O Beijo de Lamourette

O Beijo de Lamourette Robert Darnton




Resenhas - O Beijo de Lamourette


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Joachin 02/12/2012

Robert Darnton inicia seu texto, intitulado História social das idéias (1990), tomando como ponto de partida à história do iluminismo e os dois principais pontos de vistas sob os quais foram construídos essa história, que segundo o autor, quando foi abordada sob a ótica da história das idéias tornou-se uma história vista de cima para baixo e sob a ótica dos historiadores sociais, uma história vista de baixo para cima. Nesse sentido, como uma terceira via, a necessidade de contextualização social das idéias do iluminismo “resultou em alguns novos trabalhos importantes, num gênero que vem sendo chamado de história social das idéias” (p. 198).
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Anica 08/08/2010

O beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução
Marcando a vinda de Darnton para a edição da FLIP desse ano, a Companhia das Letras relançou no fim do mês passado O beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução em formato de bolso.

Trata-se de uma série de textos publicados pelo historiador, que já na introdução Darnton deixa claro ao leitor que não apresentam necessariamente uma ordem ou conexão. E de fato, cada parte parece um pequeno livro que em comum tem apenas a relação do homem com o texto impresso, e muito da experiência do autor sobre a França do século XVIII para ilustrar o que está sendo comentado.É um livro de nicho, sim, o que poderia ser um problema. Normalmente apenas quem faz parte “do clube” consegue nutrir algum interesse que permita a leitura de uma obra assim até o fim. Mas O beijo de Lamourette: Mídia, Cultura e Revolução passa sem dificuldades no teste de livro que também é indicado para o Leitor Culto Médio (termo utilizado pelo autor). Até porque Darnton parece ser claramente o caso de pessoa com muito para compartilhar, seja considerando os tempos que trabalhou como jornalista (que rende o ótimos capítulo 5 da Parte II), como membro do conselho editorial da Princenton University Press (quando com um senso de humor no capítulo 6 da Parte II dá dicas para os acadêmicos que desejam ver seus trabalhos publicados) ou mesmo o modo como apresenta a Revolução Francesa (no capítulo de abertura).

São detalhes que dão vida a um texto que poderia ser apenas técnico, despertando a curiosidade mesmo da pessoa que não seja da área. Naturalmente no meu caso o ponto alto foi justamente quando Darnton começa a trabalhar com a combinação entre História e Literatura (a partir da parte III). O capítulo I da parte III, que apresenta a disciplina História dos Livros, foi extremamente empolgante para mim. Durante minha passagem pela graduação em Letras, quando se falava em História e Literatura o que tínhamos normalmente era uma contextualização da obra, buscando a partir de fatos históricos buscar mais do significado de um livro.

Mas quando Darnton faz todo um levantamento sobre as relações dos livreiros do século XVIII com Questions sur l’Encyclopédie de Voltaire foi como se depois de anos morando em uma casa eu descobrisse que ela tinha um cômodo que eu ainda não visitara. O mesmo vale para quando o autor fala da História da Leitura, lembrando o óbvio de que a relação com o livro que temos hoje não é a mesma de períodos anteriores na história (passando da leitura como uma atividade em grupo para uma atividade privada, por exemplo).

E disso tudo vale lembrar que a obra foi originalmente publicada em 1989 (aqui no Brasil um ano depois), e consegue se manter atual (com exceção talvez ao capítulo que fala da Polônia, ainda em tempos de URSS). Quando fui chegando próximo ao fim, onde Darnton chega a discutir as razões pelas quais termos como cadela (bitch) ou de filho de uma cadela (son of a bitch) são tabu na cultura de língua inglesa, eu me arrependi profundamente de não ter conhecido o trabalho dele antes, para de repente dar uma escapadela para a Flip. Como consolo fica o lançamento mais recente dele, A Questão dos Livros, que chegou no Brasil pela Companhia das Letras em abril desse ano.
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Taina 22/08/2021

Bom
O livro é bom para trazer um primeiro contato com questões sumárias sobre a história do livro, da comunicação, da imprensa...
Por conta da falta de edição, alguns capítulos estão desatualizados (como é o caso do segundo, onde ele ainda fala União Soviética) e alguns envelheceram muito mal (como é o caso do capítulo sobre jornalismo que não considera os meios digitais).
De toda forma, traz muitas curiosidades sobre a Revolução Francesa, traz um olhar instigante ao Iluminismo e à História Intelectual, História das Ideias? além de despertar o leitor para as metodologias de análise para pesquisa de impressos.

Em muitos momentos o autor adota um tom sarcástico e ácido que, na minha opinião, é totalmente dispensável (e até inadequado).
É uma leitura fácil e acessível.
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