Mares de Sangue

Mares de Sangue Scott Lynch




Resenhas - Mares de Sangue


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Amanda 03/06/2015

Mentiras, piratas, muito sangue e reviravoltas
Mares de Sangue é o segundo volume da série Nobres Vigaristas. Assim como o seu predecessor, começa em ritmo vagaroso, reunindo várias informações para o pano de fundo da trama: Scott Lynch é extremamente detalhista e meticuloso em seus cenários e gosta de usar muitas passagens de tempo, explicações, etc. Num certo ponto a leitura se arrasta, confesso.

Mas então a ação começa. Com base em todas as informações antes dadas sobre o "background", sobre o plano da vez (ou planos) e sobre as personagens do plot principal, Lynch começa a encaixar o quebra-cabeça, e resta a impressão de que ele se despedaça constantemente, só para se encaixar ainda melhor no próximo capítulo.
Excelente obra do ponto de vista técnico, e toda a lentidão inicial se compensa conforme progredimos na história.

Os personagens estão mais cativantes ainda do que no livro anterior, já que passamos um pouco mais de tempo com eles, e com a adição de outros ainda mais interessantes. O humor continua muito presente, as mentiras mais enlouquecedoras que nunca e a ação ainda mais empolgante que antes.

"Falemos por trás das mãos, para que os lábios não sejam lidos como o livro dos nossos desígnios, e vamos encontrar algum local onde apenas os deuses e os ratos possam ouvir nossas palavras ditas em voz alta."

Recomendo demais o livro, praticamente um item obrigatório na estante de amantes do gênero fantástico, e uma grande aquisição mesmo para os que não tem intimidade com séries do tipo.
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Laís Helena 08/06/2015

Resenha do blog "Sonhos, Imaginação & Fantasia"
Mares de Sangue se inicia com um prólogo que atiça a curiosidade do leitor, para então dar início à história no primeiro capítulo, em que vemos Locke e Jean aplicando mais um de seus golpes geniais na Agulha do Pecado, a casa de jogos mais famosa de Tal Verrar. Esses acontecimentos se dão dois anos após o grande desastre do livro anterior, que os levou a fugir de Camorr. Por meio de interlúdios, o autor nos mostra como os dois chegaram a Tal Verrar e começaram a se preparar para o golpe que exigiu muito tempo e dedicação.

Porém, logo os problemas começam a surgir para os Nobres Vigaristas. Stragos, uma figura importante em Tal Verrar, fica sabendo que os dois estão na cidade, apesar de seus disfarces, e os coage a trabalhar em seu favor. Assim, os Nobres Vigaristas vão para o mar. E para que sua missão de provocar piratas para Stragos dê certo, precisam se passar por piratas, apesar de seus conhecimentos sobre navios serem praticamente inexistentes.

Assim, temos Locke e Jean muitas vezes lutando contra mais de um inimigo, em um ambiente em que não estão totalmente confortáveis, e a isso se seguem diversas reviravoltas, com a situação ficando mais difícil a cada momento e exigindo o máximo das habilidades de Locke e Jean. E essa é uma das melhores partes do livro: o autor não tem medo de colocar seus personagens em condições aparentemente irremediáveis, para que depois eles mesmos tenham de sair da enrascada usando aquilo que possuem.

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente." (p. 187)

As únicas ligações desse livro com o anterior são os Magos-Servidores, que fazem uma breve mais muito marcante aparição, e os Nobres Vigaristas, mas ainda assim recomendo que seja feita a leitura de As Mentiras de Locke Lamora antes desse volume, pois diversos detalhes sobre o mundo em que a história se passa e sobre os próprios personagens são introduzidos no primeiro volume, apesar de as tramas serem independentes.

A narrativa é excelente, colocando tensão, ação, mistério e — é claro — humor nas doses certas, tornando muito difícil a tarefa de largar o livro. O único ponto negativo da narrativa são as descrições de ambientes. Não tinha reparado muito nisso em As Mentiras de Locke Lamora, mas nesse livro as descrições são feitas sob o ponto de vista do narrador e não dos personagens, o que em alguns momentos quebrou um pouco a imersão.

"- Maldição! Deixem-nos sair. Vocês já provaram seu argumento!
- Que argumento seria esse? - perguntou Jean, rouco.
- Não sei. - Locke tossiu. - Não importa. O que quer que seja, eles provaram, não acha?" (p. 83)

O livro também ganha muitos pontos no quesito personagens. Locke e Jean são excelentes personagens, com personalidades muito interessantes e bem elaboradas. Além disso, sua amizade foi muito bem explorada, especialmente pelo fato de agora eles serem os dois únicos Nobres Vigaristas. Além dos dois, outros personagens muito interessantes se envolvem na trama, como Requin e Selendri, donos da Agulha do Pecado, Zamira Drakasha, capitã do Orquídea Negra, e, é claro, Stragos. Ainda que não sejam o foco da história, foram bem construídos e não tem como deixar de gostar (ou de desgostar) de todos eles.

Como Locke e Jean viajam pelo mar, mais do mundo onde vivem é apresentado, embora o autor mantenha mistério em torno de alguns elementos, como os ancestres e seu vidrantigo. Apesar disso, os cenários que nos são apresentados são muito peculiares, e esses mistérios só os tornam ainda mais interessantes, além de emprestar verossimilhança à história, afinal não é possível saber tudo sobre o mundo.

A revisão traz um pequeno deslize. Não sei se o erro ocorreu também no original, mas há no livro um trecho onde Jean aplica um "telefone", o que ficou um pouco fora de contexto, já que não há nada no livro que indique a existência de telefones no mundo onde a história se passa.

"Jean assentiu, sorriu, depois deu um telefone no rapaz que cambaleou." (p. 41)

Os últimos capítulos do livro trazem a parte mais frenética da história, cheia de ação e tensão, e fecha todas as pontas soltas levantadas ao longo da trama, mas deixando um cliffhanger que fará o leitor implorar pelo próximo volume. Mares de Sangue foi um livro ótimo, que satisfez todas as minhas expectativas (e elas eram altas depois da surpresa positiva que tive com o primeiro volume).

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2015/06/resenha47.html
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kauzzara 16/09/2020

Parece que não importa aonde os personagens vão sempre tem alguém atrás deles. Nesse livro os personagens são enganados de novo mas como sempre eles sempre acham uma solução, sendo super complicada, além disso eles ainda embarcam em uma missão, que se torna uma aventura bem louca e perigosa, no mar entre piratas e têm que arrumarem um jeito de continuarem vivos e saírem de uma enrascada bem complicada que me fez pensar que alguém ia morrer enquanto ainda planejam um roubo contra uma das pessoas mais perigosas da cidade. Foi uma leitura que acabou sendo bem rápida pelo livro ser bem cheio de aventuras e complicações que você tem que saber como vão se resolver.
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Mundo de Tinta 01/02/2017

Mares de Sangue
No final de As Mentiras de Locke Lamora (bem aqui tem a resenha), acompanhamos o sofrimento terrível imposto aos nobres vigaristas e o resultado de tudo no final. Jean e Locke conseguem fugir, deixando para trás dor e destruição. Partem em busca de um recomeço.
Chegam então em Tal Verrar, último local a oeste dito civilizado. E é lá que se localiza a Agulha do Pecado, casa de tavolagem mais exclusiva que há na cidade. Feita de vidrantigo, possui 45 m dos mais sórdidos, ilegais e arriscados jogos. Somente os mais ricos e poderosos tem acesso. Possui 8 andares e a cada andar galgado, o nível de dificuldade e risco dos jogos aumenta. É claro que os olhinhos de Lamora brilham ao ver a Agulha do Pecado, e sua mente ultra mega super maluca já começa a bolar um plano brilhante para se dar muito, muito bem.

Quer continuar a ler?
Visite nosso blog no link abaixo!
Bjs

site: http://blogmundodetinta.blogspot.com.br/2016/04/resenha-de-tinta-mares-de-sangue.html
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Anny Campos 18/02/2020

Ladroes e piratas, há diferenças!
Nesse livro aprendi que há diferença entre ladroes de terra e ladroes do mar, foi interessante os termos nauticos, apesar de ficar cansativo em algumas partes, foi muito interessante a reviravolta do plano de roubar o cassino para virar pirata, e os porques e acontecimentos me surpreenderam, e me fizeram ver como o Jean se adapta em qualquer lugar, enquanto o brilhantismos do Locke é realmente maligno! Mas em comparação ao primeiro livro, perdeu um pouco o ritmo, foi mais calmo por assim dizer. Mas gostei dos protagonismos femininos na obra e ansiosa para ler o 3 da serie.
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Adriana 29/10/2019

Tem até pirata
...E romance e amizade acima de tudo e promete mais aventura
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Jonathan 19/10/2019

Mares de Sangue - Incrível
Ainda estou extasiado com o que acabei de ler... Não imaginei que a história tomaria o rumo que tomou e agora o autor me força a imediatamente seguir para sua terceira obra.... Pelos treze Deuses....
É intrigante e interessante a mudança de ambiente, e já estou ansioso pelo terceiro livro. Recomendo a leitura, e que "os ladrões prosperam, e os ricos se lembrem".
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Lit.em Pauta 08/09/2018

Literatura em Pauta: seu primeiro portal para críticas e notícias literárias!

—> Os exemplos estarão em inglês, por causa da leitura ter sido da versão americana.

"Mares de Sangue, segundo volume da série Nobres Vigaristas, dá continuidade ao desenvolvimento de seus dois personagens principais, Locke Lamora e Jean Tannen, focando em sua conturbada, mas calorosa amizade. No entanto, a mudança de direção temática para pirataria não recebe a mesma atenção, sendo prejudicada por uma estrutura narrativa problemática.

A trama do romance segue os preparativos do próximo grande golpe planejado pela dupla de vigaristas: roubar Requin, o maior mafioso da cidade de Tal Verrar, que organiza com punho de ferro um cassino em uma torre sinistra. No entanto, mais forças da cidade possuem outros planos para Lamora e Tannen, levando-os a partir em uma viagem em alto-mar e engajar com piratas.

A frase que abre o livro já explicita bem seus elementos principais: “Locke Lamora stood on the pier in Tal Verrar with the hot wind of a burning ship at his back and the cold bite of a loaded crossbow’s bolt at his neck.”, situando o protagonista num cenário específico, prevendo a temática de pirataria com o navio em chamas e informando sobre o perigo iminente com a ameaça da besta. Poucas páginas depois, o próprio corpo de Locke é comparado às partes de uma embarcação (“His ribs stood out beneath his pale skin like the hull timbers of an unfinished ship”), tornando a imagem anterior ainda mais agourenta. Para piorar a situação do personagem, o romance também se inicia com uma possível traição de Jean, marcando um terrível golpe para ele.

O tema de Mares de Sangue certamente é a relação entre Lamora e Tannen, desenvolvendo sua união e mostrando seus diversos desentendimentos. No início, por exemplo, quando o protagonista está amargurado devido aos eventos de As Mentiras de Locke Lamora, Jean não mede esforços para conseguir revitalizar seu companheiro e fazê-lo recobrar a vontade de viver. O próprio Locke explicita a importância vital de Jean em sua vida: “Gods help me, I will never be better off without you.” As desavenças entre eles ganham destaque, portanto, por servirem como dicas para a motivação da traição, da mesma forma com que sua amizade continua sendo considerada uma fragilidade num submundo perigoso e inescrupuloso que não hesita em usá-la contra eles: “If either of you causes any trouble, I’m instructed to punish the other one”, os ameaçam em determinado instante. Por outro lado, os laços que os prendem servem como um contraponto positivo, visto que um funciona como âncora para o outro em meio a tanta atrocidade. Já seus insultos divertem pela frequência e pela criatividade: “You might still be a lying, cheating, low-down, greedy, grasping, conniving, pocket-picking son of a bitch”.

Como o título original do romance revela, Lynch continua trabalhando com a simbologia do vermelho como sinalizador de perigo: “Red seas under red skies” aponta não uma, mas duas fontes de perigo, refletindo a estrutura do livro. Pois, assim que os preparativos para o golpe em Requin estão sendo finalizados, a dupla é sequestrada e feita refém por um inescrupuloso político, que representa o segundo obstáculo que precisam superar. A própria cidade de Tal Verrar também trabalha com essa conexão com cores, sendo chamada de A Rosa dos Deuses, enquanto as perigosas vespas que os dois encontram em determinado momento possuem uma coloração avermelhada brilhante e o próprio navio que as transportam para Tal Verrar, e no qual Locke e Jean eventualmente partem para o alto-mar, completa o aviso, chamando-se o Mensageiro Vermelho.

Locke é um personagem curioso. Apesar de roubar e aplicar golpes, ele é gentil, torce sempre para o mais fraco e tem um senso de justiça social aguçado. A narrativa, entretanto, pesa a mão nesse último elemento, inserindo uma cena absurda, digna da série de filmes The Purge, quando o garoto se depara com nobres e comerciantes ricos jogando um jogo de tabuleiro com peças humanas (obviamente composta por pessoas miseráveis, que não ter onde dormir e muito menos dinheiro para comer), que aceitam ser humilhadas e torturadas física e psicologicamente sempre que são sacrificadas no jogo: “At the Amusement War they can do exactly what they want to do to the poor folk and the simple folk. Things forbidden elsewhere. All you’re seeing is what they look like when they stop pretending they give a damn about anything.” Tornando a cena ainda mais exagerada em sua alegoria política, a violência social não somente é tratada de forma mundana, como também comercializada, com leilões entre os privilegiados para decidir quem terá o direito de escolher a punição adequada – leilão em que até crianças participam, estimuladas por seus pais vestidos em tons de vermelho e ouro. Esses mesmos personagens ganham até espaço para se justificar, apoiados em uma noção de meritocracia religiosa, afirmando que aquelas peças estão lá por culpa e inabilidade delas mesmas: “That’s life, under the gods, by the will of the gods. Perhaps if they’d prayed harder, or saved more, or been less thoughtless with what they had, they wouldn’t need to come crawling here for Saljesca’s charity. Seems only fair that she should require most of them to earn it”. Trata-se de um capítulo inspirado, mas graças ao seu exagero, na forma de um sadismo puro e sem controle, ele foge do tom do restante da narrativa."

Participe da discussão, lendo a crítica completa em:



site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/mares-de-sangue-critica/
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Djulia Azevedo 04/07/2018

Surpreendente!
O autor realmente me surpreendeu neste segundo livro. No início, não estava gostando do ritmo do livro. As primeiras 80 páginas foram tão maçantes que quase parei a leitura por ali mesmo. Porém, um pouco depois disso a história começou a tomar rumos diferentes. Os nobres vigaristas entraram em situações totalmente inesperadas (por mim) e a velocidade com que os cenários e situações mudavam foi sensacional. O final então... Sem palavras...
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Anderson Tiago 05/12/2014

[RESENHA] Mares de Sangue (Nobres Vigaristas #2) - Scott Lynch
O final do ano se aproxima e começamos a olhar em retrospectiva para as coisas que fizemos durante o ano que se encerra. É nesse período que surgem as boas e velhas listas de melhores do ano. Por causa do site tenho tentado manter uma lista organizada desde cedo para ter menos trabalho na hora de montá-la, porém, devido ao grande número de ótimos lançamentos, tem sido difícil organizar um ranking ideal. No entanto, o primeiro lugar da minha lista pessoal esteve sempre bem definido com As Mentiras de Locke Lamora, do autor Scott Lynch, como dono dessa posição desde o seu lançamento. Isso tudo mudou com a publicação de Mares de Sangue, a própria sequência das aventuras de Locke Lamora e Jean Tannen, os Nobres Vigaristas.

Dois anos após quase terem morrido nas mãos do Rei Cinza em Camorr, Locke e Jean estão de volta aos seus melhores momentos, preparando um golpe tão audacioso que fará todos os anteriores parecerem brincadeira de criança. Eles pretendem roubar a Agulha do Pecado, a casa de apostas da alta sociedade de Tal Verrar, cujo cofre é conhecido por ser inviolável e onde trapacear é punível com a morte. Esse detalhe, no entanto, não parece desanimar os nossos nobres vigaristas, muito pelo contrário.

Os preparativos para o golpe correm exatamente como o planejado pela nossa querida dupla de ladrões, mas fantasmas do passado aparecem para assombrá-lo no momento mais crítico do golpe. Por causa disso, eles são envolvidos na efervescente agitação política de Tal Verrar e tornam-se, por sua vez, parte dos planos do Arconte, uma espécie de líder militar, que pretende esmagar o conselho dos nobres e se tonar o governante absoluto do reino. Forçados a trabalhar para o Arconte, Locke e Jean terão que usar de toda a sua lábia e capacidade de interpretação para se passarem por uma coisa que nem o treinamento do Padre Correntes os preparou para fingir ser: piratas!

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente."

Mares de Sangue segue o mesmo padrão narrativo do seu antecessor com alguns capítulos tratando do passado, no caso, quando os nobres vigaristas chegaram a Tal Verrar fugidos de Camorr após o fim dos problemas com o Rei Cinza. Nesses capítulos, vemos como a dupla lidou com as enormes perdas que sofreram e como isso uniu, se é que isso é possível, mais ainda a dupla formada por Locke Lamora e Jean Tannen. A interação da dupla é, inclusive, um dos pontos altos dos livros. Os diálogos entre Locke e Jean são sempre divertidos e a conexão com os personagens é tão forte que entendemos não apenas suas palavras como também os seus silêncios.

"– Aposto que eu teria estragado as coisas mesmo assim. Mas... não consigo imaginar aqueles pobres coitados prendendo a presa com arpéus, saltando por cima das amuradas, espadas na mão, gritando “Seus gatos! Entreguem todos os seus gatos malditos!”.

Scott Lynch escreveu um dos livros de fantasia mais engraçados que já li em toda a minha vida. Durante a leitura, era muito comum eu abrir vários sorrisos ou mesmo dar gargalhadas com algumas das situações descritas pelo autor. Quem já leu As Mentiras de Locke Lamora entende do que estou falando, mas acredite, em Mares de Sangue o autor realmente se superou. Algo que pode incomodar alguns leitores (a mim não incomodou) é a “boca suja” do autor, mas isso é algo que combina muito com a atmosfera do livro e, caso incomode, deve ser relevado em nome do bem maior que é o prazer de uma leitura como essa.

Um grande diferencial entre Mares de Sangue e o seu antecessor é a presença de personagens femininas em papéis importantes dentro da trama, principalmente a capitã Zamira Drakasha e a Tenente Ezri Delmastro, que, além da sua força, também traz para a obra um elemento em falta no primeiro volume. O que é esse elemento é algo que deixo para vocês descobrirem.

"– Isso não entra na minha cabeça – sussurrou Jean. – Porra, seu filho da puta, como pôde fazer isso? Quero abraçar você. E quero arrancar sua cabeça. As duas coisas ao mesmo tempo.

– Ah. Pelo que sei, esta é a definição de “família”."

Mares de Sangue é um daqueles livros cuja leitura voa, um daqueles casos em que se você tem compromisso marcado é melhor nem começar a ler porque, muito provavelmente, você vai chegar atrasado. E já que comecei o texto falando sobre listas, o final da história também estaria no topo da minha lista de “finais que te deixam com vontade de voar para a leitura do próximo volume imediatamente”. Scott Lynch é realmente um dos grandes nomes da fantasia atual.

site: http://intocados.com.br/index.php/literatura/resenhas/479-resenha-mares-de-sangue-nobres-vigaristas-2-scott-lynch
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Luan 19/01/2018

Mares de Sangue é chato, mas ainda mostra a mente incrível de Scott Lynch
Um livro é ruim ou a gente é que cria altas expectativa – seja por comentários de outros ou por um livro anterior a ele – e acaba se frustrando? Me deparei com esta pergunta, novamente, ao fim da leitura de Mares de Sangue, o segundo volume da trilogia Nobres Vigarista, e que é sequência do ótimo As mentiras de Locke Lamora. Não sei se consigo responder a esta questão. Mas o fato é que Mares de Sangue não chegou nem perto do primeiro, me deixando rapidamente chateado.

Nesta sequência, o leitor é convidado a acompanhar a história de Locke e Jean tempos depois dos episódios derradeiros do primeiro volume da trilogia. Agora que fugiram Camorr, eles precisam arranjar um lugar para ficar – e aplicar seus golpes. Este local é Tal Verrar. Lá, a dupla voltará a aplicar seus golpes. Mas, não espera, no entanto, que será vítima de uma armadilha que vai colocar ambos no meio de uma grande trama conspiratória.

O livro, ao mesmo tempo que mantem a qualidade do primeiro em vários aspectos, apresenta algumas situações chatas e, por vezes, entediantes. A bem da verdade, o livro todo soou como desnecessário. O plot central até pode parecer interessante à primeira vista. Mas não é. Além de não dar uma sequência de acontecimentos de "As mentiras...", já que o arco foi fechado lá, a aventura principal, aquela trama cujo os protagonistas acabam se metendo, soa artificial e para encher linguiça, no jargão popular.

Quando começa, apesar de um pouco lento, o início parece promissor, apresentando inclusive bons personagens novos. Logo somos apresentados a um grande golpe que está sendo orquestrado pelos dois. A sensação é de que, apesar de ser mais do mesmo, vem uma boa aventura, pois a história contada neste exato momento é interessante. Além disso, intercalando com isso, há capítulos de dois anos atrás, que mostram Locke e Jean chegando a Tal Verrar, o que faz o ritmo cair rapidamente. E o que se segue dá uma grande guinada no livro, o tornando ainda mais maçante. Com isso, boa parte dele vai se passar dentro de um navio. Mas vamos por partes.

O autor Scott Lynch tem uma mente poderosa e incrível em se tratando de criar história para os dois criminosos. Os golpes são detalhados e muito bem construídos. Posto isso, a parte em que ele quer dar um golpe da Agulha do Pecado enche os olhos. Até a parte em que um outro líder verrari aparece na história e o coloca como vítima de uma trama diferente. Parece que houve uma ruptura. É possível dizer que parece que se inicia um outro livro, embora aquela outra trama ainda esteja presente. O problema é que esta segunda parte é chata. Com termos técnicos em excesso e uma história sem muito foco, ela vai fazendo o leitor perder o interesse. Não poderia estar mais desinteressado com aquelas tramas da metade em diante.

Mas tirando isso tudo, é preciso destacar que, além do poder do autor em criar as histórias, como já dito acima, a escrita e o diálogo são o forte do autor. Poucos autores têm esta precisão e cuidado com a escrita. É poética e ao mesmo tempo forte e precisa. Os diálogos não são nada artificiais, mesmo se tratando de uma fantasia. É muito prazeroso acompanhar o livro a partir deste ponto de vista. Soma-se a isso os personagens. Além de Locke e Jean, que tem na obra um teste colocado à prova em relação a amizade, e que estão muito construídos, outros tipos. Vilões de grande qualidade, personagens que aparecem em vários momentos bastante profundos e reais.

Em suma, um livro de contrastes. Que mantem a qualidade de escrita e construção de mundo – que, aliás, para não me alongar, é algo positivo que acontece neste livro, já que Scott nos mostra muito mais desse universo criado, que antes não conhecíamos - mas acaba por decaindo em dar uma sequência à altura ao primeiro livro da trilogia. O que Scott construiu foi brilhante e grandioso e tem um produto incrível para dar um final de tal tamanho também. Espero que República de Ladrões supere Mares de Sangue nos traga uma trama tão interessante quanto foi em As mentiras de Loke Lamora.
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João Vitor Gallo 19/06/2017

E eis que voltamos aos golpes e embustes de Locke Lamora e de seu comparsa Jean Tannen, e desta vez os Nobres Vigaristas apostam alto, içam velas e navegam por águas estranhas.

Após os acontecimentos do livro anterior, quando Locke e Jean se tornaram “personae non gratae” em Camorr e se viram obrigados a abandonarem a cidade, a dupla de vigaristas decide que essa pequena inconveniência pode ser uma bela oportunidade para respirarem novos ares, conhecerem outros locais fascinantes, algumas pessoas interessantes e então roubá-los, e o alvo da dupla desta vez é a bela cidade de Tal Verrar, onde fica localizada a Agulha do Pecado, a mais famosa casa de tavolagem do mundo, onde ser pego roubando no jogo significava a morte, algo que para os nobres vigaristas soa mais como um irresistível desafio do que um severo aviso ao qual pessoas bem ajustadas e sensatas dariam ouvidos.

Após dois anos de planejamento meticuloso, quantias substanciais de dinheiro e de tempo gastos e um pouco daquilo que eles mesmos chamavam de “métodos discretamente não ortodoxos”, a dupla vai aos poucos subindo aos níveis mais altos da casa de jogos até que enfim conseguem chamar a atenção de Requin, o senhor da Agulha do Pecado, porém, quando achavam que tudo estava indo conforme o imaginado, seus golpes mais uma vez são interrompidos ao se verem presos a uma poderosa pessoa que sabe da vida criminosa dos dois e quer se aproveitar das habilidades de ambos, desta vez porém se trata de Maxilan Stragos, o Arconte de Tal Verrar, que deseja quem ambos instiguem uma nova onda de pirataria às costas sua cidade, uma vez que divida a autoridade de governo com o Priori, que era basicamente um conjunto de conselhos mercantis, mas com uma ameaça deste porte à cidade ficaria com o poder absoluto em suas mãos.

Poucas vezes precisei de tão pouco pra me tornar fã de algum escritor. A atenção aos detalhes ao criar um mundo vivo e dinâmico, aliada a uma invejável habilidade de escrita fazem de Scott Lynch indubitavelmente um dos grandes nomes da fantasia contemporânea, e nome certo ao procurar algum livro de ficção fantástica que vá te fisgar de primeira. Confesso que já estava ansioso pela continuação de um dos melhores livros de fantasia que li nos últimos anos, e as minhas expectativas foram todas recompensadas com mais um livro absolutamente divertido, surpreendente e que consegue expandir ainda mais esse universo fantástico que serve tão bem de palco para as trapaças e artimanhas dos Nobres Vigaristas.

O livro, de início, segue um ritmo bem parecido com As Mentiras de Locke Lamora, com Locke e Jean executando mais um de seus grandiosos golpes que beiram o impensável, tentando roubar o instransponível cofre da Agulha do Pecado, porém os acontecimentos acabam levando a dupla de golpistas a terem de desempenhar o papel de piratas, deixando a história mais presa ao Mar de Bronze, e nesse ponto há uma certa quebra no ritmo da narrativa, mas em nenhum momento se torna algo monótono ou cansativo, na verdade algo a ser dito é que a trama é sempre bem movimentada e não fica presa a um só evento, inclusive os Nobres Vigaristas tem de se virar para enganar três núcleos diferentes ao longo da história. Apesar de isso ser uma receita para o caos, de alguma forma Lynch consegue fazer com que tudo fique bem amarrado sem ter a necessidade de passar por cima ou abandonar algum acontecimento que tenha iniciado.

Em Mares de Sangue também vemos o mesmo recurso utilizado no volume anterior com pequenos interlúdios, desta vez focada nos últimos dois anos dos Nobres Vigaristas, quando eles fugiram de Camorr em direção a Tar Verrar e de toda a preparação do plano para efetuarem o roubo do cofre de Requin. Essas pausas na história também servem para aprofundar mais a relação entre Jean e Locke, já que ambos vivenciaram um período conturbado tentando lidar com as perdas que tiveram e a reação de cada um diante desse abalo que sofreram é algo que gera algum atrito entre os dois, aliás, a relação entre os colegas/comparsas e os diálogos entre ambos sempre rendem bons momentos e certamente são um dos pontos altos desse livro.

Lynch continua mostrando sua excepcional habilidade na construção de mundos, acrescentando detalhes que parecem dar uma vida própria a esse universo, e essa atenção a cada ponto é vital para que se possa construir uma sociedade rica e plausível, com seus artefatos intrigantes, locais fascinantes, supertições originais e até mesmo marcada por pequenos conflitos que acrescentam como plano de fundo, como é o caso da Guilda dos Escribas com a introdução da impressora naquela sociedade. A exemplo de Camorr e Veneza, Tal Verrar, “A Rosa dos Deuses”, lembra muito a Monte Carlo dos dias de hoje pela riqueza ostentada e a fama relacionada a uma casa de jogos, aliás, toda a série é marcada por ter uma cultura que remete ao Mediterrâneo, mais precisamente inspirada nos estados italianos na Idade Média e Renascença, seja pela relação de governo ou mesmo pela semelhança histórica, já que antigamente havia um Império que se dividiu em cidades-estados, o Trono Terin, exatamente como ocorreu com a queda do Império Romano, ou mesmo pela rivalidade entre essas cidades-estados.

Não há como não ficar fisgado pela forma como Scott Lynch tece suas histórias, mesclando um humor carregado de sarcasmo, personagens ardilosos, cenários fantásticos e reviravoltas surpreendentes. Apesar de ter adorado o clima que Camorr possuía, acho acertada essa decisão de cada livro promover uma mudança de cenário, algo que estimula a inventividade do autor e dá a possibilidade de se explorar outras cidades com suas particularidades e outras facetas dos Nobres Vigaristas, algo que estou ansioso pra ver nos próximos volumes. No geral é um livro que beira a excelência, ainda que pessoalmente eu tenha gostado mais do primeiro, mas Mares de Sangue tem tudo pra agradar a quem tenha gostado ou mesmo para conquistar de vez quem não tenha se encantado tanto por seu antecessor e certamente coloca um pouco de ansiedade pelo próximo volume da série, República de Ladrões.
“Que os ladrões prosperem. Que os ricos se lembrem.”.


site: https://focoderesistencia.wordpress.com/2017/01/07/mares-de-sangue-nobres-vigaristas-vol-2-scott-lynch/
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Dani 25/05/2017

3,5 - Esperava mais
Acho que acabei ficando um pouco desapontada por esperar mais desse livro.
Adorei o primeiro livro dos nobres vigaristas. Ele teve uma construção lenta , mas foi sempre interessante e a conclusão fez todo o investimento valer à pena.
O mesmo eu não posso dizer desse segundo volume. Apesar de ter também gostado e me divertido com a história, ele teve muitos momento extremamente lentos , ao ponto de eu ficar bem entediada.
A história começa bem, com um prólogo que me deixou imediatamente curiosa ( embora tenha ficado bem decepcionada quando esse prólogo é finalmente explicado mais ao final do livro. Sério que era só isso?) . Ela começa à ficar bem mais lenta no meio do livro e só volta à ganhar ritmo no final .
Gostei da introdução da pirataria, mas acho que talvez o autor tenha ficado muito tempo nesse enredo e tenha acabado se distanciado muito do enredo inicial do roubo. O excesso de termos náuticos também me cansou.
O final foi satisfatório e, em algumas partes, inesperado, mas ficou longe de alcançar o nível do primeiro livro.
Fernando Lafaiete 25/05/2017minha estante
Putz... pretendo ler pelo menos o primeiro livro ainda este ano. Quero muito gostar desta trilogia. Mas quem me conhece já me avisou que eu provavelmente vou achá-la mediana. :(


Dani 25/05/2017minha estante
kkkkk Será? O primeiro eu gostei bastante, mas dei 4 estrelas pq tem uma construção muito lenta. Uma coisa que me ajudou muito nesses momentos mais lentos dos 2 livros foi intercalar a leitura com o audiobook que tem uma narração excelente!


Gisele @abducaoliteraria 01/06/2017minha estante
Eu sou super suspeita pra falar dos Nobres Vigaristas porque gosto DEMAIS desses livros. Gostei da sua resenha e concordo com alguns pontos. O primeiro é sem dúvidas melhor, mas eu acabei adorando este também rs




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