Lista de Livros 27/11/2023
Lista de Livros: Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking
Parte I:
“A fim de falar sobre a natureza do universo e discutir questões como se ele tem um início ou um fim, devemos esclarecer o que é uma teoria científica. Vou adotar a visão simplória de que uma teoria é apenas um modelo do universo — ou uma parte restrita dele — e um conjunto de regras que relacionam as quantidades no modelo às observações que fazemos. Ela existe apenas em nossas mentes e não possui qualquer outra realidade (seja lá o que isso possa significar). Uma teoria é considerada boa se satisfaz dois requisitos: descreve de forma adequada um grande número de observações com base em um modelo que contém apenas poucos elementos arbitrários e faz previsões precisas sobre os resultados de futuras observações. Por exemplo, Aristóteles acreditava na teoria de Empédocles de que tudo era feito dos elementos: terra, ar, fogo e água. Isso era bastante simples, mas não se traduzia em previsões precisas. Já a teoria da gravitação de Newton se baseava em um modelo ainda mais simples, no qual os corpos atraíam uns aos outros com uma força proporcional a uma grandeza chamada de massa e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. E, contudo, ela prevê os movimentos do Sol, da Lua e dos planetas com alto grau de precisão.”
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Parte II:
“Os buracos negros são apenas um caso, de uma quantidade razoavelmente pequena na história da ciência, em que uma teoria foi desenvolvida em grande detalhe como modelo matemático antes de haver quaisquer evidências observacionais que a comprovassem. Na verdade, esse era o principal argumento dos detratores dos buracos negros: como alguém poderia acreditar em objetos para os quais a única evidência eram cálculos baseados na duvidosa teoria da relatividade geral? No entanto, em 1963, o astrônomo Maarten Schmidt, do Observatório Palomar, na Califórnia, mediu o desvio para o vermelho de um objeto fraco aparentemente estelar na direção da fonte de ondas de rádio chamada 3C273 (ou seja, fonte número 273 do terceiro catálogo de Cambridge das fontes de rádio). Ele descobriu que o desvio era grande demais para ser causado por um campo gravitacional: se fosse um desvio gravitacional, o objeto teria de ser tão massivo e estar tão próximo de nós que perturbaria as órbitas dos planetas no Sistema Solar. Isso sugeria que, na verdade, o desvio para o vermelho havia sido causado pela expansão do universo, o que, por sua vez, significava que o objeto estava a uma distância muito grande. E, para ser visível de tão longe, o objeto devia ser muito brilhante; em outras palavras, devia estar emitindo uma quantidade imensa de energia. O único mecanismo no qual as pessoas conseguiram pensar que seria capaz de produzir quantidades tão grandes de energia parecia ser o colapso gravitacional não só de uma estrela, mas de toda a região central de uma galáxia. Foram descobertos inúmeros outros “objetos quase estelares” semelhantes, ou quasares, todos com grandes desvios para o vermelho. Mas todos estão longe demais e, assim, são difíceis de observar a fim de fornecer evidências conclusivas dos buracos negros.”
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“Quando se publicou um livro intitulado ‘100 autores contra Einstein’, ele replicou: “Se eu estivesse errado, bastaria um!””
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