spoiler visualizarRenata 04/09/2015
O "sacríficio" de uma Mãe por uma Filha que ainda não conheceu.
"É um fardo pesado demais para qualquer homem o poder de ver o futuro e então aceitar que aquele Caminho que tomamos não é o de nossa Escolha.Como uma gota de chuva que escorre pela vidraça de uma janela, o Futuro que vemos deixará uma marca à qual os Destinos que reescrevermos voltarão Inevitavelmente."
Comecei a ler "A Escolha do Coração", logo ao terminar "Um Pedido às Estrelas", estava em uma fase de leituras bastante maternais, paternais e "familiares".
Ao terminar o livro me pergunto: "O que fazer quando um livro consegue virar você do avesso? Quando aquilo que você esperava no começo - e parecia não ter como mudar - muda totalmente de repente, e acontece algo que você não esperava e não poderia de maneira alguma esperar ? 0.0
Holly é uma artista plástica, no auge de seus 29 anos - o que para ela é somente o inicio do que podemos chamar de Vida- que não parava em emprego nenhum, tinha uma imensa fila de empregos, e já não conseguia mais se dedicar á arte como antes. Até que em uma certa noite decide tomar um rumo diferente em sua vida. Holly então na mesma noite ao chegar em casa, cria uma lista de objetivos a serem alcançados nos próximos cinco anos, e um ano depois alcança uma de suas metas, ao encontrar um emprego fixo, em uma emissora de tv, onde começa a trabalhar como produtora, e ainda de quebra consegue voltar a dedicar-se á suas obras.
Tom Corrigan é um repórter, que passa a trabalhar na mesma emissora de tv, e logo passa a ser bem mais do que apenas um "colega de trabalho" de Holly. Os dois são bastante diferentes, com pensamentos e ambições diferentes, mas que acabam descobrindo no desenrolar do enredo que são muito parecidos!
Tom e Holly, mesmo tão diferentes e tão absurdamente parecidos, resolvem então se casar, e a lista de objetivos feita por Holly, passa a ser a lista do "Sr & Sra Corrigan". Apesar de o relacionamento ter como base uma forte Amizade, após dois anos de casamento, em sua "casa da lista de objetivos" ( ou a famosa "casa dos sonhos") as diferenças entre ambos voltam a falar mais alto. Holly está em um momento de sua vida que quer se dedicar ao máximo a sua paixão pela arte, e Tom está em um momento muito esperado de sua vida: ele quer se tornar pai.
Holly vem de uma família bastante "desajustada", seus pais se divorciaram quando ela ainda era muito pequena, mas antes disso acontecer Holly não vivia exatamente em um "Lar". A mãe de Holly, nunca foi uma mãe amorosa, atenciosa ou daquelas que se dedicam a ser Mãe, ela saiu de casa bem antes da filha completar 12 anos, depois disso as duas se viram muito pouco, e após alguns anos, por conta do excesso de álcool, a mãe de Holly faleceu. Já o pai de Holly, era cada vez mais um homem fechado em si mesmo, que não se importava de verdade com a própria filha. Holly basicamente tinha uma casa, um teto, mas acabara por criar a si mesma. Por conta do que foi a sua infância, Holly de certo modo, tem medo de que não tenha nascido para ser Mãe, justamente porque não teve uma, e não faz ideia de como ser uma.
Em uma certa noite, enquanto Tom está em uma de suas viagens á trabalho e Holly está em casa sozinha, algo inesperado e fora do comum acontece, e então sim a história de Amanda Brooke, acontece e toma uma forma diferente da que é esperada. No jardim de inverno que ainda está sendo finalizado na nova casa dos Corrigan's, se encontra um Relógio Lunar, que não foi colocado ali pelo casal Corrigan, mas que já fazia parte daquela casa. Durante a noite, é como se o relógio atraísse Holly até ele, e ela não suporta a curiosidade e vai até ele, e lá ela vive o seu Sonho/Pesadelo mais profundo.
Ao se aproximar do relógio e faze-lo funcionar devidamente, como se já houvesse feito aquilo antes, Holly já se vê envolta em algo fora da realidade, e em meio a "feixes de Lua" ela decide que é loucura e que é melhor interromper aquilo, mas ao tentar fazer isso, Holly recebe uma forte corrente elétrica e ela cai batendo a cabeça no mostrador do relógio.
Quando Holly acorda, está ali no mesmo lugar, mas é como se passasse a viver a vida de uma "Holly" ainda desconhecida para ela. Tom que parecia estar viajando, está de repente em casa, e ao entrar e avista-lo Holly quer dividir o que aconteceu para ele, mas ele não parece enxerga-la mesma ali tão perto, e conversa distraidamente com uma outra pessoa. Holly não parece mais fazer parte daquela casa, não parece mais existir para Tom (fisicamente), a pessoa com quem ele conversa fala de Holly como se ela estivesse morrido e agora bem ali na sua sala de estar ela vê uma bebê - que Tom chama de Libby - o choro da bebê a envolve de dentro para fora, e elas passam a ter uma conexão muito forte, e ao mesmo tento uma desconexão, pois Holly não pode tocar a criança, a criança que logo ela descobre que é fruto do casamento dela com Tom.
Este livro é composto por muitos e meticulosos detalhes, e mostra muito bem o que é a conexão de uma Mãe com seu(a) filho(a), desde o inicio da gestação ao conceber. De uma maneira muito diferente, Brooke mostra do que uma Mãe é capaz para presentear seu(a) filho(a) com a Vida, mesmo sabendo que não caminhará lado a lado com ele(a).
Amanda Brooke, simplesmente levou meu coração aos pedaços com a história e todos os seus detalhes, e depois me trouxe esperanças novamente e o reconstruiu e então... Caramba! Parabéns a Brooke, eu não sei o que ela fez mas agora eu não sei mais o que sinto ou senti ao começo deste livro e muito menos agora com esse final... Doloroso?! Tanto quanto eu esperava e ainda assim um final esperançoso ? Eu não entendo, não quero pensar em entender, vou apenas dormir e de quebra levar esse livro para o terceiro lugar em meus livros favoritos. E sim, foi ainda melhor que " Um Pedido às Estrelas" 0.0