Cris Paiva 03/12/2009
Gente como a gente
A Patricia Ryan é uma autora que realmente pega o espírito da época na qual ela esta escrevendo, os livros são realistas, as vezes meio duros, mas porque a época Medieval era assim, mas ela não pega pesado e nem fica espremendo o sangue no livro. Diria que escreve no ritmo certo.
Tipo, quando você pega um livro da época medieval pra ler, logo pensa em castelos, cavalheiros de armadura e mocinhas inocentes e protegidas. Ninguém pensa nas cidades, nos comerciantes e nas pessoas do “povo”. O livro pega bem esse aspecto da idade média: as cidades, os comerciantes e povo.
O mocinho é um soldado sem terras, ele tem de resgatar a filha de senhor poderoso, casada com um comerciante inescrupuloso, para poder receber a sua recompensa, mas ele é atacado, tem a perna quebrada e enquanto se recupera ele fica na casa de uma comerciante. A mocinha, comerciante, é viúva, o marido dela (que não prestava) era mercador de seda, mas como é mulher, ela não pode seguir o ofício, e tem de se contentar com serviços menores e se virar para sobreviver.
Todos os vizinhos dela são comerciantes, tem a boticária, o comerciante de tecidos, a prostituta que passa todo dia pela porta, o leproso que vem pedir comida... Toda uma leva de personagens “reais”, que faz o livro ter um gostinho especial, a gente sente como se realmente estivesse vendo as ruas e o que está acontecendo, tem um gostinho bem vívido de como era a vida nas cidades medievais. Diferente e realmente delicioso!