Corra, a vida te chama

Corra, a vida te chama Boris Cyrulnik




Resenhas - Corra, a vida te chama


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Mirian 18/01/2022

Bibliografia das narrativas
Interessante perceber como a forma que a história é contada por nós mesmos muda o seu desfecho.
Os fatos podem ser bons ou ruins dependendo da perspectiva de quem os vive.
O livro é um lembrete para evitar julgamentos e ideias pre concebidas frente a história de vida dos outros.
Ouvir com curiosidade e não inferir.
comentários(0)comente



Christiane 10/06/2014

A MEMÓRIA TRAUMÁTICA
É o segundo livro de Cyrulnik que leio. O primeiro foi "Autobiografia de um espantalho" editado pela Martins Fontes, sobre a resiliência diante de traumas de infância. Agora neste ele conta suas memórias da Segunda Guerra, judeu, seu pai foi para o front, depois para um campo e finalmente deportado. Sua mãe foi presa dois dias depois de deixá-lo na Assistência para que não fosse preso junto com ela que morreu em Auschwitz.

Ele tinha em torno de 05/06 anos, estava órfão, e sendo caçado para morrer. Após a guerra ele tinha fragmentos de memória, e se viu diante do que todos passaram, ninguém queria ouvir. Foram quarenta anos de silêncio, até que o contexto, o entorno estivesse pronto para ouvir.
"Uma memória traumática não permite construir uma representação de si tranquilizadora, já que, quando a evocamos, fazemos voltar à consciência a imagem do choque."
A cisão traumática, a cripta que se forma. Aprende-se a calar quando o outro não quer ouvir, calar na guerra para se salvar, calar depois para não ser excluído. Mas, todo segredo, tudo que fica sem representação, ou que não pode ser verbalizado, acaba aparecendo para o outro, que estranha algo em nós, e interfere em nossas relações.
O traumatizado se sente excluído, ele não é como os outros. Cria-se e constrói-se sua história, e a conta para si mesmo, ele tinha sonhos e devaneios, usava suas encenações para poder falar, colocar palavras onde não as tinha.
É conhecido a situação de que os sobreviventes não podiam falar, por não serem ouvidos. As pessoas não acreditavam nelas. Houve todo um tempo de negação. E quando se falava, o que se ouvia é que eles também tinham sofrido, na fila para comprar manteiga ou cigarros.Mas quando o outro não consegue imaginar o que se passou, ele vai comparar às suas pequenas misérias.
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR