@blogleiturasdiarias 15/09/2018Resenha | Lições de SeduçãoTem horas que a vontade de ler não vem, e por isso temos que partir para nossa zona de conforto. Minha zona de conforto é quando leio os romances históricos e praticamente os devoro. Lições de Sedução foi uma surpresa agradável!
Jane Weston nunca quis as responsabilidades de ser uma mulher. As pressões que a sociedade impõe sobre o gênero, faz com que ela em um momento desesperador fuja de casa e passe a se vestir e disfarçar-se como homem. Esperando que a vida de rapaz seja sinônimo de liberdade e independência, ela conhecerá Duncan, um homem que lhe despertará desejos até então não conhecidos. A partir disso, nada sairá como planejado pois esse sentimento em ambos pode por tudo a perder.
Existem enredos que precisam de um aprofundamento maior para funcionar, e existem enredos que a obviedade funciona melhor do que invenção de ideias. E é o que acontece aqui. Romances de época, ainda mais medievais, não tem muito para onde fugir. É conhecer os protagonistas, ver suas ações e esperar que no final tudo se resolva para que eles tenham o final feliz. Blythe fez isso e um pouco mais.
É um desenvolvimento dinâmico — acredito que característico dos romances de bancas — que traz cenas de dar altas risadas com pequenos momentos de tensão. O que achei interessante é a existência de elementos extras que enriqueceram a narrativa. Por exemplo, o latim tem fundamental importância para o crescimento da história. É um adicional que funcionou como plano de fundo e como algo mais no conteúdo.
"— Acha que sou livre por não ser uma escrava, Duncan, mas a vida de uma mulher consiste apenas em deveres e responsabilidades, prescritas e esperadas. Quero o tipo de liberdade que tem um homem." pág. 134
A circunstância de fazer uma mulher se vestir de homem sem que ninguém perceba é duvidosa — até mesmo fantasiosa — porém me entreteve. Soube-se inserir essa situação de modo a não mexer com o contexto de época. Tive grandes receios de ver cenas muito atuais para o século exigido, e felizmente encontrei o oposto. Acho importante ler a nota da autora logo no início para ter um maior entendimento do esforço dela de não sair da conjuntura que se propôs.
Sobre os personagens, adorei. Tanto Jane quando Duncan são protagonistas maravilhosos. Há uma química bacana entre os dois, e houve a preocupação de fazer uma linha de crescimento em que primeiro constrói-se uma amizade, e após a paixão. Sei que na personagem Jane rola uma tensão logo de início, mas depois fica claro o trabalho de evolução dos sentimentos nas páginas.
Realmente romances de bancas não tenho muito o que falar sem acabar estragando a leitura, por isso de uma forma geral é recomendadíssimo! Fãs do gênero irão se apaixonar porque a escrita é de fácil entendimento, fluída e sem grandes dificuldades de leitura mesmo com os termos de época e de latim. Além de possuir uma trama apaixonante. Você ri, sente a tristeza deles, sente o drama crescendo junto e é fantástico.
Na parte física, como dito é romance de banca, então é pocket, folha de jornal e capa sem orelhas. Confesso que pelo preço "fixado" dos romances de bancas — que é R$ 12,90 — alguns não compensam serem comprados. Contudo especificamente esse volume, acho que vale o investimento. Se não me engano comprei em promoção em feiras da minha cidade, e acredito que ache com facilidade por ai, além do formato e-book na Amazon ser disponível. Não tem grandes detalhes na diagramação, e não encontrei erros de concordância ou ortográficos. A narrativa é feita em terceira pelo dois pontos de vistas — Duncan e Jane.
"Bem, ao menos aprendera uma coisa em seu convívio com homens. Construir uma vida era difícil. Um homem precisava arcar com a responsabilidade sobre si mesmo e de suas atitudes. Havia chegado a hora dela fazer o mesmo." pág. 228
Como falado em outra resenha, será costume eu trazer neste momento resenhas de livros de banca. Acabou os volumes disponíveis em casa, porém pretendo comprar mais. Espero que tenham gostado! E vocês, conheciam a história?
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