O visconde Partido ao Meio

O visconde Partido ao Meio Italo Calvino




Resenhas - O visconde partido ao meio


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Fabio Shiva 06/08/2010

Simplesmente deliciosa esta narrativa sobre o Visconde Medardo, que vai lutar nas cruzadas e acaba sendo dividido em dois por uma certeira bala de canhão. Miraculosamente as duas metades sobrevivem, seccionadas também na personalidade: uma é inteiramente má, outra é totalmente boa. Como logo se descobre, as duas são igualmente insuportáveis, do ponto de vista dos que são obrigados a conviver com elas.

O autor afirma no prefácio que seu objetivo ao escrever este livro foi divertir a si mesmo e aos outros, pois uma das mais importantes funções sociais da literatura é a diversão. Ao mesmo tempo, fica evidente que profundas reflexões sobre a natureza humana permeiam a aparente leveza do texto. O próprio Italo Calvino explica:

“O homem contemporâneo é dividido, mutilado, incompleto, hostil a si mesmo; Marx o chama de ‘alienado’, Freud, de ‘reprimido’; um estado de harmonia foi perdido, aspiramos a uma nova totalidade. Este é o núcleo ideológico-moral que eu queria conscientemente trazer para a história”.

(28.09.2007)




Gustavo Kamenach 28/02/2022

A alegoria maniqueísta de Calvino
Iniciando um projeto de leitura pessoal: o duplo, doppelgänger e dualidade na literatura, resolvi começar pelo livro O Visconde partido ao meio, de Italo Calvino.

O romance tem ares fabulosos, é uma leitura leve e divertida em certos momentos. O tema é a dualidade intrínseca a todos nós e como os extremismos podem ser prejudiciais para o todo. Ser totalmente bom gera apenas benefícios para aqueles a sua volta e o inverso é verdadeiro, ser totalmente mau é puramente prejudicial aos outros? Nessa metáfora, Calvino reflete sobre a importância da união, do equilíbrio de ideias e de certa forma termina sua história com tom realista, pois mesmo atingido o equilíbrio de ideias, aparentemente não será garantia de que todos os problemas advindos de tal desencontro de valores serão resolvidos.

Fevereiro - O Visconde Partido ao Meio, Italo Calvino ✔
Março - O Duplo, Fiódor Dostoievski
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Renato 29/05/2023

Bizarrices e outras fantasias
Italo Calvino é o mestre da fantasia e das fábulas aparentemente sem mensagens morais. Sua narrativa é pura diversão para o autor que não se importa em montar frases pungentes ou conclusivas que contrariam qualquer lógica ou racionalidade. A bizarrice de seus personagens leva o leitor em busca de mensagens ocultas ou associações com a realidade, nem sempre com sucesso. Parece exigente mas é instigante e agradável graças à narrativa fluída e criativa e aos personagens de uma humanidade entre o virtuoso ao cruel. Ambientada num feudo medieval a história, contada por uma criança, mostra a mudança ocorrida no visconde, seu tio, após o fracasso de sua investida contra os turcos e seu retorno mutilado (partido ao meio). Sua volta torna-se um tormento ao feudo com castigos sem motivo algum, crueldades gratuitas e outras maldades. A esse meio visconde se contrapõe sua outra metade que retorna tempos depois cheio de bondade e compaixão. Eis a moral da história. Somos todos seres incompletos e contraditórios.
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Jardim de histórias 13/01/2023

Italo Calvino ?? sensacional!!!!
Um conflito de dualidades com um contexto alegórico e irônico, que nos apresenta metaforicamente uma síntese do homem contemporâneo, mutilado inimigo de si mesmo. Quando me referi a uma história metafórica, fiz, devido à impressão que tive, de um diálogo interno, conflituoso. A narrativa excelente, traz uma história aparentemente simples, porém, repleta de um viés psicológico e filosófico muito bem delineado e intensamente perceptível.
Na história, conhecemos o visconde de Medardo Di Terralba, um homem cheio de conflitos, que ferido gravemente por uma bala de canhão durante a guerra entre cristãos e turcos, ele é partido ao meio. Por um milagre da literatura, o visconde sobrevive. Ao retornar somente com sua metade direita, logo se percebe que algo mudou. Perverso, egoísta, assim se apresenta sua metade considerada o lado mau. Porém, logo que surge na história sua outra metade, o seu lado esquerdo. Altruísta, benévolo, o que era para ser o lado bom, logo, se apresenta excessivamente bom, e ao invés de ajudar, acaba atrapalhando e causando grandes confusões. A forma criativa e divertida que Italo Calvino nos envolve nesse tema é impressionante, ele nos transporta para grandes reflexões em um conceito literário totalmente atemporal de um contexto polarizado, indicando seus extremos e a importância de que nada pode se contrapor a razão. Ah! Sobre o conflito de dualidades, a história mostra que mesmo sendo partes de nós mesmo, somos nossos erros e acertos, estamos sempre em conflito, nos descobrindo sempre buscando um equilíbrio.
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Mandark 08/09/2024

A veracidade do insólito...
Calvino conseguiu trazer à sua história uma força pungente, carregada de ensinamentos e reflexões a partir de uma premissa completamente insólita. Com um narrador inesperado e cheio de expectativas, acompanhamos o amadurecer de um jovem diante de uma realidade dicotômica que é a base da existência humana!
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Thamiris.Treigher 07/07/2022

Luz e sombra.
Durante a guerra contra os turcos, o visconde Medardo di Terralba é atingido por um tiro de canhão no peito. Mas, ele não morre! Fica com uma parte do corpo intacta e a outra parte completamente destruída.

Graças ao trabalho dos médicos, porém, ele consegue sobreviver com a metade que restou. Mas o que aconteceu com a outra metade? Ao voltar para sua terra, todos desconhecem o novo comportamento do visconde. O que mudou? A verdade é que a outra metade ainda está viva, e ressurge. Uma metade é completamente má, e a outra é completamente boa.

Diversas situações, das mais trágicas às mais hilárias, são provocadas pelas metades do visconde, em uma completa divisão entre "anjinho/diabo". Nunca se sabe a metade que vai aparecer!

Porém, podemos pensar que a metade boa do visconde é uma ótima personalidade. No começo, sim. Mas, com o tempo, as pessoas vão percebendo que a metade "boa demais" é na verdade de um visconde completo chato, que acha que pode interferir na vida das pessoas, ensinando e dando conselhos que não foram solicitados, com a desculpa de "ajudar".

"Nos sentíamos como perdidos entre maldades e virtudes igualmente desumanas", diziam os moradores da cidade. Por isso que, já na apresentação do livro, o autor Italo Calvino diz: às vezes os bons, as pessoas demasiado programaticamente boas e cheias de boas intenções, são uns chatos terríveis.

Como solucionar tal problema? Como o visconde pode sair dessa situação e encontrar um equilíbrio? Tem que ler pra saber! Adorei o livro, só queria que ele fosse um pouco maior para explorar ainda mais situações que essas duas metades poderiam causar.

Um livro sobre a natureza do ser humano, sobre nossas luzes e sombras e sobre como conviver com nossos dois lados! Excelente.
Carolina.Gomes 11/07/2022minha estante
Fiquei curiosa. ?


Thamiris.Treigher 12/07/2022minha estante
Achei bem interessante, Carol! ?




Caroline457 09/12/2023

Bem X Mal
O livro é um romance bem curtinho escrito por um dos mais renomados escritores europeus, sendo o primeiro da trilogia "Os Nossos Antepassados". "O Visconde Partido ao Meio" conta com uma escrita bem leve, divertida, metafórica e reflexiva.

Inicialmente, somos apresentados à figura de Medrado de Terralba que, ao travar uma guerra, acaba tendo seu corpo separado em duas metades em batalha. A partir deste momento, a narrativa nos introduz, aos poucos, às duas personalidades características de cada uma das metades.

A primeira metade é a má, a qual passa a aterrorizar a comunidade local com suas atitudes agressivas e mal intencionadas. Por outro lado, há outra metade, extremamente boa, gentil e solícita com a população. No entanto, logo podemos observar que, por mais que as intenções do lado bom sejam as melhores, elas sempre acabam ocasionando mais conflitos e problemas.

Ao meu ver, o livro é uma reflexão tanto acerca da construção da personalidade humana, quanto de qualquer forma de polarização de ideias. É uma bela comprovação do fato de que extremismos são pensamentos equívocos e que sempre devemos agir com equilíbrio ao tomarmos decisões.
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Daniel.Paulo 31/03/2021

Perfeito na sua metade imperfeita
Exelente livro, apesar de ser algo bem irreal nos faz refletir sobre nossa dualidade comportamental, ele nos faz perceber por exemplo que o mal exagerado realmente é prejudicial, mas que a bondade exagerada é tão prejudicial quanto, apesar disso tudo achei o final um pouco triste.
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Pedro.Gondim 16/07/2021

Qual parte nos predomina?
"Assim passavam os dias em Terralba, e os nossos sentimentos se tornavam incolores e obtusos, pois nos sentimos como perdidos entre maldades e virtudes igualmente desumanas." (p. 90)
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Marcelo 14/08/2024

"O Visconde cortado ao meio" conta a história do Visconde Medardo de Terralba que, em um luta contra os turcos tem seu corpo cortado ao meio e sobrevive, porém ao regressar ao seus domínios, começa a demonstrar uma personalidade extremamente maléfica. Em dado momento, a outra metade, que julgavam destruída aparece e, ao contrário da primeira, tem um comportamento bondoso e caridoso.
A história é uma parábola interessante sobre a dualidade da natureza humana, que tem uma certa moral. Um livro leve, rápido de ler e divertido.
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Camila 04/05/2020

Embarquei nessa história sem conseguir largar, sendo surpreendida a cada novo detalhe. A mente de Ítalo Calvino é uma coisa maravilhosa.
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Dávila 15/05/2021

Um (?) Visconde incomum.
Daqueles livros de Ítalo Calvino que são tão bons que você precisa reler sempre quando possível
Medardo, o visconde do título vai à guerra e...
Usando o fantástico, o absurdo Calvino nos conta essa fábula, uma maravilha que só a forma de narrar do autor de "O Cavaleiro Inexistente" poderia nos proporcionar.
É tb um ótimo começo se vc nunca leu nada dele.
Aqui a tradução (ótima) é de Joel Silveira.
E o livro inclusive já virou espetáculo teatral do Grupo Galpão com o nome "Partido".
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Isa Bom O 24/03/2021

Que doideira
Visconde partido ao meio é uma narrativa que se trata literalmente de um visconde partido no meio, o que para mim não me agrada pois não sou tão irreal, e há uma certa dificuldade em imaginar o cenário, mas por meio dela podemos ver uma repartição do ser humano no cotidiano, com metáforas sobre nós mesmos.
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Nassy 07/05/2009

O bom e o mau
O livro pode ser lido em um dia, de tão rápido que correm os fatos!
A história me levou à clássica conclusão de que ser bonzinho demais é ser bobo, e ser mau demais é ser tirano. Ser completamente bom ou completamente mau é uma ilusão, pois não torna o ser completo, ele precisa de sua outra metade para manter o equilibrio de suas ações.
Daniel 21/06/2014minha estante
Sensacional




Tuts 29/09/2020

Polarizações
Um livro com uma mensagem interessantíssima acerca das polarizações políticas.
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