O Jogo de Ripper

O Jogo de Ripper Isabel Allende




Resenhas - O Jogo de Ripper


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Jacqueline 26/05/2014

RPG para solucionar crimes
Isabel Allende iniciou sua carreira literária como jornalista no Chile e na Venezuela. Seu primeiro romance, A casa dos espíritos, tornou-se um dos títulos míticos da literatura latino-americana.
O jogo de Ripper, marca a estreia da autora no gênero romance policial, e exigiu meses de pesquisa sobre o universo do RPG.
Eu estava bastante ansiosa para conhecer a escrita da autora, e não me decepcionei.


"Minha mãe ainda está viva, mas ele vai matá-la na Sexta-feira Santa, à meia-noite", disse Amanda Martín ao inspetor-chefe, e o policial não a contestou, porque a garota vivia dando provas de que sabia mais do que ele e tordos os seus colegas do Departamento de Homicídios."

5 participantes de diferentes países, reúnem-se via skype para jogar Ripper, um jogo de RPG que consiste em decifrar os enigmas por trás de diversos crimes fictícios. Quando vários homicídios em São Francisco ganham destaque na mídia, os participantes decidem investigar o mistério por trás das estranhas mortes. Amanda - a mestra do jogo - conta com a ajuda do seu avô, e também de informações cruciais fornecidas pelo pai, o inspetor da Divisão de Homicídios, para desvendar qual seria a ligação entre as vítimas. Quando a mãe de Amanda se torna a próxima vítima, eles precisarão correr contra o tempo, e solucionar o mistério o quanto antes.

Sempre tive curiosidade em conhecer as obras da autora, que são muito elogiadas no Brasil e em outros países. Achei interessante o fato dela se aventurar em um estilo totalmente novo, graças a sugestão de sua agente. A aventura deu certo.
Devo dizer que não sou familiarizada com o jogo de RPG, mas percebe-se que a autora fez sua lição de casa perfeitamente. A apresentação do jogo é fascinante. Me lembrou da época na minha remota adolescência, em que eu bancava a detetive jogando Carmen Sandiego no computador da escola (e decorava a bandeira de todos os países). E quem não gosta de bancar o detetive? Só que aqui os participantes acabam investigando crimes reais, que é quando a coisa começa a ficar séria.

Allende traz uma trama recheada de tensão, onde seus personagens se destacam pela riqueza de detalhes com a qual nos são apresentados.
Amanda é a responsável pelo jogo, e é movida pelo vício em crimes sinistros, e nas horas vagas adora estudar sobre as motivações de um serial killer. Nem preciso dizer que super me identifiquei com ela.
O grupo de jogadores é formado por um time bastante eclético, e cada participante possui uma diferente contribuição para o jogo, cada um elucidando o crime à sua maneira.
Enquanto a maioria dos romances policiais trazem detetives, policiais, e até legistas na linha de frente para resolver os crimes, Isabel ousou em abordar o universo do RPG. É evidente que as descobertas que eles realizam só se tornam críveis graças a ajuda do avô de Amanda, que através do ex-genro tem acesso aos relatórios da polícia. Inclusive, a relação da neta com o avô é a coisa mais linda de se ver.

Embora sua narrativa seja repleta de minúcias, a leitura é fluída. Há diversas nuances interessantes em seus personagens, uma vez que Isabel gasta um tempo significativo construindo passado e presente de cada um, levantando várias suspeitas ao longo do livro.
De todos os personagens, a caracterização do navy seal, Ryan Miller, me surpreendeu pela profundidade. A narração de sua incursão na fronteira do Paquistão, junto com o seu fiel cachorro Atila, foi emocionante.
O Jogo de Ripper me surpreendeu no quesito construção do serial killer. Eu até cheguei a suspeitar do assassino por eliminação, mas jamais imaginaria a motivação por trás dos crimes. Foi brilhante. Para dar um toque angustiante, Allende ainda traz no desfecho a narração do assassino em primeira pessoa.

O thriller muito bem montado de Allende me surpreendeu, e prendeu minha atenção do início ao fim. Não posso afirmar que é uma leitura que irá agradar a todos, já que o ritmo é bem lento, mas garanto que quem der uma chance não irá se arrepender

site: www.mybooklit.com
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Literatura 15/05/2014

Um jogo perigoso
Falar de Isabel Allende, para mim, é falar de um fonte de inspiração quando o assunto é realismo fantástico. A casa dos espíritos, Eva Luna, De amor e de sombra e até mesmo Zorro trouxeram para mim um universo mágico de inspirações. Lógico que teve suas derrapadas – eu poderia ficar sem ler As aventuras da águia e do jaguar – mas a riqueza dos seus personagens é única.

Por isso, foi com uma mescla de receio e curiosidade que vi o anúncio de que a autora ia lançar o seu primeiro thriller. O jogo do Ripper (Bertrand Brasil, 490 páginas) fala sobre 5 jovens em lugares diferentes do mundo que jogam um cibergame e leva o nome do livro. Nele, os jovens resolvem os mais loucos casos policiais… De mentira, é claro. Até que uma série de crimes em São Francisco os envolve diretamente, já que Amanda, uma das jogadoras, é filha dos inspetor de homicídios da cidade. Até que a coisa fica séria e as pessoas que Amanda mais ama começam a correr risco de vida, em um plano perverso e cruel. Será que alguém poderia ajudá-los. A brincadeira cibernética iria se tornar real?

E é nesse clima que vemos o talento da artista surgir. Para quem se aventurou pela primeira vez, Isabel saiu-se muito bem. Criou uma gama de personagens verossímeis, um criminoso calculista e perspicaz e uma trama divertida, apesar de muitas vezes não se aprofundar em todos os personagens – que são muitos, afinal temos o universo de cada jogador. Em uma trajetória linear, ela abusa da própria imaginação e a do leitor, revelando ao seu modo o lado sombrio da natureza humana. Amanda e sua família, principalmente sua mãe, Indiana, são habilmente tecidos, evidenciando-se e caindo no gosto do leitor.

Veja resenha completa no site:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/noticias/resenha-o-jogo-do-ripper-um-jogo-perigoso/#.U3VNxvldXuI
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