O Jantar

O Jantar Herman Koch




Resenhas - O Jantar


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Thalita R. 08/05/2017

Um livro horrível e maravilhoso
Começamos o livro com a informação que dois casais ricos e influentes combinam um jantar para discutir o futuro dos filhos. Nosso narrador é Paul um ex-professor de história que queria evitar esse jantar a qualquer custo, não só pelo teor da possível conversa como também a aversão que ele tem pelo outro casal.

Uma das coisas que me impressionou na leitura, é como ela te prende desde o início. O clima já é tenso desde as primeiras páginas. O narrador fica tenso, os outros personagens tem muito a esconder e você fica curiosa. Uma coisa que você vai perceber logo é : todo mundo esconde alguma coisa. Já li um número "ok" de thrillers para não me impressionar com qualquer coisa mas cada segredo revelado, cada próximo prato servido é um baque.

Outro ponto super positivo do livro é o seu "formato". Os acontecimentos se desenrolam ao longo do jantar. Do aperitivo á sobremesa, a situação vai ficando pior a cada prato servido. O número pequeno de personagens também ajudou bastante no desenvolvimento dos mesmos.

Livro maravilhoso! Fiquei sinceramente horrorizada com o motivo do jantar e o comportamento dos personagens, a gente consegue ver a podridão e os interesses humanos acimas de qualquer moralidade. Consigo entender porque algumas pessoas podem não ter gostado tanto assim do livro (considerando o final) e eu até concordo em partes. Esse foi um livro que me fez querer pular as páginas para saber logo o que iria acontecer (acredite isso é uma coisa boa!) não teve partes desinteressantes ou "pra encher linguiça". 5 estrelas e favoritados. Se tiver uma oportunidade, leia!

ps: coincidentemente, o filme americano saiu faz 3 dias (05/05)! Para quem gosta de ver a adaptação após a leitura é uma boa.
Claudia Cordeiro 08/05/2017minha estante
Qdo. um livro mexe com a gente, como esse, ele é excelente. AMEI esse livro.


Thalita R. 08/05/2017minha estante
Exatamente Claudia! Eu acabei indo dormir 3 da mamã pra terminar logo kkkk Aliás amei a sua resenha do livro.


Thalita R. 08/05/2017minha estante
Exatamente Claudia! Acabei madrugando pra terminar o livro o mais rápido possível kkkkkk. Vi a sua resenha dele e concordo ?


Claudia Cordeiro 08/05/2017minha estante
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Salemme 18/05/2017minha estante
Super concordo com a sua resenha.
Fiquei super presa no livro desde o início.
Mas, além de achar surpreendente, me senti incomodada.... Não com o final (chocante) mas com algumas falas que me.pareceram um tanto "preconceituosas" com relação a adoção...


Thalita R. 20/05/2017minha estante
Ele prende mesmo né Salemme? É um livro com personagens cheios de preconceito e baixezas morais. Difìcil simpatizar ou se identificar com qualquer um deles, e mesmo assim a gente se prede na leitura!


Thalita R. 20/05/2017minha estante
Ele prende mesmo né Salemme? É um livro com personagens cheios de preconceito e baixezas morais. Difìcil simpatizar ou se identificar com qualquer um deles, e mesmo assim a gente se prede na leitura!


Bruna Chaves 17/10/2017minha estante
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Jacqueline 06/11/2013

Um jantar indigesto
Classificado como 4,5

"O dilema que eu enfrentava no momento era um que todo pai enfrenta mais cedo ou mais tarde: você quer defender seu filho, claro, quer protegê-lo mas não pode fazer isso com muita veemência, e acima de tudo não com muita eloquência - você não pode encurralar o outro. os educadores, os professores, permitirão que você fale, mas depois irão se vingar do seu filho."

Fui imediatamente fisgada pela sinopse deste livro, que prometia uma leitura recheada de tensão. Aprecio thrillers psicológicos, e assim que o exemplar chegou comecei a folheá-lo ainda no portão de casa, e terminei em dois dias. Geralmente, costumo classificar um livro como ótimo, quando o autor consegue fazer com que eu sinta ódio, raiva, amor, empatia, ou qualquer outro sentimento genuíno por algum personagem ou pelo enredo. Koch conseguiu elevar meus sentimentos a um novo patamar.

O Jantar é narrado por Paul, irmão de Serge Lohman, candidato a primeiro ministro que mantém sempre um sorriso no rosto.
Paul e Serge, acompanhados de suas respectivas esposas, se encontram em um restaurante da moda para decidir sobre o futuro de seus filhos. No começo Paul age com indiferença, e até uma certa dissimulação sobre o ato que seu filho e o sobrinho teriam cometido.
Eles iniciam o tenso jantar sobre trivialidades, como os filmes que estão em cartaz, e sobre suas férias de verão. Conforme o prato principal vai sendo servido, Serge chega no cerne da questão, e a partir daí a conversa ganha contornos cada vez mais obscuros. Até onde cada pai iria para defender seu filho?

A narrativa me fisgou na primeira linha. É visível a habilidade que o autor tem em engabelar o leitor durante o enredo. Até as partes onde Paul narrava sobre a mania azucrinante que o gerente tinha de apontar para cada prato com o dedo mindinho, e explicar sobre cada alimento, se tornam interessantes, e eu não conseguia deixar o livro de lado. Me peguei o tempo todo aflita para saber aonde aquela história iria dar (se eu roesse unhas, teria acabado com todas as 10 ao mesmo tempo).
Em nenhum momento no início, o autor deixa claro o que os meninos fizeram. Fiquei pensando em diferentes teorias, e errei todas.

Paul é um narrador nada confiável, por assim dizer. Comecei acreditando em cada palavra e frase que ele proferia, mas conforme os fatos eram expostos, cada vez menos eu confiava nele.
Serge é pintado como se fosse a ovelha negra da família, um manipulador pedante que faz tudo pelo bem da sua campanha política. Mas será que ele ficaria calado após saber o que o filho tinha cometido?
Conforme as páginas avançavam, Paul esclarecia um pouco mais do seu passado, e qual ato terrível seu filho e o sobrinho tinham cometido.
A reação inicial foi choque. Logo depois eu senti medo. Medo em ver como o ser humano é capaz de banalizar a vida humana. Fui acometida por um grande sentimento de descrença. Será que existem pessoas como Paul, Claire, Michael e Rick? É lógico que sim, mas eu prefiro tentar acreditar que não.

O enredo que começou com um um simples encontro, sofre uma reviravolta de deixar qualquer jantar indigesto. Eu não sei o que mais me deixou revoltada: se foi o ato em si praticado pelos meninos (que infelizmente é realidade nos nossos dias de hoje), ou se foi a forma como os pais protegem e tentam justificar tal ato.
Como sou mãe, não pude deixar de me questionar o tempo todo se eu passaria por cima dos meus princípios e crenças para defender meus filhos. Agora eu tenho certeza que não.

O Jantar foi uma leitura que me deixou perplexa, indignada e revoltada. No final, a frase: "tal pai, tal filho" ficou martelando na minha mente. Até que ponto os pais são responsáveis pelas atitudes dos filhos? Minimizar e defender os filhos não seria uma maneira de encorajar um comportamento errado?
Cru, realista e provocante. Um livro que vale a pena ser devorado.

site: www.mybooklit.com
Adriana 26/12/2013minha estante
Muito boa a sua resenha.


Jossi 08/01/2014minha estante
Jacqueline, sua resenha é boa. O livro, entretanto, não me cativou: Apesar de uma narrativa inteligente, na qual o autor nos passa os aspectos psicológicos e morais (ou melhor, 'amorais') da trama, eu fiquei o tempo todo com pressa de terminar a leitura. E de que, pelo menos, os bandidos da história tivessem o que mereciam. Tal não acontece, o que revolta e enoja o leitor.


Jacqueline 08/02/2014minha estante
Jossi e Adriana: obrigada meninas.
Jossi, realmente enoja e muito as atitudes deles.


Lia Gabriele 31/12/2020minha estante
Excelente resenha, moça. Tenho sentimentos contraditórios em relação ao livro, mas ainda assim amei ler teu texto.




Jaque - Achei o Livro 30/05/2017

Um jantar cansativo....
Que decepção!
Bem interessante essa colocação da sinopse "entre um gole e outro de vinho e o tilintar de talheres..." por que isso que vai tomar conta da estória.

Mas vamos lá:
Dois casais combinam de se encontrar num restaurante para conversarem sobre seus filhos de 15 anos, sobre algo muito terrível que eles fizeram.
A princípio fiquei curiosa sobre o tema mas também estranhei que um assunto tão sério pudesse ser tratado num restaurante... Oras, o ideal seria na casa de um deles, longe de qualquer intromissão ou eventual vazamento da conversa.
Enquanto eu digeria as 100 primeiras páginas (O livro todo tem 256) de uma narrativa chata, cansativa, cheia de detalhes que não acrescentaram em nada na trama, fora um incidente ou outro que poderia definir a personalidade de um personagem, minha curiosidade só ia aumentando e imaginei que teria um final tão chocante que valeria a falta de diálogos.
Nessa altura eu já estava num grau de irritação elevadíssimo, xingando o autor e a mim mesma por continuar a leitura, mas eu queria saber o que esse livro tinha de fenômeno.
Enfim o autor resolve falar do que se trata esse encontro, sobre o que esses garotos aprontaram. Mas em vez de começar a discussão dos pais sobre que atitude tomar, não! Começa mais uma narrativa sem fim de eventos e acontecimentos que poderia até ser interessante se tivesse sido conduzido de outra maneira. Mas a estória não vinha!

Os personagens são detestáveis! Paul, o narrador é intragável e ler a estória através do seu ponto de vista não ajudou em nada.
Os garotos têm sérios problemas que alguns pais se recusam a enxergar e o comportamento deles em relação aos filhos não contribuiu em nada para que eu gostasse da estória. Porém, são comportamentos esperados nos dias de hoje, muito comuns aliás, mas o conjunto da obra definitivamente não me agradou.
Achei que muita coisa foi mal explicada e teve pouquíssima abordagem sobre o real problema dos garotos.
A ideia era bacana, poderia ter sido mais aproveitada e criado um ambiente de tensão, sem saber o que esperar do desfecho.
O autor criou um cenário para se discutir um assunto que foi "tratado" em 10 minutos. Ele amarrou o leitor num jantar cansativo para no final nem mesmo nos surpreender.

Então, pela narrativa cansativa e arrastada, pouquíssimos diálogos, mal abordagem do problema e um final sem surpresas, minha nota é 2 pra esse livro.

site: http://acheiolivroperdiosono.blogspot.com.br/2017/05/o-jantar-herman-koch.html
Cris Paiva 31/05/2017minha estante
A pergunta que não quer calar: a comida era boa? Teve sobremesa?? Kkkkkk


Jaque - Achei o Livro 31/05/2017minha estante
Teve! Aperitivo, Jantar e sobremesa..... bem detalhados por sinal :/


Cris Paiva 31/05/2017minha estante
Melhor assistir Masterchef.


Jaque - Achei o Livro 31/05/2017minha estante
rsrsrs
Vou procurar o filme pra assistir, vai ver é melhor e tem o Richard Gere para ajudar haha




Mari Pereira 14/07/2022

Ah, os holandeses...
Desde que vi, por acaso, a sinopse de "O jantar", fiquei curiosa para ler o livro. A curiosidade aumentou ainda mais quando vi os comentários sobre ele aqui no skoob. Um livro sobre pessoas desprezíveis? Já quero ler, AGORA! rs
E a obra não me decepcionou! Adoro a forma como os escritores holandeses contemporâneos conseguem ser especialmente críticos em relação à noção de civilidade e cidadania relacionadas ao seu país (e aqui estou pensando principalmente em Arnon Grunberg). De forma sarcástica e irônica, desconstroem essa ideia de que são os europeus brancos de classe média alta os paladinos da moral e dos bons costumes (em especial os holandeses). A burguesia fede, ah e como fede. Tanto Koch, quanto Grunberg, estão ali para mostrar o que está escondido por trás da aparência de bons cidadãos.
E ver essa podridão é um espetáculo delicioso!
Em "O jantar", Koch constrói um texto fluído, com capítulos curtos e envoltos em uma atmosfera de tensão e mistério. As informações sobre os personagens e sobre o que está acontecendo vão sendo dadas conforme os pratos do jantar são servidos. E conforme o jantar avança, a tensão aumenta e qualquer noção de decência vai sendo abandonada. Chegamos ao fim atarantados.
A dinâmica do jantar, que aparentemente parte de algo banal e depois vai degringolando até algo que não tem mais volta, a uma desumanização sem limites, também me lembrou o excelente "O deus da carnificina".
Todas essas características fazem de "O jantar" um livro brilhante (em minha opinião)! Que só peca por não ter uma tradução direta. E aqui me explico: por fazer uso de elementos de linguagem tão sutis e sofisticados como a ironia e o sarcasmo, sinto que algumas sacadas se perderam na tradução indireta do texto. Você sente que deveria ter algo mais afiado ali, mas o texto não chega lá. Não sei se tenho razão. Como não leio holandês, fico feliz por ter tido acesso à essa inquietante e potente obra, mesmo com suas imperfeições!
Ana Sá 14/07/2022minha estante
Sua resenha me deixou com vontade de ler este livro, Mari!!


Mari Pereira 14/07/2022minha estante
Eu achei uma leitura deliciosa Ana! Espero que você goste também! ??




Rodrigo1001 26/05/2019

Jantar indigesto... (Sem Spoilers)
Eu geralmente gosto de livros que exploram dilemas morais e que se apoiam em enredos psicológicos. Logo, quando puxei "O Jantar" da prateleira da livraria, me pareceu um bom livro para preencher o espaço entre duas obras pesadas, entre leituras densas, depois das quais só se anseia por uma leitura leve, descompromissada e depurativa.

Como um pequeno resumo para que você não fique tão perdido, posso dizer que a trama mostra o encontro de dois casais em um restaurante em Amsterdã. Todo o enredo se desenrola durante esse jantar. É um livro que retrata uma única noite, com um número reduzido de personagens.

De início, o sentimento que prevalece é a confusão. Uma série de informações e flashbacks são apresentados paralelamente ao encontro dos casais no restaurante. Você não entende muito bem o porquê de aquilo estar ali, o que invariavelmente dispara a curiosidade e o estranhamento. E enquanto a soma de confusão e estranhamento pode desestimular a maioria dos leitores, no meu caso, macaco velho em livros do gênero, a combinação me inflama mais do que me esmorece.

Segui firme.

O livro segue ganhando corpo e você logo percebe que o todo o clímax ficará para o desfecho. E é justamente aqui que mora o perigo: há autores que propositalmente se utilizam desse artifício para prender o leitor. Afinal, atiçar a curiosidade é um meio comprovadamente eficaz de aumentar o interesse e a ansiedade. O problema é quando esse clímax se transforma em um anticlímax. Nesse caso, o leitor fecha o livro se sentindo enganado, como se o tempo empregado na leitura não tivesse valido a pena.

E esse foi, em parte, o sentimento que tive no fim.

Eu explico!

O livro não é de todo ruim. A tensão vem em uma crescente e a trama é satisfatoriamente bem costurada. À medida em que os personagens são apresentados, você começa a entender a razão dos flashbacks que citei ali em cima e tudo se encaixa. Isso, porém, não é o bastante. O livro é pura literatura de banheiro. Não é memorável, marcante ou autêntico. Há outros livros na mesma linha desse (vide Objetos Cortantes de Gillian Flynn), mas bem mais densos.

Adiantando a leitura, o segredo que o livro esconde nem é tão segredo assim. O ouro é entregue em doses homeopáticas, você vai entendo o que está ali de modo que, no fim, a surpresa já não é surpresa alguma. Escrita inteligente e conceito interessante, mas nenhum personagem que a gente possa simpatizar e nenhum gancho para nos salvar do naufrágio.

Então, diante disso, por que dei 2,5 estrelas?

Porque embora essa receita de bolo já tenha sido reproduzida diversas vezes, a escrita do autor é envolvente, os capítulos são curtinhos, ágeis, e o desfecho é obscuro, sombrio e relativamente redondo. O anticlímax ocorre pelo fato do autor já ter perdido o leitor em páginas anteriores, quando ele se toca do que está acontecendo. Diante disso, você fecha o livro com um *Meh...* meio muxoxo, meio medíocre.

Ideia interessante, desenvolvimento pobre. Esse é o quadro final. Recomendado para quem curte thillers psicológicos sem muita densidade.

Leva, então, 2,5 estrelas de 5.

PS: O livro foi adaptado ao cinema em 2017 tendo Richard Gere, Laura Linney e Steve Coogan no elenco. Talvez valha mais a pena do que o livro.
Belarmino.Alves 26/05/2019minha estante
Sua Resenha ficou muito boa como todas as outras, meus parabéns..

Aconte o mesmo consigo..quantos mais livros agente lê, mais exigente agente fica... começa a ter a percepção entre verdadeiras obras primas em livros Com história "mediana".


Rodrigo1001 27/05/2019minha estante
Com certeza. A leitura nos deixa mais exigentes. Valeu pelo comentário!




Rose.Agra 22/07/2018

Chocante!
O livro parece um pouco monótono a princípio, mas é necessário saber todas as nuances dos personagens. O final me deixou atordoada, não imaginava algo assim. Um livro para refletir. Somos todos politicamente corretos da boca pra fora? Ou melhor, da nossa casa para fora?
Thaisa 22/07/2018minha estante
Quero ler...


Rose.Agra 22/07/2018minha estante
Adorei!




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Maria 31/05/2023minha estante
a melhor crítica, ainda bem que não terminei nem o primeiro capítulo, que horrível.




Tarsila 28/03/2018

Ótima montagem
Vim aqui deixar mais uma resenha positiva para o livro, porque quase o deixei de ler pelas críticas negativas e pela nota no Skoob. O autor é indiscutivelmente talentoso, e apreciar este livro tem muito mais a ver com uma questão de gosto pessoal do que de qualidades da narrativa. Recomendo que, se você se interessou pela sinopse, dê uma chance ao livro.
Desde o começo me senti completamente envolvida com a história, que em nenhum momento achei cansativa. O autor é muito hábil em levar o leitor para onde ele quer, escondendo e mostrando tudo na hora certa. A narrativa traz várias (e grandes) surpresas, revelando, aos poucos, quem são os personagens e por que estão ali. É tudo o que vamos descobrindo e todas as sensações despertadas ao longo da narrativa que nos leva a sentir o impacto do final. Nunca vou esquecer aquele momento final, aquela última frase e tudo o que ela carrega.
Uma das melhores coisas do livro, para mim, é imersão psicológica no narrador-personagem e seus comentários inteligentes e ácidos. Não é um livro que nos faz gostar dos personagens, mas que mostra, de uma forma muito verdadeira, lados perversos do ser humano. Por isso recomendo o livro para quem gosta do estilo de Lionel Shriver.
Uma amostra da escrita do autor:
"Eu não queria ir ao restaurante. Nunca quero. Um compromisso marcado para o futuro imediato equivale aos portões do inferno; a noite em si é o próprio inferno. Começa em frente ao espelho de manhã: o que você vai vestir e se vai se barbear ou não. (...) Se deixa a barba por fazer, é preguiçoso demais para se barbear; já uma barba de dois dias no mesmo instante faz com que se perguntem se é um novo visual; uma de três dias ou mais está a apenas um passo da desintegração total. “Está se sentindo bem? Não está doente, está?” Não importa o que faça, você não é livre. Você se barbeia, mas não é livre. Fazer a barba também é uma declaração. Pelo jeito você considerou a noite importante o suficiente para se dar o trabalho de se barbear, é como você vê os outros pensando — na verdade, fazer a barba já o coloca perdendo por 1x0."
Babi 08/06/2018minha estante
realmente ótima montagem e escrita. fiquei tão curiosa a respeito da doença, se seria hipotética ou ele estava baseando em uma específica.




Rê Lima 30/06/2020

O ser humano é muito hipócrita. Sem mais.
Vanessa 30/06/2020minha estante
FATO. É ISTO.




fernanda antonella 26/01/2019

RANÇO
Chocadissima que fui até o final da leitura. Personagens detestaveis com péssimas escolhas, e diferente de outras obras onde eu também não concordei muito com a trajetória e o rumo que o autor escolheu, nesse caso não rolou, senti nojo total, incabivel!
O que acontece é que no começo nós somos ambientados pela perspectiva desse personagem, então conhecemos os locais e os outros protagonistas atraves dele, e até ai tudo bem, existe uma identificação nesse momento, mas ao decorrer, através das escolhas desse cara e como ele enxerga o alguns pontos, nós conhecemos ele e percebemos sua identidade.
O problema que só para o final é que tomamos consciencia dele, o que traz um ódio de ter passado tanto tempo dedicando a leitura para o desfecho que esses personagens e suas famalias tomam.
Ao término a sensação é que passamos o jantar junto desses protagonistas, e isso dá uma agonia, pois não gostaria de me sentar à mesa de pessoas como essas.
Vera 12/03/2019minha estante
Estou lendo esse livro, é o segundo do autor que eu leio, e entendo o que você quer dizer. Eu estou gostando da leitura, mas já sabia que os personagens do Herman Koch são em geral detestáveis. Ele expõe a podridão da sociedade.




Fabiana.S 13/10/2017

Omissões
A maior parte da história se passa em um restaurante, em um jantar de família.

Narrada por um dos irmãos, a história se alterna entre passado e presente. O encontro gira em torno de um problema envolvendo os filhos adolescentes dos casais.

Durante o desenrolar das conversas, o clima entre os casais fica tenso e agressivo, cada um tem uma opinião diferente sobre como lidar com a realidade que estão vivendo.

A percepção que tive de O jantar foi a capacidade que algumas famílias tem de jogar os problemas para debaixo do tapete em nome da felicidade, a permissividade e o fechar de olhos na criação dos filhos, além da comum falta de limites por medo de perder seu amor.

Terminei a leitura me questionando até onde podemos chegar ao ver nossos filhos diante de uma tragédia provocada intencionalmente por eles mesmos e o que seríamos capazes de fingir não enxergar e esconder para protegê-los.
Sha 23/10/2017minha estante
Amei sua resenha e senti o mesmo.




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martem 17/09/2021minha estante
preciso ler algo mais leve pra desintoxocar




Natália 08/01/2021

o retrato do cidadão de bem
Meu deus que surto foi esse? Um livro pesadíssimo que vai aos poucos se tornando um espiral de coisas absurdas e inacreditáveis. Um bom thriller que prende do começo ao fim.
Camila_Oliveira 08/01/2021minha estante
Amei, vou add na minha lista.




PorEssasPáginas 27/12/2013

Resenha O Jantar - Por Essas Páginas
O Jantar fala sobre um casal holandês que foi jantar com um outro casal em um restaurante daqueles muito elegantes. Ambos os casais são ricos, mas o outro casal é extremamente bem de vida, tanto que o cara é um político, pré-candidato a primeiro ministro do país. Nós começamos o livro sem saber muito bem onde estamos pisando, apenas nos orientando pela narração incrivelmente sarcástica e quase hilária de Paul, um dos personagens. Ele fala sobre tudo, desde as roupas que estão usando, a preparação para o jantar (fala muito sobre a indecisão e incoerência da barba – homens vão se identificar completamente aqui, meu marido riu alto lendo essa parte), sobre o irmão e sua pretensão e arrogância, e então há vários e vários capítulos sobre o jantar propriamente dito, a comida, o lugar, o dedinho do gerente que fica explicando cada prato (e Paul é novamente hilário reclamando/narrando sobre isso).

Apesar do autor passar muito tempo apenas nessa, digamos, “enrolação”, esse papo longo sobre comida e tudo mais, não achei nada cansativo esse início. Muito pelo contrário, foi divertidíssimo. Várias vezes me identifiquei com o sarcasmo e a irritação do narrador. É uma narração crua e tão direta, tão “sincera” – e aqui há uma certa ironia na palavra – e revoltada, que você só consegue rir. Mas prestem atenção aqui nessa parte, a identificação que sentimos com o narrador. Vou falar mais sobre isso adiante. Guardem a informação.

O livro é dividido em pratos: aperitivo, entrada, prato principal, sobremesa etc. Cada parte é dividida em vários capítulos, geralmente curtos, que fazem você ter vontade de avançar mais e mais no livro. Por um bom tempo fui lendo todo esse papo sobre o jantar, vinhos e comida, apenas me divertindo, mas ao mesmo tempo me perguntando aonde raios esse livro queria chegar. E é aí que o negócio esquenta de verdade.

Quando o livro realmente mostra a que veio, já estamos quase lá no prato principal e você, leitor, que já fora conquistado nas páginas anteriores pela narração sensacional e divertidíssima, é arrebatado de vez. Quando você finalmente percebe para quê veio o livro, sério, seu queixo cai até o chão. É brutal. Você perde o chão. Lembram daquilo que eu falei lá em cima, sobre rolar uma identificação? Você começa a ficar com medo dessa identificação que rolou antes, começa a se encolher e ficar seriamente envergonhado por ter achado que as coisas ditas ali eram a sua cara. Estou sendo bem sincera, foi exatamente essa a sensação que me passou. Perturbador. Dessa parte para o final, o livro é simplesmente perturbador. E incrível.

Você descobre que os casais estão ali porque compartilham um segredo terrível, horroroso. E aí a questão é: até onde eles são capazes de chegar para proteger as pessoas que amam? Ética, paternidade, casamento, sociedade, tudo isso é discutido de maneira madura em um clima de tensão que só aumenta a cada página virada. E você não consegue mais parar de virá-las, está louco para descobrir o final, descobrir até onde eles vão chegar. Enebriante, viciante, sensacional. O livro é um tapa na cara, daqueles que você toma, dói e ainda assim quer mais.

Sei que essa resenha ficou nebulosa, mas não posso falar demais aqui, porque parece que tudo é spoiler nesse livro. Ele é o tipo de obra que só lendo para saber. Meu conselho: simplesmente leiam. É um livro imperdível, um suspense sutil, elegante, irônico e refinado, perturbador e viciante. Vocês precisam ler O Jantar. Precisam. Larguem o que estiverem fazendo aí e corram para ler. Só assim vão entender o que estou sentindo. E como eu preciso compartilhar essa leitura. Leiam, leiam, leiam!

site: http://poressaspaginas.com/resenha-o-jantar
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João Lourenço 17/03/2014

Menu Degustação
Entrevistei o autor. O resultado pode ser conferido no blog da intrínseca.




site: http://www.intrinseca.com.br/site/2014/03/menu-degustacao/
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