Os Versos Satânicos

Os Versos Satânicos Salman Rushdie




Resenhas - Os Versos Satânicos


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kk3thess 11/05/2021

Ao mesmo tempo em que tem muita coisa bonita, impactante e genial aqui, tem, sob qualquer perspectiva, muita coisa nesse livro. Tanta coisa que o cerne, a alma, muitas vezes se perdia pra mim. Cortar certas passagens, diminuir outras e até mesmo dosar o tom metafórico da linguagem ajudariam a minha experiência com esse livro. No fim, parece que ficou mais a ideia de um livro excelente do que a execução de um.
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Garcia 17/11/2020

"Basta, Deus, pediam suas palavras não ditas, por que devo morrer se não matei, o senhor é vingança ou é amor? A raiva de Deus deu-lhe forças para mais um dia, mas acabou se apagando, e em seu lugar veio um terrível vazio, um isolamento, quando ele compreendeu que estava falando com o nada, que não havia ninguém, e sentiu-se então mais tolo que nunca em sua vida, e começou a apelar para o vazio, ya Alá, pelo menos esteja aí, droga, exista. Mas não sentiu nada nada nada, e descobriu um dia que não precisava mais que existisse algo a sentir."

Gibreel Farishta e Saladin Chamcha são dois atores indianos que se transformam, respectivamente, em anjo e diabo, após sobreviverem à queda de um avião sequestrado por terroristas.
Gibreel é famoso na Índia, conhecido por seus respeitosos filmes religiosos e por amar a própria cultura. Saladin vai estudar em Londres na juventude e, desde então, nunca mais voltou para a terra natal. Na Inglaterra é conhecido como o “Homem das mil e uma vozes”, por ter um talento natural em criar diferentes personagens no ramo da dublagem.
Com carreiras distintas em continentes diferentes, os atores se conhecem no avião que mudará o destino de ambos. A queda e a subsequente sobrevivência interliga seus futuros e assim que atingem o solo, percebem suas transformações ocorrendo. Uma auréola praticamente invisível surge sobre a cabeça de Gibreel e Saladin começa a ter características demoníacas após uma traição do agora anjo. Os dois se separam e cada um percebe ter uma missão após a fatalidade. Mesmo afastados, suas vidas estão conectadas e os eventos posteriores à queda trazem elucidações sobre seus passados e os motivos de terem se encontrado naquele avião.
A escrita de Salman Rushdie é poética e cheia de simbolismos. O autor transita entre o real e o fantástico, a dualidade bem e mal e mostra como os personagens principais são opostos. Um romance alegórico com questões filosóficas que busca a resposta para a pergunta primordial: quem sou eu? Uma leitura densa que precisa ser feita com paciência. 4/5.

site: https://www.instagram.com/p/CHtOFb1j5Pn/
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Locimar 04/09/2020

Ano marcante...
Comprei o livro assim que foi publicado no Brasil e o autor estava sendo perseguido e jurado de morte por radicais no mundo inteiro. Mais uma leitura feita em Joaçaba, SC!
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Carla Verçoza 26/07/2020

Maravilhoso!
O livro me pareceu um pouco confuso no começo, em alguns momentos parecem ser várias histórias não relacionadas inseridas no livro. Porém, ao concluir a leitura, achei inteligentíssimo, muito interessante e história intrigante. Eu gosto da forma que ele escreve, os elementos fantásticos. Dei boas risadas em algumas partes, descrições de situações, um humor peculiar do autor. Após a leitura, assisti ao documentário sobre o livro e o autor (Satanic Verses by Salman Rushdie, tem no YouTube legendado), que explica como o livro foi problemático mesmo pra vida do Rushdie, uns 10 anos vivendo sob ameaças, nessa angústia e medo, negócio foi pesadíssimo. Que livro incrível!
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Val Alves 16/06/2020

Os Versos Satânicos é um livro um tanto enigmático, e as fases da leitura foram bem variadas pra mim: por vezes foi fluida e prazerosa; outras vezes foi um tanto cansativa e confusa.
Depois de sofrerem um acidente de avião Gibreel Farishta e Saladin Chamcha tem suas vidas interligadas.
Os conflitos culturais e religiosos fazem repensar a situação do estrangeiro que parece não se encaixar numa nova nação, tanto por fatores internos quanto externos.
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Matildes 27/05/2020

Versos Satânicos
Há aproximadamente 30 anos este livro está na minha lista de desejado e da proxima leitura.
É claro que criei muita expectativa. Não vou dizer que o livro me decepcionou, mas sim que eu me decepcionei em relação a minha reação com o livro. Achei que fosse mais desconstruida, mas posso dizer que os versos realmente são satânicos, se é que o diabo existe...

Muito além do satamismo que envolve e domina cada personagem, o livro traz um forte apelo descolonial, pautando muito bem a força da herança colonial da Inglaterra sobre a India.

Os Versos Satânicos vão além da sátira religiosa também está carregado de demandas sociais e políticas.
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Clio0 31/03/2020

Não é uma leitura complicada, mas requer atenção.

Salman Rushdie tem sua própria versão de Realismo Fantástico, e soma-se a isso uma tripla linha temporal que pode confundir algum leitor incauto. Mas não se deixe desanimar por isso, a obra merece um esforço extra.

Os Versos Satânicos gira em torno justamente da mistura entre várias mitologias (cristã, hindu, muçulmana) e como isso influencia a sociedade. Temas fortes são constantemente debatidos, como influência familiar, aborto, morte, etc...

É um ótimo livro, porém são tantas incursões específicas da cultura hindu-oriental que às vezes forçam uma pesquisa de termos e muitas colocações exigem um conhecimento que pode não estar disponível a todo mundo.
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Lismar 18/05/2019

Livro excelente
O livro Os Versos satânicos é uma leitura um tanto indigesta atualmente, o autor, que foi foi sentenciado à morte pelo aiatolá Khomeini por ter escrito este livro, não poupa balas de sua escrita ácida, e atira para todos os lados.
A obra trata-se do cotidiano de dois atores indianos que são os únicos sobreviventes de um atentado terrorista à um avião em pleno ar. Um se transforma em anjo, e outro, em diabo.
Apesar de ser centrado em uma crença a qual não conheço bem; A Submissão, forma como o Islamismo é descrito no livro, possui uma leitura bem fluida, e conseguimos absorver o que o escritor deseja nos passar.
A obra não é escrita apenas em um tempo cronológico, em alguns capítulos, acompanhamos o cotidiano dos atores indianos, em outros, vamos ao passado longínquo ler sobre Maomé e o início do Islamismo, e em outro, as aventuras de Ayesha na missão de guiar o povo em um êxodo contemporâneo.
Esse último, então, é um dos meus favoritos. O leitor sempre fica em dúvida se o que está ocorrendo é milagre ou apenas histeria coletiva. Isso fica a cargo de nosso entendimento.
Outro ponto bastante positivo é a abordagem da tensão racial presente no livro, o escritor possui uma visão seca, lúcida, sem romantismo. Critica tanto os racistas quanto aos movimentos sociais.
Aconselho bastante a leitura do livro.
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Matheus Nunes 19/12/2016

Ao herói, Saladin Chamcha.
Confesso desde já que ler este livro para mim não foi lá muito fácil não. O autor, Salman Rushdie escreve de uma forma, poética, realista e que beira o abstracionismo. São inúmeras referencias a cultura do Oriente, seus deuses, religiões, nomes... Mais do que um livro polemico ou uma sentença de morte, não, MUITO mais que isso, aqui, nos Versos satânicos é que o autor nos revela a sua visão de mundo, mundo esse do qual ele saiu, e por causa de suas opiniões e criticas em dado momento se viu prisioneiro.

São diversos os temas aqui abordados, entre eles vale ressaltar: ódio, vingança, perda, reparação, renascimento, amor... Mais o personagem que fala mais alto nessa historia e que na minha opinião é o protagonista disparado, é o Saladin Chamcha, o personagem mais humano (mesmo quando quase deixa de ser), a redenção do personagem é surpreendente.

O final além de surpreendente, pode não pode agradar a alguns, mas, dificilmente duas paginas finais podem destruir uma construção de mais de 450 paginas escritas de forma primorosa.
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Hudson 14/02/2016

Digno de uma sentença de Morte
Comecei a ler o livro por desejar saber se realmente ele era digno de uma sentença de morte, por parte de um Aiatolá, embora o livro seja dito "perigoso" penso que os livros o são em geral.

Mas de alguma forma a leitura foi bem interessante, bem diferente de " O Último Suspiro do Mouro" que é a resposta do autor ao Fatwá que o Aiatolá Khomeini proferiu ao mesmo, um livro que não empolga, espera-se mais daquele que leva uma sentença de morte, espera-se uma defesa brilhante, ao contrário do que foi exposto no livro em meu humilde entender.

O incidente que se perfaz a história do versos satânicos é controverso, aceito por algumas correntes mais liberais do islamismo e rejeitado por outras menos liberais, de alguma forma o autor se utiliza disto como fio condutor de uma história interessante que retrata realidades diferentes, expectativas diferentes sobre a vida, alternando histórias e narradores diferentes tal qual em o " O Último Suspiro do Mouro" todavia, mais interessante.

Sendo uma história agradável de se ler não achei o livro eletrizante, embora saiba que é um realismo fantástico "sui generis" o autor possui o seu jeito peculiar de escrever e ainda perde-se muito tempo consultando-se o glossário, prezaria pelas notas de rodapé que dão um acesso mais rápido quando se quer obter a informação.

É uma boa leitura, porém não sendo muito empolgante certas vezes, é relativamente bem confuso o modo pelo o qual o autor constrói a história, todavia é um bom livro e recomendável para se ler com características de estilo que se repetem em outras obras do autor.

Sobre merecer ou não o Fatwá, cabe ao leitor ponderar sobre o conteúdo do livro e olhar também quem o fez a avaliação é pessoal mas é um exercício interessante, uma boa história porém um pouco confusa em vários momentos.
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Danilo Vicente 02/10/2015

Precisa ser lido
Precisa ser lido. Não é um livro fácil, mas é bom demais. A crítica à religião é fato, mas o livro é muito mais que isso. São duas histórias básicas, mas com muitas outras dentro delas. Os personagens são marcantes, muito diferentes, reais e irreais ao mesmo tempo. Não adianta dar a sinopse aqui. É o que está lá na contracapa... mas muito mais.
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Valério 02/09/2015

Cansativo
Este livro se tornou muito famoso devido mais à sua repercussão no Islamismo do que a qualidade literária propriamente dito.
O autor efetivamente dá asas criativas à história do surgimento do Islamismo.
E isso inevitavelmente deixaria os muçulmanos com ódio mortal, especialmente os radicais islâmicos.

Contudo, a leitura é um pouco cansativa. Demora a embalar.
Começa com uma história, os dois personagens principais caindo das alturas.
E vai intercalando várias histórias, em diferentes épocas. Em todas as histórias, os dois personagens são o único elemento em comum.
O problema é que, até que o autor apresente os personagens de cada uma dessas histórias dentro da história, vão se páginas, nosso cérebro começa a entrar na história, a se identificar com os personagens, a se localizar geográfica e historicamente e pronto. Sai dessa história e começa outra história. Somente depois da metade do livro é que as histórias vão sendo retomadas e unidas. E o livro como um todo começa a fazer sentido como uma história única (ainda que pela união de várias histórias).
Assim, fica um pouco difícil embalar na leitura e, por vezes, dá até desânimo continuar (e olhe que sou um dos mais fanáticos por leitura que eu conheço).
Fora isso, o livro não é arrebatador, mesmo depois que estamos envolvidos.
Digamos que é curioso, tendo em vista a originalidade e a referência na luta entre o bem e o mal, juntamente à fantasia.
Não o leria, se pudesse voltar no tempo e decidir se dedicaria o tempo que gastei nesta leitura.
Apenas porque há muitos livros melhores por aí.
Mas entre esse livro e os best sellers que pipocam por aí, ainda fico com "Versos Satânicos"
Observação: Se não conhece, ainda que superficialmente, a história de Maomé e do surgimento do Islamismo, a leitura fará ainda menos sentido para você.
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Gustota 12/07/2014

Quando você sabe que vai morrer no ponto final.
Sempre me perguntei de-colé-que-é deste livro, o porquê dele ser tão polêmico a ponto de terem invocado uma fatwa para o autor, ou seja, um mandato de morte não para assassinos de aluguel, mas uma guerra santa que todo muçulmano temente a Deus deve cumprir. É lendo suas páginas que entendi mais ou menos, ainda que não justifique o injustificável.

O livro é bem complexo para nós ocidentais do extremo-ocidente. É um livro com linguagem pop que muçulmanos, indianos e ingleses irão compreender melhor (se for todos juntos, principalmente), pois as referências à cultura pop dos anos 80, das tradições dos dois países e da relação daqueles que nascem indianos em terras europeias são coisas bem exploradas pelo autor. Trata-se de uma obra de realismo fantástico onde dois atores indianos de origem muçulmana que caem de um avião em plena Inglaterra, sendo ambos bem diferentes na origem e no comportamento; um ator de Bollywood especializado em representar divindades e o outro um ator de teatro e dublador, super puxa-saco da cultura inglesa. O acidente os transforma num anjo e num demônio respectivamente.

Mas essa é só uma parte da história, da metáfora. Os personagem que se tornou santo acaba tendo uma estranha ligação nos sonhos com o Arcanjo Gabriel, aquele que divide seu nome, e são esses sonhos os sonhos de blasfêmia. Num deles volta para uma Meca pré-islâmica, outrora uma cidade politeísta dominada por um mercador e sua misteriosa e poderosa esposa, Hind, cultora de uma divindade feminina Una e Tripla. A chegada de Maomé (chamado no livro de Mahound, um nome blasfemo) confronta os poderes locais, obrigando-os a tentar o escárnio do poeta satírico Baal. É num dos confrontos entre o profeta e seus tentadores donos do poder que são proferidos os chamados "Versos Satânicos", onde Maomé permite que Alá divida seu culto com a divindade feminina. Essa passagem é apócrifa no Alcorão, mas o autor, Salman Rushdie, explora ela sem dó nem piedade, usando de uma linguagem bem atual e coloquial para tratar dessa passagem.

Outro sonho do Arcanjo Gabriel nos leva a um tal de "Imã", sujeito profético, exilado, buscando usar as ondas de rádio para confrontar os imperadores do Irã, principalmente a imperatriz, onde há uma clara analogia entre esse momento e o de Maomé em Meca. E claramente a personagem satirizada é o Aiatolá Khomeini, figura emblemática. política e religiosa fundamentalista do Irã.

Ou seja, não tinha como o cara escapar ileso desses ataques. É engraçado observar como nossa mídia consegue subverter sem dó nossos mitos religiosos e fundadores, enquanto alguns fundamentalistas tentam sem sucesso controlar e manipular tais representações. Não deixa então de ser estranho para nós que o Salman Rushdie tenha virado um demônio para a cultura islâmica mais fundamentalista. Mas não posso deixar de penar que ele quis escrever aquilo, independente de saber que seu destino seria algo muito próximo ao que realmente lhe ocorreu, pois alguém tinha que fazê-lo, se não pela escrita realidade, pela fina ironia da ficção.

Um dos trechos mais reveladores de como o escritor sabia seu destino é no diálogo final de Baal com Maomé, este primeiro já derrotado:

- Escritores e putas, são esses que você não consegue perdoar.

Enquanto Maomé responde:

- Escritores e putas, não vejo a diferença.
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