O Jantar

O Jantar Herman Koch




Resenhas - O Jantar


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Jacqueline 06/11/2013

Um jantar indigesto
Classificado como 4,5

"O dilema que eu enfrentava no momento era um que todo pai enfrenta mais cedo ou mais tarde: você quer defender seu filho, claro, quer protegê-lo mas não pode fazer isso com muita veemência, e acima de tudo não com muita eloquência - você não pode encurralar o outro. os educadores, os professores, permitirão que você fale, mas depois irão se vingar do seu filho."

Fui imediatamente fisgada pela sinopse deste livro, que prometia uma leitura recheada de tensão. Aprecio thrillers psicológicos, e assim que o exemplar chegou comecei a folheá-lo ainda no portão de casa, e terminei em dois dias. Geralmente, costumo classificar um livro como ótimo, quando o autor consegue fazer com que eu sinta ódio, raiva, amor, empatia, ou qualquer outro sentimento genuíno por algum personagem ou pelo enredo. Koch conseguiu elevar meus sentimentos a um novo patamar.

O Jantar é narrado por Paul, irmão de Serge Lohman, candidato a primeiro ministro que mantém sempre um sorriso no rosto.
Paul e Serge, acompanhados de suas respectivas esposas, se encontram em um restaurante da moda para decidir sobre o futuro de seus filhos. No começo Paul age com indiferença, e até uma certa dissimulação sobre o ato que seu filho e o sobrinho teriam cometido.
Eles iniciam o tenso jantar sobre trivialidades, como os filmes que estão em cartaz, e sobre suas férias de verão. Conforme o prato principal vai sendo servido, Serge chega no cerne da questão, e a partir daí a conversa ganha contornos cada vez mais obscuros. Até onde cada pai iria para defender seu filho?

A narrativa me fisgou na primeira linha. É visível a habilidade que o autor tem em engabelar o leitor durante o enredo. Até as partes onde Paul narrava sobre a mania azucrinante que o gerente tinha de apontar para cada prato com o dedo mindinho, e explicar sobre cada alimento, se tornam interessantes, e eu não conseguia deixar o livro de lado. Me peguei o tempo todo aflita para saber aonde aquela história iria dar (se eu roesse unhas, teria acabado com todas as 10 ao mesmo tempo).
Em nenhum momento no início, o autor deixa claro o que os meninos fizeram. Fiquei pensando em diferentes teorias, e errei todas.

Paul é um narrador nada confiável, por assim dizer. Comecei acreditando em cada palavra e frase que ele proferia, mas conforme os fatos eram expostos, cada vez menos eu confiava nele.
Serge é pintado como se fosse a ovelha negra da família, um manipulador pedante que faz tudo pelo bem da sua campanha política. Mas será que ele ficaria calado após saber o que o filho tinha cometido?
Conforme as páginas avançavam, Paul esclarecia um pouco mais do seu passado, e qual ato terrível seu filho e o sobrinho tinham cometido.
A reação inicial foi choque. Logo depois eu senti medo. Medo em ver como o ser humano é capaz de banalizar a vida humana. Fui acometida por um grande sentimento de descrença. Será que existem pessoas como Paul, Claire, Michael e Rick? É lógico que sim, mas eu prefiro tentar acreditar que não.

O enredo que começou com um um simples encontro, sofre uma reviravolta de deixar qualquer jantar indigesto. Eu não sei o que mais me deixou revoltada: se foi o ato em si praticado pelos meninos (que infelizmente é realidade nos nossos dias de hoje), ou se foi a forma como os pais protegem e tentam justificar tal ato.
Como sou mãe, não pude deixar de me questionar o tempo todo se eu passaria por cima dos meus princípios e crenças para defender meus filhos. Agora eu tenho certeza que não.

O Jantar foi uma leitura que me deixou perplexa, indignada e revoltada. No final, a frase: "tal pai, tal filho" ficou martelando na minha mente. Até que ponto os pais são responsáveis pelas atitudes dos filhos? Minimizar e defender os filhos não seria uma maneira de encorajar um comportamento errado?
Cru, realista e provocante. Um livro que vale a pena ser devorado.

site: www.mybooklit.com
Adriana 26/12/2013minha estante
Muito boa a sua resenha.


Jossi 08/01/2014minha estante
Jacqueline, sua resenha é boa. O livro, entretanto, não me cativou: Apesar de uma narrativa inteligente, na qual o autor nos passa os aspectos psicológicos e morais (ou melhor, 'amorais') da trama, eu fiquei o tempo todo com pressa de terminar a leitura. E de que, pelo menos, os bandidos da história tivessem o que mereciam. Tal não acontece, o que revolta e enoja o leitor.


Jacqueline 08/02/2014minha estante
Jossi e Adriana: obrigada meninas.
Jossi, realmente enoja e muito as atitudes deles.


Lia Gabriele 31/12/2020minha estante
Excelente resenha, moça. Tenho sentimentos contraditórios em relação ao livro, mas ainda assim amei ler teu texto.




GioMAS 06/06/2023

Tensão e paranoia em doses progressivas.
Dois casais que, apesar do vínculo familiar e da convivência mantida ao longo dos anos, mantêm uma relação pautada em constantes provocações e sentimento mútuo de desprezo, encontram-se em um restaurante para jantar e discutir sobre o comportamento desprezível dos filhos, escancarando, no decorrer da noite, mazelas sociais e pessoais.

Sim, essa poderia ser a resenha do livro.

O leitor não se decepcionaria com o resumo. Em certa medida, os elementos principais da leitura se acomodam nestas quatro linhas. Não obstante, em uma análise mais abrangente, convém dizer que não é um livro pautado apenas nos fatos, acontecimentos narrados.

Veja bem, não se nega que os personagens orbitam ao redor de um único acontecimento central - a conduta dos filhos. Porém, o autor explora essa situação com excelência, elevando a angústia aos mais altos níveis, enquanto revela aspectos obscuros sobre o narrador.

A ambientação do livro não se altera, não há demarcação de passagens de dias, tudo acontece no decorrer de um mesmo jantar. As alterações cronológicas ocorrem nos estritos limites do depoimento do narrador personagem Paul. Vale-se de escrita em primeira pessoa, ora do singular, ora do plural, no pretérito perfeito - o que, por si só, já desperta desconfiança.

Pode parecer confuso, mas é simples: os fatos não têm relevância na obra, por vezes, são exagerados e pouco críveis, dando indícios de distorção da realidade (narrador personagem, né? Não dá pra confiar).
Arrisco-me a dizer que não foi apenas a abordagem do tema central que conquistou o prêmio Booker Prize em 1998. Não. O que ganhou os críticos foi a profundidade da tensão psicológica.

Não há dúvidas, as várias camadas de suspense psicológico conferem à obra o status de "premiada".

A obra explora a sinestesia, despertando os mais diversos sentidos, em meio a um ambiente claustrofóbico. Os aspectos emocionais do livro são gradativos, as coisas pioram aos poucos. O politicamente correto é posto de lado, enquanto surgem versões diferentes de cada uma das quatro pessoas sentadas à mesa.

A sensação é que você, leitor, também está à mesa com Paul, Serge, Claire e Babete, compartilhando de um jantar constrangedor, hostil, em meio a palavras não ditas, segredos, muita pressão, em um restaurante refinado de Amsterdam.

É isso, você não pode simplesmente abandonar o jantar pomposo, não pode se retirar. Deve permanecer até que tudo fique em "pratos limpos". Você, leitor, não pode desligar o Kindle e retomar a leitura em outro momento. Não. É necessário esgotar o depoimento de Paul. É preciso compreender qual o limite entre os fatos, o que é real, e a psicose - sim, tudo parece resultado de uma grande psicose.

Não tratarei disso na "Resenha", mas discorri brevemente sobre as interpretações alternativas no último "histórico de leitura" que registrei, inclusive traçando um paralelo entre esta obra e o livro "Psicose".

Enfim, o livro é muito satisfatório para aqueles capazes de ler nas entrelinhas, questionar as motivações e, até mesmo, a sanidade dos personagens, para os que, como eu, desenvolvem teorias, articulam respostas, buscando em cada um dos diálogos os indícios para confirmar ou refutar as suas deduções.
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Natália 08/01/2021

o retrato do cidadão de bem
Meu deus que surto foi esse? Um livro pesadíssimo que vai aos poucos se tornando um espiral de coisas absurdas e inacreditáveis. Um bom thriller que prende do começo ao fim.
Camila_Oliveira 08/01/2021minha estante
Amei, vou add na minha lista.




Fernanda DCM 26/04/2020

Pertubador. Sensacional
Selecionei este livro pois tenho um desafio de tentar ler um livro de cada país, e esse foi escolhido pra representar a Holanda. O livro é narrado em primeira pessoa por um homem que vai, juntamente com a esposa, a um jantar com seu irmão e a esposa dele, pra discutirem algo que envolve os filhos adolescentes dos 2 casais. O mistério desse assunto, atitudes dos personagens, flashbacks que vão aos poucos construindo um cenário e nos revelando os fatos, tudo me deu um susto-surpresa. Extremamente envolvente, consegui sentir tudo o que o personagem descrevia, apesar de estar longe de tomar as atitudes que ele tomou!! Vi que muitas pessoas não gostaram e acharam o livro tedioso. Não posso de modo algum concordar, pra mim foi um livro intenso, que precisei devorar em menos de 24 horas. Recomendadíssimo.
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Mari Pereira 14/07/2022

Ah, os holandeses...
Desde que vi, por acaso, a sinopse de "O jantar", fiquei curiosa para ler o livro. A curiosidade aumentou ainda mais quando vi os comentários sobre ele aqui no skoob. Um livro sobre pessoas desprezíveis? Já quero ler, AGORA! rs
E a obra não me decepcionou! Adoro a forma como os escritores holandeses contemporâneos conseguem ser especialmente críticos em relação à noção de civilidade e cidadania relacionadas ao seu país (e aqui estou pensando principalmente em Arnon Grunberg). De forma sarcástica e irônica, desconstroem essa ideia de que são os europeus brancos de classe média alta os paladinos da moral e dos bons costumes (em especial os holandeses). A burguesia fede, ah e como fede. Tanto Koch, quanto Grunberg, estão ali para mostrar o que está escondido por trás da aparência de bons cidadãos.
E ver essa podridão é um espetáculo delicioso!
Em "O jantar", Koch constrói um texto fluído, com capítulos curtos e envoltos em uma atmosfera de tensão e mistério. As informações sobre os personagens e sobre o que está acontecendo vão sendo dadas conforme os pratos do jantar são servidos. E conforme o jantar avança, a tensão aumenta e qualquer noção de decência vai sendo abandonada. Chegamos ao fim atarantados.
A dinâmica do jantar, que aparentemente parte de algo banal e depois vai degringolando até algo que não tem mais volta, a uma desumanização sem limites, também me lembrou o excelente "O deus da carnificina".
Todas essas características fazem de "O jantar" um livro brilhante (em minha opinião)! Que só peca por não ter uma tradução direta. E aqui me explico: por fazer uso de elementos de linguagem tão sutis e sofisticados como a ironia e o sarcasmo, sinto que algumas sacadas se perderam na tradução indireta do texto. Você sente que deveria ter algo mais afiado ali, mas o texto não chega lá. Não sei se tenho razão. Como não leio holandês, fico feliz por ter tido acesso à essa inquietante e potente obra, mesmo com suas imperfeições!
Ana Sá 14/07/2022minha estante
Sua resenha me deixou com vontade de ler este livro, Mari!!


Mari Pereira 14/07/2022minha estante
Eu achei uma leitura deliciosa Ana! Espero que você goste também! ??




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Maria 31/05/2023minha estante
a melhor crítica, ainda bem que não terminei nem o primeiro capítulo, que horrível.




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Bruno Malini 18/09/2023

Precisamos falar sobre nossos filhos
Muito envolvente e que me deixou muito tenso do começo ao fim conforme foi se desenvolvendo. Final surpreende.
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Rê Lima 30/06/2020

O ser humano é muito hipócrita. Sem mais.
Vanessa 30/06/2020minha estante
FATO. É ISTO.




Nana 05/06/2014

Sensacional!!!
Bem escrito, original e inteligente. Um livro que mexe com os sentimentos do leitor, fazendo você sentir raiva, sede de justiça e um desconforto que eu, particularmente, adoro sentir quando leio.
O enredo te faz pensar na importância do papel dos pais na educação dos filhos e o quanto a proteção exagerada pode prejudicá-los.
Eu não costumo gostar de livros que tem cenas muito detalhadas, mas neste caso, os detalhes descritos são tão bons e envolventes, que me senti uma convidada deste jantar e vou guardar na minha memória o dedinho do gerente em cada prato servido...rsrs (quem leu vai entender o que estou dizendo).
O final não foi o que eu gostaria, mas foi surpreendente e totalmente dentro da realidade Muito bom mesmo!!!
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jota 20/04/2014

Famílias felizes...
Durante a leitura de O Jantar naturalmente fui me lembrando do livro de William Landay, Em Defesa de Jacob, que li recentemente. Há muitos pontos em comum entre a história contada por Landay e a do holandês Herman Kock, até demais. Mas se dei 5 estrelas para a o livro do americano, o de Kock mereceria 6 ou mais.

Ambas são obras tensas, muito bem escritas, que versam sobre o que as pessoas são capazes de fazer para proteger aqueles a quem amam, especialmente quando se trata de pais e filhos, de uma família. E logo nas primeiras páginas de O Jantar vem aquela famosa frase de Tolstoi, da abertura de Anna Karenina: “Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”, que tem muito a ver a história de Kock.

O que o holandês faz com maestria, penso, é subverter completamente a citação do russo (ou a primeira parte dela), através da história desse jantar. Ou melhor, da história de Paul Lohman, o narrador, um ex-professor de História, de sua mulher, Claire, e do filho Michel. O filho não participa do jantar, que tem ainda como comensais Serge, irmão de Paul, e a esposa dele, Babette.

Muita coisa se fala e se discute à mesa: a ideia do encontro foi de Serge, que tem algo grave para revelar ao irmão e à cunhada. Depois de muita conversa ficamos sabendo que os filhos deles possivelmente estejam envolvidos num crime que chocou os holandeses recentemente. Serge quer resolver esse assunto logo, o que vai significar uma brusca mudança em seu plano de vida. E necessariamente nos dos demais protagonistas.

O cenário principal do encontro é um caríssimo restaurante em Amsterdam e o jantar parece interminável, mas contamos com recuos e avanços no tempo proporcionados pela narrativa de Paul e indispensáveis para que as coisas aos poucos comecem a fazer sentido ou se tornem mais claras. Mas antes que tudo venha à tona, Paul nos guia pelos caminhos e descaminhos de sua narrativa incomum: as surpresas e descobertas vão ser muitas para o leitor.

É impossível não se render aos seus comentários espirituosos - ou maldosos - sobre restaurantes caros e seus funcionários, políticos, professores, alunos, diretores de escolas, comportamento dos holandeses no exterior, etc. Ficamos sabendo que Serge é candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições e compreendemos que ele é exatamente um sujeito que se deu bem na vida, do tipo que Paul parece não invejar, mas odiar. Enfim, ele diagnostica no irmão todos os defeitos que acredita que as pessoas bem-sucedidas portam consigo.

O Jantar é um romance com suspense acentuadamente psicológico (e fazendo um trocadilho, também patológico), com vários fatos esclarecedores – e estarrecedores - servidos entre os aperitivos do início do jantar e os digestivos do final, que permitem perceber e avaliar o comportamento dos personagens principais. E já nas páginas finais, quando você entende completamente o que está acontecendo ou aconteceu, ainda tem mais uma revelação ou duas.

Então contar mais alguma coisa aqui seria entregar parte da história envolvente que o holandês Herman Kock criou com muito talento e inteligência, capaz de prender fortemente nossa atenção o tempo todo e fazer com que não queiramos largar o livro até que a última linha seja lida. Comigo foi assim.

Lido entre 18 e 20/04/2014.
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Thalita R. 08/05/2017

Um livro horrível e maravilhoso
Começamos o livro com a informação que dois casais ricos e influentes combinam um jantar para discutir o futuro dos filhos. Nosso narrador é Paul um ex-professor de história que queria evitar esse jantar a qualquer custo, não só pelo teor da possível conversa como também a aversão que ele tem pelo outro casal.

Uma das coisas que me impressionou na leitura, é como ela te prende desde o início. O clima já é tenso desde as primeiras páginas. O narrador fica tenso, os outros personagens tem muito a esconder e você fica curiosa. Uma coisa que você vai perceber logo é : todo mundo esconde alguma coisa. Já li um número "ok" de thrillers para não me impressionar com qualquer coisa mas cada segredo revelado, cada próximo prato servido é um baque.

Outro ponto super positivo do livro é o seu "formato". Os acontecimentos se desenrolam ao longo do jantar. Do aperitivo á sobremesa, a situação vai ficando pior a cada prato servido. O número pequeno de personagens também ajudou bastante no desenvolvimento dos mesmos.

Livro maravilhoso! Fiquei sinceramente horrorizada com o motivo do jantar e o comportamento dos personagens, a gente consegue ver a podridão e os interesses humanos acimas de qualquer moralidade. Consigo entender porque algumas pessoas podem não ter gostado tanto assim do livro (considerando o final) e eu até concordo em partes. Esse foi um livro que me fez querer pular as páginas para saber logo o que iria acontecer (acredite isso é uma coisa boa!) não teve partes desinteressantes ou "pra encher linguiça". 5 estrelas e favoritados. Se tiver uma oportunidade, leia!

ps: coincidentemente, o filme americano saiu faz 3 dias (05/05)! Para quem gosta de ver a adaptação após a leitura é uma boa.
Claudia Cordeiro 08/05/2017minha estante
Qdo. um livro mexe com a gente, como esse, ele é excelente. AMEI esse livro.


Thalita R. 08/05/2017minha estante
Exatamente Claudia! Eu acabei indo dormir 3 da mamã pra terminar logo kkkk Aliás amei a sua resenha do livro.


Thalita R. 08/05/2017minha estante
Exatamente Claudia! Acabei madrugando pra terminar o livro o mais rápido possível kkkkkk. Vi a sua resenha dele e concordo ?


Claudia Cordeiro 08/05/2017minha estante
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Salemme 18/05/2017minha estante
Super concordo com a sua resenha.
Fiquei super presa no livro desde o início.
Mas, além de achar surpreendente, me senti incomodada.... Não com o final (chocante) mas com algumas falas que me.pareceram um tanto "preconceituosas" com relação a adoção...


Thalita R. 20/05/2017minha estante
Ele prende mesmo né Salemme? É um livro com personagens cheios de preconceito e baixezas morais. Difìcil simpatizar ou se identificar com qualquer um deles, e mesmo assim a gente se prede na leitura!


Thalita R. 20/05/2017minha estante
Ele prende mesmo né Salemme? É um livro com personagens cheios de preconceito e baixezas morais. Difìcil simpatizar ou se identificar com qualquer um deles, e mesmo assim a gente se prede na leitura!


Bruna Chaves 17/10/2017minha estante
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 07/04/2014

Um livro totalmente psicológico, perturbador e que semeia a discórdia na mente do leitor.
Em evidência estão as aparências e a negação, tanto dos problemas familiares como também de qualquer coisa que ameace romper a redoma que envolve a imagem ilusória da família feliz. Assim é O Jantar, do holandês Herman Koch: um thriller psicológico dos mais sensacionais que tive o prazer de ler recentemente.

A ação se desenrola durante um jantar em um fino restaurante do qual participam os irmãos Paul (o narrador) e Serge Lohman, e suas respectivas esposas, Claire e Babette. Um incidente sério envolvendo Michel e Rick, os filhos adolescentes dos dois casais, deve ser discutido pelos pais naquela noite. Mas a tensão passa a predominar na mesa dos Lohman; gradativamente vem à superfície a seriedade do assunto relativo aos dois garotos, tema no qual a família hesita em tocar.

Narrando os fatos, Paul leva o leitor pela mão, a princípio por um caminho aparentemente claro, mas que adiante se revela tortuoso, formado por segredos e verdades distorcidas. O decorrer do jantar é intercalado com memórias do narrador, eventos passados relacionados à família, bem como os acontecimentos mais recentes envolvendo o filho e o sobrinho.

A trama é contada através da perspectiva de uma mente que não é exatamente como qualquer outra, e a isso é condicionada a integridade dos fatos e dos demais personagens. Este é, absolutamente, o aspecto mais interessante do livro. A partir do momento em que o leitor começa a sacar melhor o narrador, é inevitável questionar e formular pequenas teorias a respeito de seus atos e das críticas que ele tece principalmente ao irmão.

O egoísmo é sentimento recorrente na trama; com o pretexto de proteger o próximo, busca-se proteger a si mesmo, mantendo intactas as próprias ilusões e a zona de conforto moral. Não há certo nem errado; apenas assistimos às medidas que vão sendo tomadas e suas possíveis consequências em relação aos atos cometidos pelos dois jovens.

Teriam os garotos sofrido alguma influência da educação parental? Haveria mesmo um motivo para isentar esses pais de qualquer responsabilidade? Ou ainda, até que ponto pode-se chegar para proteger um filho?

O Jantar perturba ao jogar com o psicológico, com valores morais e até com a questão da impunidade. Um jogo perigoso e tão complexo quanto a própria essência do ser humano.

LEIA PORQUE...
Um livro totalmente psicológico, perturbador e que semeia a discórdia na mente do leitor.

DA EXPERIÊNCIA...
Gosto de encontrar o dúbio, de me ver perante histórias que me fazem repensar conceitos e me perguntar o que eu faria em tal e tal situação. O Jantar tem isso e mais um pouco. Leitura excelente.

FEZ PENSAR EM...
Folhas Caídas (de Thomas H. Cook) que, apesar de ser um suspense policial, também traz a questão dos problemas familiares velados, das máscaras usadas no cotidiano, da ilusão de felicidade, e questiona até que ponto se conhecem verdadeiramente ou não as pessoas que vivem em um mesmo lar.


site: http://livrolab.blogspot.com
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Magnólia 22/02/2022

Horrível!
Me obriguei a ler na força do ódio, na esperança de que ficaria ao menos bom ou que teria um plot que mudaria a estória, mas acontece nem um, nem outro.
O título resume bem o livro, pois metade do livro se passa com os casais tendo conversas fúteis no jantar, e a outra metade divaga sobre o passado, e definitivamente nenhuma dessas duas narrativas teve relevância pro ponto principal. A parte de interesse só foi ocorrer nas últimas 20 páginas, foi muito apressada e pessimamente desenrolada. Recomendo pra ninguém.

(Nunca imaginei que daria uma avaliação tão baixa, costumo dar 4 estrelas quando o livro é ruim-mediano e 5 quando é bom-otimo. Mas seria exagero demais aplicar esse método pra esse livro, pq qualquer avaliação acima de 2 já é muito generosa)
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Felipe 24/02/2014

Não vou me prender aqui a narrar a trama do romance, você que está lendo este texto provavelmente já sabe o principal acerca disso, na verdade é difícil fazer uma resenha sem revelar detalhes cruciais do plot, pra mim a sensação mais marcante foi a de desconstrução dos personagens (especialmente do narrador): no desdobramento do enredo estes revelam aspectos nenhum pouco agradáveis de suas personas, deixando o leitor com um gosto amargo na boca, mas a despeito disso, cada vez mais interessado no desfecho da trama. A discussão principal gira em torno da dobradinha crime/castigo, porém não conte com qualquer traço de pragmatismo, o bom-senso não é convidado: a única coisa que permeia essa discussão é o juízo de autoproteção dos personagens, que é de uma frieza impressionante uma vez que ultrapassa de longe qualquer preocupação com justiça. É um livro duro, que rejeita qualquer traço de “bom-mocismo” e mostra a facilidade com que se passa por cima de qualquer moral quando isso é de alguma forma conveniente.
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