Idioma da carne

Idioma da carne Rodrigo Machado Freire



Resenhas - Idioma da carne


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Karina 08/12/2013

O IDIOMA DA CARNE – (Rodrigo Machado Freire)
O Idioma da Carne, o primeiro de muitos livros resenhados que virão através da parceria entre Casa de Livro e a editora Círculo das Artes.
Rodrigo Machado Freire, nesse livro relata uma história de vida, o personagem Rodrigo, tenta entender sua existência. Seria ele o próprio autor?
Tudo começa a ser narrado, quando Rodrigo entra num taxi para ir comprar drogas. A droga é a única diversão em sua vida, em sua miserável existência. Mesmo sabendo que não lhe faz bem e conhecendo todos os efeitos maléficos agregados em seu corpo, ele encontra nas substâncias sua única diversão.
O livro é narrado dia após dia, onde nos conta suas aventuras no Bar do Pedro, de como ele acorda o porteiro do prédio onde mora, quando desce de madrugada para comprar cigarros, entre outros passeios inusitados do rapaz.
Rodrigo é um professor, acha todos os seus alunos uns demônios. Mas até que gosta do que faz, ensinando ele consegue praticar a sua existência, e tenta entender o “O Idioma da Carne”, ou seja, a sua alma.
Um livro pequeno, um relato de uma vida sem estrutura emocional, porém que nos cativa.
Rodrigo passa por tantos momentos absurdos e bem humorados, que nos identificamos com vários de seus questionamentos.
Até porque, qual é realmente o nosso propósito aqui?
Uma história divertida, em um livro pequeno, mas com um conteúdo excepcional.
Casa de Livro Recomenda.

O fim deve infindas desculpas àqueles que amaram o durante.


Titulo: O Idioma da Carne
Autor: Rodrigo Machado Freire.
Ano: 2013
Páginas: 97
Editora: Círculo das Artes.

Boa Leitura.
Casa de Livro.

Karina Belo.



Dificilmente conseguimos ser alguma coisa senão a tristeza. A tristeza é a expressão mais simples de conservarmos na cara. Sorrir do nada em que restamos é um tremendo exercício. O dono do bar e sua figura paternal completamente deprimente.
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Clóvis Marcelo 07/02/2014

De que história eu posso falar a vocês que o livro se trata? É uma boa pergunta, pois o livro não fala de nada em especial, mas fala de tudo que cerca a vida. A sociedade. O homem em sua plenitude como ser humano.

Só após finalizar a leitura pude compreender o porquê do título. O Idioma da Carne. O que diz, ou melhor, como a nossa alma, carne, corpo, fala, se comunica. Rodrigo Machado Freire reuniu de forma atemporal e aleatória vários fragmentos que escreveu ao longo dos anos nesse livro.

Fala sobre o cotidiano de uma forma poética e ao mesmo tempo escrachada. Rodrigo aparenta ser introspectivo, observador, quieto, calado, e a sua qualidade de texto é pitoresca. Em muitas passagens ele próprio aparece como personagem principal e não se envergonha disso – digamos que em situações não tanto plausíveis, como quando ele fala sobre drogas ou da aversão que sente por seus alunos em sala de aula. Só ele tem como saber se tudo isso que escreveu realmente aconteceu ou foi aquilo que sua mente criativa imaginou a partir dos aprendizados da vida. O Rio de Janeiro é o cenário principal de vários dos casos, local onde vive o autor.

É como se distintos personagens narrassem diferentes situações, que na verdade trata-se do mesmo autor/narrador em diferentes estados de espírito, divagando sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Tudo depende daquilo que conseguimos absorver nas entrelinhas. Há uma parte que segue um determinado momento da vida do personagem e sempre está escrita em itálico para ser identificada quando vista, esses foram os meus relatos preferidos.

A leitura é contínua, sem capitulação, delimitada entre um fragmento de texto e outro apenas por uma pausa pontuada e logo em seguida se inicia novamente. Tem-se a mistura de gêneros textuais (poemas, frases, textos completos em prosa) e nem tudo pode ser inteligível ao leitor.

"E agora, amigos, como fazê-los entender, já que “entender” é tudo em que outras histórias os viciaram?"

Observando atentamente é uma história curta, porém não tão simples como aparenta. No primeiro contato o leitor pode imaginar ser capaz de ler tudo de uma única vez – e pode até conseguir -, mas acredito que a leitura deve ser degustada e refletida para maior absorção daquilo que o autor quer transmitir com suas palavras.

Iniciei a leitura e logo evolui bastante; confesso que o estilo de escrita e diagramação de texto causa estranhamento e cansaço para pegar o embalo de leitura, mas passada essa fase você consegue fluir e se envolver com o texto. Deixei um pouco de lado, me dediquei a outros livros e então voltei a este. Não me arrependi. O idioma da carne reflete as sutilezas e ‘podridão’ da alma humana, nos deixando reflexivos, em favor ou contra as ideias do autor e, ainda, fazendo vários grifos durante a leitura.

Aprecie!

QUOTES (CITAÇÕES)

"Ela vai falando: “É complicado escrever hoje em dia, ninguém lê! País sem cultura!”, enquanto mete bronca e panos no tal “escritório”. Juízo social massacrado de tão dito: “Ler é importante!” Aquelas frases... Fáticas já!"

"Um pacifista teme que o astuto venha a estragar seu séquito lhe contando a verdade: “Vocês formam um exército!”"

"É má-instrução toda instrução que se crê absoluta, que se acredita única verdade, é ela a fonte do mais incisivo e pragmático preconceito, e perto dela é santa a ignorância. O preconceito não é fruto da ignorância (e fico bobo como temos incorrido repetidas vezes neste erro). O preconceito é fruto da prepotência de se achar ter encontrado a única verdade e, pior, no preconceito é fácil nos acomodarmos, pois ele nos permite sempre pôr um ponto final na nossa negação do outro e na afirmação de nós mesmos. Talvez eu esteja errado."


site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2014/02/resenha-o-idioma-da-carne-rodrigo-machado-freire.html
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