alissonferreira.c1 02/03/2017
De 0 a 5: 1 - Poderia ter utilizado meu tempo lendo outra coisa
Bom, a tempos que tive contato com esse livro e ele sempre esteve de lado em minha estante, esperando o dia em que eu tivesse disposição emocional suficiente para mergulhar em um mar de questionamentos, reflexões e auto-conhecimento. Acho que superestimei um livro por causa da sua capa e sinopse.
O fato é que essa obra é rasa e um tanto tendenciosa. Claro, o que me é agradável ao intelecto, pode não agradar ao meu próximo. Porém posso afirmar que, apesar de supostamente propor um debate aberto sobre o posicionamento entre igreja versus homoafetividade, o livro tende a trabalhar em cima de pressupostos que contribuem para promover ainda mais a personificação da pessoa homossexual em um ser libidinoso. A impressão que dá, é de que o indivíduo que possui uma inclinação sexual diferente dos héteros é definido totalmente através da sexualidade. Não se fala em amor e comunhão entre homens e homens ou mulheres e mulheres. A todo instante é abordada a sexualidade dessas pessoas, como se essas não tivessem personalidade ou afetividade, sendo definidas mais como um órgão sexual ambulante.
Dentre todas as críticas que possuo, talvez a mais ferrenha seja ao fato de que em todo o decorrer da leitura, me parece que os representantes teológicos obtiveram um espaço de fala que não se pode comparar aos ativistas LGBTQI. Pra mim, esse livro não expressa uma luta pelos reconhecimentos dos direitos dessas pessoas; ele apenas trás o embate ideológico a respeito dos dogmas que abrangem nossa existência. E fortalece ainda mais a premissa de que as pessoas só podem viver em plenitude se estiverem diretamente conectadas a uma doutrina religiosa.