Em Defesa da Sociedade

Em Defesa da Sociedade Michel Foucault




Resenhas - Em Defesa da Sociedade


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Rebecca.Lucena 17/09/2021

Mudou minha forma de enxergar história
Tive meu primeiro contato com esse livro em 2016, quando estava estudando para minha iniciação científica. Foucault conseguiu nesse livro trazer uma reflexão revolucionária sobre história. Analisar qualquer acontecimento pela genealogia transforma o olhar de qualquer pessoa. Achei um livro extremamente dialógico e envolvente.

Não recomendo a leitura deste livro para aqueles que nunca tiveram contato com as obras do autor. É um livro que retoma muitos conceitos das pesquisas anteriores e seria muito mais interessante já vir com uma bagagem para essa obra.

site: https://youtu.be/mvljWXdma4k
comentários(0)comente



Vicent 03/04/2024

Quem disse que o conflito não produz verdade?
Ler Foucault é sempre uma experiência. Este livro, que na verdade é um conjunto de transcrições de aulas dadas pelo autor, tem alguns objetivos que nem sempre ficam claros enquanto lemos. De certo modo o que ele busca é mostrar as transformações discursivas que a teoria da Soberania sofreu na Idade Moderna. Partindo disso, ele vai falar do discurso histórico-político, do racismo de Estado e por fim da biopolítica.

É um percurso bem complexo e em alguns momentos eu me senti confuso lendo as aulas. Foi só com o avançar da obra que os pontos foram ficando mais claros. E quando finalmente entendemos o que ele queria fazer, é uma satisfação enorme. É genial. De forma resumida, Foucault se utilizou dessas mudanças discursivas para mostrar como a mudança dos saberes sobre teoria soberana produziu toda uma mudança na produção de saberes que vieram depois. O discurso histórico-político se apresenta como um modo diferente de se pensar a verdade. A verdade não é só aquilo que se pensa na calmaria, com livros e na concordância. A verdade se produz também no conflito. A real é que Foucault, inspirado em Nietzsche, já advoga isso há muito tempo, mas aqui ele detalha isso historicamente.

Além disso ainda mostra o modo como o pensar as raças influenciou as práticas políticas. Se em um momento o soberano deveria lidar com outras raças em seu território, posteriormente a noção burguesa de Estado passa a pensar a raça como uma unidade que deve rejeitar e extirpar os impuros. Esse tópico é desenvolvido no último capítulo, em que ele fala da Biopolítica. E é simplesmente fenomenal.

Um dos melhores textos do autor. Mas difícil de ser entendido sem compreensão geral de sua obra.
comentários(0)comente



Paulo.Incott 27/04/2017

Em Defesa da Sociedade
Nas aulas que embasaram este livro, ministradas no período Jan-Mar 1976 (entre Vigiar e Punir e A Vontade de Saber), Foucault delineia de forma mais profunda seu conceito de Poder Disciplinar. Discorre sobre a vigilância, a normalização e dá continuidade aos seus estudos sobre a guerra como princípio de compreensão da política. De forma breve já aborda a questão de governabilidade, do treinamento do corpos e esboça o que se tornará o conceito de Biopoder.

Faz um contraponto a visão de Hobbes sobre a guerra de todos contra todos e enuncia de forma mais trabalhada (do que em Sociedade Punitiva) o conceito de guerra como princípio de inteligibilidade da política (inversão de Clausewitz). Demonstra as alterações nas concepções de soberania na medida em que se avança do séc XIX ao séc XX.

Traça comentários sobre os diversos processos de subjetivação e a importância da relação poder/saber, cientificidade e discursos de dominação. Estabelece a célebre equação fazer VIVER e deixar MORRER.

Aborda a questão do racismo como elemento basilar para o conceito de inimigo social e legitimação da guerra civil.

Duas grandes perguntas permeiam o pensamento de Foucault nesta época: Que relações existem entre sociedades totalitárias e sociedades democráticas? Em que a racionalidade política delas se confundem, como a utilização que fazem das tecnologias e dos dispositivos do poder se parecem e se distinguem?


Vitor.Cardoso 22/11/2018minha estante
Bombeiros-Rj fazem viver PMERJ as vezes fazem morrer os delinquentes, mas é a vida, Foucault muda as vezes de ponto de vista, as vezes fala de guerra à polícia ou diz que é a polícia que nos mantêm vivos. E chega a falar bem até da igreja católica como catalizadora bélica.




Romeu Felix 15/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"Em Defesa da Sociedade" é uma série de palestras ministradas por Michel Foucault no Collège de France em 1976. O livro discute a genealogia da sociedade moderna, examinando a relação entre poder, conhecimento e subjetividade. A obra é dividida em duas partes: a primeira, intitulada "A Guerra das Raças", examina a relação entre o racismo e o poder, enquanto a segunda parte, intitulada "O Nascimento da Biopolítica", examina as origens do liberalismo e do neoliberalismo.

Foucault começa a primeira parte discutindo a maneira pela qual a sociedade moderna se desenvolveu a partir de um estado de guerra constante entre diferentes raças. Ele examina as teorias do racismo, que, segundo ele, estão enraizadas na biologia e na zoologia. Foucault argumenta que o racismo é uma forma de poder que é exercida por meio do conhecimento. Ele sugere que o racismo é uma forma de governar que se baseia na ideia de que algumas raças são superiores a outras.

Na segunda parte, Foucault analisa o surgimento do liberalismo e do neoliberalismo e como essas ideologias se relacionam com o poder. Ele argumenta que o liberalismo se desenvolveu a partir de uma reação contra o absolutismo e que o neoliberalismo surgiu a partir da crítica do liberalismo. Foucault sugere que o neoliberalismo representa uma forma de poder que se baseia na ideia de que o mercado é a melhor maneira de organizar a sociedade.

Para Foucault, a relação entre poder, conhecimento e subjetividade é fundamental para entender a sociedade moderna. Ele argumenta que o poder é exercido por meio do conhecimento, e que o conhecimento é sempre situado em contextos específicos. Foucault sugere que a subjetividade é moldada por essas relações de poder e conhecimento, e que a resistência ao poder é sempre possível.

Comentário:

"Em Defesa da Sociedade" é uma obra importante para a compreensão da genealogia da sociedade moderna e da relação entre poder, conhecimento e subjetividade. Foucault examina a maneira pela qual o racismo se tornou uma forma de poder na sociedade moderna, e como o liberalismo e o neoliberalismo se relacionam com o poder. A obra sugere que a resistência ao poder é sempre possível e que a subjetividade é moldada por essas relações de poder e conhecimento.

A obra é bem estruturada, com uma clara divisão em duas partes, e a escrita de Foucault é clara e acessível. No entanto, pode ser uma leitura densa e complexa para aqueles que não estão familiarizados com os conceitos de poder e conhecimento da filosofia de Foucault.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
comentários(0)comente



Yuri Resende 17/11/2020

Uma das obras imprescindíveis de Foucault para aqueles que desejam compreender a noção de poder para este filósofo. A última aula, em especial, na qual Foucault formula pela primeira vez a noção de biopolítica, é espetacular.
comentários(0)comente



bobbie 27/05/2019

Contundente e atual.
"Em defesa da sociedade" é um livro compilado a partir de aulas ministradas por Michel Foucault na College de France entre os meses de janeiro e março de 1976. Os textos das 11 aulas aqui apresentados aqui foram compilados a partir de gravações feitas por alunos durante as aulas de Foucault. Neste curso, Foucault se debruça sobre as formas através das quais as populações se sujeitam aos mecanismos de poder instituído. Ele começa estudando os mecanismos de poder em funcionamento durante a Idade Média, sob o comando do reis soberanos, passando pelos poderes instituídos depois da queda das monarquias. Isso passa de um processo de disciplina do súdito conduzido pelo soberano, ao processo de regulamentação das massas conduzido pelo Estado. Foucault analisa o processo de construção do racismo conforme o conhecemos atualmente. Chocante é como o estudo é incrivelmente atual, mesmo 43 anos depois, especialmente no Brasil (que não foi objeto de análise de Foucault.
comentários(0)comente



6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR