Maria - Blog Pétalas de Liberdade 13/08/2015Um dos melhores romances que li em 2015 O livro é narrado em primeira pessoa, por Mariana, uma estudante de enfermagem, que tinha 24 anos e dividia apartamento com sua melhor amiga (Raquel). Ela vinha de uma família humilde de Guarulhos, se mudou para São Paulo por causa da faculdade. Trabalhava como professora de inglês para poder se sustentar.
Filha de mãe negra e pai branco, Mariana se descreve como uma mulata de cabelos cacheados e olhos verdes. Ela, Raquel e Cauã formam um trio de futuros enfermeiros e melhores amigos inseparáveis. Além deles, Mariana tem no primo, Bernardo, um grande amigo.
Mariana é linda, independente, e nunca sai mais de uma vez com o mesmo cara. Sua lista de ficantes é extensa, mas ela só fica com eles por uma noite, e faz com que essa noite seja especial. Aos 14 anos, ela passou por uma decepção muito grande com um namorado, o fato deixou marcas psicológicas em Mariana, que faziam com que ela tivesse pesadelos terríveis frequentemente. Por causa dessa decepção, ela preferia não se envolver, não se apegar a homem nenhum.
"- Estou defendendo você, minha amiga. Por mais que eu superapoie esse seu modo desapegado, que não tem medo de falar "eu sou mulher e gosto de sexo sim!", acho que você merece um amor de verdade. Você teve um péssimo começo de relacionamento com aquele seu ex e tenho certeza de que é por isso que você tem medo de se envolver novamente..." (página 72)
Até que Mariana começou a receber flores! Buquês lindos, acompanhados de cartões, bilhetes ou cartas, de um admirador secreto. As mensagens davam a entender que ele era alguém que estava por perto, mas quem seria? Inicialmente, Mariana não gostou das flores, ela não era muito romântica, e a ideia de que alguém a estivesse rondando, espionando, não lhe agradava nem um pouco. Mas aos poucos, as flores foram tocando o coração da nossa protagonista, e ela passou a desejar recebê-las, e também queria descobrir quem era o seu admirador secreto, só que ele era esperto, conseguindo despistá-la muito bem.
Quem seria ele? Alguém do trabalho? Um colega da Enfermagem? De outro curso? Um professor? Ou alguém do passado? Por mais que eu tivesse minhas desconfianças, a autora montou a história de tal forma, que eu só pude ter certeza na cena em que tudo foi revelado. A Jéssica Anitelli me surpreendeu, não só pelo jogo com a identidade do admirador, mas com o livro todo. Eu não esperava que O Aroma da Sedução fosse um romance tão bom!
Na capa está escrito que o livro é um romance erótico, e tem sim cenas de sexo detalhadas e bem escritas, mas a Jéssica Anitelli deixou totalmente de lado o padrão do romance erótico que vemos com frequência: nada de mocinha ingênua e submissa perdidamente apaixonada pelo cara perfeito e podre de rico na história! A protagonista é forte, batalhadora e autoconfiante, Mariana é o destaque da história. E como há um mistério em torno de quem é seu admirador secreto, podemos analisar bem os pretendentes e não ficar encantada com apenas um. Além de romance erótico, O Aroma da Sedução pode tranquilamente ser classificado como New Adult, e dos bons!
Eu não tinha nenhuma expectativa ao iniciar a leitura, e fiquei muito contente por ter a oportunidade de ler um livro tão bacana. A autora criou ótimos personagens: uma protagonista inteligente, sedutora e boa amiga, tendo seu estilo compensado por sua melhor amiga, Raquel, que era mais séria; um amigo gay que não ficou caricato; um primo que todo mundo queria ter; completando o grupo de amigos, Léo, um rapaz de olhos puxados e super fofo; e ainda temos o admirador secreto, que usava as flores para fazer com que Mariana se permitisse se apaixonar novamente. E olha que só falei dos personagens que mais tiveram destaque. Claro que tem também os malas, aqueles que detestamos por suas atitudes. Ou seja, Jéssica Anitelli criou personagens muito reais e soube trabalhar a história deles em paralelo com a da protagonista.
Achei que a autora foi muito sensata e coerente ao escrever a trama, ela soube tocar em temas pesados e polêmicos, sem deixar o bom humor e o romance de lado. O leitor pode até não concordar com tudo o que os personagens fazem, mas com certeza vai entender e enxergar cada um deles. O Aroma da Sedução foi uma grata surpresa, um dos melhores romances que li esse ano (e olha que eu li mais de 50, entre eróticos, de época e chick-lit, de autoras como Laurann Dohner, Olivia Cunning, Carina Rissi, Julia Quinn e Lisa Kleypas).
"O porteiro abriu o portão para mim e, ao passar pela guarita, ele comentou:
- O seu namorado sabe que você anda recebendo flores e beijando outros caras por aí?
Encarei-o indignada. Quem ele pensa que é para falar assim comigo e ainda por cima da minha vida?
- Se você está falando do Leonardo, não, ele não é meu namorado. E desde quando a minha vida interessa a você?
- Não interessa, mas sempre vejo a quantidade de homens com quem você sai e que frequentam o seu apartamento. Isso não é comum - deu de ombros.
Mas se fosse um homem no meu lugar isso seria comum, não é? Seu machista. O que não é comum é você se meter na vida de um morador - cheguei mais perto. O próximo comentário enxerido que vier de você, serei obrigada a ter uma conversa com o síndico, tá?" (página 165)
Eu gostei bastante da capa, tem tudo a ver com a história. A Madras Hot fez um ótimo trabalho na diagramação, com letras, margens e espaçamento de bom tamanho e páginas amareladas com textura porosa, apesar de alguns errinhos de revisão. Achei a divisão de capítulos muito boa, com títulos que deixam o leitor curioso para saber o que acontecerá nas próximas páginas.
Eu poderia ficar falando o quanto eu gostei do livro por linhas e mais linhas, mas aí a resenha ia ficar ainda mais extensa. Por isso, finalizo o post dizendo que O Aroma da Sedução foi um livro que eu gostei e que recomendo, principalmente para quem procura um bom livro nacional, com uma história cativante e personagens interessantes, para quem gosta de romances divertidos e intensos. E se as outras obras da autora forem tão boas quanto O Aroma da Sedução, eu vou querer ler todas!
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