Elizandra 20/06/2016
Reflexões sobre a Memória e a Imaginação
Kulka foi um dos poucos sobreviventes dos campos de concentração, dedicou-se ao estudo do nazismo e do Holocausto. Por diversas vezes ensaiou a morte nas câmaras de gás em Auschwitz. Perseguido por recordações e imagens específicas, pensamentos de que foi incapaz de se livrar. "Quase ausente – na verdade, completamente ausente – está outro elemento, tão conhecido com base nas recordações e testemunhos sobre a vida quotidiana nos campos de concentração. Refiro-me à violência, à crueldade, à tortura, aos homicídios individuais, que, tanto quanto sei (…), são apresentados como a rotina diária desse mundo dos campos. (…) O que é intrigante é que quase não tenho memórias dessas; tenho de pensar muito e examinar as imagens que permanecem gravadas sob uma ou outra forma – como experiências, como cores, como impressões – para isolar nelas algo de um tipo que pudesse descrever como violência".
Este foi de longe o relato mais sensível e poético que já li sobre o assunto.