Lina DC 04/02/2015"Feitiço sombrio" é o quarto livro da série Os Cárpatos. Narrado em terceira pessoa, a história irá se focar em Savannah e Gregori.
Savannah Dubrinski é uma jovem de 23 anos e considerada uma das maiores mágicas do mundo. Outro pequeno detalhe sobre Savannah é que ela é filha de Mikhail e Raven. Mikhail é o líder dos cárpatos (a história do casal foi apresentada no primeiro livro da série). Durante a gestação de Raven, Gregori, um dos anciões e mais poderosos Cárpatos do mundo, precisou utilizar seu poder para manter o bebê vivo e criou um vínculo, tornando a menina não nascida em sua companheira.
Os Cárpatos necessitam de uma companheira para não enlouquecer, mas infelizmente elas são escassas. Então, na maioria dos casos, quando as mulheres completam 18 anos, elas se vinculam. Savannah foi a exceção.
Desde jovem ela sabia do seu destino, mas se recusou a se tornar submissa do seu companheiro. Ela quer ser independente e explorar o mundo. Gregori por outro lado, precisa da companheira desesperadamente. Por ser um dos mais fortes e antigo de sua espécie, ele sabe que sua sanidade está por um fio, mas acabou concordando em dar um espaço para Savannah, que foram esses cinco anos adicionais.
Acontece que existem Cárpatos que caçam as mulheres, além de uma organização que pretende exterminar essas "monstruosidades".
Savannah está em turnê em São Francisco, EUA, quando seus assistente e amigo Peter Sanders é assassinado.
Gregori resolve intervir e proteger Savannah, pois Mikhail como líder também criou inúmeros inimigos. Em meio à investigação, o casal começa a se aproximar.
O começo do romance não é delicado. Gregori está se tornando realmente Sombrio e o tempo é muito escasso. Cabe aos dois tentar achar um equilíbrio nesse relacionamento enquanto lutam por suas vidas.
Gregori pode ser considerado um pouco antiquado em alguns aspectos. Ele quer manter a companheira protegida a qualquer custo, mesmo que isso a coloque em uma gaiola dourada. Savannah é jovem e moderna. Com uma personalidade forte, ela é a única capaz de bater de frente com Gregori e até mesmo desobedecê-lo. Essa interação, onde os dois tentam testar os limites um do outro é interessante de se ler.
"- Você é mais do que desrespeitosa, mulher. Não consigo me lembrar de nenhuma vez na vida em que falaram comigo do jeito que você fala." (p. 203)
Outro detalhe que se destaca nesse livro é o fato de que o amor entre os dois não é instantâneo. Eles possuem sim um laço e até se sentem imediatamente atraídos, mas o carinho e os sentimentos são desenvolvidos durante a história.
"- Seu corpo e o meu escolheram por nós. Não há outro homem para você, Savannah. Nem agora nem nunca. Posso sentir suas emoções quando homens, humanos ou cárpatos a tocam. Você sente repulsa; não consegue suportar que a toquem - a voz dele ficou ainda mais grave, uma carícia de magia negra que parecia enviar um calor, espalhando-se por ela como lava derretida. - Isso não acontece com o meu toque, MA PETITE. Nós dois sabemos disso. Não negue, ou serei forçado a comprovar o que digo." (p. 22)
Em paralelo à história do casal vamos acompanhar também a história dos gêmeos Aidan e Julian Savage.
Quanto ao enredo, ele foi bem desenvolvido. Existem diversas cenas hots, mas também conteúdo e coesão nas cenas de investigação. A trama trata do sobrenatural, mas também possui um ar policial, conforme a dupla vai investigando os acontecimentos.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. Existem alguns erros de digitação e grafia, mas nada que interfira na compreensão do texto. A capa é muito bonita, mas como as capas anteriores, não apresenta um elemento relacionado diretamente com a história.
" - Em algumas pessoas nascem asas de morcego - Savannah admitiu, os dentes mordiscando o lábio inferior. - Foi daí que surgiu o Batman. E as capas, todas aquelas capas esvoaçantes. Uma epidemia. É do nosso sangue, tipo uma reação alérgica. Não se preocupe, você já estaria mostrando os sintomas se fosse desse tipo.
- Ela é sempre assim? - Gary perguntou a Gregori.
- Só vai piorando - o outro respondeu, sincero." (p. 259)