Everton Gonçalves 31/03/2021
Reflexões extremamente ricas sobre o mistério central da fé cristã: a Páscoa de Cristo, que também é a nossa páscoa.
O livro é composto por 8 meditações breves, mas ao mesmo tempo profundas em conteúdo e espiritualidade.
O autor faz uma retomada sobre o sentido do rito pascal, o significado do evento pascal com o crescimento de conceituação ao longo da história.
Destaco a análise do canto do Exultet, cantado no Sábado Santo. Meditação estupenda destacando o valor histórico e a atualidade deste canto como síntese de tudo que se está celebrando e porta de entrada ao grande mistério da vida nova pela ressurreição.
No final do livro, levanta-se a questão da queda da espiritualidade, da interiorização, do silêncio, da reflexão, como fruto de uma sociedade desordenada e confusa. O papel de Deus e a vivência religiosa vem sendo substituída pela psicologia e pela psicanálise, que são muito importantes, mas não podem resolver todas as questões humanas. O secularismo exagerado produziu uma fuga da interioridade, levando o sujeito a buscar o que é externo, produzindo um mundo cada dia mais superficial. O ser humano hoje conhece tantas coisas que estão fora do nosso planeta e muitas vezes ignora o que está dentro do próprio coração.
No último capítulo reflete-se sobre o mistério da morte de modo muito profundo e bonito. O valor da páscoa de Cristo abriu uma nova perspectiva para a humanidade. Entre nós e Deus erguiam-se três muros de separação: o da natureza, o do pecado e o da morte. O muro da natureza foi derrubado pela encarnação, quando a natureza humana e a divina se uniram à pessoa de Cristo; o muro do pecado foi derrubado na cruz, e o muro da Morte, na ressurreição (p.157).
Vale muito a pena refletir como preparação para celebrar as festividades pacais.