jota 10/01/2019Leu essa (novela) do Queirós?Nesta conhecida novela de Eça de Queirós (1845-1900), publicada em 1880, o personagem Teodoro, pequeno funcionário público, leva uma vida modesta, vive numa pensão, mas tem ambições. Um dia, ao ler um livro comprado num sebo, encontra nele uma mensagem, aperta uma campainha e, num passe de mágica, tem a vida transformada. Herda uma fortuna do outro lado do mundo, que pertenceu a um mandarim: o chinês morreu quando a mágica foi realizada. E Teodoro já estava enredado nas tramas do capiroto...
Tanto dinheiro parece não trazer a felicidade completa para ele, somente no início. Com remorso, decide viajar para a China e doar certa quantia à viúva, empobrecida desde então. Em território chinês acompanhamos as peripécias de Teodoro, os perigos que o acometem, seu deslumbramento frente a um país totalmente desconhecido, com hábitos surpreendentes e muita gente perigosa. Os leitores chineses não devem ter apreciado nem um pouco as considerações que Teodoro (Eça) tece a respeito do país e sua gente. Bem distante dos (higiênicos e civilizados) costumes europeus...
O Mandarim começa interessante e termina bem, mas algumas partes do meio da narrativa, quando o herói viaja pela China em busca dos familiares do chinês, me pareceram um tanto longas, que podiam seduzir completamente um leitor da época em que foi escrita, mas nem tanto hoje em dia. Como não chega a ser um romance, mas uma novela, que se lê rapidamente, então tudo bem, não cansa muito. Tampouco o aspecto fantástico que envolve a história atrapalha seu desenvolvimento, que traz embutidas algumas questões sociais e morais relevantes, como esta: o dinheiro traz felicidade? Depende...
Lido entre 08 e 10/01/2019. Minha avaliação: 3,5.