Lina DC 21/04/2014"Nua" é o primeiro livro da Série O Caso Blackstone e seus protagonistas são Ethan e Brynne. O livro é narrado em primeira pessoa, e com exceção do prólogo, a história se passa pelo ponto de vista da Brynne.
"Eu posso não ter um monte de experiência na cama, mas minha imaginação não sofre nem um pouquinho por falta de uso". (p. 16)
Brynne tem 24 anos, é americana e está estudando em Londres. Formada em História da Arte, está fazendo sua pós-graduação com uma bolsa na Universidade de Londres em Conservação e Restauração e o estágio obrigatório na Rothavale Gallery. Como ainda tem dívidas de empréstimos estudantis, ela aceitou tirar algumas fotos de nu artístico para o fotógrafo e também amigo, Benny Clarkson.
Benny não aparece muito no primeiro livro, mas quando aparece, sua presença é mais do que notada. Filho de refugiados Somalis, fotógrafo e sem um filtro entre o cérebro e a boca, ele fala as coisas da forma mais direta e absurda possível. É engraçado ver a interação dele com a Brynne.
Brynne é jovem, bonita, simpática, inteligente. Tem todos os ingredientes para fazer qualquer homem virar a cabeça. Mas ela também tem horríveis pesadelos que estão relacionados a um trauma ocorrido há seis anos atrás.
Ethan é um homem de 32 anos, que é dono da Blackstone Security Internacional Ltda, uma empresa de segurança que possui diversos contratos com o governo britânico, inclusive o de garantir a segurança durante as Olimpíadas (a história se passa em 2012). Sua personalidade é controladora, seja por causa das características do seu trabalho, ou pelo fato de que ele já foi militar, Ethan gosta que tudo seja feito da maneira dele, mas ele sabe ser gentil e carinhoso, é extremamente inteligente e segundo Brynne excepcionalmente lindo!
Os dois tem seu primeiro contato no dia da exposição e Ethan insiste em ter um tempo com Brynne. Inicialmente a mocinha realmente resiste, e de modo muito inteligente e desafiador, mas Ethan sabe ser persuasivo....
" - Obrigada pelo convite, Ethan, mas não posso...
- Dizer não para mim. - Ele me interrompeu...... É o que eu quero, Brynne.
O filho da mãe conseguiu outra vez! Suspirei alto e o deixei em silêncio por um momento. Eu não ia ceder assim tão facilmente". (p 27)
O livro tem diversas cenas calientes, mas também tem diálogos inteligentes e engraçados. A autora soube manter bem oculto o passado de Brynne, e só no finalzinho do livro o leitor começa a ter mais informações, mas apenas o suficiente para ir montando hipóteses.
" - A senhorita tem bastante talento para fazer drama. Teve aula de teatro na escola?
- Não, mas assisti a muitos episódios de CSI". (p. 32)
A escrita da autora é fluida e ela soube mesclar bem as cenas íntimas com o resto do cenário e dos personagens. Brynne não deixou de ter seus momentos com Benny ou com Gabrielle, sua companheira de apartamento e confidente (a única que sabe sobre o passado de Brynne). As duas são muito amigas e tem uma relação muito protetora.
"Até agora, ele está na minha lista "do bem". Se isso mudar, ou ele machucar um fio de cabelo dessa sua cabecinha, vou transformar as bolas de garanhão dele em bolinhas de gude. Por favor, diga a ele que eu falei isso". (p. 96)
Brynne também é inteligente o bastante para saber que ainda precisa de ajuda para lidar com o passado, então tem uma terapeuta, a dra. Roswell, e ela tem uma vida independente mesmo se aproximando de Ethan.
O final de certa forma era esperado mas mesmo assim interessante.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa está relacionada ao quadro de destaque da Brynne e combina perfeitamente com o livro.
"Em Londres, a história estava presente em todos os lugares, sempre contrastando com a face mais moderna e cosmopolita da cidade, em equilíbrio. Dualidade. Eu amava viver aqui". (p. 23)