A Semente de Mostarda

A Semente de Mostarda Osho




Resenhas - A Semente de Mostarda


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Jac 31/07/2020

Ensinamentos Valiosos
Esse é meu segundo contato com os livros do Osho e chego a conclusão que realmente os livros dele não são pra qualquer um, tem que se estar aberto a novas perspectivas.

Uma leitura carregada de ensinamentos valiosos e várias reflexões. Claro que é necessário que tenhamos um filtro para ver o que realmente devemos trazer para nossa vida.

Recomendo muito, temos muito o que evoluir como seres humanos e humanidade.
Robson 12/04/2021minha estante
Concordo, moça. Mas em, "termos um filtro" é algo que ele também aborda. É como se estivéssemos uma ideia pré-definida do que é, de fato, certo. Isso também é a nossa mente agindo. Estar totalmente aberto a pensar de uma maneira diferente... isto, sim.


Ivanildo16 13/01/2022minha estante
Os livros de Osho fazem você refletir sobre vários aspectos da vida. Recomendo os livros Torne-se quem você é e Viva a sua própria maneira. Os dois são muito bons.




Ivanildo16 15/02/2022

As palavras têm poder
Um livro repleto de muitas reflexões sobre a vida e as experiências humanas como o amor, o ódio, a morte, a raiva, o medo e culpa que carregamos dia a dia. Osho quebra o pragmatismo sobre como despertar nossa consciência para a vida. Ele interpreta e apresenta cada uma das parábolas e ensinamentos de Jesus como pequenas "sementes" ao logos de suas 21 paletras, realizadas na Índia na década de 70.
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Drico 25/02/2009

Grande Mestre
Li esse livro quando saiu em 83 ele ainda era o Bhagwan Rajneesh.
São lindos os seus ensinamentos.
Margô 28/07/2020minha estante
Seria Osho o grande Mestre? Vi o documentário na Netflix... muito bizarro.




KAL 25/02/2012

MEU LIVRO DE CABECEIRA
Simplesmente maravilhoso. Osho, com sua usual objetividade, consegue traduzir ensinamentos do mestre Jesus de forma fácil. Uma leitura leve
e que prende o leitor. Além de crescentar mutio ao espírito.
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Carla.Parreira 20/11/2023

A semente de mostarda
Eis alguns trechos: ??Quando você compreende quem você é, todas as doenças desaparecem. Basicamente elas só existem porque você tenta encobrir o autoconhecimento, tenta evitar a si mesmo, tenta evitar o encontro básico; elas só existem porque você não quer olhar para si mesmo. Mas por que você não quer olhar para si mesmo? O que lhe aconteceu? A menos que esteja pronto para se encontrar, não poderá tornar-se um discípulo, porque o mestre não poderá fazer nada se você não estiver pronto para se encarar. O trabalho do mestre é auxiliá-lo a encarar a si mesmo. Por que você tem tanto medo? Porque algo de errado ocorreu em algum ponto do passado. A criança nasce e não é aceita como ela é, muitas coisas têm de ser mudadas, forçadas: ela tem de ser disciplinada.
A criança possui muitas facetas que a sociedade e os pais não podem aceitar, que têm de ser negadas, reprimidas. Apenas algumas partes podem ser aceitas e apreciadas. Então a criança tem de achar uma solução, tem de negar muitos fragmentos de seu ser que não têm permissão para se manifestar. E ela os nega tanto que se torna inconsciente deles. Isto é repressão. Em qualquer sociedade existe repressão? É por isso que quando você vai para as montanhas, repentinamente sente-se em êxtase. De onde vem o êxtase? Das montanhas? Não! Vem de você que colocou suas defesas de lado, que não sente mais medo. Quando você chega perto de uma árvore, sente a beleza. A beleza não vem da árvore, vem do seu interior. Porque com a árvore você não precisa de proteção, pode ficar à vontade, pode sentir-se em casa. As flores não irão atacá-lo por trás; as árvores não o assaltarão; elas não podem roubar nada de você. Assim, quando você vai para as montanhas, para o mar, para a floresta, coloca suas defesas de lado. As pessoas que vivem em contato com a natureza são mais confiantes. Num país menos industrializado, menos mecanizado, com menos tecnologia, onde as pessoas podem viver em contato maior com a natureza, existe mais confiança. É por isso que é difícil conceber Jesus nascendo em Nova Iorque ? quase impossível?
Uma mente que duvida, está sempre olhando para trás, está sempre pensando no que não foi feito, sempre pensando em qual será a melhor alternativa? Atualmente há mais tecnologia, mais conforto, mas menos felicidade: esse é o milagre que a ciência conseguiu. Quanto mais as coisas podem ser feitas mecanicamente, menos você é necessário. E quanto menos você é necessário, mais se sente fútil, inútil, vazio? Quando você não existe, Deus está presente ? o vazio em suas mãos. Quando você não é mais ninguém, Deus está presente. Novamente um paradoxo: a semente contém a árvore, mas a semente também pode matar a árvore. Se a semente ficar com medo da morte, então o próprio invólucro tomar-se-á uma prisão; a própria casca que estava protegendo a árvore antes dela encontrar o solo certo se tornará uma prisão ? então a árvore morrerá na semente? A confiança é necessária porque a semente não pode conhecer a árvore. A semente quer ter certeza de que ao morrer tornar-se-á uma árvore. Mas o que se pode fazer para que a semente tenha certeza? Este é o absurdo da fé. A fé é absurda?
?O Reino dos Céus é como a semente de mostarda?? Você é o Reino dos Céus, você é como a semente de mostarda. Prepare-se para morrer, prepare-se para a sua morte! É claro que haverá pânico, medo, apreensão. O salto está destinado a ser difícil. Muitas vezes, você poderá voltar atrás, chegará até a borda do abismo e fugirá com medo. A semente só pode conhecer o abismo, não pode conhecer a árvore. Não existe nenhum meio da semente presenciar a árvore brotando, não há nenhuma possibilidade. A semente tem de morrer e confiar no desconhecido ? então isso acontecerá? A natureza não tem pressa. Observe: a mente está sempre com pressa enquanto a natureza nunca está ? a natureza espera sempre, ela é eterna. Não tem necessidade de pressa; ela é contínua, é eterna. Para a mente, o tempo é curto. Então, ela diz: ?Tempo é dinheiro?. A vida nunca diz isso. A vida diz: ?Experiência?, não tempo. A vida espera, ela pode esperar; a mente não pode ? a morte está se aproximando. Para a vida, não existe nenhuma morte. A morte só existe para a mente. A mente tenta sempre encontrar um atalho. E a maneira mais fácil de encontrá-lo é criar uma ilusão: pensar que é aquilo que quer ser ? então, a pessoa torna-se neurótica?
Tente fazer o seguinte: se você costuma ir para a cama numa determinada hora da noite, um pouco antes dessa hora notará que está se sentindo sonolento ? não vá dormir. Os sufis usaram esse método ? a vigília ? e Jesus também o usou: no deserto, durante quarenta dias e quarenta noites, ele não dormiu; ficou sozinho nas montanhas sem dormir um só momento. O que acontece? Se você não for dormir à hora de costume, por alguns minutos sentir-se-á extremamente letárgico, cada vez mais adormecido. Mas, se resistir e lutar, uma fricção será criada, você tornar-se-á dois: o que quer dormir e o que não quer. As duas partes entrarão em conflito. Se você conseguir controlar-se e não se render, de repente, notará que o sono desapareceu e que está tão bem como nunca esteve ao despertar pela manhã. De repente, o sono terá desaparecido. Você sentir-se-á bem disposto e, mesmo que resolva dormir um pouco, será difícil.
O que aconteceu? Só existiam duas possibilidades, e através da fricção, entre as duas possibilidades, uma energia foi criada. A energia é sempre criada através da fricção. Toda a ciência depende de se criar uma fricção a partir da qual a energia será criada. Todos os dínamos são apenas técnicas de fricção para criar uma luta, uma guerra entre duas coisas. Uma guerra é criada quando seu corpo quer dormir e você não quer. A fricção acontece e muita energia é gerada. Na fricção, você não pode se render, porque se isso acontecer seu corpo terá vencido a batalha contra a consciência, o que será muito ruim para você. Por isso, só inicie uma fricção se a mente estiver determinada a não se render. Caso contrário, será melhor nem tentar. Os métodos de fricção são perigosos: ao iniciá-lo, é preciso vencer, porque senão você perderá a confiança em si mesmo?
Você não é capaz de se imaginar planejando sua própria crucificação, mas isto é que é religião: planejar a própria crucificação. Chegar à cruz é atingir o clímax da fricção ? onde está a morte. Jesus disse: ?Desde que existam cinco numa casa: três estarão contra dois e dois contra três?? A fricção deve ser criada. Os sentidos têm de lutar e a luta deve ser consciente. Os sentidos lutam constantemente, mas não de um modo consciente. Você dorme enquanto a luta continua. Os olhos estão em constante luta contra os ouvidos e os ouvidos contra os olhos porque são competidores. Você já observou que a capacidade auditiva dos cegos é muito maior que a das pessoas que enxergam? É por isso que os cegos tornam-se bons músicos e cantores. Por que isso acontece? Eles possuem uma capacidade maior para o som, para o ritmo; uma sensibilidade maior nos ouvidos. Por quê? Porque os olhos não estão competindo; a energia que deveria estar sendo usada para enxergar é utilizada para ouvir ? os olhos não estão competindo mais?
Se puder observar a luta dos sentidos, então você se separará deles porque será apenas um expectador. Já não será mais os olhos, nem os ouvidos, nem as mãos, nem o corpo ? será apenas um expectador. A luta continuará dentro do seu corpo, mas você será só um expectador? Não seja vítima da lógica do intelecto; nem se torne vítima das emoções, dos sentimentalismos. A mente está no corpo e o coração também ? esteja além dos dois. O que está além? Apenas a existência, simplesmente você? Existe um método de auto-hipnose: se você tiver continuamente um único pensamento, será hipnotizado por ele; se olhar continuamente para uma só coisa, será hipnotizado por ela. Se insistir continuamente numa só coisa, será hipnotizado por ela? Lembre-se disso, porque é isso que você faz continuamente, a sociedade também. Todo o mecanismo de propaganda consiste na repetição. Os políticos repetem sempre determinadas coisas. Ficam repetindo e nem se preocupam se os outros estão ou não escutando. Escutar não é o que importa, porque apenas com a repetição, aos poucos você se convencerá, será persuadido. Não pela lógica, nunca racionalmente ? eles nunca argumentam com você ? mas apenas pela repetição você será hipnotizado?
Karma é um método de auto-hipnose. Se você repetir uma ação continuamente, tornar-se-á hipnotizado por ela. Então o karma, a ação, será o senhor e você apenas um escravo? Vazios vocês vieram, mas não exatamente vazios: cheios de desejos. Vazios sairão, mas não exatamente vazios: novamente cheios de desejos. Mas desejos são sonhos; e você permanece vazio. Os desejos nada têm de substancial em si. Você nasce vazio, move-se pelo mundo e acumula coisas apenas por achar que essas coisas irão preenchê-lo. Mas permanece vazio. A morte arranca tudo e novamente você vai para o túmulo ? vazio?
Os homens não vivem como são, mas como gostariam de ser: não com a face original, mas com máscaras. Aí reside todo o problema. Ao nascer, sua face é natural ? ninguém a perturbou ainda, ninguém a modificou. Mas, cedo ou tarde, a sociedade começa a manipulá-la, começa a esconder a original, a natural, aquela com a qual você nasceu, e lhe dá diversas outras: uma para cada ocasião porque uma só não é suficiente? Esta tem sido uma das meditações mais profundas do zen: encontrar a face original, a que você tinha antes de vir para este mundo ? e a que terá quando deixar este mundo. Porque você não poderá carregar todas essas faces consigo. Elas são truques, técnicas para iludir, técnicas de autodefesa, são armaduras. Essas faces têm de ser abandonadas?
Entre você e o Divino, apenas um passo existe. Não existem dois. Assim, não há nenhum caminho. Apenas um passo: o abandono de todas as falsidades que tomaram posse de você; o abandono de todas as máscaras emprestadas. Mas, porque temos máscaras? Qual a necessidade delas e por que o medo de abandoná-las? Todos os mecanismos têm de ser entendidos; só assim as palavras de Jesus ficarão claras para você. Primeiro: você nunca amou a si mesmo ? se amasse elas não seriam necessárias. Você odeia a si mesmo; é por isso que esconde sua face. Você odeia tanto a si mesmo que não quer nem ver sua face. E se você mesmo odeia como poderá revelá-la aos outros? O que lhe aconteceu para odiar tanto a si mesmo? Todo o condicionamento da sociedade depende da criação da autoaversão, da autocondenação, da culpa. As religiões, os padres, as sociedades ? todos os tipos de exploração ? têm existido a partir dessa semente básica que é o ódio a si mesmo? A liberdade é exterminada e a criança, pouco a pouco, é forçada a sentir-se neurótica, errada. Para qualquer coisa proposta sempre receberá um ?Não!??
O segundo ponto que se segue a esse, como uma consequência lógica, é: se você odeia a si mesmo, como os outros poderão amá-lo? Se você não consegue amar a si mesmo, quem irá conseguir? No íntimo, você sabe que ninguém irá amá-lo; e mesmo que alguém tente, você não acreditará. Irá sempre suspeitar de que está sendo enganado. Como pode alguém amá-lo, se você mesmo não se ama? Assim, mesmo que alguém o ame, você nunca acreditará, estará sempre cético, cheio de dúvidas. Como não consegue acreditar, encontrará meios para provar que o outro não o ama. E quando o conseguir ficará à vontade, sentirá que tudo está certo. Esse rancor é à base de todas as máscaras. Por causa dele é que você começa a se esconder? ?Jesus disse: Não pensem desde o amanhecer até o por do sol e desde o por do sol até o amanhecer sobre o que usarão?. Não pense em máscaras, roupas, falsidades. Permaneça tal como é, aceite a si mesmo tal como é. Isto é difícil, muito difícil, porque quando você pensa em si mesmo, tal como é, de repente, sente certo desconforto?
Viva cada momento sem pensar, porque o pensamento é a mais profunda máscara. Quando você vai se encontrar com uma mulher, começa a ensaiar na sua cabeça o que irá dizer: ?Eu te amo? ou ?Não existe ninguém como você?. Quando você precisa ensaiar, não está amando. Quando ama, não há necessidade, porque o amor fala por si mesmo, o amor flui por si mesmo; tudo acontece a partir da sua própria harmonia. As flores surgem, mas através da sua própria harmonia ? nenhum ensaio é necessário? Toda a sua vida é assim: você prepara determinada coisa, faz outra e gostaria de ter feito outra completamente diferente. Por que isso acontece? Por que tantas divisões? Porque você não é espontâneo. Uma pessoa espontânea necessita apenas de uma coisa ? estar alerta, consciente ? nada mais. Deste modo, ela responde a partir da sua consciência. Você precisa se preparar porque está inconsciente; porque não está consciente?
Quando você sente vergonha, rejeita a si mesmo ? mas isso vem pelo conhecimento. Crianças não podem sentir vergonha. Andam nuas facilmente, não há problema. Pouco a pouco, você as força a sentir vergonha: ?Não fique nu!? Quanto mais elas conhecem, mais escondem a si mesmas? Jesus disse: ?Quando tirarem suas vestes sem sentir vergonha?? Mas o que Adão e Eva fizeram? Puseram sobre seus órgãos sexuais folhas de parreira ? a primeira roupa inventada ? e o mundo começou. Como você poderá entrar novamente no Jardim do Éden? Jogando todas as suas folhas de parreira. Isto é o que Jesus disse; este é o modo de voltar ao paraíso. Este é o caminho de volta: ?Quando tirarem suas vestes sem sentir vergonha?? Você pode tirar suas roupas e permanecer envergonhado; neste caso, as roupas ainda estarão presentes no íntimo: você estará se escondendo, não estará aberto. Nudez não é estar despido, você pode estar despido e mesmo assim não estar nu. A nudez é uma dimensão mais profunda: significa nenhuma vergonha, nenhum sentimento de vergonha; significa aceitar seu corpo em toda a sua totalidade, tal como é. Sem nenhuma condenação na mente, sem nenhuma divisão no corpo ? uma simples aceitação; isto é nudez?
Jesus disse: ?? e, pegando suas roupas, colocarem-nas sob seus pés e pisarem sobre elas como as criancinhas ? então, contemplarão o Filho d?Aquele que Vive e não temerão?. Em primeiro lugar: você deve aceitar sua nudez diante de Deus, tal como ela é: exatamente como uma criancinha diante de seu pai e de sua mãe, sem nenhuma vergonha. Você não deve ficar envergonhado diante do Divino ? só assim você será real. Se a vergonha estiver presente, então as máscaras serão usadas; elas estão fadadas a serem usadas. Em segundo lugar: se o sentimento de vergonha desaparecer, você não temerá. Eles estão justapostos: se você sentir vergonha, terá medo; se não sentir vergonha, não terá medo de modo algum. O medo desaparece junto com a vergonha. E quando o medo e a vergonha desaparecerem, seus olhos são abertos ? e então você vê o Filho de Deus, ou ?o Filho d?Aquele que Vive?; então, Jesus lhe é revelado; e você pode conhecer um Buda?
Aceite a si mesmo e não haverá nenhum medo. Não pense em termos de ?devo? ou ?não devo?, de ?tenho de? ou ?não tenho de? e nunca mais terá medo. Seja real e confie na realidade; não lute contra a realidade. Não crie o polo oposto, porque, se criar, estará tentando criar máscaras. Aceite a si mesmo tal como é e começará a aceitar as coisas assim como são. Com a aceitação, a transformação virá: você nunca mais será o mesmo. A transformação acontece por si mesma, vem da sua própria harmonia, mas só quando você deixa acontecer? Como estar tranquilo e relaxado? Não vá para o extremo; este é o significado das palavras de Jesus: ?Se vocês jejuarem, gerarão pecado em si mesmos; se rezarem, serão condenados?? Jesus sabe muito bem que você está viciado em comida ? não vá jejuar, isso não o auxiliará. Jesus sabe que quando você vai ao templo, vai para mendigar, para pedir algo. Isto é um meio, e quando você faz da prece um meio, está pecando?
O amor é um fim em si mesmo e nele não existe nenhum ego. Quando você está sem ego, o amor existe. Então você simplesmente dá sem pedir, sem qualquer retorno. Você simplesmente dá porque é tão belo dar; você compartilha, porque compartilhar é tão maravilhoso ? então não há nenhuma barganha. Quando não há nenhuma barganha, nenhum ego, o amor flui ? então você não é frio, você se dissolve? Jesus diz a seus discípulos: ?? e se vocês derem esmolas, prejudicarão seus espíritos?. Você já observou o que acontece em seu íntimo quando dá algo a um mendigo? Isso surge por compaixão ou vem do seu ego? Se você estiver só na rua e um mendigo vier, você dirá: ?Vá embora!? porque não há ninguém vendo o que você está fazendo ao mendigo, seu ego não é ferido de modo algum? Quando você dá algo a um mendigo, quer que ele lhe agradeça. Mas quando o doar vem pela compaixão, você é que se sente agradecido porque sabe que o que deu não é nada? Dê por amor, dê por compaixão. E você não estará dando esmola a um mendigo, isso não será esmola, você estará simplesmente compartilhando com um amigo. Quando o mendigo torna-se um amigo é totalmente diferente: você não está acima dele, o ego não é satisfeito?
Jesus diz a seus discípulos: ??andem por qualquer terra e percorram suas regiões. Ao serem recebidos, comam o que colocarem à sua frente ? não imponham nenhuma condição, não digam que comerão apenas um determinado tipo de comida?. Seu caminhar pelo mundo deve ser incondicional? Jesus disse: ?Pois o que entrar pela boca não os profanará?. Até mesmo o veneno não pode maculá-lo, ?mas o que sair da boca, isto é que os maculará?. Assim, observe como você transforma as coisas: se alguém o insulta, se alguém o alimenta com um insulto, isto não o desonra. Mas, o que sai de você? Como você transforma o insulto? O que surge: amor ou ódio? O essencial não é o que entra; o essencial é lembrar-se de que você tem de transformar o que entra?
Quando uma criança se extravia, quando faz algo errado, a seu ver, você a pune. A principal razão é que ela desobedeceu, não que fez algo errado; a principal razão é que seu ego se sente ferido. A criança teve um conflito com você e afirmou-se a si mesma. Ela disse não a você, ao pai, à autoridade, ao poderoso, então você a pune. A razão é que seu ego está ferido e a punição é uma espécie de vingança. Mas a racionalização é diferente: você diz que ela errou e tem de agir direito ? se você não a punir, como ela irá se endireitar? Assim, ela deve ser punida quando está no caminho errado e recompensada quando o obedece. É assim que ela é condicionada para uma vida certa. Isso é racionalização; é assim que você se justifica em sua mente, mas esta não é a razão inconsciente básica. A razão inconsciente é totalmente diferente: é colocar a criança em seu devido lugar, é lembrá-la de que você é o chefe e não ela, que você é quem decide o que é errado e o que é certo, que você é quem deve dar a ela a direção; que ela não é livre, que você a possui, que você é seu proprietário ? e se ela lhe desobedecer, sofrerá. A racionalização é um esquema muito astuto ? esconde a verdadeira razão e lhe dá algo falso, mas aparentemente correto?
Jesus foi crucificado, não porque tivesse dito algo errado ? nunca existiram palavras mais verdadeiras nesta terra ? mas foi crucificado pela sociedade porque a maneira pela qual ele as dizia, a maneira como se comportava, era um perigo para a estrutura social? O criminoso também pode racionalizar, pensar que ele não foi punido por ter errado ? mas sim por ter sido apanhado. Ele também faz suas racionalizações: ?da próxima vez serei mais esperto e mais inteligente. Desta vez, fui apanhado porque não estava alerta, não porque agi errado. A sociedade foi mais inteligente que eu, mas da próxima vez?? ? ele quererá provar a si mesmo que é mais esperto, mais inteligente, mais astuto e que não será apanhado. Um prisioneiro, um criminoso que é punido, sempre pensa que foi punido não pelo que cometeu, mas porque foi apanhado. Esta é a única coisa que ele aprende com a punição?
?Jesus disse: o Reino é semelhante a um pastor que tinha cem ovelhas. Uma delas perdeu-se, a maior de todas. Ele deixou as noventa e nove e saiu em busca da extraviada até encontrá-la. Então, mesmo estando cansado, disse-lhe: eu te amo ainda mais que a todas as noventa e nove.? Olhe ao seu redor ? as pessoas que você acha boas, quase sempre são fracas. A bondade delas não vem da força, vem da fraqueza. Elas são boas porque não ousam ser más. Mas que tipo de bondade é essa que vem da fraqueza? A bondade tem de surgir de uma força transbordante, só então é boa porque ela é viva, um fluxo de vida. No entanto, é muito difícil saber de onde vem a sua bondade. Se você não é um ladrão porque tem medo de ser preso, no dia que tiver certeza de que ninguém poderá prendê-lo, tornar-se-á um ladrão ? porque, então, quem irá impedi-lo? A ação está sob o controle da lei, o pensamento não. Esta é a grande diferença entre pecado e crime?
A totalidade da vida é um quebra-cabeça. Se você conseguir ver mais profundamente, será difícil continuar são, muito difícil. Uma pessoa permanece sã porque não pode ver: você só enxerga dois por cento da vida, noventa e oito por cento, dizem os psicólogos, está oculto, porque se você chegar a ver, haverá um fluxo tão grande que você não será capaz de suportar ? enlouquecerá? Jesus disse: ?Uma delas extraviou-se, a maior de todas?. Só aqueles que são grandes, que são os melhores, se extraviam. Os pecadores são as pessoas mais belas do mundo ? numa vida errada, é claro! Podem tornar-se santos a qualquer momento. Por que os melhores, os grandes, se extraviam? Há um segredo que deve ser entendido: no processo de crescimento, primeiro você tem de alcançar o ego. Se você não conseguir obter um ego cristalizado, a entrega será impossível. Parece paradoxal, mas é assim. Como você poderá entregar algo que não conseguiu? Um homem rico pode renunciar às suas riquezas, mas o que pode fazer um mendigo? Ele não tem bens para renunciar. Um grande intelectual pode livrar-se de seu intelecto, mas o que poderá fazer um medíocre? Como ele poderá se livrar de algo que não tem? Se você tem algum conhecimento pode renunciar a ele e tornar-se ignorante, humilde; mas se não o tiver, como renunciar?
A primeira parte da vida de uma pessoa corretamente amadurecida é alcançar o ego, a segunda parte ? e então o círculo se completa ? é renunciar a ele. Uma criança só cresce quando resiste a seus pais, quando luta com eles; quando sai de perto deles, move-se contra eles; aí ela alcança seu ego individual. Se ela viver presa aos pais, se os seguir, nunca será um indivíduo por si mesmo. Ela tem de se extraviar ? é isso que a vida tem de ser. Tem de tornar-se independente, e é doloroso tornar-se independente. Existe luta; e você só pode lutar quando sente que é. Este é o círculo. Se você sentir que é, poderá lutar mais; se você lutar mais, será mais ? sentirá: ?Eu sou?. A criança atinge a maturidade quando se torna totalmente independente. E para alcançar essa independência ela tem de se extraviar? Por que Jesus escolheu o pastor e as ovelhas? Sua simbologia é muito significativa: toda a multidão de mentes medíocres é como ovelhas, vive em ajuntamentos. Observe as ovelhas andando numa estrada; elas caminham como se tivessem uma mente coletiva, não como seres independentes; apertam-se uma às outras, amontoam-se com medo de ficar sozinhas. Movem-se em rebanho?
Olhe para todo o seu ser: ainda é uma multidão? Ou você tornou-se um ego? Se você tornou-se um ego, então Deus o está buscando porque tem valor ? você tem de ser procurado, tem de ser encontrado. Você já ganhou a metade do círculo; agora a outra metade é a entrega; agora a outra metade pode ser alcançada através de Deus. Só você pode conseguir a primeira metade; a outra é completada pelo Divino. Quando você tem um ego, em algum lugar, de alguma maneira, Deus está buscando-o,pois você já fez a sua parte, tornou-se um indivíduo. Agora, se você perder a individualidade, tornar-se-á universal? Uma sociedade existe como uma multidão. Você pode torná-la um exército imediatamente, sem nenhum problema. É por isso que Hitler pôde ser bem sucedido ao transformar todo o país num exército.
Esse é um dos ensinamentos básicos de Jesus: o homem não pode alcançar o Divino, mas o Divino pode alcançar o homem. E Ele sempre alcança quando você está pronto. A questão não é procurá-lo, mas sim estar pronto e esperar. E a primeira providência é tornar-se individual, ?extraviar-se?. A primeira coisa é ser rebelde porque só assim você ganha o ego. A primeira coisa é estar além da multidão ? é isso que significa extraviar-se, ir além dos limites formulados, delineados, definidos pela sociedade. Porque além existe a sabedoria, existe a vastidão de Deus? Jesus foi crucificado por causa dessas palavras. Ele estava fazendo as pessoas se rebelarem, estava ensinando-as a se extraviarem. Ele dizia que Deus ama aquele que se extravia ? o pecador, o rebelde, o egoísta. Os judeus não puderam tolerar isso, era demais. Este homem deve ser silenciado. ?Este homem tem de parar ? está indo longe demais, está destruindo toda a sociedade!? Ele estava criando uma situação que os sacerdotes não poderiam aceitar?
Se o vazio existisse no exterior, na periferia, você poderia preenchê-lo com casas, carros, cavalos ou qualquer coisa assim. Mas o vazio é sentido no interior, é por dentro que se sente insignificante. O que cria insatisfação não é a ausência de uma casa grande, é a insignificância total que você sente interiormente: por que você existe? Por que toda essa confusão do ser na existência? Por que está vivo? Para onde a vida o está conduzindo? Daí a insistência de Jesus ao dizer: ?E mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus??
?Jesus disse: o Reino do Pai assemelha-se a um homem que possuía uma rica mercadoria e encontrou uma pérola. O homem era prudente. Vendeu a mercadoria e adquiriu a pérola para si mesmo.? Ele era sábio. Vender uma só coisa para adquirir muitas é tolice. A sabedoria consiste em vender muitas para adquirir uma só. A pérola é o símbolo da Unidade do Interno. Os montes mudam, as nuvens mudam, mas o céu permanece o mesmo ? ele permanece. O mesmo acontece em seu interior: as coisas mudam do lado de fora e as nuvens, os pensamentos, mudam do lado de dentro ? mas o céu do Ser, o Ser testemunhante, permanece o mesmo. Esta é a pérola: o Ser Testemunhante. Ele não tem forma, portanto não pode mudar?
Jesus enfatiza muito a inocência. Por isso está sempre falando da beleza das crianças, da inocência das flores, dos lírios, dos pássaros. Mas esse tipo de inocência não ajuda, você já a perdeu. Não tente assemelhar-se a ele verbalmente, não tente entendê-lo literalmente, é apenas simbólico. Você não pode ser uma criança novamente ? como isso é possível? Uma vez que você experimenta o conhecimento (a dualidade), não pode voltar atrás. Você pode transcendê-lo, mas não voltar atrás, não existe nenhuma maneira de voltar atrás? O homem é tal como uma cebola. Descasca-se a camada de pensamentos, de sentimentos, e, finalmente, o que encontramos? Um nada. Esse nada não precisa de apoio. Esse nada existe por si mesmo. A primeira coisa a compreender é que o conceito do eu é criado pela mente ? não há eu em ti. O Todo não tem fronteiras.
Tu deves tornar-te como o Todo ? mas para isso deve haver um encontro, uma fusão. Quando estás vazio, estás sem fronteiras, e, subitamente, tornas-te o Todo. Quando não és, tornas-te o Todo. Quando és, tornas-te um feio ego. Esvazia-te, sê desprendido e natural. Deixa que isso se torne o princípio mais fundamental da tua vida. A mente nunca pode ser clara, nem ter certeza, porque a mente é, por natureza, confusão, nevoeiro. A clareza é possível sem a mente, a paz é possível sem a mente, o silêncio é possível sem a mente ? portanto, nunca tentes obter uma mente silenciosa no sentido literal desse intento. Se o fizeres, desde o inicio te estarás movendo num plano impossível. Se te tornas identificado, tornas-te mente. Se te tornas identificado, tornas-te corpo. Se te tornas identificado, tornas-te um nome e uma forma??
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