Camille 19/03/2014Complexo, mas original.Quando comecei a ler Onde a Lua Não Está, imaginei um tipo de livro. O que encontrei, entretanto, foi tão diferente que acabei demorando para ler. Isto não foi uma coisa ruim, como talvez tenha parecido, e o livro me conquistou aos poucos.
A escrita de Nathan Filer pode ser até simples, de fácil comunicação com o leitor, mas a história e a forma como é narrada não segue a mesma linha. É um livro intenso, sobre morte, doenças e até tem certo suspense - não sabemos as coisas com tanta clareza até o final, o que, claro, faz parte da narrativa.
Perdi-a me entre as fazes pelas quais Matthew passa e descreve, mas com certeza conheci Simon, seu irmão mais velho, em muitas de suas vertentes. Viciado em drogas, Matthew tenta descobrir o que de fato aconteceu naquela noite. Ele era pequeno demais, novo o bastante para não entender a gravidade das situações e deixá-las passar com facilidade.
Mas, com o tempo, Simon volta. Não em pessoa, claro, mas no pensamento de um garoto que também tem seus problemas, e que se culpa por algo que mal se recorda. Ele nos conta sua história através do computador do lugar onde está ou da máquina de escrever que sua avó lhe deu. Cada capítulo é sobre um assunto, sempre com foco nele e sua família - a que se foi e a que ainda está presente.
Aos poucos vamos entendendo o que se passa. Continuamos nos perdendo, mas apenas para nos achar em outras linhas e divisórias. Ao final, uma história completa, emocionante, diferente e original se forma e nossa cabeça exige um tempo para se acostumar à ela e entender suas entrelinhas.
Não foi uma leitura que me conquistou de imediato. Mas, sem dúvida, é uma das quais eu vou passar adiante, indicando até que se cansem de ouvir e finalmente leiam. Não tem como se arrepender.
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