O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

O homem que confundiu sua mulher com um chapéu Oliver Sacks




Resenhas - O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu


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Luzinete 24/05/2012

Sacks, Oliver W., 1933. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu e outras histórias clínicas. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Oliver Sacks nasceu em Londres, formou-se em medicina e hoje reside atualmente nos Estados Unidos. Atua como professor de neurologia e autor de diversas obras conceituadas, entre elas, “Um Antropólogo em Marte” e “Tempo de Despertar”, que inspirou o filme homônimo com Robin Willians e Robert De Niro.
Em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, Sacks relata sobre diversos casos clínicos de seus pacientes que tiveram lesões ou um mau funcionamento do cérebro, em especial do hemisfério direito, isso porque ele fala que as síndromes desse lado do cérebro são menos distintas e perceptíveis do que os danos ocorridos no hemisfério esquerdo, já que as síndromes do hemisfério direito estão mais relacionadas com os distúrbios neurológicos que afetam a essência do indivíduo e sua sensibilidade emocional e psicológica. E é dessa relação que ele destaca no livro, síndromes que poderiam ser consideradas como uma patologia fisiológica no cérebro e, como tal, ser diagnosticada e tratada, quando possível, pela medicina como uma deficiência cerebral do sujeito, porém para Sacks, esses distúrbios são mais que isso, não são apenas patologias de um sujeito sem nome, mas sim histórias de pessoas que tiveram suas vidas totalmente modificadas por um distúrbio no cérebro. Para ele, não basta somente diagnosticar o caso, o importante entre a relação médico-paciente é “entender” como se processa esse distúrbio, e isso só é possível quando o médico acompanha de forma mais expressiva o cotidiano do paciente, investigando as causas aparentes e evolução desse distúrbio no mesmo. Conforme Sacks, infelizmente na atualidade vivemos um paradoxo, tendo uma medicina avançada tecnologicamente podendo mapear cada centímetro do nosso corpo, até mesmo do cérebro, reconhecendo onde está alojado cada enfermidade ou distúrbio na fisiologia do indivíduo, mas essa mesma medicina não o integra como pessoa, não consegue interagir com esse indivíduo como uma pessoa única que tem um nome, uma vida que está relacionada a essa patologia, e não somente um corpo dissecado pela ciência para analisar suas partes.
Assim, temos na primeira parte “Perdas”, que são as histórias de pacientes com lesão ou mau funcionamento das áreas gnósicas do cérebro que refletem em perdas das funções de interpretação do indivíduo, como no capítulo do Homem que Confundiu sua Mulher com o Chapéu que deu origem ao nome do livro, que lesou as áreas de memória visual e partes da área visual e não reconhece mais pessoas, lugares ou objetos, somente entende as formas abstratas e geométricas sem conseguir relaciona-las com suas memórias, o que nos permite dar sentido e emoção as coisas. Ou ainda, como no capítulo da Mulher Desencarnada que perdeu a capacidade de sentir todo o seu esquema corporal e se sente sem corpo, sem conseguir se relacionar com ele.
Na segunda parte, “Excessos”, são relatados os casos de pessoas que por um desequilíbrio ou lesão do cérebro passaram a exercer com exagero algumas funções, como no caso do paciente com Síndrome de Tourette com distúrbios que o levam a excitação das emoções e paixões em demasia, fazendo com que sinta raiva demais, alegria demais, exaltações que não consegue controlar normalmente, vivendo sempre no excesso de suas emoções.
Já terceira parte, “Transportes”, vamos conhecer casos de pessoas com anormalidades nos lobos temporais e sistema límbico do cérebro que os transportam através de suas memórias e imagens mentais para infância ou no mundo dos sonhos, como uma senhora um pouco surda e que passou a ouvir uma sinfonia particular constante no seu íntimo, do seu idioma natal, reminiscências de uma infância perdida e que não tinha acesso por bloqueios psíquicos, o que possibilitou á ela um resgate inestimável de um período de sua vida que achava não possuir.
E, na última e quarta parte, Sacks relata casos de pacientes com deficiência mental, a qual chama “O Mundo dos Simples”, e nos traz um universo maravilhoso de possibilidades, de pessoas consideradas incapacitadas socialmente e, no entanto, apresentam habilidades extraordinárias em outras áreas que não intelectual como, na música, pintura e no teatro. A cada caso, ele apresenta um paciente com uma habilidade específica e que nos deslumbra e emociona ao mesmo tempo, pois constatamos como o ser humano é único, maravilhoso e complexo.
O livro foi distribuído didaticamente por quatro partes, tendo cada uma os relatos de histórias de pacientes com distúrbios em comum, deixando o leitor a cada parte lida, estimulado e curioso para saber o que virá á seguir. Dessa forma também, fica mais claro o entendimento sobre as conseqüências desses distúrbios para os leigos por estarem agrupados dentro de uma mesma linha de raciocínio, o que nos permite uma análise e reflexão maior dos casos e como ainda se tem muito a aprender dessa máquina maravilhosa chamada cérebro, mas o que Sacks deixa claro nesse livro é a ligação desse fascinante órgão não só com o seu corpo e suas funções, como também, ou muito mais, com todo o seu campo emotivo e subjetivo que envolve esse ser humano.
Marquinho 03/08/2017minha estante
Excelente!


Fernanda.Eira 02/04/2020minha estante
Bom dia! Saberia me dizer se há diferença entre as edições?




Nathália Medina 26/10/2020

Extremamente interessante, faz pensar sobre as dificuldades existentes no mundo e sobre a invisibilidade de muitas delas.
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mavi 25/01/2023

Livro foda
Os casos desse livro são bastante interessantes. Pra quem gosta de psicologia e de doenças que acomete o cérebro, cada caso deixa a narrativa fascinante. Além disso, o livro é uma narrativa, histórias dentre a vida das pessoas em cada caso. Adorei
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Gustav.Barbosa 20/12/2020

Oliver Sacks nos apresenta uma nova perspectiva na construção comunicativa da Medicina e, sobretudo, da Neurologia. Ele advoga uma retomada da tradição clássica do relato de caso, onde a história do paciente, que hoje é contada de uma forma cientificista e impessoal, seja relatada com uma abordagem mais literária, romanesca.
É exatamente essa visão que ele expressa neste livro, que é de fato uma elaboração antológica de casos singulares dentro da neurologia. Ele nos conta histórias íntimas, sensíveis e pessoais de pacientes presos no passado, que perderam o próprio corpo, ou ainda que não puderam distinguir e identificar qualquer objeto que seja, chegando até a confundir a própria esposa com um chapéu.
Este livro não é exclusivo aos aspirantes da Medicina. É muito mais abrangente do que isto. É um retrato sobre a singularidade humana vista sob o aspecto do "diferente" ou "não normal" aberto a qualquer um que se intreressar a pensar sobre.
Gustavo 27/12/2020minha estante
Você tem esse livro, mano? Me empresta pro ano que vem?..hehe


Gustav.Barbosa 29/12/2020minha estante
Claro, mano! Hahaha


Gustavo 29/12/2020minha estante
????




souabia 30/04/2020

Não dei conta
Os casos clínicos são as partes mais interessantes da obra e são retratados muito rapidamente pelo autor. As reflexões são magnificas e dotadas de extrema inteligência. O assunto é muito interessante. MAS, eu não dei conta, acho que não intelecto para ler esse livro antes de dormir. Apesar de ser estudante de medicina e me interessar pelo assunto, no tempo que tenho, uma leitura leve me agrada mais. Esse livro exige atenção, tempo, para ser apreciado como merece.
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NYS 28/12/2011

Um livro inusitado
Qualquer pessoa se estranha com o título. Acha que é uma pegadinha e que provavelmente deve contar uma história qualquer. Tem um título grande, mas que explica tudo. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu é um livro fácil de ler, para quem tem interesse em devaneios da mente e para quem não tem também. As crônicas de um neurocirurgião e o que ele encontra em seu dia-a-dia contado de uma forma simples e carismática. São incríveis histórias realísticas com um ar da mais perfeita fantasia.

A primeira pessoa a me indicar esse livro foi um professor de Biologia que tive. Ele fez uma breve propaganda sobre ele e confesso que fiquei com vontade de lê-lo no mesmo instante. Na semana seguinte uma de minhas colegas apareceu com ele na sala. Como é um livro fácil de ler, a primeira vez que o li foi na escola mesmo, entre troca de professores e intervalos. Depois eu não consegui resistir, adquiri um. Valeu cada centavo.

Infelizmente acho que não consigo passar toda a empolgação de uma pessoa que o leu. Acho que deve-se falar com uma pessoa que tenha o livro, pois conversando, consegue-se sentir a empolgação mais do que palpável de quem leu essa e outras histórias do livro.
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Sarmentox 03/12/2020

Muito interessante
As histórias contadas são ótimas, as reflexões feitas pelo autor também, como se ele tivesse batendo um papo com você, tentando chegar a conclusões muitas vezes filosoficas de comportamentos inesperados que acontecem com pessoas com algum tipo de dano cerebral. O livro pode ser muito tecnico as vezes, o que dificulta o entendimento de algumas premissas/conclusões e não sei o quão relevante ainda é para a medicina moderna, vou atrás de algum conteúdo mais novo sobre.
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Bruno.Rodrigues 10/10/2021

Fantástico
Qual é o limite entre a personalidade que criamos no decorrer da vida e algum certo tipo de distúrbio patológico ou desenvolvido? Até onde buscar um processo de cura pode ser vantagem ou desvantagem, se este processo de cura, pode simplesmente apagar sua existência, o seu eu?
Oliver Sack constrói nesse livro, uma "ficha clínica" humanizada, pacientes além de sintomas, números e características.
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Caioboeira 16/04/2020

Curioso e emocionante
Oliver Sacks tem a capacidade de nos apresentar de forma simples o complexo mundo da neurologia através de casos curiosos e, muitas vezes, emocionante.
Nos faz enxergar o mundo das pessoas com disfunções cerebrais de forma diferente, sem julgamentos ou preconceitos.
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Mariana.Novaes 30/03/2020

Me surpreendi...
Não sei se li a sinopse, mas não esperava casos clínicos, e esses casos serem tão interessantes. São casos de neurologia muito particulares. Gostei bastante e recomendo a leitura.
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Truga 11/03/2020

O livro é escrito em 1ª pessoa, um verdadeiro diário do Sacks durante o tempo que ele trabalhou como neurologista chefe em determinado hospital. Publicado em 1989-90, a grande maioria dos relatos é da década de 70 e 80. Em muitos trechos ele descreve os diálogos que teve com os pacientes, o que pensou e o que sentia na hora!
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Estrutura do livro: é dividido em 4 grandes seções, cada uma contendo algumas histórias/relatos do próprio Sacks sobre pacientes que ele atendeu ao longo da vida (ele faz muitos paralelos com a literatura, principalmente os trabalhos de Luria). Ao fim de praticamente todas as histórias, tem um trecho “pós-escrito” no qual o autor apresenta um “follow-up” do que ele relatou (as vezes passaram-se anos entre a experiência de Sacks com o paciente até a edição do livro)
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Os 2 primeiros blocos relatam casos obiviamente patológicos, ou seja, situações que apresentam claros excessos ou déficit neurológico (por N motivos) e que mais cedo ou mais tarde, o próprio paciente ou familiares notam que tem algo fisicamente errado e procuram ajuda.
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No 3º bloco, Sacks descreve casos de ‘percepção alterada’, ‘sonhos’ e que envolvam a ‘imaginação’ principalmente, e não é muito claro (nem imediatamente notável) o que está de errado fisicamente no cérebro. O último bloco relata trabalhos com pacientes com deficiências mentais (autismo, por exemplo)
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Minha percepção geral: o livro é leve, ALTAMENTE INSTIGANTE e as histórias são independentes (embora sacks faça referência aos casos já vistos no decorrer da obra). Ao final da leitura (e durante) você percebe o quanto o cérebro humano é incrível e quantas possibilidades ainda existem. São histórias reais, pessoas reais, vidas reais!
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➡️RESUMO: recomendo, leitura para distrair, dá super para ler com barulho ambiente, e apresenta várias referências para aquele papo de bar no qual você se imagina na pele daquela determinada pessoa...como é viver com uma amnésia total? Ou sem reconhecer rostos? Enfim, é ler para crer.
Fernanda.Eira 02/04/2020minha estante
Excelente! obrigada por compartilhar. Saberia dizer se há diferença de conteúdo nas distintas edições?




Leo 27/02/2020

Emocionante
O livro é uma compilação de casos clínicos. Porém, é válido ressaltar que não ocorre uma frieza técnica, sendo feita uma abordagem com empatia, por meio da qual é possível projetar as expressões faciais do médico diante de alguns transtornos exóticos.
Ana 28/02/2020minha estante
Um dos melhores livros que já li!
Boas leituras!




Laura 28/01/2020

Queria que as minhas aulas de neurologia fossem tão interessantes e tão boas quanto esse livro! Eu recomendo mesmo para que não gosta muito de neurologia ou não sabe muito sobre.
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Marcus 20/07/2015

Os mistérios da mente humana
Se ser "normal" já é tão difícil, um acidente ou disfunção mental pode tornar tudo muito complicado para o paciente e as pessoas que o cercam. Mas pode ser, também, que o paciente nem sequer tenha consciência de ser "diferente". E, afinal, o que é ser "normal"? Esse é o tema do neurologista inglês Oliver Sacks em O homem que confundiu sua mulher com um chapéu - e outras histórias clínicas. Lançado em 1985, o livro reúne 24 ensaios sobre casos de perda parcial ou total da memória e problemas mentais como o autismo.

Os casos são desconcertantes, como a da mulher de 27 anos e dois filhos que perdeu a consciência do próprio corpo: se estivesse sentada e fechasse os olhos, caía da cadeira. Só conseguia se mover com segurança se estivesse olhando para os pés ou para as mãos. Não tinha a capacidade de perceber o próprio corpo, sua localização no espaço, a posição de cada parte em relação às outras. Perdera a propriocepção.

Sem ser sensacionalista ou cair na armadilha do pieguismo, Sacks relata as histórias e tratamentos de pacientes que passaram por seu consultório. Como o caso da mulher de 89 anos que passou a viver uma euforia com a vida, e foi diagnosticada com "a doença do cupido", manifestação de sífilis neurológica contraída 60 anos antes. Ela pede para não ser curada, pois está feliz.

"Investigamos os problemas físicos e mentais de nossos pacientes, não os seus talentos", comenta o autor no caso da moça alienada criada pela avó. Após a morte de sua tutora, quando tudo poderia dar errado, a jovem já em tratamento se revela excelente atriz de teatro.

O neurologista e autor vive nos EUA há muitos anos. Além de grande médico e pesquisador, é excelente escritor; transforma as histórias clínicas não em curiosidades mórbidas, mas em relatos tocantes que, muitas vezes, questionam a própria ciência e instigam a reflexão. De sua vasta obra, li e recomendo muito também Um antropólogo em Marte, de 1995, que reúne mais casos clínicos extraordinários e contribui para demolir preconceitos. Você pode precisar confiar sua vida a um cirurgião, e gostaria que ele fosse um dos melhores, certo? E se soubesse que ele sofre de uma síndrome que o acomete de tiques mentais e físicos?

A obra de Sacks vem inspirando roteiristas e adaptações para o cinema. Tempo de despertar (1990), com Robin Williams e Robert De Niro, foi adaptado de seu livro lançado em 1997 que tem o mesmo título em português.

Oliver Sacks, que completou 82 anos de idade em 9 de julho, recebeu no começo deste ano a notícia de que tem apenas alguns meses de vida. Sofre com a metástase de um câncer em estágio avançado no fígado. Em 19 de fevereiro, publicou um artigo de despedida no jornal The New York Times, em que admite sentir medo, mas afirma que seu maior sentimento é de gratidão:

"Sinto-me intensamente vivo, e quero e espero, no tempo que me resta, aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se eu tiver forças, alcançar novos níveis de compreensão e entendimento."

Vale conferir a bela homenagem a Oliver Sacks feita por Maria Popova em seu site Brain Pickings.

site: www.blogbeatnik.blogspot.com
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Eduardo 10/06/2021

Relatos incríveis de pacientes neurológicos do Dr Sacks, que revelam um mundo completamente ignorado por pessoas comuns. Muito desses pacientes são brilhantes e capazes de feitos magníficos sequer imagináveis. Uma leitura maravilhosa.
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