Samara806 27/05/2024
Não julgue pela caixa
"A Gente É Monstro!" É um livro infantil (apesar de ter + de 500 páginas) engraçado, doce e que ensina lições imprescindíveis na nossa jornada aqui.
O livro conta a história de Arthur, personagem principal, uma criança subterráquea (vive embaixo da terra) que mora com seu avô (adotivo), que, por sua vez, é um aposentado inventor e construiu para seu neto um par de asas mecânicas e um boneco que funciona como um celular para falar com ele.
Por serem subterráqueos, só conseguem alimento ao furtarem das hortas e pomares alheios dos cidadãos de Ponterrato. Numa dessas viagens, Arthur se deixa levar pela ganância e pega bananas a mais do que consegue carregar, sendo pego pela dona do pomar, que acaba danificando as suas asas. Ele então decide descansar um pouco no topo do Palácio do Queijo, um prédio "abandonado", e vislumbra uma ação ilegal: a Caça ao Queijo, comandada por Ladravão e sua gangue. Movido pela curiosidade, Arthur tenta chegar mais perto, mas seu infortúnio acontece: Ladravão rouba suas asas e, para não ser despedaçado pelos cães de queijo, Mordisco Vainumar, um advogado aposentado, o puxa rapidamente para dentro de sua casa, salvando-o.
Logo eles percebem que muitas (muitas mesmo) coisas estão estranhas na cidade de Ponterrato e, junto com seus amigos caixatrolls: Peixe, Ovo e Sapato, o cabeça-de-repolho Titus e a tripulação da Lavanderia Náutica de Ponterrato, eles vão desvendar os mistérios no mundo subterráqueo e os planos maléficos de Ladravão e a Guilda do Queijo.
Confesso que passei mais de três anos olhando para esse livro e pensando se deveria ficar com ele ou passá-lo para frente. Que bom que fiquei. O livro é um reconforto e que maravilhoso é acompanhar as peripécias desse time. O início é um pouco lento, porque o autor precisa nos ambientar dentro da história, há muitos personagens diferentes do usual e as descrições às vezes podem ser confusas, mas o autor utilizou o recurso das ilustrações (feitas por ele mesmo) pra nos auxiliar. Mas, conforme a história avança, logo me vi presa no dia-a-dia dos habitantes de Ponterrato e ansiosa para acompanhar os desdobramentos da aventura.
É um livro que, com certeza, lerei para os meus filhos. Uma pena que a editora não publicou os outros volumes aqui no Brasil.