinha, que encontra uma amizade verdadeira no escravizado Jim, ainda que por isso ele se digladie internamente.
Veja o que ele diz a si mesmo: "Tinha as aula de catecismo; você podia ter ido naquelas aula, e se tivesse ido, eles tinha te ensinado que gente que faz com aquele preto o que eu tava fazendo acaba no fogo eterno. Eu arrepiei todo. E quase resolvi orá, pra vê se não dava pra mim pará de ser o tipo de menino que eu era, e melhorá."

Decide então entregar Jim às autoridades, mas começa a lembrar de momentos que viveram juntos e decide:

"Tá bem, então, eu vou pro inferno."

Não vou contar o final, mas recomendo demais essa leitura.
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